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Guindaste retira estátua do trevo de acesso a Ferradas (Foto Thiago Pereira).
Guindaste retira estátua do trevo de acesso a Ferradas (Foto Thiago Pereira).

A estátua do escritor Jorge Amado foi retirada, ontem, 29, do trevo de acesso a Ferradas, em Itabuna, para restauração, após ser alvo de tiros e apedrejamento. A ação dos vândalos repercutiu nacionalmente.
De acordo como presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), José Roberto Silva, a imagem será transferida para outro local, “pois o material utilizado na confecção da mesma é inapropriado para exposição”.
Confeccionada pelo escultur Lavrud Durval, a estátua bronzinada tem 1,85 metro de altura e faz parte das homenagens ao centenário de nascimento do escritor itabunense.

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Isaac Albagli | ialbagli@uol.com.br

Quando vereador, resolvi propor o título de Cidadão Ilheense ao nosso escritor. Quem registra é dono, e Itabuna registrou Jorge Amado, mas nós, ilheenses, estamos na posse mansa e pacífica.

Encarregado de preencher as “fichas” da Academia de Letras de Ilhéus criada em 1958, o seu primeiro secretário, jovem advogado Francolino Neto, aguardou quatro anos para, pessoalmente, colher os dados do acadêmico Jorge Amado.
De caneta em punho e após preencher o nome, endereço e filiação do romancista, à época já famoso, fez a pergunta: “Local de nascimento?”. “Pergunte ao meu pai…” – se esquivou Jorge Amado. Na sua carteira de identidade constava a cidade de Itabuna como local do nascimento, mas no fundo ele sabia que havia uma polêmica tanto familiar como “de ordem pública”.
Francolino Neto não se fez de rogado e foi até Itajuípe para se encontrar com o fazendeiro João Amado, pai do escritor. O Coronel João não vinha a Ilhéus há muito tempo, pois tinha pavor a vergalho de boi… Diziam as más línguas que o coronel se engraçou com uma mulher casada e acabou tomando uma surra de vergalho de boi.
Mas voltemos ao encontro de Dr. Francolino com o Coronel João Amado. Encontraram-se na firma compradora de cacau Wildberg & Cia. e o secretário da Academia foi direto ao assunto. O Coronel João Amado disse então a Francolino: “Jorge nasceu na Fazenda Auricídia que ficava na zona do Repartimento no limite entre os municípios de Itabuna e Itajuípe.”
A maior parte da fazenda pertencia em 1912, ano do nascimento de Jorge, a Itabuna, antiga Tabocas. que em 1910 tinha se emancipado de Ilhéus. Mais precisamente no distrito de Ferradas, na época próspero entroncamento de tropeiros. A outra parte da fazenda pertencia ao 7º Distrito de Ilhéus, denominado de Pirangi, mais tarde emancipado e que originou o município de Itajuípe.
Dr. Francolino, rápido no raciocínio, fez então a pergunta fatal. “E de que lado ficava a sede da fazenda?” João Amado não titubeou: “Ficava em Pirangi”. Francolino deu uma risadinha marota e tascou na “ficha” de Jorge Amado – Local de Nascimento: Ilhéus, Bahia, Brasil. A Lei 807 de 28 de julho de 1910, que criou o município de Itabuna, sancionada pelo então governador Araújo Pinho, não era muito precisa nas indicações dos limites territoriais, principalmente quando não existiam rios ou ribeirões para delimitação com maior precisão.
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Antigo ponto de parada de tropeiros que se deslocavam entre o sul e o sudoeste da Bahia, o bairro itabunense de Ferradas está completando 195 anos de história. Para marcar o aniversário, uma interessante programação cultural foi montada pela Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania. As atividades acontecem de 15 a 19 deste mês.
Constam na programação a apresentação de fanfarras, desfile temático, mostra de cinema, lançamento de livros, ruas de lazer, tarde recreativa e participação de artistas regionais. Na mostra de cinema, um dos destaques da agenda, serão exibidos 15 filmes produzidos na Bahia.
Os produtores culturais Eva Lima e Ari Rodrigues coordenam os eventos.

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Adylson Machado

Pelo que vimos segunda-feira, em Ferradas, o poeta e contista Cyro de Mattos não aprendeu a lição ministrada pelo mestre Jorge Amado.

Uma intervenção lamentável. Não pode ser outra a adjetivação para a desastrosa manifestação do Presidente da FICC, Cyro de Mattos, depois de encerrada a programação de lançamento, em Ferradas (segunda-feira, 9), de um projeto da comunidade voltado para a comemoração do centenário de nascimento do escritor Jorge Amado, a ocorrer em 10 de agosto de 2012 (confira aqui).
Desastrosa (outra adjetivação que se impõe) porque efetivou a lamentável interferência quebrando o protocolo, que fizera inserir falas curtas dos que compunham a Mesa e dos que apresentaram o Projeto “JORGE 100 anos AMADO”, imediatamente à fala do Prefeito Municipal, José Nilton Azevedo, a quem cabia o encerramento do evento.
Não fora isso, enveredou por gongóricas considerações – em 90% publicizando sua atividade de escritor – descambando por considerações outras, como se falasse para um público que não entenderia o que dissesse, como quando confundiu o lançamento de CACAU (1931) como obra amadiana que inseriu a geografia grapiúna na literatura do ilustre ferradense, o que somente ocorreria com TERRAS DO SEM FIM, em 1943.
Desconheceu no texto, de forte componente idealístico (de um radical de esquerda, daí porque seria obra menor, disse-o o próprio Cyro de Mattos), que Jorge Amado utilizou-o para denunciar mazelas da cultura/economia cacaueira como expressão da exploração capitalista, o que implica observá-la sobre qualquer espaço onde existisse o fruto de ouro, fosse Itabuna, Ilhéus, Canavieiras, Itororó, Ibicaraí, Camacã, Itajuípe etc., o que afasta a observação autoral (posta sob olhar econômico), da evidente temática abordada em TERRAS DO SEM FIM, configuradora de uma geografia física determinada, envolvendo os conflitos pela conquista das terras do Sequeiro, envidados pelos personagens Horácio e Sinhô Badaró.
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Nesta quarta à noite, a Câmara Municipal realizou sessão itinerante em Ferradas. Lá, os vereadores abriram os microfones para os moradores dizer o que sentem na pele todos os dias.

Os ferradenses tinham um sem-fim de carências: da falta de segurança pública a sistema de transporte coletivo precário, ruas esburacadas, saúde ruim, água salobra fornecida pela Emasa e inexistência de área de lazer

Tudo foi anotado com presteza pelos nobres edis para, mais adiante, ser cobrado do prefeito e dos secretários municipais – que, convidados, não compareceram.

A fatura era alta para ser entregue e atendida lá nas bandas do centro administrativo Firmino Alves. Desconfiado, um astuto morador se levanta, pede o microfone e dispara:

– Seria bom que vocês [vereadores] realizassem uma nova sessão, daqui a três meses, pra dizer o que a prefeitura atendeu. É pras coisas não ficar só no papel, vocês tirar os seus da reta e a gente ficar aqui do mesmo jeito.

A sinceridade calou fundo e os edis concordaram com uma nova sessão itinerante.

Em tempo: se é certo que faltou representante do município, o mau exemplo começou em casa. Apesar da Câmara contar com 13 vereadores, na sessão em Ferradas compareceram apenas os vereadores Vane do Renascer, Wenceslau Júnior, Clóvis Loiola e Ricardo Bacelar.

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O comando do 15º Batalhão da PM mostrou que é, como se diz, “de palavra”.

Na semana passada, o tenente-coronel Jorge Ubirajara Pedreira esteve em Ferradas, ouviu as carências da comunidade na área de segurança pública e prometeu uma moto exclusivamente para as rondas no bairro – esquecido do poder público como todos os periféricos.

A moto será entregue ainda nesta noite, durante uma sessão itinerante da Câmara de Vereadores no bairro. “Não ficamos só na promessa”, disse Ubirajara ao repórter Fábio Luciano. “Prometemos na semana passada e estamos entregando hoje”, complementou. A moto será utilizada no policiamento ostensivo das ruas de Ferradas.