Tempo de leitura: 2 minutos

A prioridade da Comissão Provisória do MDB-Ilhéus é fortalecer a estratégia do partido no estado para a eleição de 2022, segundo o advogado Fernando Hughes, presidente municipal da sigla. Empossado no cargo nesta terça-feira (17), o dirigente concorda com a avaliação de que, nos últimos anos, a legenda teve papel apagado na política ilheense, o que impõe a tarefa da sua reconstrução.

– Realmente, o MDB vinha de um período de submersão por conta das pessoas que ocupavam o partido e não estavam tendo essa disposição de colocá-lo no patamar que deve estar. O MDB é um dos maiores partidos do Brasil. A nossa pretensão, de agora em diante, é oxigenar o partido – afirmou o dirigente em entrevista ao PIMENTA.

Sinal claro da oxigenação emedebista em Ilhéus é a chegada de jovens lideranças, diz Fernando, referindo-se aos advogados Reinaldo Weber e Alan Nunes, que também integram a nova Comissão Provisória.

Ainda há espaço para os políticos experientes no MDB, que tem de volta aos seus quadros o ex-presidente da Câmara de Ilhéus Alisson Mendonça, ex-vereador de cinco mandatos. Atual diretor da 13ª Ciretran, Alisson foi candidato a deputado estadual pelo MDB há mais de 20 anos, lembra Hughes.

Na esfera estadual, continua o dirigente, a renovação partidária começou com o presidente da Câmara de Vereadores de Salvador e pré-candidato a vice-governador, Geraldo Júnior, que, em 2020, trocou o Solidariedade pelo MDB, e ganhou mais força com a filiação do ex-secretário da Saúde do Estado Fábio Vilas-Boas. Para Fernando, Vilas-Boas chegou ao partido com o status de quem “revolucionou a saúde da Bahia sob a batuta do governador Rui Costa [PT]”.

– Nossa preocupação imediata é a eleição de 2022. Trabalhamos para dar a Fábio, que é nosso pré-candidato a deputado federal, uma votação que, a depender do seu volume, vai mostrar a que veio o MDB. Obviamente, quando a gente pensa em construir um projeto, a gente pensa na eleição de 2022, com a eleição de Fábio para deputado federal, que é o que nós almejamos de imediato e a eleição do pré-candidato a governador Jerônimo Rodrigues [PT] e do nosso vice Geraldo Júnior – diz Fernando, acrescentando que o partido também apoiará a tentativa de reeleição do senador Otto Alencar (PSD) e, em Ilhéus, do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT).

Perguntamos se o MDB ressurge em Ilhéus na oposição ao governo Mário Alexandre e como se projeta para as eleições de 2024. O dirigente respondeu que o partido não faz parte da gestão municipal e mantém postura crítica ao desempenho dela.

A respeito das eleições daqui a mais de 2 anos, Fernando Hughes avalia que se trata de cenário distante, mas não esconde o jogo sobre o que aparece no horizonte emedebista.

– Vamos conduzir a formação do partido no sentido de termos uma candidatura para 2024. Se lá na frente houver convergências, aí é outra história, lá na frente irá se decidir, mas a prioridade do MDB, hoje, é a eleição de 2022 -.

Tempo de leitura: 4 minutos

O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Ilhéus Jailson Nascimento pretende se candidatar à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Lança a pré-candidatura neste domingo (1º), às 8h30min, no Barravento Praia Hotel.

Vereador por quatro mandatos, Jailson ajudou a eleger o filho, Fabrício Nascimento (PSB), para a Câmara de Ilhéus, nas últimas duas eleições. Apesar dos anos afastados dos holofotes, nunca deixou de ser um ator político influente nos bastidores. Após a saída do PSB, anunciada no fim de março, volta às disputas eleitorais. Agora, filiado ao Solidariedade.

Nesta entrevista ao PIMENTA, ele fala sobre o que chama de fim do ciclo político ao lado do vice-prefeito de Ilhéus, Bebeto Galvão (PSB), e refuta a possibilidade de a sua pré-candidatura ser interpretada como gesto revanchista, num contexto em que a base do prefeito Mário Alexandre (PSD) se alinha em torno da primeira-dama Soane Galvão (PSB), também pré-candidata à Alba. Sobre a eleição para governador, Jailson vislumbra disputa acirrada e explica por quê. Leia.

PIMENTA – A saída do PSB significou mesmo um rompimento político com Bebeto Galvão?

Jailson Nascimento – Politicamente, sim. Foi um ciclo de quase 14 anos. Cheguei à conclusão de que Bebeto não tinha interesse que continuássemos ao lado dele. Várias coisas que ele vinha fazendo comigo, retaliações. Achei melhor sair. Entrei pela porta da frente e saí pela porta da frente.

Quando anunciou a saída do PSB, você disse que acordos eleitorais de 2020 não foram cumpridos.

Justamente.

Pode revelar quais foram esses acordos?

Prefiro não, para não ficar parecendo coisa pessoal.

Os acordos não foram cumpridos por Bebeto ou por Marão?

Os dois.

Avalia-se que a sua pré-candidatura pode atrapalhar a de Soane Galvão. Existe essa conotação de revanchismo?

Não, de jeito nenhum. Primeiro, meu currículo não permite isso. Sou político há mais de 30 anos. Quem quer crescer na política galga sempre algo maior. Fui vereador e tenho possibilidade, tranquilamente, de ser candidato a deputado estadual. Não tem revanchismo, nunca teve e não vai ter agora. Sou de Ilhéus e acho que Ilhéus está precisando de representação política de verdade, que tenha serviços prestados na cidade e possa, realmente, dar esperança a esse povo. Tem quatro anos que Ilhéus está sem representação estadual e federal. Estamos órfãos. Não é só Ilhéus, a região cacaueira é órfã de representação política.

Por que decidiu lançar a pré-candidatura?

A região precisa ter representantes. Já tivemos Antônio Olímpio, grande deputado. O próprio João Lyrio, deputado brilhante. Em Itabuna, Geraldo Simões, Fernando Gomes. Aqui, [Raymundo] Veloso. Foram muitos e nos representaram bem. Claro, cada um com seu potencial político e suas marcas. E não será diferente com a gente, porque, hoje, para qualquer coisa que a região precise, tem que buscar um deputado de fora, que não tem a mesma dedicação e o mesmo empenho que nós precisamos. Por isso, coloco meu nome à disposição da região cacaueira, porque me sinto, sem nenhuma vaidade, à altura de representar nossa região.

Você falou que o sul da Bahia está órfão de representação política. Quais devem ser as prioridades de um deputado estadual eleito pela região?

Turismo, que é o vetor principal da região toda. Envolve Ilhéus, Canavieiras, Itacaré, Uruçuca, Serra Grande, Una. Temos o turismo ecológico. Por exemplo, Ituberá tem uma cachoeira brilhante, que deve ser aproveitada pelo ecoturismo. O turismo é um dos carros-chefes da região. O outro, que não pode deixar de ser, é o cacau, que sempre moveu essa economia. Agora estão surgindo grandes empresas de chocolate e isso tem que ser incentivado pelos governos estadual e federal.

Tem a habitação popular. Depois daquele programa de Dilma [Minha Casa, Minha Vida], não teve programa popular. Não vejo ninguém falar nisso, a não ser a nível federal. Antigamente, na Bahia, nós tínhamos a Urbis, com investimento grande na Bahia toda. Hoje, a gente não vê o governo estadual ter um incentivo nessa direção.

Na sua avaliação, as obras do governo baiano no sul da Bahia favorecem muito a Jerônimo? Isso é suficiente para bater o favoritismo de ACM Neto?

O governo estadual investiu muito em Ilhéus. Ilhéus tem muita gratidão pelo que foi feito. Na região, nem tanto. Tem cidade onde o Estado não conseguiu chegar. Por exemplo, a rodovia que sai de Canavieiras para a BR-101 está jogada às traças, há muitos anos. Lá em Canavieiras, da mesma forma, não tem nada de extraordinário feito pelo governo estadual. Até o aeroporto que tentaram fazer, não pousa ninguém lá, a não ser aqueles teco-teco. Mas, Ilhéus é grata. Vamos ver Itabuna. Qual investimento foi feito lá? Muito pouco. Já o Porto Sul é um investimento que veio com empenho total do governo do estado para a região. A gente não não pode deixar de reconhecer. Neto vai ter muita dificuldade. Vai ser uma disputa muito acirrada. Jerônimo vai crescer bastante. Vai ganhar quem no segundo turno souber agregar mais.

Há quem diga que Neto deve ganhar no primeiro turno. É uma análise otimista?

É prematura, é muito cedo para dizer isso. Ninguém conhecia Jerônimo. Todo mundo sabia que era o secretário de Educação, mas, com 20 dias de pré-candidatura, já pontua bem. Vai ser uma disputa muito grande. É claro que o poder desgasta, mas o governo não foi ruim com Wagner e não tem sido um governo ruim com Rui, de jeito nenhum, não tenho esse pensamento. Então, não vou dizer que seja muita pretensão [imaginar vitória no primeiro], mas não vejo assim. Tenho certeza que Neto estará no segundo turno. Se você me pergunta se com Jerônimo ou Roma, não sei. Só se acontecer algo que desgaste muito Jerônimo. E tem uma parte do eleitor de Neto que vai migrar para Roma.

Rodrigo defende que Wagner recue do recuo e seja candidato a governador
Tempo de leitura: 3 minutos

Nesta entrevista ao PIMENTA, concedida no fim da tarde de hoje (7), o líder sindicalista Rodrigo Cardoso (PCdoB) analisa os últimos movimentos e informações sobre a chapa governista para a eleição estadual.

Ele opina sobre o motivo de o senador Jaques Wagner (PT) ter retirado a pré-candidatura ao governo baiano e avalia as chances de vitória da coalização numa chapa sem o ex-governador petista.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus também sai em defesa da retorno de Wagner ao páreo eleitoral, com um recuo do recuo, para acabar com “tanta confusão”. Leia.

PIMENTAVocê classificou o imbróglio governista como “bate-cabeça”. Quantos passos atrás a coalização deu na disputa com o grupo de ACM Neto, se é que deu?

RODRIGO CARDOSO – Perde tempo, porque ACM já vem fazendo campanha desde que saiu da Prefeitura de Salvador. Enquanto isso, a base vinha se unificando com Wagner desde o fim do ano passado. Rapidamente, Wagner entrou na disputa com 30% [das intenções de voto]. Quando indica o apoio de Lula, ele chega no empate técnico [nas pesquisas]. Agora, com tanta confusão. Otto não se define, Wagner retira a candidatura e, no dia de hoje, parte-se do zero, com três novos pré-candidatos do PT. Acho que [o grupo] deu muitos passos atrás.

Antes de se lançar pré-candidato, Wagner deu sinais de que não desejava a candidatura?

Não. Acho que não. A todo momento em que se colocava, ele dizia da importância da unidade da base. Quando passou a ser pré-candidato, no fim do ano passado, ele demonstrava ser o principal candidato, justamente por isso: era o candidato que unificava.

Como você interpreta a retirada da pré-candidatura de Wagner? O que a explica?

Na minha opinião, Wagner recuou tendo em vista a decisão do governador Rui Costa de se candidatar ao Senado e a impossibilidade de o PT ocupar as duas principais cadeiras em disputa, numa coalização com tantos partidos importantes. Acho que Wagner recuou na perspectiva de garantir a unidade da base. Obviamente, o pleito do governador Rui Costa não deixa de ser justo, dentro do que ele considera o seu papel nessa frente. No entanto, tanta confusão a apenas sete meses da eleição, acaba atrapalhando muito. Demonstra desarticulação. Nas resenhas, o pessoal do carlismo está dizendo que, agora, são os nossos candidatos que estão correndo da disputa com ACM. O negócio ficou muito complicado.

Hoje, Wagner disse que Rui vai até o fim do mandato. Pode ser sinal de falta de confiança de passar o governo ao PP?

Acho que faltou articulação. Não sei se é falta de confiança, mas, com certeza, falta de articulação. Faltou combinar. Faltou discutir não só com o PSD e com o PP. Faltou discutir com o PCdoB, com o PSB, Podemos, Avante. Faltou discutir com a base. Quando não tem articulação, cada um faz a coisa da sua cabeça e acaba gerando esse tipo de ruído, que só faz atrapalhar.

Sem Wagner, diminuem muito as chances da manutenção da unidade da base e de uma vitória na disputa estadual?

Vejo que diminui a chance da unidade. Wagner é tido por todos como construtor desse processo. Tem muita autoridade política, por toda a influência, tudo que ele construiu aqui na Bahia e da sua influência nacional junto ao Partido dos Trabalhadores e ao próprio ex-presidente Lula. Acho que ele teria muito mais facilidade em unificar. Outras candidaturas, mesmo as do Partido dos Trabalhadores – por mais valor que tenham as lideranças que estão aí colocadas -, creio que terão mais dificuldade pra unificar. E a base desunida, acho que a chance diminui muito. Ainda tenho esperança que o bom senso prevaleça.

O que você chama de bom senso?

Nesse caso, concordo com a deputada [federal] Alice Portugal. Acho que Wagner deveria recuar do recuo. Ele recuou da pré-candidatura e deveria recuar no recuo, aceitar o retorno da sua pré-candidatura. Ele tem toda a condição de unificar a base. Tem todo o respeito de todas as forças políticas. Não teria contestações e teria muita competitividade na disputa, que vislumbro uma disputa dura.

Bebeto revisa metáfora do "teodolito" e afirma que todos os partidos aliados devem discutir formação de chapa
Tempo de leitura: 3 minutos

O vice-prefeito de Ilhéus, Bebeto Galvão, afirma que seu partido, o PSB, ainda não foi chamado a dialogar sobre a possível substituição do senador Jaques Wagner (PT) pelo também senador Otto Alencar (PP) na cabeça da chapa majoritária governista. Sem anúncio oficial, a mudança foi cravada pelo noticiário baiano, indicando a candidatura do governador Rui Costa (PT) ao Senado.

Num regime democrático, segundo Bebeto, é natural e salutar que a imprensa apure e divulgue informações sobre o processo político, mas a indicação de Otto como candidato ao Governo da Bahia deve ser tratada no campo das possibilidades.

“O fato dessa possibilidade – eu tô dizendo porque não foi noticiado oficialmente, nem nós, enquanto partido, fomos chamados para conversa. Mas, esse fato, como possibilidade que se aventa, de uma alteração do nome de Wagner para o de Otto, se isso se consolida, mais do que qualquer crise, representa uma riqueza de lideranças no mesmo projeto, ao ponto de nós nos darmos ao luxo de promover alteração de um nome importante como o do Wagner por um nome tão importante quanto o do Otto”, declarou ao PIMENTA nesta sexta-feira (25).

Ex-deputado federal e suplente de Wagner no Senado, o vice-prefeito de Ilhéus avalia que todo o trabalho dos partidos da base consolidou a pré-candidatura de Wagner ao governo e, nas pesquisas eleitorais, a trajetória do ex-governador era de alta. Por isso, em entrevista recente, defendeu a manutenção do petista no páreo. Ao PIMENTA,  Bebeto também exaltou o nome de Otto, a quem atribui papel de expressão nacional na política.

O TEODOLITO…

Engenheiro agrônomo, o vice-governador João Leão (PP) usou a imagem do teodolito para ilustrar como enxerga o papel do trio PP, PSD e PT na aliança baiana. “Nós temos o tripé. A política da Bahia do nosso lado representa como se fosse um teodolito, aquele instrumento que você olha e vê longe. Ele tem três pés. Um é o PT, outro é o PSD e outro é o PP. Se nós tirarmos um dos pés, obviamente o teodolito cai e não funciona”, disse Leão ao Bahia Notícias em julho de 2021.

A metáfora do teodolito também serviu à reflexão de Bebeto, na entrevista ao PIMENTA, sobre a contribuição dos demais partidos da base, inclusive o PSB, para as vitórias eleitorais e o desempenho das gestões petistas na Bahia.

Além de PT, PSD, PP e PSB, a base reúne Avante e PCdoB. Caso a possibilidade da candidatura de Otto se concretize, segundo Bebeto, a mudança terá que ser discutida com todos os partidos aliados.

– Se isso – veja, estou colocando tudo no campo das possibilidades, porque não tem nada oficializado, o que temos é especulação.
Se isso ocorre, nós vamos ter que discutir a composição da chapa. Na minha opinião, os partidos todos devem ser chamados. Se havia o chamado teodolito, mas o teodolito não se sustenta sozinho se ele não tiver um lastro e se o terreno for íngreme. Ou seja, se o terreno for desnivelado, o teodolito não se põe de pé -.

…E O CAMINHÃO DE ABÓBORAS

Bebeto também minimizou o impacto da possível – e hoje provável – mudança na composição da chapa para as chances de vitória da candidatura governista. Segundo ele, o assunto tem sido tratado como cataclismo político da Bahia, mas seria melhor ilustrado como a dinâmica de abóboras transportadas na carroceria de um caminhão.

– Se o nosso grupo estiver unido, mesmo que ocorra qualquer mudança, com os debates que vão ocorrer internamente, os debates são do processo. Eu faço uma analogia com o caminhão de abóboras. Há turbulência na estrada, mas as abóboras vão se acomodando no caminhar da estrada-.

Deijair prega foco e pés no chão para time ilheense chegar às semifinais do Baianão || Reprodução/Instagram
Tempo de leitura: < 1 minuto

O goleiro Deijair Nunes se recupera bem do edema na parte interna da coxa direita. Entrevistado pelo PIMENTA nesta quinta-feira (24), ele assegurou presença no duelo do Barcelona de Ilhéus contra o Jacuipense, no dia 6 de março, em Feira de Santana, pela sétima rodada do Campeonato Baiano 2022.

O próximo rival do Barça lidera a competição, com seis vitórias em seis jogos. O time ilheense é o terceiro colocado na tabela, com 11 pontos. “Estarei 100% na próxima partida, com certeza”, afirma Deijair.

Aos 23 anos, o goleiro é um dos destaques da campanha do Barcelona em sua primeira participação na Série A do estadual. Na quarta rodada, Deijair pegou pênalti cobrado pelo atacante Neto Baiano, da Juazeirense, e garantiu a vitória do Barça.

Perguntamos como foi a repercussão da defesa entre os colegas de clube. “Foi bem tranquila. Alguns já me conhecem e sabiam que eu pegava pênalti desde a base do Bahia e também durante os treinamentos”, respondeu.

“MUITO FOCO E PÉS NO CHÃO”

Nascido em Salvador, Deijar formou-se na base do Bahia e hoje mora em Itacaré, no sul do estado. Antes do Barça, jogou pela Juazeirense, Moura AC (clube de Portugal), União Barbarense (SP), Unirb e Parauapebas (PA). Ao PIMENTA, ele falou como o elenco encara a possibilidade de levar o Barcelona às semifinais do Baianão.

– Estamos muito focados. Sabemos que faltam três jogos e muitas coisas podem acontecer se baixarmos a guarda. Estamos muito contentes com nosso desempenho, mas sabemos que ainda não garantimos nada. Temos que ter muito foco e pés no chão -.

Jabes Ribeiro fala ao PIMENTA sobre montagem da chapa governista para a eleição estadual
Tempo de leitura: 6 minutos

O secretário-geral do PP na Bahia, Jabes Ribeiro, diz que não há nada definido para a formação da chapa majoritária do grupo governista para a disputa do Palácio de Ondina e da vaga no Senado. Nesta entrevista ao PIMENTA, ele fala sobre as cartas que estão na mesa de discussão da base do governador Rui Costa (PT).

Com 69 anos de idade e quatro décadas na vida política, Jabes está em Salvador, onde participa ativamente das articulações do Progressistas. Por telefone, ele também falou ao site das movimentações do partido no sul da Bahia, especialmente em Ilhéus, município que governou por quatro mandatos (1983-1988; 1997-2000; 2001-2004; e 2013-2016).

Segundo o ex-prefeito, o Progressistas terá candidatos a deputado em todas as grandes cidades baianas, inclusive em Ilhéus e Itabuna. A montagem das chapas proporcionais é outro tema da entrevista.

Jabes também comenta a possibilidade de Rui Costa deixar o comando do governo estadual para disputar as eleições deste ano. Leia.

PIMENTAAs informações sobre a formação da chapa majoritária indicam dificuldade para essa equação. Só há uma vaga para o Senado e, naturalmente, uma vaga para a cabeça da chapa. O senador Otto Alencar pretende a reeleição. O senador Jaques Wagner é o pré-candidato do PT a governador. Qual será o papel do PP no arranjo da aliança? Há mesmo dificuldade para fechar essa conta?

Jabes Ribeiro – Primeiro, uma preliminar. Há esforço e interesse em garantir a unidade da base aliada. Esse fator é fundamental para conseguirmos o nosso objetivo, que é ganhar as eleições e garantir a manutenção do nosso projeto. Projeto, inclusive, que tem tido aceitação popular. Veja aí a aprovação que o governador Rui Costa tem em todo o estado. Esse é o nosso objetivo número um: preservar a unidade da base aliada.

Ponto dois. Pelo que sei – e tenho participado de todas as conversas que envolvem o PP -, não há nada definido em relação à chapa [majoritária]. Não há definição em relação a nada. Tudo é expectativa. O PT, por exemplo, apoia o nome do senador Wagner. Já o nosso partido propõe que o candidato a governador seja o vice-governador João Leão. Ouço que o PSD desejaria ter o senador Otto Alencar candidato à reeleição. No entanto, nada disso está fechado. Tudo ainda é motivo de conversas.

O que posso lhe garantir, no caso do nosso partido, é o seguinte: Leão não pode mais ser candidato a vice-governador. Ele está impedido por conta da legislação eleitoral vigente. Se não pode ser vice, só tem duas possibilidades: ser candidato a governador ou a senador. Ora, se todos desejam garantir a unidade da base, é preciso que todos tenham a compreensão de que Leão não pode ser vice.

______________

Leão não pode mais ser candidato a vice-governador. Ele está impedido por conta da legislação eleitoral vigente. Se não pode ser vice, só tem duas possibilidades: ser candidato a governador ou a senador.

______________

 

A manutenção da unidade é mesmo um desejo de todos os partidos da base?

Creio que sim. Todos nós ajudamos a ganhar as últimas eleições e ajudamos a governar. A experiência de Wagner, Otto Alencar e João Leão é indiscutível. Todos têm compromisso com a Bahia e com a preservação do projeto que tem sido implementado no estado. No nosso caso, não há uma posição intransigente. Por exemplo: se Leão diz: – o que não é o caso –  “Sou candidato a governador e não abro mão!”, isso não é fazer política. Isso não é querer unidade. Da mesma forma, se Otto Alencar afirma: “Sou candidato a senador e não abro mão pra ninguém!”, isso também não é lógico; nem acredito nessa visão por parte de Otto, que tem experiência.

Creio que esse jogo, essa equação, melhor dizendo, essa equação está sendo montada e montada de forma competente, porque tem na liderança dessa montagem a figura de Jaques Wagner, um homem treinado, acostumado a fazer articulação política. Ele é o grande construtor desse projeto, que começou em 2006. De nossa parte, não tem problema, há uma questão legal: João não pode ser vice. Se pudesse, tudo estaria resolvido.

A possibilidade de o governador Rui Costa se afastar do cargo e, consequentemente, de João Leão assumir o governo seria um caminho para fechar essa equação?

Veja. Nós não trabalhamos, dentro da negociação da chapa, com esse ponto. Ela pode ocorrer sim, depende do governador. É natural até que ela possa acontecer. O governador tem sete anos e quase dois meses à frente do estado, com uma administração exitosa, bem avaliada pela população. Ninguém pode obrigar o governador e dizer: “Você não vai ser candidato a nada. Vai ficar sem mandato.” Isso seria absolutamente insensato. Não teria lógica. Se ele disser:  “Eu quero ter mandato” – e ele ainda tem tempo para decidir -, é algo absolutamente legítimo. Creio que todos compreenderão isso, tanto o PSD, como o PP e os demais partidos da base.

Portanto, há uma situação a decidir e nós não temos porta fechada pra nada. Não depende de nós, essa é uma decisão do governador. Nós estamos dispostos a colocar na mesa essa questão e discuti-la. Não há nenhum dificuldade de nossa parte. Como você está vendo, o PP não é problema. O PP é solução. Seja qual for a possibilidade, estamos dispostos a discutir.

______________

O PP não é problema. O PP é solução. Seja qual for a possibilidade, estamos dispostos a discutir. Há apenas uma questão. O nosso nome para essa equação chama-se João Leão.

______________

Há apenas uma questão. O nosso nome para essa equação chama-se João Leão. Existem nomes valorosos no PP. Temos uma bancada de dez [deputados] estaduais e quatro federais. Temos prefeitos, ex-prefeitos, deputados, lideranças importantes, mas, dentro desse cenário, neste instante, o nome que temos para essa montagem, essa equação, é João Leão, que é unanimidade no PP por tudo que representa. Foi cinco vezes deputado federal, prefeito de Lauro de Freitas, vice-governador por dois mandatos, tem experiência administrativa, é secretário de estado. É um nome que contribui com o projeto de todos da base aliada.

O partido terá candidato em Ilhéus e Itabuna para as eleições proporcionais?

A executiva estadual definiu uma proposta no sentido de que, nas grandes cidades do estado onde o partido está presente – e está presente em todas -, devemos participar ativamente do processo eleitoral. Você faz política, articula, organiza, mas, na verdade, as eleições definem o poder político, seja no plano estadual, federal ou municipal. Por se tratar de uma eleição nacional, em que você tem a necessidade de eleger deputados federais, estaduais e senadores, essa situação faz com que o partido estimule seus quadros.

Ilhéus e Itabuna são duas cidades extremamente importantes para o partido. Trabalhamos para que essas cidades participem também do processo eleitoral para fortalecer o partido, para elegermos uma boa bancada federal, uma boa bancada de deputados estaduais. Por Ilhéus, posso garantir, teremos deputado federal ou estadual. Estamos discutindo. Também pretendemos que aconteça isso em Itabuna, Conquista, Feira.

______________

Por Ilhéus, posso garantir, teremos deputado federal ou estadual. Estamos discutindo. Também pretendemos que aconteça isso em Itabuna, Conquista, Feira.

______________

O nome em Ilhéus é o do ex-vice-prefeito Cacá Colchões, presidente municipal do Progressistas?

É o nome natural. O nome de Cacá é o natural pelo que ele representa, uma liderança importante do partido em Ilhéus, mas estamos discutindo.

Quais são os critérios para definir se a candidatura em Ilhéus será a deputado federal ou estadual?

Depende muito. Vamos analisar a seguinte situação. Em 2018, trazendo um pouco de memória, Cacá era candidato a federal. Em determinado momento do processo, ainda antes das convenções – claro-, houve um movimento em Ilhéus que levou o partido local a decidir que seria melhor que Cacá saísse a estadual. Seria candidato a federal, originariamente, mas houve um movimento político que levou o partido à avaliação de que seria melhor Cacá sair a estadual. Isso foi conversado com a executiva estadual e foi batido o martelo.

______________

Cacá foi o [candidato a] deputado mais votado de Ilhéus naquela oportunidade, mais votado na cidade. Mais votado entre todos os estaduais e federais. Não se elegeu, não é uma eleição simples, você sabe disso, mas saiu muito bem avaliado na cidade.

______________

Cacá foi o [candidato a] deputado mais votado de Ilhéus naquela oportunidade, mais votado na cidade. Mais votado entre todos os estaduais e federais. Não se elegeu, não é uma eleição simples, você sabe disso, mas saiu muito bem avaliado na cidade. Todas essas questões são objeto de análise. Estamos em 2022. Qual é o melhor caminho: termos uma candidatura do Progressistas a estadual ou a federal? O ideal seria que tivéssemos as duas, mas não é assim. As coisas não são exatamente como a gente deseja. No entanto, a recomendação da [executiva] estadual é que tenhamos candidato a federal ou a estadual. Analisamos uma série de elementos, de vetores, para saber como o partido vai participar desse projeto.

Repito: o nome natural é o de Cacá, mas, se por qualquer razão, Cacá não puder ou não tiver interesse de participar, vamos ter outro. O que posso acrescentar é o seguinte. Se Cacá não puder participar por uma decisão pessoal – repito: ele é o candidato natural, tem a prioridade -, queremos lançar uma mulher. Se você me perguntar qual, não vou lhe dizer agora. Não posso. Mas, certamente, seria algo muito importante pra cidade.

MC Jef Rodriguez comenta músicas de Spiritual, seu 1º disco solo || Foto Alice Magalhães
Tempo de leitura: 10 minutos

O MC Jef Rodriguez, da banda OQuadro, lançou Spiritual, seu primeiro disco solo, que está disponível em todas as plataformas da internet. Nesta entrevista ao PIMENTA, o músico nascido em Banco Central, distrito de Ilhéus, no sul da Bahia, fala sobre processo criativo, infância na zona rural, origem familiar, racismo, política e parcerias na produção do álbum. Leia.

PIMENTAComo surgiu a ideia de fazer o trabalho solo?

JEF RODRIGUEZ – As pessoas já me falavam há um tempo: “Quando é que você vai lançar uma parada sua?”; “Fico curioso de ver”; “Gosto das coisas que você escreve”; “Você escreve de uma maneira diferente”. Não me via nesse lugar. Não escrevia em quantidade. Sempre escrevia com OQuadro, chamando um parceiro pra fazer a parte dele e vice e versa. Meus parceiros Rans, Freeza e Rico me traziam coisas nesse jogo de construção coletiva. Pintou essa oportunidade com a Lei Aldir Blanc na Bahia.  Minha amiga Márcia falou: “A hora de gravar e produzir uma coisa é agora!”. Marcia Espíndola, da Mochi Filmes, que é uma amiga há muito tempo. Eu falei: “Como assim, Marcia?”; e ela disse: “Rapaz, me dê só seus documentos e eu vou achar alguém para escrever [o projeto] pra você, não quero que você perca essa oportunidade, sei que você já tem um monte de coisa aí sobrando. Inscreve na categoria EP. Você tem que ter um produto seu. Eu falei: “Então tá bom!” Mandei os documentos, e ela articulou pra alguém escrever e fluiu. Eu me vi maluquíssimo, porque eu fui pro estúdio com OQuadro pra escrever e saía para produzir o meu. Foi assim num intervalo de dias. Não foi uma coisa que eu planejei a minha vida inteira. As pessoas chegaram até mim e construíram essa ideia na minha cabeça. São sinais da caminhada.

Você falou ao PIMENTA de como o cuidado com a escrita é uma característica d’OQuadro que, inevitavelmente, influenciou o disco solo – e isso é algo que podemos atestar. Como percebe a evolução do seu processo criativo ao longo desses 20 anos?

Tenho praticado cada vez mais e estou me permitindo escrever de outras formas. De repente, chegar com papel e caneta aqui e deixar fluir o que a própria caneta e o papel querem dizer, como um processo terapêutico, um exercício, até para perder o controle e vê o resultado. Depois, naturalmente, você olha, faz um processo seletivo e organiza de outra forma no papel. Mas, veja, eu tenho uma oficina de escrita toda quarta-feira à tarde. Tem um grupo de WhatsApp, organizado por mim e por um amigo, Telto. A gente tem uma oficina de rima e poesia. É uma oficina de escrita livre, com intenção poética, mas a própria concepção de poesia é tão aberta que não pode ser engessada num lugar. Toda prática vai te levar a aprimorar um pouco mais. O que eu mais quero é ter grande quantidade de coisas escritas. Essa é uma busca, porque é uma coisa que eu não tinha muito. Eu sempre demorei muito pra escrever, no primeiro e no segundo discos d’Oquadro.  Sobre a qualidade, eu prefiro que a avaliação seja das pessoas. Não sei o quanto é bom, o quanto não é. Eu sei o que fala comigo, o quanto é honesto na entrega. De repente, se você mostrar isso para Kendrick Lamar, ele vai dizer assim: “Ah, mais ou menos”. É sobre isso. Quero fazer cada vez melhor e poder explorar novas estéticas. A palavra, o som e o posicionamento político não divergem tanto. A estética e a política não são coisas tão separadas. Essa é uma perspectiva muito aristotélica, de colocar as coisas em gavetas, mas as coisas estão conectadas. Quando você escolhe as cores para um bloco-afro, por exemplo, isso já um posicionamento político. Se eu não percebo o significado daquela marca na minha roupa, isso mostra o quanto estou alheio ao processo, enfim, é complexo.

Aproveitando que você entrou na discussão política, vamos falar de Aboio. Quem fez a música com você e quais foram os dados da realidade atual que inspiraram o tema?

O Brasil funciona a partir da perspectiva de uma elite que quer se manter no poder olhando para o país como o seu quintal

Todos os dados do momento. Quem participa primeiro é CT. Ele é MC e faz parte de um grupo chamado Caixa Baixa, de Niterói, e do 1kilo, que é um grupo muito famoso. Estourou no Brasil inteiro com a música “Deixe-me ir”, milhões e milhões de visualizações. Ele é um dos compositores dessa faixa – deve viver de royalty até hoje, é meu amigo, hein. Também participou Rone DumDum Afolabi, que é membro do Opanijé, um dos grupos mais importantes da história do rap nacional. Opanijé não é o grupo mais conhecido, mas é um dos mais importantes, estética e politicamente. Eles são Os Tincoãs do rap brasileiro.

Essa música [Aboio] nasce assim: CT tinha uma letra e sempre frequentou minha casa, sabe como eu escrevo. Ele queria uma participação minha no Caixa Baixa. A gente chegou a escrever pro Caixa Baixa, mas não deu muito certo. O grupo estava indo em outra direção. A gente acabou fazendo outras músicas. Essa aí ficou meio paradona, sobrando e eu falei: “Quero pra mim”. A gente ouviu uns beats de Bidu, um amigo de Niterói, que é um beatmaker muito talentoso. Eu trouxe o beat pra Rafa [Dias]. Ele reorganizou da maneira dele. A gente deu umas ideias, inclusive a de colocar o sample de aboio.

Esse pensamento colonial persiste no Brasil. Bolsonaro é só a cereja no bolo desse processo inteiro. A gente está vivendo o ápice e a faceta mais descarada desse processo.

“Aboio” fala de um processo alienante do Brasil, que não é de agora, é histórico. O Brasil funciona a partir da perspectiva de uma elite que quer se manter no poder olhando para o país como o seu quintal. E todas as pessoas que estão ali têm que ser servis a esse modelo. Tudo tem que caminhar na direção dessas pessoas, que são herdeiras dos colonizadores. Esse pensamento colonial persiste no Brasil. Bolsonaro é só a cereja no bolo desse processo inteiro. A gente está vivendo o ápice e a faceta mais descarada desse processo. Quando você diminui o poder do Estado para fortalecer a iniciativa privada, uma parte importante do controle social fica na mão dessas pessoas. Ainda tem a militarização e o papel das religiões nisso. É um processo alienante em dimensões que a gente não consegue nem contar. São camadas e camadas históricas que a gente não consegue desconstruir. A própria escola contribui para que isso aconteça, por mais que os professores tentem fazer alguma coisa. A estrutura escolar pública não é nada diante das questões sociais brasileiras e de uma questão racial que não se resolve nunca – e não há a intenção de resolver isso. Inclusive, teve uma fala de Lula na última entrevista dele. Por mais que exista boa intenção por parte de algumas camadas da esquerda, a própria esquerda não sabe lidar com isso. Então, a gente é meio gado mesmo.

Você fala da entrevista com Mano Brown?

Leia Mais

Valderico Junior: só Deus pode evitar candidatura de Neto ao governo estadual || Foto Nadson Carvalho
Tempo de leitura: 4 minutos

Pesquisas eleitorais desenham cenário favorável a ACM Neto na corrida para o Palácio de Ondina. Apesar disso, há quem levante a hipótese de o presidente nacional do DEM não ser candidato a governador da Bahia em 2022, escolhendo candidatura ao Senado.

Entrevistado hoje (13) pelo PIMENTA, o presidente do DEM-Ilhéus, Valderico Junior, disse que essa possibilidade é nula. Na verdade, segundo ele, Neto só não será candidato a governador se essa for a vontade de Deus.

O ex-prefeito de Salvador chegará ao sul da Bahia nesta quinta-feira (16). Na entrevista abaixo, Valderico Junior fala da repercussão do anúncio da visita de Neto à região e explica a ausência do vice-prefeito de Itabuna, Enderson Guinho (DEM), na reunião que vereadores itabunenses tiveram com o líder democrata na capital baiana. Também comenta o próprio futuro político e a possibilidade de disputar o pleito de 2022. Confira.

PIMENTA – Como foi a reação da cena política regional ao anúncio da visita de ACM Neto ao sul da Bahia?

VALDERICO JUNIOR – A gente fica feliz de ver a receptividade ao nosso futuro governador – nós estamos trabalhando, diuturnamente, para que isso possa acontecer. A gente vê o povo querendo a mudança. Em 2022, termina um ciclo de governos de 16 anos e começa uma nova etapa na Bahia. Tem sido uma resposta muito positiva. Eu vejo um crescimento gigantesco. O nome de Neto tem muito apelo popular, pela história do avô e pela administração dele na Prefeitura de Salvador, o melhor prefeito do Brasil.

Há quem diga que existe a possibilidade de Neto não ser candidato a governador. Você acredita nessa possibilidade?

Só se Deus não quiser. Acho que só Ele pode fazer isso hoje, pelo jeito que o povo tem a vontade que Neto seja nosso governador e pela vontade que vejo nele, discutindo todos os assuntos que interessam à Bahia. Neto tem sido participativo, tem buscado, tem lutado, tem feito alianças importantes. É nula a opção de ele não ser candidato a governador em 2022.

______________

A gente está fazendo um projeto com total transparência, sem vaidades.

______________

Repercutiu na imprensa a ausência do vice-prefeito Enderson Guinho numa reunião recente. Houve algum mal-entendido? Como está a relação com Guinho?

É uma relação boa. Guinho é um jovem promissor da nossa região. Eu não tenho dúvidas do trabalho que ele vem fazendo, buscando essa representatividade no município de Itabuna. Ganha o partido, ganha o sul da Bahia, com mais um grande líder. Ele tem feito um trabalho bacana e comprou a briga do Democrata. O que aconteceu foi que eu estive na Câmara de Vereadores de Itabuna e fui comunicado do interesse dos vereadores de estarem com Neto, inclusive antes da possibilidade de Neto estar aqui. Isso foi na quarta [8] e na quinta-feira [9] eu tinha agenda em Salvador. A bancada de vereadores que ia era maior, mas foi um tiro muito curto, a gente conseguiu um furo na agenda de Neto e a agenda acabou impossibilitando a presença de Guinho. No outro dia, os vereadores se reuniram com Guinho – o que foi uma proposta feita por mim. Não tem rachadura. A gente está fazendo um projeto com total transparência, sem vaidades. Eu tinha um espaço na agenda de Neto e cedi para que os vereadores pudessem estar lá e adiantar essa aproximação.

Você já disse que pensa mais no futuro, em 2024, do que nas eleições do próximo ano. Hoje, a possibilidade de ser candidato em 2022 parece mais real?

Eu quero trabalhar para que a gente possa ter força na nossa região. Quero trabalhar para que a região possa ser respeitada politicamente. Farei o que puder fazer para que isso ocorra. Candidatura foi uma coisa que eu pensei muito em 2020, quando saí candidato a prefeito de Ilhéus. Nós tivemos do 0 a quase 21 mil votos. Ficamos em 2º lugar, trilhando um caminho natural para 2024 – claro que depende muito do nosso trabalho, da atenção que a gente der a isso.

______________

Nós tivemos do 0 a quase 21 mil votos. Ficamos em 2º lugar, trilhando um caminho natural para 2024 – claro que depende muito do nosso trabalho, da atenção que a gente der a isso.

______________

Nós estamos conscientes desse processo, mas sou um cara de grupo. Eu estou aprendendo com erros e acertos. Se o partido entender que seja necessária a nossa candidatura para 2022, a gente tem que estudar. Eu não entraria para compor legenda, simplesmente. Não é meu perfil, procuro não ser assim na minha vida. Paralelo a isso, se a gente estudar que existe viabilidade eleitoral e o partido entender que isso deve ser feito, eu (sic) à disposição. Eu discuto isso com os deputados da nossa base, Pedro Tavares, Leur Lomanto [Júnior] e outros deputados que nos apoiaram na campanha, falo dos deputados do Democratas. O presidente [estadual do DEM] Paulo Azi conversa comigo [sobre a candidatura] e ACM Neto pediu essa pré-disposição.

______________

Eu consegui viabilizar uma visita de ACM Neto na Lagoa Encantada, pra gente falar do potencial turístico da Lagoa. Eu sou apaixonado pela Lagoa Encantada.

______________

 

Como será a agenda de Neto no sul da Bahia?

Ele vai chegar entre 9h e 9h30min, a gente vai ter a coletiva já no aeroporto. Às 10h, nós vamos para a Faculdade de Ilhéus, onde teremos um bate-papo – eu digo bate-papo porque é uma coisa leve, não é debate – com alguns segmentos da cidade, do turismo, do cacau, CDL, Polo Industrial, 2 horas de bate-papo. Eu consegui viabilizar uma visita de ACM Neto na Lagoa Encantada, pra gente falar do potencial turístico da Lagoa. Eu sou apaixonado pela Lagoa Encantada. Eu não tenho dúvida que vai ser um momento histórico. Depois iremos a Uruçuca, onde cumpriremos agenda com o prefeito Moacyr. Na sexta-feira, a gente vai conhecer o projeto do vereador Fabrício Pancadinha em Itabuna e seguir para o aniversário de Buerarema.

Rilson Dantas na capa de "Incansável correnteza de ilusões" || Arte de Arlécio Araújo
Tempo de leitura: 4 minutos

O músico itabunense Rilson Dantas, 34 anos, vai lançar seu primeiro EP, Incansável Correnteza de Ilusões, na noite desta sexta-feira (3), em live no Instagram (@rilson_dantas), a partir das 20h.

Na entrevista abaixo, concedida hoje (2) ao PIMENTA, o filósofo, professor de Inglês e cartomante faz uma retrospectiva da sua persona musical, gestada num ambiente familiar que tinha a música como protagonista.

Também fala da produção do EP e reflete sobre o significado da sua relação com a música. No fim da conversa, Rilson Dantas diz o que sente em meio à expectativa para a retomada dos shows presenciais, após o avanço da vacinação contra a Covid-19. Confira.

PIMENTAComo foi o começo da sua relação com a música?

RILSON DANTAS – Eu cresci num ambiente musical. Meu pai toca. Som Bossa é o nome artístico dele. Ele trabalhava como servidor público, agora está aposentado, e também tocava à noite. Tocava bossa nova, samba. Eu cresci nesse ambiente musical. Minha mãe não tocava, mas ela ouvia muito. Meu irmão é guitarrista. Aí a gente vai sendo meio condicionado por aquele contato. Eu já ouvia música desde criança. Aquela velha história: eu cantava ali, fazia uma apresentação ou outra. Era “coagido” a fazer parte. Minha relação com a música se deu nesse lugar.

Seu pai toca no disco?

Não, ele não participou. A gente fica amarrando pra começar alguma coisa junto, sabe? O perfeccionismo não deixa, fica aquela coisa toda, ele não participa. O disco tem dois músicos, um cara que toca bateria, e o outro que faz todos os arranjos. Eu ia solfejando, cantando pra ele e dizendo: “Ah, quero que seja assim”.

Quais são os nomes deles?

Gabriel e Adilson Vieira. Eu faço uma ressalva: a música Invisível foi produzida pelo [estúdio] Canoa Sonora, do meu querido Ismera, que toca guitarra e também mixou.

Você consegue definir os gêneros pelos quais o EP transita?

Ele passa ali no grunge, pop, pop rock. Quando fico na dúvida sobre qual é o estilo, chamo de música alternativa. Mas, eu diria que grunge e pop são os lugares que ele passa, pela questão estética mesmo. Tem umas guitarras mais roncadas. A voz tem um pouquinho de drive, tem uns berros. E também pela parte melódica, estrutural mesmo.

Você falou que o EP é a primeira oportunidade de contar uma história, no sentido de que as músicas têm uma sequência. Antes, você gravou quantos singles?

Gravei quatro músicas, todas autorais. Lancei também uma parceria com um cantor chamado André Azevedo e gravei uma música dele também. Até então, foram quatro singles, sendo um deles em inglês.

O EP tem música em inglês?

Vai entrar essa música que já lancei, chamada Disrespect. A galera gostou muito, se identificou bastante. Eu achei interessante [a recepção do público], porque quando lancei, eu disse: “Vou lançar essa música só pra mim mesmo, porque eu gosto e ela tem um significado pra mim”. E a galera se amarrou. Eu também pensei: “Gravando em inglês aqui no Brasil…”. Tem sempre essa questão, por mais que eu goste de várias bandas que gravam em inglês, tinha essa questão da distância da linguagem. Enfim, vai entrar no EP numa versão acústica, só com violão e piano.

Você pode falar do significado especial que essa música tem para você?

Eu a escrevi em 2008, por aí. Foi a primeira música em inglês que escrevi. Eu ainda tava caminhando – eu estou caminhando ainda -, mas já estava começando a pensar em algo maior: “Quero trabalhar com música, de repente, um dia”. Eu senti uma satisfação muito grande por ter escrito em outra língua e porque eu considerava a relação que me inspirou essa música uma amizade tóxica, que acabou. Então eu senti dando um passo. É estranho falar sobre, mas é esse o significado que ela tem.

Um psicanalista poderia dizer que foi uma forma de elaboração.

Ave Maria! E pior que foi isso mesmo. É engraçado, porque as minhas músicas – isso acontece comigo – elas têm esse significado. Não só as músicas, as outras coisas que escrevo, aleatório (meus alunos que gostam dessa palavra: aleatório; já peguei com eles), eu consigo elaborar. Tem música que gravei para esse EP e falei: “Putz! Eu tô me repetindo, velho, já passei por isso. Eu acho que consigo me livrar dessa situação. Acho que agora já consigo entender melhor. Tem uma elaboração aí. Tem uma questão psicológica envolvida. E autossatisfação também, né?!

Como está a retomada dos shows? Os bares e o mercado, de uma forma geral, já estão solicitando?

Estão. É engraçado, porque estou apreensivo. Não pela questão da pausa, porque mesmo com a pausa, já me apresentei. É pela situação. As pessoas estão convidando há um bom tempo. Estou sempre falando da vacina, da pandemia. Estou mais apreensivo por conta da situação. A minha mente ansiosa é complicada. Às vezes, fico pensando que a gente está procurando ganhar dinheiro e divertimento no meio do Apocalipse. A ansiedade talvez seja por conta da situação, não pelo mercado. Eu penso que barzinho é para ganhar dinheiro. Eu me sinto um produto, um disco, alguém ali tocando, mas raramente eu sou a atração daquele lugar, exceto quando o bar é musical mesmo, onde a música ganha relevância. No geral, a gente está só ali tocando, com um ou outra pessoa prestando atenção. Eu sinto saudade dos eventos que produzia antes, que eram tributos a artistas, um sarau, porque eu conseguia tocar minhas músicas autorais e me sentia escrevendo uma história. É diferente de estar ali no bar reproduzindo. São dois lugares bem diferentes.

Ouça a música “Me deixe aqui”, faixa de Incansável correnteza de ilusões.

Presidente fala contra aumento do fundo eleitoral, mas titubeia ao não garantir veto
Tempo de leitura: < 1 minuto

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu entrevista exclusiva à Rádio Nacional da Amazônia, nesta segunda-feira (19), e falou sobre o seu estado de saúde. Na semana passada, ele ficou 4 dias internado no Hospital Vila Nova Star, na cidade de São Paulo, após o agravamento de uma crise de obstrução intestinal.

“Eu estou bem, 100%”, garantiu Bolsonaro. “Estou bem e vou cumprir essa missão até o último dia”, acrescentou, referindo-se ao mandato presidencial.

O SINAL TITUBEANTE DE VETO AO “FUNDÃO”

O Congresso aprovou o aumento do fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão para R$ 5,7 bilhões. Agora, cabe ao presidente da República decidir se veta ou sanciona a proposta, que, no meio político, recebeu o singelo apelido de “fundão”.

Os dois filhos do presidente com assentos no Congresso, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), votaram a favor do aumento. Na entrevista de ontem, Jair sinalizou que tende a vetar o novo fundão. “A tendência nossa é não sancionar isso daí em respeito aos trabalhadores, ao contribuinte brasileiro”, disse.

Para quem se acostumou com a ênfase empregada por Bolsonaro na defesa das suas convicções políticas, a exemplo das loas à ditatura militar, a fala do presidente contra o o reajuste generoso do fundo eleitoral soou titubeante. Confira a entrevista.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Vereadora mais votada de São Paulo em 2020, Erika Hilton (PSOL) é a entrevistada desta sexta-feira (23), às 19h, do Canal Prosa Filosófica. O professor Aldineto Miranda, do IFBA, abordará Direitos Humanos, luta por equidade para a população negra e combate a discriminação contra a comunidade LGBTQIA no papo com a vereadora.

A entrevista poderá ser acompanhada pelo Youtube, no Canal Prosa Filosófica (clique aqui).

Em entrevista, Nazal avalia a possibilidade da saída de Inema e Pimenteira dos limites territoriais de Ilhéus - ideia aventada pelo prefeito - como sinal de desprezo
Tempo de leitura: 4 minutos

O ex-vice-prefeito José Nazal (Rede) avalia que o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), trata Inema e Pimenteira como se esses distritos, situados longe da sede do município, fossem um estorvo para a administração de Ilhéus.

Emitiu a opinião ao comentar notícia, veiculada pelo Jornal do Radialista, de que o prefeito levantou a possibilidade de doar Inema e Pimenteira aos municípios de Coaraci e Itajuípe, respectivamente.

Nazal concedeu entrevista ao PIMENTA e fez uma retrospectiva do período à frente da extinta Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável (Seplandes), entre janeiro de 2017 e 30 abril de 2018, quando rompeu a aliança política com Mário Alexandre.

Numa manifestação rara feita à época, o Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do promotor de Justiça Paulo Eduardo Sampaio Figueiredo, afirmou que a saída do então vice-prefeito da secretaria provocou “grande sentimento de perda“. A nota pública da 11ª Promotoria de Justiça de Ilhéus reservou a mesma deferência ao ex-superintendente de Meio Ambiente, o jornalista Emílio Gusmão, que deixou o governo junto com Nazal.

Com 64 anos, Nazal é fotógrafo, memorialista e atua há quatro décadas na vida pública da terra que conhece como poucos. É dele o livro Minha Ilhéus, que percorre a memória da cidade com fotografias produzidas ao longo do século passado.

Questionado sobre os desafios de Ilhéus para melhorar a qualidade de vida da sua população, apontou as grandes tarefas que o município precisa executar na área de planejamento urbano, mas preferiu não estabelecer hierarquia entre elas.

No fim da entrevista, também avaliou o desempenho das três esferas de governo na gestão da pandemia de Covid-19. Leia.

BLOG PIMENTA – Como avalia o período à frente da Seplandes?

José Nazal Pacheco Soub – Nós conseguimos impor um ritmo satisfatório, respeitando as decisões do Conselho do Meio Ambiente. Não tentamos controlar o conselho. A gente fez a limpeza de totens pela Avenida e outdoors das ruas. Aplicamos critérios técnicos na análise dos projetos. Às vezes a pessoa dizia: “Você está atrapalhando”. Atrapalhando nada. O cara vem todo errado e quer que libere errado. Teve uma vez o caso de uma marmoraria. A pessoa reclamava que o projeto “tinha seis meses que não anda”. Fui pessoalmente ao setor. Já tinha três meses que a secretaria tinha mandado um e-mail à pessoa [responsável pela empresa] e não recebia resposta. Também fizemos trabalho de fiscalização intensa. Demos um curso de poda. A gente fez alguns TACs [Termos de Ajustamento de Conduta] e conseguiu equipar a secretaria. Deixamos um projeto, que foi depois feito com um convênio com a Universidade Federal do Sul da Bahia, para fazer o inventário arbóreo da cidade. Conseguimos fazer, com recurso de um TAC, um termo de referência para fazer o plano de manejo do Parque da Boa Esperança. Tentamos liberar o recurso da Valec para o parque e não conseguimos. Teve umas atrapalhações lá que impediram. Trabalhamos de forma tranquila, de frente. Teve a questão da usina [de asfalto do município], que foi uma polêmica danada e continua errada. Você exige licença dos outros e não cumpre, não faz sua parte?

Em janeiro de 2021, o Jornal do Radialista informou que o prefeito tem a intenção de convocar plebiscito para doar os territórios de Inema e Pimenteira. Isso avançou?

Não pode ser uma ação do prefeito. Essa questão de limites [territoriais entre municípios] é com a Assembleia [Legislativa do Estado], que tem regras para isso. Não é uma coisa simples como o prefeito quer. Ele, simplesmente, na minha opinião, está dizendo que Inema e Pimenteira são um estorvo para o município.

Ele manifestou mesmo essa intenção?

Ele disse numa entrevista em Itabuna, numa rádio em Itabuna.

Numa entrevista de 2017 para o Blog do Gusmão, o senhor disse que o acúmulo de pequenas coisas e pendências do cotidiano administrativo atrapalhavam a missão de lidar com os grandes desafios do município. Quais são os maiores desafios em Ilhéus?

É difícil elencar de forma hierarquizada, dizendo qual é o mais importante e urgente. Teria que fazer uma consulta pública ampla. A gente pode elencar sem hierarquizar. Por exemplo, a habitação. Agora que o governo tá fazendo. O governo não. A Bamin está fazendo agora um plano [municipal] de habitação para o município. Fizeram as audiências agora. Para mim, foram muito fracas. Não teve divulgação. Fizeram para cumprir tabela. Chamaram algumas pessoas, me chamaram, eu fui, mas deveria ter tido uma divulgação ampla, inclusive para o interior. Outro grande problema é que nós não temos plano municipal de saneamento básico. A gente não tem previsão, a gente não tem estudo, a gente não tem prognóstico da demanda por água que haverá daqui para frente, inclusive com esse boom de grandes empreendimentos da construção civil e empreendimentos como o Porto Sul. Outro problema: a gente tem diversos bairros do município sem regularização fundiária, uma parte do Pontal, Salobrinho, Vila Lídia, parte da Conquista e outros lugares da cidade e do campo. Também falta uma revisão dos núcleos das Secretarias de Educação, de Saúde e de Assistência Social no campo. Ilhéus não tem plano de mobilidade urbana…

Consegue dimensionar a responsabilidade de cada uma das três esferas de governo na gestão da pandemia?

Olha, esse governo federal é difícil de avaliar, porque pode parecer uma coisa passional por eu não ser simpático ao presidente, às suas decisões e aos seus atos. Pode parecer passional, mas a gente vê que quem mais falhou foi o governo federal. O governo estadual, o governador teve uma ação, eu acho que foi – não vou dizer que não tenha erro, com certeza teve alguns erros – mas houve preocupação, sobretudo com a vida. A gente sabe que todos os atos foram tomados pela decisão necessária de salvar vidas. Isso foi feito. Todas as decisões tomadas, no calor do problema, no dia a dia, não houve uma inércia no enfrentamento do problema. O governo do município também tomou atitudes. A gente estava vendo agora a liberação absoluta. Os três entes federativos não têm pernas e braços para dar conta da fiscalização para conter os excessos. Infelizmente, uma grande parte da população não tá levando a sério.

Continua na Rede e vai disputar as eleições de 2022?

O partido vai promover alguns eventos políticos para discutir. Nas eleições passadas [de 2018], o partido não conseguiu vencer a cláusula de barreira. Defendi alianças, mas fui voto vencido. Agora não vai ter [coligação partidária]. Eu estou na Rede, vou ficar na Rede, é o partido que me deu todo o apoio e me permitiu ser vice-prefeito. É um partido que não assusta você tomar uma bola nas costas, como acontece em outros partidos que, muitas vezes, nas vésperas de um pleito, você é obrigado a recuar ou mudar de bandeira. É um partido orgânico, pequeno, mas tem pessoas de opinião e responsabilidade. Atualizado às 19h29min.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Victor (dir.) sai em defesa de Jabes

A entrevista do vice-prefeito de Ilhéus, José Nazal, ao PIMENTA provocou reações não apenas dentro do Governo Marão. Ex-chefe de Gabinete, Victor Veiga saiu em defesa do ex-prefeito Jabes Ribeiro, criticado por Nazal por, segundo ele, governar com um núcleo fechado, a exemplo de Marão.
Veiga chefiou o Gabinete no último mandato de Jabes. “Dizer que Jabes entrava pelas portas do fundo? Toda a população central da cidade via o prefeito subindo às escadarias do Palácio Paranaguá às 08h e saindo, por diversas vezes, às 22h, sempre pelas portas da frente”, reagiu, tentando negar o fato de haver saída alternativa no palácio.
O ex-assessor lembra que “havia, de fato”, garagem privativa para o carro oficial do prefeito, mas no Centro Administrativo da Conquista, para onde a administração foi transferida em dezembro de 2015.”Mas o gabinete e suas instalações sempre foram de portas abertas para atendimento diário do Prefeito da Cidade”. Victor Veiga usou as redes sociais para responder às críticas de Nazal.
http://157.230.186.12/2018/05/22/nazal-para-mim-acabou-estou-vendo-o-governo-de-mario-degringolar/

Tempo de leitura: 8 minutos
Campeão da vida, Enault Freitas será um dos condutores da tocha olímpica em Itabuna (foto Pimenta)
Campeão da vida, Enault Freitas será um dos condutores da tocha olímpica em Itabuna (Na foto do Pimenta, ele posa com a réplica que faz parte do acervo do museu itinerante organizado pelo Bradesco)

Em sua trajetória pelo Brasil, o fogo olímpico certamente irá iluminar belos exemplos de vida. Não será diferente em Itabuna, onde a chama estará no dia 21 deste mês, sendo conduzida por verdadeiros campeões. Um deles é Enault Freitas, funcionário aposentado do Banco de Sangue de Itabuna, cuja história comoveu a cidade há dois anos e agora será projetada para fronteiras distantes.

Desde que começou a trabalhar na área da saúde, em 1974, Enault luta para conscientizar as pessoas sobre a importância de doar. Em 2014, por ironia do destino, ele viu seu filho perder uma batalha contra a leucemia justamente por falta de um doador. Durante dois anos, Enault lutou em busca de alguém compatível e promoveu uma campanha que conseguiu realizar mais de 2,3 mil cadastros de doadores de medula óssea em Itabuna.

Infelizmente, o filho de Enault morreu no dia 14 de julho de 2014, em Aracaju, enquanto aguardava liberação do plano de saúde para um tipo de transplante ainda considerado experimental no Brasil. O pai, que fundou uma ONG e continua lutando para salvar vidas, participará com todo mérito da cerimônia que simboliza a presença do espírito olímpico no país. Enault Freitas não é apenas um pai que lutou por amor ao filho, mas um guerreiro que considera toda vida preciosa, por isso continua a lutar.

Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida por ele ao PIMENTA:

 

PIMENTA – A maioria das pessoas provavelmente entregaria os pontos depois de perder um filho. Por que você decidiu continuar lutando para aumentar o cadastro de doadores de medula?

Enault Freitas – Quando você está em uma causa social, o que se pensa é que a luta é por alguém seu. Está aqui a foto do meu filho (aponta para a imagem do filho estampada na camisa, ao lado da frase “Eu faria tudo pra não te perder, mas o dia vem e deixo você ir”). Essa frase diz tudo, não é?… Eu poderia me acomodar porque não consegui, mas essa minha luta vem desde 1974. Trabalhei como técnico de laboratório do banco de sangue e já me mobilizava para ajudar as pessoas acometidas de doenças do sangue. Só não imaginava nunca que um dia eu iria me deparar com essa situação na minha pele.

PIMENTA – Como foi diagnosticada a leucemia de seu filho?  

Enault Freitas – Meu filho sempre foi saudável, atleta, a gente jogava bola junto. Tinha 34 anos quando a leucemia foi diagnosticada. Primeiro, descobrimos que ele tinha um pigarro e a gente imaginava que fosse ar condicionado demais. Todos os exames deram negativo, os médicos diziam que estava tudo bem. Mas, como o problema não desaparecia, decidimos fazer uma punção na medula porque tinha muita coisa estranha. Por exemplo, a taxa de hemoglobina, que deveria ser entre 14 e 16, a dele estava em nove. Os médicos começaram a descartar uma série de doenças e fizeram a punção medular, que detectou leucemia linfoide aguda.

PIMENTA – O que aconteceu a partir deste diagnóstico?          

Enault Freitas – Saímos do hospital, já com a medicação e a solicitação do internamento. Ele ficou nesse primeiro momento 23 dias internado. A quimioterapia inicialmente fez efeito e ele teve alta. Depois de 30 dias, os exames deram negativo. Ele até chegou a voltar a trabalhar, mas, depois de alguns meses, apareceu um pequeno caroço no rosto. Voltou ao médico, fez nova punção e a doença estava lá. Aí a médica disse que o único jeito era realizar o transplante.

PIMENTA – Aí surge a dificuldade de encontrar um doador compatível…

Enault Freitas – Começamos a fazer exame na minha filha, mas ela era incompatível. Em fevereiro de 2013, a gente começou a correr o Brasil em busca de um doador porque na família não havia. Começamos a distribuir os pedidos para que as pessoas se cadastrassem no banco de dados para doação de medula óssea em todo o Brasil e em outros países da América do Sul. E pedimos autorização ao Hemoba para fazer campanha aqui em Itabuna.

PIMENTA – Enquanto isso, seu filho seguia com o tratamento…

Enault Freitas – Como nós não conseguimos essa medula, enquanto ele estava internado em São Paulo, um médico disse que poderia realizar o transplante haploidêntico, que utiliza doador 50% compatível. No caso, o doador seria eu ou a mãe, porque esta seria talvez a última alternativa que a gente tinha.Leia Mais

Tempo de leitura: 4 minutos

augusto castroEntre os candidatos a deputado estadual com base em Itabuna, Augusto Castro (PSDB) foi o único a se (re)eleger. Além disso, comemora crescimento com relação ao número de votos que obteve em 2010 e busca se posicionar como representante maior do campo de centro-direita no município, onde disputa espaço com os ex-prefeitos Capitão Azevedo (derrotado na tentativa de alcançar uma vaga na Assembleia Legislativa) e Fernando Gomes.
Nesta entrevista ao PIMENTA, Augusto comenta o resultado das eleições, tenta explicar a derrota de Paulo Souto e critica o governo federal pela postura adotada no conflito de terras entre índios e agricultores na região de Buerarema.
Confira os principais trechos:
PIMENTA – Você saiu da eleição com 55.650 votos. O número está dentro do que era esperado?
Augusto Castro – Foi um resultado muito importante, primeiro porque eu consegui ampliar minha votação em Itabuna. Saí de 8 mil para quase 13 mil votos aqui, o que é um crescimento muito importante em uma cidade onde havia mais de 12 candidaturas a deputado estadual, sem falar que mais de 200 candidatos receberam votos em Itabuna. Consegui também ampliar minha presença na região Sul da Bahia e, fora isso, tive quase 5 mil votos em Ipirá, mais de 8 mil votos na região Oeste, e conseguimos abrir também em outras regiões.
PIMENTA – Mas a votação não foi aquém do esperado?
AC – Era uma votação esperada, correspondente ao trabalho que consegui desenvolver ao longo dos quatro anos e pela atenção que dei aos municípios onde fui votado na eleição passada. Desse modo, conseguimos consolidar uma liderança dentro da estrutura partidária.
PIMENTA – Como você vê a perda de representatividade política da região, a partir do resultado dessas eleições?
AC – A região perdeu representatividade, já que a quantidade de deputados com base local diminuiu. Ficamos sem o mandato do colega Coronel Santana, o que foi uma perda realmente muito ruim para a região do cacau. Isso implica em menos espaço no cenário baiano. Além disso, a região tinha possibilidade de contar com três deputados federais e ficou com um, que é Bebeto, de Ilhéus. Pra gente é muito ruim, porque é preciso aumentar nossa força política, pensando em Itabuna e no desenvolvimento regional.
PIMENTA – Que papel você pretende desempenhar nesse cenário?
AC – O quadro atual aumenta minha responsabilidade, porque Itabuna hoje é uma cidade com mais de 200 mil habitantes, com muitas carências de infraestrutura e sem a presença do governo. A gente precisa redobrar nosso volume de trabalho, cobrando do governo os investimentos prometidos: Porto Sul, duplicação da rodovia Ilhéus – Itabuna, novo aeroporto de Ilhéus, o Hospital Regional da Costa do Cacau, a conclusão da barragem, a UPA de Itabuna, o aumento do efetivo policial… São demandas que a população cobra do governo e nós, como deputados e interlocutores da região junto ao governo do Estado, precisaremos ter uma ação efetiva para que esses compromissos saiam do papel.
PIMENTA – Na sua análise, por que Paulo Souto perdeu a eleição?
AC – Paulo Souto é um nome conhecido. Foi governador duas vezes, senador, e as pesquisas que foram realizadas pelo Ibope e por outros institutos o indicavam como o melhor candidato. Mas desde a quinta-feira anterior à eleição, houve uma mudança do cenário e passou a existir uma tendência de vitória do governador eleito Rui Costa. O que acontece na Bahia, e isso inclusive é histórico, é que, para ganhar a eleição para o governo estadual, é preciso vencer a disputa para presidente. Se não tiver esse parâmetro com a Presidência da República, fica difícil ganhar a eleição. A expectativa nossa é agora, com Aécio no segundo turno, com toda a condição de ser o próximo presidente. Aí sim, surge a possibilidade de no futuro mudar o governo do Estado.
PIMENTA – O governador Wagner acredita em ampliação da frente que Dilma teve no primeiro turno. Como você vê essa expectativa?
AC – Eles vão apoiar todas as fichas no fortalecimento da presidente Dilma aqui na Bahia, mas, ao mesmo tempo, o entusiasmo e a motivação com a ida do PSDB para o segundo turno vão contribuir para que possamos diminuir a força de Dilma no Estado. Há uma expectativa de vitória de Aécio, tanto na capital, onde temos o prefeito ACM Neto no papel de coordenador da campanha, como no interior. Estamos, inclusive aqui no Sul da Bahia, em um esforço concentrado para dar uma boa votação ao candidato do PSDB. Trabalharemos para ampliar a quantidade de votos e dar o primeiro lugar a Aécio na região.Leia Mais