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Pois Saldanha não se fez de rogado e abriu a coletiva com sua pergunta saudação por cerca de três minutos. De bom humor, após os elogios fáceis e adjetivos escolhidos a dedo, o governador Jaques Wagner respondeu à pergunta e em seguida acenou para Isaac encerrar a coletiva.

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

As entrevistas coletivas concedidas por autoridades e políticos eram consideradas algo relevante, um encontro onde seriam revelados planos, projetos, programas, notícias dignas de bomba. De uma só vez o digníssimo venderia seu peixe e se colocava à disposição dos comunicadores para as devidas explicações de praxe, tirando todas as dúvidas e mal entendidos que por ventura ainda existissem.

Nem sempre as coletivas saem conforme o planejado, com perguntas consideradas inconvenientes ou fora do contexto, causando um mal-estar ao entrevistado e sua trupe – assessores e comunicadores amigos. Presenciei coletivas que acabaram em gargalhadas e outras de final lastimável, após a providencial, necessária e conveniente intervenção da turma do deixa disso.

Nessas ocasiões, o objeto da coletiva cai por terra e a notícia é salva por um sucinto release enviado pela assessoria de comunicação aos veículos de comunicação, prejudicando a informação. E no meio do tiroteio virtual fica a sociedade que não conhecerá dos detalhes da notícia, com a visão diferenciada dos diversos comunicadores presentes.

Mas existem, ainda, as coletivas que contam com a participação de penetras – a favor e do contra o político presente –, que querem mostrar serviço, puxar o saco, dizer que está presente para defendê-lo, quem sabe, até a morte. Exageros à parte, cortam a pergunta do comunicador, ajudam na resposta do entrevistado, fazem discurso tecendo loas, conseguem desagradar mineiros e baianos.

O radialista Elival Saldanha, conhecido como o “Gogó de Ouro” de Ilhéus, se notabilizou pela sua voz, é claro, mas sempre enriquece o seu currículo com outras nuances. Promotor de eventos artísticos no passado, em tempos mais recentes assumiu a realização de festas etílico-gastronômicas em Ilhéus, a exemplo da Feijoada e da Peixada do Jornal Foco Bahia, além do camarote Dubai é Aqui, no Carnaval ilheense.

Mas isso não era tudo para o velho Saldanha, que adorava participar de uma entrevista coletiva. E mais, era sempre o primeiro a perguntar, ou melhor, fazer uma pergunta através de um lauto elogio, a pleno pulmões com a voz que Deus lhe deu. E não abria mão dessa primazia, que proporcionava uma “boa” dor de cabeça nos assessores da autoridade a ser entrevistada.

E não adiantava a lista dos comunicadores inscritos pela ordem na mão do coordenador da coletiva, já que não possuía os pulmões e cordas vocais com força suficiente para abafar a sonora voz do Gogó de Ouro. E como todos já o conheciam e eram amigos, permitiam a primazia da pergunta inaugural, seja quem fosse o entrevistado, não conseguia escapar do questionamento de Saldanha.

E assim aconteceu durante a coletiva concedida pelo governador Jaques Wagner numa abertura do Festival do Chocolate, no Centro de Convenções de Ilhéus. Como estavam presentes 15 profissionais de imprensa, a luta era traçar uma estratégia para dissuadir Saldanha de fazer a primeira pergunta, o que não funcionou, para o desespero dos jornalistas Daniel Thame, Maurício Maron e Isaac Jorge, coordenadores do evento.

Pois Saldanha não se fez de rogado e abriu a coletiva com sua pergunta saudação por cerca de três minutos. De bom humor, após os elogios fáceis e adjetivos escolhidos a dedo, o governador Jaques Wagner respondeu à pergunta e em seguida acenou para Isaac encerrar a coletiva, com apenas oito minutos de duração, para desespero de quem não tinha conseguido fazer uma só pergunta.

E quem disse que Saldanha se sentiu ofendido com o fim da coletiva? Pelo contrário, o Gogó de Ouro se jactava que teria sido o único comunicador a ter a deferência do governador do Estado, e ainda aproveitou a oportunidade para convidar Jaques Wagner a participar do camarote Dubai é Aqui, do Sheik Saldanha. Os jornalistas preteridos não se deram ao trabalho de repreender Saldanha pelo costumeiro comportamento.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Aberto ontem à noite, Festival do Chocolate e Cacau vai até domingo (Foto Pimenta).
Aberto ontem à noite, Festival do Chocolate e Cacau vai até domingo (Foto Pimenta).
Wagner e Marco Lessa na abertura do festival (Foto Pimenta).
Wagner e Lessa na abertura do festival (Foto Pimenta).

A verticalização da cadeia produtiva do cacau é um dos desafios do Sul da Bahia e foi a mensagem presente na abertura da quinta edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Bahia, em Ilhéus, ontem. “Mais importante do que onde estamos é onde podemos chegar”, afirma o diretor da MVU Eventos e idealizar do evento, o publicitário Marco Lessa.

O governador Jaques Wagner foi na mesma linha e ressaltou a evolução do festival em cinco anos, quando saiu de três para 14 o número de produtores de chocolate no sul da Bahia em exposição no Centro de Convenções de Ilhéus. “Temos o cacau e não podemos abrir mão de transformá-lo em chocolate para agregar valor. Por isso temos lutado pelo bom preço do cacau e realizado uma série de ações para apoiar os produtores baianos”, disse Wagner.

As condições para fabricar chocolate com alto teor de cacau são ressaltadas por Lessa como fatores que podem qualificar ainda mais o destino turístico Costa do Cacau. “Temos condições de ser o mais qualificado destino de chocolate do mundo”, disse. Num discurso pontuado pelo combate à ideia de “esperar por milagres”, o publicitário e idealizador do festival apresenta outro desafio. “Vamos cobrir essa região de mais esperança”.

Wagner degusta chocolate com 70% de cacau fabricado em Ibicaraí (Foto Pimenta).
Wagner degusta chocolate com 70% de cacau (Foto Pimenta).

Nessa linha, o publicitário aponta avanços também na intenção de transformar esse apelo em produto turístico, a exemplo da da Rota do Cacau, Rodovia Ilhéus-Uruçuca (BA-262), que tem no seu trajeto belas e conservadas fazendas de cacau e áreas de produção de chocolate. “Não se deve esperar por milagres, mas fazer [acontecer”. A Rota do Cacau é roteiro que está sendo formatado pela Associação de Turismo de Ilhéus (Atil) com a Secretaria Estadual de Turismo.

O FESTIVAL

O Festival do Chocolate e Cacau da Bahia foi aberto ontem (3) e será encerrado no próximo domingo (7). No Centro de Convenções de Ilhéus, haverá palestras com nomes renomados da cadeia do cacau – dentre eles, chocolatiers, oficinas, Feira do Cacau, ChocoCine e espaço para o público infantil (Fábrica de Chocolate), além de concurso de amêndoas.  A entrada é gratuita.

A área de exposição reúne estandes de produtores de chocolates finos com concentração de cacau que chega a 70%, a exemplo da Cacau Bahia, de Ibicaraí, e a Modaka Cacau Gourmet, de Barro Preto. O evento reúne 50 expositores e espera atrair cerca de 30 mil pessoas nos cinco dias.

 

Saulo Fernandes é uma das atrações do festival deste ano.
Saulo Fernandes é uma das atrações do festival deste ano.

SAMBÔ E SAULO FERNANDES

O evento também reúne expressões da música nacional com shows pagos. Neste ano, as atrações confirmadas são o conjunto Sambô e Saulo, ex-Banda Eva, na Arena Chocolate (Concha Acústica). Sambô se apresenta nesta quinta, às 22h, e o show de Saulo será no sábado (6). Ingressos podem ser adquiridos no Stand do Carioca e Encantur (Ilhéus) ou no Shopping Jequitibá (Itabuna). Na área livre, no Centro de Convenções, todas as noites haverá shows gratuitos de artistas regionais.

SERVIÇO

Festival do Chocolate e Cacau
Quando: 3 a 7 de Julho
Onde: Centro de Convenções de Ilhéus
Entrada franca (exceto shows de Sambô e Saulo, na Concha).

Confira programação completa no site www.festivaldochocolate.com/2013/

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Panorâmica da área de acesso aos expositores do festival (Foto Pimenta).

A IV edição do Festival Internacional do Chocolate da Bahia, em Ilhéus, atraiu mais de 20 mil pessoas em quatro dias de evento aberto ao público e gerou contratos importantes para a cadeia produtiva, dentre eles a construção de duas fábricas de chocolate no sul da Bahia.

Uma das unidades industriais que serão instaladas em Ilhéus é a Chor. Os equipamentos já chegaram e a fábrica terá características turísticas. Ela será construída com tecnologia e estrutura que permitirá acompanhar de perto os passos de produção do chocolate.

Lessa: bons negócios.

– É um negócio sensacional do ponto de vista turístico – afirma o promotor do Festival do Chocolate, o publicitário Marco Lessa, da agência M21 e da MVU Eventos. Outra fábrica terá investimento de R$ 3,2 milhões, captados no BNDES por uma cooperativa de produtores.

O publicitário está contente com os resultados alcançados pelo evento. O festival começou em 2009 com a participação de 13 expositores e saltou para 50 neste ano. A participação da indústria chocolateira também deu grande salto. Saiu de 3 para 14, entre as grandes do setor e as de fabrico artesanal.

Houve aumento do número de participantes e palestrantes internacionais no ano em que a Bahia se torna o primeiro destino latino-americano a atrair o Salão do Chocolate, evento que começa amanhã, em Salvador.

Jornais e revistas especializados fizeram cobertura da festival ilheense, destaca Marco Lessa,que cita o The New York Times e a revista portuguesa Volta ao Mundo, além dos brasileiros portal Uol e jornais Estadão, Zero Hora (RS) e Jornal do Comércio (PE).

O festival deste ano abriu espaço para uma combinação da magia do chocolate com as diversas formas de expressão artística (exposições de artes plásticas e fotográfica). Os shows musicais ganharam novo espaço, a Arena Showcolate.

“Neste ano, nós conseguimos ocupar toda a extensão do centro de convenções com a arena”, diz Marco Lessa ao PIMENTA. Vanessa da Mata, O Teatro Mágico, Tiê, Mametto e Ê Crioula! passaram por lá. “A arena terá uma configuração diferente em 2013”.

Festival atraiu mais de 20 mil pessoas ao centro de convenções (Foto Pimenta).

CONCURSO DE AMÊNDOAS

Um dos destaques do festival reúne cacauicultores. É o concurso de amêndoas de cacau. O produtor Pedro Magalhães foi o campeão, José Carlos Assis ficou com o vice e João Tavares obteve a terceira colocação dentre 16 finalistas. A seleção – rigorosa – é feita pela Ceplac.

Um dos méritos do festival é justamente estimular novos costumes na cadeia produtiva do cacau. É da amêndoa de cacau de qualidade que se produz o melhor chocolate, daqueles que estiveram em exposição, degustação e à venda nos diversos estandes do evento que teve parceiros como Governo da Bahia e Prefeitura de Ilhéus e apoio do PIMENTA.

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Programado para acontecer no período de 2 a 6 de junho, no Centro de Convenções de Ilhéus,  II Festival do Chocolate confirma o histórico da edição de 2009, incluindo grandes atrações da MPB em sua programação. Nos dias 4 e 5,  respectivamente, estarão no palco do evento as cantoras Ana Cañas e Adriana Calcanhoto.

Ana é considerada uma das mais recentes grandes revelações da MPB, merecendo elogios de nomes como Chico Buarque de Holanda e Toquinho. Já a cantora e compositora Adriana Calcanhoto é bastante conhecida pelo público, com mais de 2 milhões de discos vendidos e vencedora de um Grammy.

Os ingressos para os shows serão vendidos a partir do dia 17, no Stand do Karioca, agência Encantur (Ilhéus e Itabuna) e no site www.festivaldochocolate.com.

De acordo com o coordenador Marco Lessa, presidente do Convention Bureau, a programação inclui também artistas regionais, que se apresentarão durante todo o evento. O festival, segundo ele, será dividido em três formatos destinados a públicos distintos: a Feira do Chocolate, a Jornada do Chocolate e o Planeta Chocolate.