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Marco Wense

 

 

Será que o MBL mudou de verdade? Para muitos, o movimento tenta se salvar diante de um eventual fracasso do bolsonarismo. Os meninos do MBL já começam a pavimentar a estrada que pode levá-los para a oposição. De bestas, não têm nada.

 

É preciso acabar com essa imbecilidade de que fulano é de esquerda porque faz crítica ao governo Bolsonaro. Que sicrano é de direita porque aponta pontos positivos na gestão bolsonariana.

Ora, pura bobagem inerente a quem faz política com o fígado, aos radicais de plantão. A maioria não enxerga um palmo à frente. São teimosos e de difícil diálogo. Carregam a intransigência e intolerância na alma.

A sabedoria popular diz que o mundo da muitas voltas. A política também. Como exemplo cito o Movimento Brasil Livre. O MBL vai fazer um evento com deputados do PT e PCdoB como palestrantes, respectivamente Arlindo Chinaglia, ex-presidente da Câmara de Deputados, e Orlando Silva, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

“É o primeiro passo desde que o movimento, que ficou conhecido por sua agressividade retórica contra adversários e imprensa e por nunca fugir de uma treta, anunciou a decisão de dar uma espécie de reset”, diz o jornalista Fábio Zanini, da Folha de São Paulo.

Para Zanini, “os seus líderes querem se diferenciar dos grupos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (que eles chamam ironicamente de “minions”) e pretendem ser uma direita crítica. Querem ter liberdade para comentar acusações de corrupção e pautas que enxergarem como sendo excessivamente conservadoras”.

Como sugestão, servindo até mesmo como teste, o MBL deveria começar sua mudança de postura, provando que agora é outro, pedindo ao senhor presidente da República que demita Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo. O seu subordinado é acusado de desviar dinheiro do esquema do laranjal do PSL de Minas para sua candidatura a deputado federal. O tão badalado e costumeiro caixa dois.

Será que o MBL mudou de verdade? Para muitos, o movimento tenta se salvar diante de um eventual fracasso do bolsonarismo. Os meninos do MBL já começam a pavimentar a estrada que pode levá-los para a oposição. De bestas, não têm nada.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.