Nêgo Bispo deixa legado ao pensamento contra-colonial no Brasil || Foto Gongombira
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O intelectual e ativista político Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, faleceu neste domingo (3), em São João do Piauí, a cerca de 450 quilômetros de Teresina. Segundo a família do militante do movimento quilombola informou pelas redes sociais, Bispo morreu devido a uma parada cardiorrespiratória. O velório ocorreu hoje (4), em sua casa, na comunidade quilombola Saco Curtume, em São João do Piauí, onde seu corpo será enterrado, atendendo ao seu pedido.

Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas (PI), em um povoado onde hoje fica a cidade de Francinópolis, Bispo completaria 64 anos no próximo dia 10. Primeiro membro de sua família a ser alfabetizado, Bispo, que, formalmente, só completou o ensino fundamental, era considerado por muitos um dos maiores intelectuais quilombolas do Brasil, tendo publicado dois livros Quilombos, modos e significados (2007) e Colonização, Quilombos: modos e significados (2015), além de vários artigos e poemas.

Em 2012 e 2013, foi professor convidado do Encontro de Saberes, projeto criado pela Universidade de Brasília (UnB) com a proposta de unir o conhecimento acadêmico e popular.

NOVA PERSPECTIVA SOBRE O BRASIL

Dois anos depois, ao escrever a apresentação do primeiro livro de Bispo, o antropólogo e professor aposentado da UnB, José Jorge de Carvalho, afirmou que a obra trazia “uma perspectiva nova no campo de ensaios de interpretação do Brasil: a visão dos quilombos, comunidades de negros que se rebelaram contra a violência do regime escravo e se tornaram historicamente um símbolo maior da luta dos povos do Novo Mundo contra a escravidão e o racismo e pela afirmação de comunidades autossustentáveis.”

Além da atividade intelectual, Bispo atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) – entidade que lamentou a morte de Bispo, apontado como “uma voz singular e significativa no âmbito da literatura e do pensamento quilombola.”

“Sua contribuição inestimável para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola será lembrada e reverenciada por gerações. Neste momento de perda, expressamos nossas condolências à família, amigos e admiradores, e reafirmamos a importância de honrar seu legado e perpetuar suas ideias. Que sua memória inspire e ilumine o caminho daqueles que seguem a luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas”, avaliou a Conaq, em nota.

MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também lamentou o falecimento de Bispo, enfatizando a importância de sua obra. “Seu legado permanecerá inspirando um grande caminho de luta pelo reconhecimento, valorização e preservação da cultura e identidade do povo quilombola.”

Autoridades federais também lamentaram a morte do intelectual. “O Brasil perdeu um importante intelectual quilombola. O piauiense Nego Bispo foi autor de livros, poemas e artigos, além de um ativista social importante das comunidades tradicionais que constituem parte importante da nossa identidade”, escreveu o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em sua conta pessoal no X (antigo Twitter).

“Um dos maiores pensadores da nossa época ancestralizou. Nego Bispo fez a passagem e deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro”, comentou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “Este importante pensador brasileiro e ativista quilombola deixa um legado inesquecível para a cultura nacional”, destacou o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.

RICHARD SANTOS: CONTRIBUIÇÃO INCOMENSURÁVEL 

Para o jornalista e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Richard Santos, Bispo prestou uma contribuição “incomensurável” ao transcender as fronteiras de seu meio e, a exemplo do filósofo indígena Ailton Krenak, ajudar a conectar mundos e saberes que, “muitas vezes, não se conectam automaticamente”.

“Principalmente no âmbito da contracolonização”, disse Santos à Agência Brasil ao referir-se a um conceito-chave do pensamento do intelectual quilombola. Em sua obra, Bispo defendia que os modos de vida e os conhecimentos tradicionais, sobretudo quilombola, como um antídoto a interpretações e conceitos resultantes de um ponto de vista colonialista, hegemônico.

“Ele apontava a importância de valorizarmos os saberes descentrados, aquilo que um outro grande pensador baiano, Alberto Guerreiro Ramos, chamou de redução sociológica: uma filosofia, uma sociologia feita a partir daqui [do nosso país e de nosso continente]; com os aprendizados e a cultura daqui, sem reproduzir os padrões hegemônicos dominantes”, acrescentou Santos. “A originalidade de Nêgo Bispo, seus processos, resultam dele ser um intelectual orgânico, oriundo dos movimentos sociais. E que reflete sobre a história dos quilombos e sobre sua própria construção enquanto quilombola. O alcance da sua obra deve-se [ao fato] dele fazer um diálogo que foge ao academicismo e que é capaz de atingir tanto a leigos, quanto a acadêmicos. São raras as pessoas que conseguem [produzir] uma escrita e uma narrativa tão ampla”, finalizou Santos. D’Agência Brasil.

Há cerca de 10 vagas na área de atacarejo em Itabuna nesta segunda || Foto Fabiano Marrom/RedePara
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A semana começa com oferta de 111 vagas de estágio e de emprego em municípios das regiões sul, extremo-sul e sudoeste do Estado com intermediação do SineBahia. São 49 oportunidades em Itabuna, 29 em Jequié, 17 em Ilhéus e 16 em Porto Seguro nesta segunda-feira (14).

A oferta salarial pode chegar a R$ 5,9 mil. Há, ainda, 5 vagas de estágio remunerado em Itabuna. Os interessados nas mais de 110 vagas nos quatro municípios devem procurar as unidades do SineBahia, ainda hoje, até as 15h30min, munidos de carteiras de Trabalho e de Identidade, CPF e comprovantes de residência e de escolaridade.

A unidade do SineBahia de Porto Seguro funciona no Central Park, no Centro. Em Itabuna, o atendimento é no andar superior do Shopping Jequitibá, na Beira-Rio. Já em Ilhéus, o interessado deve se dirigir à Rua Eustáquio Bastos, no Centro. A unidade de Jequié está situada na Avenida Octávio Mangabeira, no Mandacaru. Clique em Leia Mais e confira todas as vagas.

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Mix Mateus é das empresas com vagas de emprego nesta quinta-feira (10) || Foto Divulgação
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Quinta-feira (10) com oferta de quase 100 vagas de emprego e de estágio com intermediação do SineBahia em três dos maiores municípios do sul e do sudoeste do Estado. De acordo com o serviço estadual, são 55 oportunidades em Itabuna, 31 em Jequié e 11 em Ilhéus.

As vagas em Itabuna são em áreas como educação, serviços, comércio. Algumas das oportunidades são ofertadas pelo atacarejo Mix Mateus, unidade que será aberta neste segundo semestre, na saída de Itabuna para Ilhéus. As oportunidades em Jequié estão concentradas na indústria. Em Ilhéus, oportunidades para fotógrafos, área de mecânica e contabilidade.

Os interessados devem procurar unidades do SineBahia, no máximo, até as 15h30min de hoje, munidos de carteiras de Trabalho e de Identidade, CPF e comprovantes de escolaridade e de residência.

A unidade de Itabuna atende no Shopping Jequitibá, na Beira-Rio. A de Ilhéus, ao lado do Mercado do Artesanato e em frente à Praça Cairu. Quem reside em Jequié, deve se dirigir à Avenida Octávio Mangabeira, no Mandacaru. Clique em Leia Mais, abaixo, e confira todas as oportunidades para esta quinta-feira.

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A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) prorrogou até as 15h desta quarta-feira (18) as inscrições para o vestibular 2022, que oferta 1.264 vagas em 47 cursos de graduação. O processo seletivo conta com reserva de vagas e cotas adicionais para grupos historicamente excluídos das universidades, a exemplo de negros e indígenas.

Nos casos de Filosofia, Psicologia e Medicina, no campus de Vitória da Conquista, e de Farmácia, no campus de Jequié, as vagas são voltadas, exclusivamente, para o vestibular, pois esses cursos não foram incluídos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2022. Confira o quadro de vagas neste link.

A inscrição custa R$ 100,00 e deve ser feita no site do Instituto Avalia, responsável pelo certame. A confirmação do pagamento da taxa é validada em até quatro dias úteis e pode ser acompanhada no sistema de inscrição.

Mais informações podem ser obtidas no edital do vestibular, pelos telefones 73 3528-9695 e 77 3424-8721 (WhatsApp) e por e-mail (vestibular@uesb.edu.br).

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A educadora ilheense Elisa Oliveira lança coleção de livros infantojuvenil de Filosofia, na próxima terça-feira (26), às 15h, no auditório da Torre Administrativa da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). A coleção é uma publicação da Editus e é composta por oito livros com textos leves, simples e, ao mesmo tempo, profundos.

Os livros são um convite à reflexão de temas como amizade, liberdade, respeito à diversidade, antirracismo, adoção, silêncio, afetos, autoconhecimento e ponto de vista. “São livros para todas as infâncias. A experiência do leitor, o interesse pela temática, a forma como a leitura pode ser mediada, independente de idade, nos permite acessar diferentes níveis de reflexão e profundidade nas discussões”, explica Elisa.

A educadora também é a autora das coleções Aprendiz de Filósofo e Cogito Ergo Sum, ambas livros didáticos para o ensino da Filosofia no ensino Fundamental, área do conhecimento em que a autora se dedica há mais de 20 anos. Suas coleções são adotadas por escolas em Ilhéus, Itabuna, Arraial D’Ajuda (Porto Seguro) e Rio de Janeiro.

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Sigamos sem culpa, com a certeza de que precisaremos plantar o maior jardim possível de girassóis. Sejamos cada um de nós um girassol!

Efson Lima

Quis o destino que as diversas circunstâncias impusessem desafios ao nosso tempo. Não bastava a Pandemia de Covid-19, temos as mazelas humanas da gestão no plano federal. O processo eleitoral de 2018 se mostrou turvo. Parecia que remava contra a ordem, tudo indicava para a escolha do gestor que está a (não) gerir a República Federativa do Brasil. Muito já se discutiu, inclusive a necessidade de se examiná-lo mentalmente. Deixemos de lado e sigamos, sem deixar de apurar as suas responsabilidades.

Salvo melhor juízo, não podemos tratar uma pessoa que desdenha do uso da máscara, que incentiva o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para a Covid-19 como se fosse uma pessoa que sofra de algum transtorno mental. Estaríamos sendo coniventes. Não obstante, o não-gestor faz questão de colaborar com algumas aglomerações. Peço licença para abusar da paciência de meu leitor, pois preciso informá-lo que estou a dizer de uma pessoa comum, visto que o nosso presidente faz tudo conforme recomenda a ciência…

Com o anunciar da pandemia e o nosso recolhimento em casa, comentou-se que as artes entrariam em um processo de profundo avivamento. Melhores livros seriam produzidos, os pesquisadores responderiam nossos anseios, as músicas seriam melhores. As telas seriam pintadas como nunca. A filosofia se encarregaria de nos oferecer um alento.  Novos talentos surgiriam.

Depois de algum tempo, temos um contingente jamais visto de desempregados; nunca fizemos tantas vaquinhas. A solidariedade foi testada e colocada à prova. Estamos resistindo, ajudando… Mas por outro lado, não conseguimos contabilizar todos os nossos mortos de forma fidedigna. Não temos tempo de enfrentar o luto. Não conseguimos ver o rosto daquele que partiu. Os protocolos são rígidos.

Mesmo assim, em que pese estarmos desgovernados, à deriva, sem liderança para enfrentar o inimigo invisível, não podemos deixar de semear esperança. Colocar a máscara no rosto, usar o álcool a 70% e contar com a vacina em cada ombro. Torcendo sempre para que nenhuma dose tenha a capacidade de nos transformar em jacaré.

O tempo pode estar sombrio, mas luzes não nos colocaram nas trevas. A sociedade brasileira depois de uma caminhada tem percebido que precisa ir em outra direção. A sociedade tem percebido que falas racistas, lgbtfóbicas, o não comprometimento com o meio ambiente, o estímulo à violência por meio da defesa pessoal e do porte de arma não colaboram com a democracia, pelo contrário, sinaliza o comportamento de pessoas descompromissadas com o humano.

Falta empatia em alguns, mas temos percebido que sobra empatia na maior parte dos brasileiros. Sigamos! Amanhã haverá de ser outro dia e esperamos que pessoas comuns, como eu, sejam responsáveis. Sigamos sem culpa, com a certeza de que precisaremos plantar o maior jardim possível de girassóis. Sejamos cada um de nós um girassol!

Efson Lima é professor universitário, advogado, professor e mestre e doutor em Direito/UFBA.

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Vereadora mais votada de São Paulo em 2020, Erika Hilton (PSOL) é a entrevistada desta sexta-feira (23), às 19h, do Canal Prosa Filosófica. O professor Aldineto Miranda, do IFBA, abordará Direitos Humanos, luta por equidade para a população negra e combate a discriminação contra a comunidade LGBTQIA no papo com a vereadora.

A entrevista poderá ser acompanhada pelo Youtube, no Canal Prosa Filosófica (clique aqui).

Uesc é segunda colocada em ranking internacional
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A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) suspendeu as inscrições para os cursos de Medicina, Filosofia e Ciências Sociais por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação.

De acordo a instituição, a medida foi necessária por causa dos impactos da pandemia de Covid-19 nas atividades acadêmicas desde 2020, com reflexos no ano letivo atual, que inviabilizaram a recepção de novos alunos nos cursos afetados.

Nesta terça-feira (6), a Uesc abriu as inscrições para os cursos de graduação via Sisu – veja aqui. Redação com TV Santa Cruz.

Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc)
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Os cursos de graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, oferecem 1.323 vagas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). As inscrições começaram nesta terça-feira (6) e vão até sexta (9). O resultado sairá na próxima terça-feira (13).

A Uesc, em nota pública sobre o processo seletivo, chamou a atenção dos candidatos para as regras estabelecidas no Edital nº 038/2021 e no Termo de Adesão ao Sisu, a exemplo das etapas de solicitação, homologação e confirmação da matrícula.

De acordo com o edital, compete exclusivamente ao candidato se certificar de que cumpre os requisitos para concorrer às vagas destinadas às políticas de ações afirmativas, sob pena de perder o direito à vaga, caso não sejam comprovados.

AS GRADUAÇÕES DA UESC 

São mais de 30 cursos de graduação na Uesc, com licenciatura e bacharelado em Administração, Agronomia, Biomedicina, Comunicação Social, Ciências Sociais, Contábeis, Computação, Ciências Biológicas, Direito, Economia, Educação Física, Enfermagem, Engenharia civil, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Filosofia, Física, Geografia, História, Línguas Estrangeiras Aplicadas (LEA), Letras, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária, Pedagogia e Química.

Marcia Tiburi é a convidada desta quinta na Prosa Filosófica
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A filósofa e artista plástica Marcia Tiburi é a convidada desta quinta-feira (21) de live (transmissão ao vivo) do Canal Prosa Filosófica. Ela será entrevistada pelo professor Aldineto Miranda, formado em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). A live começa às 17h, hoje.

Marcia Tiburi é doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com ênfase em Filosofia Contemporânea e seus principais temas vão de ética a estética e feminismo. Para acompanhar a live, basta acessar o canal clicando aqui.

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Professor Nilton Lavigne, da Uesc, faleceu aos 74 anos

O professor Nilton Lavigne, de 74 anos, faleceu nesta quinta-feira (27), no Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna, vítima de complicações cardíacas. Nascido em Itajuípe, Nilton Lavigne era professor do Curso de Filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Nilton Lavigne formou-se em nível superior pela extinta Faculdade de Filosofia de Itabuna (Fafi), uma das instituições que mais tarde deram origem à Fespi, hoje Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Especializou-se em Filosofia pela Fusve (RJ).

Além de Filosofia, também foi professor de Artes no Colégio Gato de Botas (Nossa Senhora da Glória), lecionou no Imeam e coordenou o Projeto Teatro para Estudantes. Educador dos mais respeitados e antigos da universidade sul-baiana, ele dirigiu o Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH) e o colegiado do Curso de Filosofia da Uesc

Amigo e aluno de Nilton Lavigne, o jornalista Ederivaldo Benedito lembra do educador como uma das figuras mais bonitas que a geração dos anos 1960 a 1980 conheceu. “Nilton Lavigne foi uma figura doce, calma, inteligente, de bem com a vida. Era um bom papo, principalmente sobre literatura e Teatro. Foi meu professor no curso de Filosofia da Uesc e um grande parceiro da noite itabunense”, disse Benedito.

VELÓRIO

O corpo de Nilton está sendo velado no SAF, na Rua Juca Leão, em Itabuna, em frente ao Grapiúna Tênis Clube (GTC). O enterro será às 14h desta sexta (28), no Cemitério Campo Santo, em Itabuna. A Reitoria da Uesc lamentou a perda

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harrison leiteHarrison Leite | harrison@harrisonleite.com

 

Política é um essencial componente da liberdade humana, pois, além de propiciar o crescimento das pessoas, participar da vida pública é vital para o ser humano. O seu repúdio é uma espécie de negação à autonomia pessoal.

 

O livro The promise of politics, de Hannah Arendt, deveria ser leitura obrigatória nas academias. Se, por um lado, desmistifica a concepção errônea de política que nos foi passada, por outro, encoraja-nos no exercício de um papel ativo em prol de mudanças sociais.

Segundo a autora, parte da aversão à política deve-se a Platão, que deformou o seu sentido, criando uma lacuna entre o pensar e o agir, o que formaria a concepção da política por séculos. Embora os romanos estivessem afeitos a questões políticas, Roma não produziu nem um filósofo à altura de ir de encontro às ideias gregas. Em Marx também não se encontra uma valorização da política. Ao contrário, o autor evidencia desinteresse ao venerar o trabalho e a produção ao invés de uma atividade pluralística de discurso político.

Na sociedade moderna, o repúdio à política ainda é muito presente. As pessoas têm negativas pressuposições sobre as atividades políticas. Assim é que política está associada com corrupção, tirania, desonestidade, burocracia, o que acaba por desencadear diversos pensamentos em diferentes contextos. Ainda mais no século XXI, em que permanecem vivos na memória os reflexos do totalitarismo presente em diversos países. Daí um prejuízo incalculável na reputação e valorização das atividades políticas.

Política é um essencial componente da liberdade humana, pois, além de propiciar o crescimento das pessoas, participar da vida pública é vital para o ser humano. O seu repúdio é uma espécie de negação à autonomia pessoal. Política significa a exteriorização de cada indivíduo do que entende útil para o aperfeiçoamento da sociedade em que vive. Das muitas formas de participar, dentre elas com o voto, fazer política é sair da passividade e sentir-se agente atuante na modificação dos rumos da sociedade em que se vive.

Política é o que os homens fazem juntos e se desenvolve de modo diferente entre eles. Daí a necessária pluralidade, o discurso, a não-coerção e a igual liberdade de discussão. O caminho para se livrar de totalitarismo ou política do gênero é a paixão e a ação dos cidadãos. A participação de todos é indispensável.

O direito, por sua vez, exerce papel fundamental na concretização da política: estabelece as pré-condições para a sua realização. Cria o espaço para a política ocorrer. Espaço sem direitos são políticas vazias. Assim, o direito não restringe as ações políticas, antes, as incentiva.

Quando se analisa o direito constitucional, por exemplo, percebe-se a criação de vários espaços políticos, como promoção de bem-estar, garantia de direitos fundamentais e sociais, fiscalização dos gastos públicos pelos cidadãos, ideal de orçamento participativo, dentre outros. Em surgindo alguma lei limitando esse espaço, o controle de constitucionalidade certamente banirá a sua aplicação.

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Professor Aldineto MirandaAldineto Miranda | erosaldi@hotmail.com

Vigiem senhores e senhoras! Vigiem seus pensamentos, palavras e ações, pois podem se tornar cruéis atitudes ou posturas belíssimas. A decisão é sempre nossa.

“A religião é o ópio do povo”. Com essa frase Karl Marx, pensador alemão, define com maestria uma das facetas que a religião pode adquirir. Certamente, estamos vivenciando uma epocalidade de crise: meio ambiente clamando por cuidados, relativização de valores, desenvolvimento tecnológico convivendo com a miséria e sofrimento de muitos seres humanos, adultos infantilizados, crianças e adolescentes tragados pelo tráfico, ou dependentes de drogas; alienados, depressivos, oprimidos.

Em meio a toda essa crise social, vemos o proliferar de igrejas – das mais variadas denominações – prometendo as benesses de um céu perfeito, e, para isso, fomentam o fanatismo e incitam o ódio contra qualquer outro tipo de postura diferenciada, fazendo com que muitos jovens e adultos utilizem uma forma de alienação que não é química (das drogas ilícitas), porém é uma forma de alienação ideológica ocasionada pelo entorpecimento das consciências. Ambas possuem o mesmo efeito: destróem o cérebro, a capacidade de escolha,  deixando as pessoas, que escolhem fazer uso delas, sem poderem mais escolher, abrem mão de ser indivíduos e se tornam fantoches.

O desespero é o terreno fértil para o fanatismo e a intolerância, e o discurso religioso que exclui, marginaliza, seleciona, é cruel, ainda que se realize em nome de Deus – na verdade, ser realizado em nome de um ser superior é o que o torna ainda mais nefasto.

Quem diz que A ou B vai está condenado à perdição eterna, inferno, ou algo parecido,  porque tem outro pensamento religioso, uma orientação sexual  diferente, uma opção de vida incomum, assume uma postura intolerante e intransigente, e se identifica com tudo que é mais diabólico. Lembrem que a palavra diabo, etimologicamente, provém do grego diabolo e significa separação, divisão. Ou seja, tudo o que exclui, separa, é diabólico. O contrário dessa categoria é o símbolo, tudo o que une, acrescenta, mistura, é simbólico. O sincretismo é simbólico, o amor provoca sinergia, por isso é um sentimento lindo que cria beleza, prazer e vida!  Cristo sabia disso, por isso ressaltou o amor como principal mandamento.

Dentre as religiões, ressalto a beleza da mística do candomblé, que resistiu ao racismo eurocêntrico sincretizando-se com o catolicismo e outras manifestações religiosas. Por ser uma religião que agrega, nele não há espaço para o diabo, pois não existe o diabólico. Tudo é simbólico!

Ouso não concordar totalmente com  o Marx. Eu não diria que a religião é o ópio, mas diria que algumas posturas, pseudo religiosas, são uma praga para o desenvolvimento da humanidade, tão grave quanto o crack. A religião é uma faca de dois gumes bem afiados,  podendo libertar ou aprisionar o indivíduo.

O problema não é a religião em si. Gandhi, líder religioso indiano, representativo de uma postura  respeitosa e amorosa, já afirmava que um homem sem religião é como um barco sem direção. O que critico, indignadamente, são as denominações religiosas e pessoas recheadas de intolerância e fanatismo, pois disto tenho medo, tenho muito medo! Medo que mais uma vez o horror de uma espécie de inquisição contemporânea volte a acontecer.

Ao mesmo tempo sinto um fio de esperança ao ver um líder religioso, como o papa Francisco, ao ser perguntado sobre a postura homossexual, responder: “Quem sou eu para julgar?”, afirmando posteriormente que não se deve marginalizar as pessoas. Postura humilde, de um líder carismático e sensato.

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Milanesi.
Milanesi: odontologia em Ilhéus.

Portaria publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União autoriza a implantação do curso de Odontologia na Faculdade de Ilhéus. A instituição poderá oferecer até 100 vagas de graduação, conforme ato assinado pelo secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Jorge Rodrigo Araújo Messias.
A faculdade já implantou os laboratórios e gabinetes dentários exigidos para o funcionamento do curso e o vestibular para a primeira turma será aberto dentro dos próximos dias, segundo Almir Milanesi, diretor da instituição.
Milanesi ressalta que o curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus será o primeiro da macrorregião sul-baiana. O curso mais próximo é da área pública, oferecido pela Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (Uesb), em Jequié.
ENGENHARIA DE PETRÓLEO
O Ministério da Educação também autorizou novos cursos na Faculdade Regional de Alagoinhas: Engenharia de Petróleo e Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Já na Faculdade Hélio Rocha, em Salvador, foi autorizado o curso de Engenharia de Produção.
Por meio de outra portaria, a 121, o MEC reconheceu o curso de Filosofia, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).