Tempo de leitura: 2 minutosJuliana Soledade | jsoledade@uol.com.br
Mesmo que a formalidade não aceite a exploração de estacionamento em vias públicas, elas estão loteadas e cheias de ‘donos’ que se auto-intitulam proprietários dos locais de maior movimento
Desde o fim da zona azul em Itabuna que a guerra dos “flanelinhas” se alastrou de maneira assustadora na cidade. Ameaças, brigas e muita confusão, caso não pague a gorjeta por ter supostamente olhado o teu veículo. O exercício ilegal de profissão passa notoriamente despercebido pelos olhos da polícia e da prefeitura. Os flanelinhas ou guardadores de carro amedrontam pessoas de paz e bem.
Além de colecionar passagens pela polícia por furto e roubo na grande maioria dos casos, a cobrança de um serviço não solicitado normalmente vem acompanhada de ameaças implícitas. Quando não se contentam com o valor pago pelo “devedor”, a maneira de intimidar acaba sendo mais drástica e violenta, afinal é do conhecimento de todos que, por muitas vezes, o flanelinha praticam violências diretas ao condutor, sejam físicas ou verbais, quando não causam danos ao veiculo.
Em tese não se pode legitimar uma apropriação de um espaço público e muito menos efetuar cobrança imposta por um particular. Porém, esta atitude é visivelmente ignorada e de total ineficácia na repressão de delitos decorrentes da atividade ilícita, pois, de origem regular, mas que constitucionalmente é atribuído aos órgãos estatais, que pouco se importam pelo bem-estar do contribuinte.
Necessário mesmo seriam profissionais habilitados e capacitados, com tabela de preço fixo, com profissão regulamentada e legal. Por que não habilitar os flanelinhas? A responsabilidade dessa habilitação seria do poder público?
Mesmo que a formalidade não aceite a exploração de estacionamento em vias públicas, elas estão loteadas e cheias de ‘donos’ que se auto-intitulam proprietários dos locais de maior movimento, causando muitas vezes entre eles, brigas e discussões, de forma violenta e em alguns casos, fazendo o uso de armas, em ambiente público, a vista de todos.
O uso de drogas por eles, em pleno centro da cidade, também assusta muito. De diversos tipos e espécies, somos obrigados a presenciar e prever a reação indeterminada.
Apesar de toda esta enorme reprovação da sociedade em vista a essa abordagem injusta e cotidiana, inexistem condutas de repressão e fiscalização. Não vemos uma atitude direta dos órgãos competentes. Contudo, em momentos de alto grau de ameaça e/ou violência aplicada, a atitude da Policia é deter e liberar logo em seguida, retornando aos seus ‘pontos’, e que sempre revolta a população pelo descaso do poder público.
Apenas reprimir não é solução, é necessário pensar na inclusão e justiça social, fiscalizar, oferecer também qualidade de vida, combate eficiente contra as drogas. Contudo, será que eles estão dispostos a mudar ou levar esta vida é preferência? Resolver a problemática talvez seja difícil do que os ‘doze trabalhos de Hercules’, porém tento incansavelmente acreditar que um dia isso pode mudar.
Juliana Soledade é graduanda em Direito.