Jipe caracterizado na estrada e na porta de uma oficina || Fotomontagem
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O diagnóstico dos médicos declarou falência dos órgãos, mas em qualquer oficina mecânica em que buscasse uma reforma mais robusta, por certo diriam que bateu o motor, encavalou a caixa de marcha, estourou o diferencial e sofreu um curto circuito na instalação elétrica: deu PT, a famosa perda total.

 

Walmir Rosário

Em todas as cidades, não importa o tamanho, existem figuras de destaque na sociedade. É verdade que algumas delas são vista de forma jocosa, em função de alguma deficiência física ou mental. Mesmo hoje, com o império do politicamente correto, essas pessoas ainda são motivos de risos, gozações, muitas das vezes respondendo com palavrões os chistes a eles dirigidos, muitas das vezes atirando pedras, paus, o que tiver às mãos.

No meu tempo de menino – e já vão muitos anos – Itabuna convivia com seus personagens, muitos deles tinham as ruas como residência e em locais fixos, em baixo de marquises seguras ou local melhor para mendigarem. Outros, vinham diariamente de cidades próximas, e outro grupo residiam com seus familiares, mas ganhavam as ruas e também eram motivos de gozações.

Um deles era o Jipe, com certidão de nascimento e batizado com o nome de Afrânio Batista Queiroz, que se caracterizava de Jeep Willys. Sim, isso mesmo, e com o que tinha de melhor entre os acessórios para equipar esses veículos, que eram os mais vendidos por ter estrutura para enfrentar as piores estradas. E revestido intelectualmente por dentro, e acessoriamente por fora de jeep, percorria ruas e estradas de Itabuna e região.

Na cidade em que estivesse Jipe visitava os pontos de táxis, geralmente aqueles carrões americanos das marcas Hudson, Ford, Chevrolet, Desoto, Oldmosbile, Rurais e Jeeps, estes em grande maioria. Conversava pouco e ouvia muito. Era observador por natureza, por ser circunspeto, calado, até. Ninguém sabia o que ele realmente pensava e qual a comparação que faria entre um verdadeiro jeep e o que pensava ser, pois não externava. Um simples sonho ou uma incorporada realidade…

Pelo que sempre contavam, ainda adolescente Afrânio teria pedido ao pai – um alfaiate – um jeep de presente, promessa nunca cumprida, o que teria mexido com sua cabeça, o deixando abilolado, como diziam. E como um jeep de verdade, o Jipe itabunense portava uma lanterna representando os faróis dianteiros, uma antena bem alta para que seu imaginário rádio não falhasse na viagem, um caixote pouco acima de suas nádegas, exatamente como o porta-malas de um jeep e uma lanterna traseira com lente vermelha e que acendia quando “freava”.

Com as mãos empunhava um espelho retrovisor, a antena, um pequeno equipamento pisca-pisca para sinalizar a mudança de direção, além de uma flanela na qual limpava o suor do rosto e os equipamentos. E o conhecido Jipe obedecida cegamente a legislação do trânsito, parando nos sinais quando vermelho e dava partida assim que a luz verde era acesa. Jamais infringia o Código de Trânsito, mesmo sem ter estudado.

Por onde passava chamava a atenção, tanto por sua indumentária e acessórios, quanto pela seriedade que se comportava. Se era cumprimentado respondia ao cumprimento com uma buzinada e seguia em frente. Pouco se importava quando a criançada – e até alguns adultos gaiatos – gozavam com sua cara. Caso continuassem com os chistes, aí sim, partia pra cima com vigor, apesar de sua pequena estatura.

Sempre me encontrava com Jipe pelas ruas, ou na grande concessionária da Willys Overland do Brasil em Itabuna, a empresa J. S. Pinheiro e Irmãos. Ali ele se sentia à vontade no meio dos veículos expostos à venda e na oficina, onde conversava com os mecânicos, todos seus amigos. Frequentemente se sentava à frente de um dos sócios, Tote Pinheiro, ouvia atentamente a conversa com os compradores, embora jamais se intrometesse. Apenas observava atentamente.

A cada semana Jipe visitava uma das cidades circunvizinhas de Itabuna, a exemplo de Buerarema e Itajuípe (20 km) e Ilhéus (30 km). Nessas viagens contava com a colaboração dos donos de bares e restaurantes, que lhe forneciam alimentação gratuita (água para o radiador, gasolina e troca de óleo, dizia). Dizem que já foi até Jequié para viajar na Rio-Bahia (BR-116). Nas estradas asfaltadas circulava pelo acostamento, sem descuidar do retrovisor e da sinalização com o pisca-pisca. O certo é que nunca sofreu ou causou um acidente.

Nascido em 1918, aos 65 anos de idade, após muitos problemas de saúde, passou a morar no Abrigo São Francisco, onde ficou até 31 de março de 2010, quando foi a óbito aos 92 anos de vida. O diagnóstico dos médicos declarou falência dos órgãos, mas em qualquer oficina mecânica em que buscasse uma reforma mais robusta, por certo diriam que bateu o motor, encavalou a caixa de marcha, estourou o diferencial e sofreu um curto circuito na instalação elétrica: deu PT, a famosa perda total.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado, além de autor de livros como Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Jerônimo Rodrigues e a secretária de Educação, Adélia Pinheiro, em visita a Ilhéus || Foto Pimenta
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Quando a Ford anunciou o encerramento da produção no Brasil, em janeiro de 2021, ninguém teve dúvidas de que o baque seria enorme na Bahia. Naquele ano, o tombo da indústria de transformação baiana foi de 14,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Quase cinco mil pessoas foram desligadas da fábrica localizada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Dois anos depois, a chinesa Build Your Dreams (BYD) negocia a compra da antiga planta da Ford.

Escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Jerônimo Rodrigues integrará a comitiva brasileira na missão diplomática na China, maior parceiro econômico do Brasil desde 2009. O protocolo de intenções da Bahia para assegurar a vinda da BYD é um dos documentos na bagagem do governador, conforme ele disse ao PIMENTA, nesta quinta-feira (23), na inauguração do Colégio Estadual Professor Carlos Roberto Arléo Barbosa, em Ilhéus.

A decisão final será das empresas envolvidas nas tratativas, mas o Governo não desistirá da montadora chinesa se a compra da planta não for adiante, ressaltou Jerônimo. “A BYD quer se implantar em Çamaçari, na área da Ford. É bom que a gente entenda que o Estado não se mete nisso, é uma negociação entre a Ford e a BYD. O que a gente pode fazer é chamar as duas [empresas] e dizer: a gente está disposto, tem incentivos. Se não der certo, a gente bota uma infraestrutura, compra um terreno. E é assim”.

Lula e Jerônimo serão recebidos pelo presidente da China, Xi Jinping, na próxima terça-feira (28). No encontro, além do destino da antiga planta da Ford, o governador pretende discutir outros empreendimentos, como a retomada das obras do VLT de Salvador e a construção da ponte Salvador-Itaparica. “Tem outras [iniciativas] que a gente não pode falar muito ainda, porque depende do capital privado, mas estamos com boas intenções e boas expectativas sobre isso”.

Jerônimo com o senador Jaques Wagner, Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa
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A Bahia deve ganhar uma montadora de veículos e recuperar parte dos empregos perdidos com o fechamento da Ford, em 2021, em Camaçari, na Região Metropolitana. De acordo com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), um dos itens da pauta do presidente Luz Inácio Lula da Silva durante visita à China será a instalação da montadora BYD na Bahia. A empresa já atua no estado, onde é responsável pelo projeto SkyRail (monotrilho) em Salvador, com o VLT do Subúrbio.

“Vem aí a retomada do desenvolvimento industrial do nosso Nordeste! O governo Lula negocia a instalação da montadora chinesa BYD, onde funcionava a antiga fábrica da Ford, em Camaçari. Lula vai visitar a China e dialogar sobre a instalação. Estamos na torcida!”, anunciou Jerônimo Rodrigues em publicação na sua conta oficial do Twitter.

O presidente Lula deve viajar à China no dia 28 de março e ficará por quatro dias em Pequim. O presidente brasileiro terá agenda com o líder chinês Xi Jinping, quando discutirá novos investimentos daquele país no Brasil.

A empresa chinesa BYD chegou ao Brasil em 2015,com inauguração, em Campinas (SP), da primeira fábrica de montagem de ônibus 100% elétricos. Em 2017, abriu uma segunda fábrica, também em Campinas, para a produção de módulos fotovoltaicos.

Em 2020, a empresa iniciou a operação de sua terceira fábrica no Brasil, no Polo Industrial de Manaus (PIM), dedicada à produção de baterias de fosfato de ferro-lítio (LiFePO4) para abastecer a frota de ônibus elétricos. A BYD também comercializa no Brasil empilhadeiras, vans, caminhões, furgões e automóveis elétricos e não poluentes.

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Ícaro Mota é consultor automotivo

É uma verdade que a fábrica da Ford fechou suas portas aqui no Brasil. Mas o que poucos sabem é que ela continua vendendo carros aqui no país. Pois, bem, se você pensa que a Ranger, Focus e Fusion eram fabricados aqui, está totalmente enganado.

É bastante comum ver esses carros rodando na cidade, e quero lhe informar que a Ford sempre os vendeu por importação. É isso mesmo! Nunca foi diferente de agora. As opções de compra atuais são: Transit, Territory, Bronco, Mustang (esportivo e pick-up) e a interminável Ranger.

Realmente, o que parou de ser comercializado por aqui foram o Ka sedan, Ka hatch e o Ecosport, pois a ford entendeu que esses carros de “entrada” – populares – não geravam o lucro necessário para se manter em produção.

Então, por ser inviável em relação aos custos, as fábricas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP) encerraram suas atividades.

Você continuará a ver carros da Ford no Brasil por muito tempo. E é possível comprar qualquer um desses itens que estão disponíveis no “cardápio”.

Ícaro Mota é consultor automotivo e diretor da I´CAR. A coluna é publicada às sextas-feiras.

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Ícaro Mota é consultor automotivo

Vocês, meus amigos reparadores (mecânicos) e proprietários de Ford Ka, Fiesta e Ecosport equipados com motor Zetec Rocam 1.0 e 1.6 fabricados entre os anos 2000 e 2014, com certeza, sabem que o “Calcanhar de Aquiles” desses carros é a válvula termostática. Pois, bem. Dentre esses anos existem dois tipos dessas peças. A primeira é a usada em carros somente à gasolina, e a outra em carros flex.

O defeito em questão para conhecimento de todos os nossos leitores, é que a válvula trabalha associada a um sensor de temperatura, e quando o motor do carro atinge em torno de 92°C, essa peça deverá se comprimir, abrindo um espaço dentro da carcaça por onde circulará o líquido refrigerante ainda frio, e fará com que a temperatura diminua, evitando o superaquecimento.

Para você saber se realmente é esse item que está com defeito, basta, com o carro ligado em torno de 10 minutos, verificar as mangueiras inferior e superior do radiador. Elas devem estar com temperaturas semelhantes, você pode colher essa informação através de um aparelho de medição de temperatura a laser. Ou, para quem tem mais perícia, consegue identificar somente tocando-as.

É sabido que a válvula que equipa o motor flex é blindada, e quando ela dá defeito, é necessário que seja substituída em sua totalidade. Por outro lado, a equipada no motor somente a gasolina, a válvula é apenas um refil, e pode ser trocada apenas ela – caso os outros componentes estejam íntegros.

Volto-me nesse momento aos reparadores. Você já pegou alguma situação em relação ao motor somente à gasolina, onde, foi trocado a válvula (refil), e o carro voltou a apresentar o mesmo defeito, e você levou a peça para fazer o procedimento de garantia ou até mesmo trocar de marca, e mesmo assim, não resolveu?

Se você já passou por isso, e a dor de cabeça veio junto, receba essa dica de ouro…

Literalmente, digo no imperativo!

1 – Retire a válvula (refil)

2 – Pegue uma broca de ferro que tenha a mesma espessura de um palito de dente, e faça 5 furos espalhados na base da peça.

3 – Instale novamente a peça

4 – Abasteça novamente o líquido refrigerante

5 – Tire o ar do sistema

6 – Funcione o motor do carro

7 – E assim, como num truque de mágica, o problema desaparecerá!

Ícaro Mota é consultor automotivo e diretor da I´CAR. A coluna é publicada às sextas-feiras.

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O Ford Ka fabricado a partir de 2014, equipado com o propulsor 1.0 de 3 cilindros, possui duplo comando de válvulas variável Ti-VCT, que conta com 4 válvulas por cilindro (total de 12). A sua correia de distribuição, também conhecida popularmente por correia dentada, tem um regime de trabalho “especial”. Diferentemente dos demais carros, essa correia “trabalha” em lubrificação permanente. Ou seja, ela fica submersa no óleo lubrificante durante toda a sua vida útil.

Segundo recomendações do fabricante, a sua troca deverá ser efetuada a cada 240 mil km ou 10 anos. Porém, encontra-se aí o “x” da questão! Pelo fato da correia ficar submersa no óleo, já temos que “ligar a chave” e saber que o material que a compõe é diferente das demais, pois as outras correias não podem nem sonhar em tocar qualquer tipo de óleo, pois este seria o seu fim. É o que ocorre quando um retentor de comando de válvulas perde a eficácia, e deixa que o lubrificante transpasse, e derrame sobre a correia dentada de um Uno, Palio ou Gol e etc.

Faz-se necessário saber que o óleo lubrificante que deverá ser usado nesse motor também é especial, assim como a correia. E por falta de atenção – e perícia – muitos mecânicos têm ceifado não só a vida útil da correia, mas também a do motor do Ka 1.0 3 cilindros.

Por que?

Porque essa correia que vive submersa deve estar lubrificada pelo óleo 5w20 com especificações iguais ou excedentes ao ILSAC GF-6A, Ford WSS-M2C960-A1, API SP/RC, 100% sintético

O não uso do lubrificante com essas especificações faz com que a correia de distribuição solte fiapos – e esses fiapos desçam para o carter. Por sua vez, o pescador (tubo de sucção) puxa esses fiapos, e entopem parcialmente ou totalmente a passagem de óleo para os comandos de válvulas, ocasionando falta de lubrificação – e acarretando em desgaste prematuro nos eixos, bronzinas e anéis de segmento, essas são as peças principais que trabalham em atrito dentro do propulsor. E, por esse motivo, ele pode “trancar” (bater o motor), sendo necessário a retífica ou até mesmo a substituição do propulsor parcial (bastante comercializado).

A minha dica é: Se for comprar um Ford Ka 3 cilindros, certifique-se de que todas as revisões tenham sido realizadas na rede autorizada (comprovada pelo manual do proprietário ou em contato direto com a concessionária), caso não tenha sido feito e/ou haja dúvidas, procure por uma oficina mecânica para que faça a vistoria dos componentes internos do motor, troque o óleo e o kit de correias e rolamentos tensores imediatamente.

Estenda a revisão para a limpeza total do carter e também do pescador. Assim, você terá a certeza de que a manutenção estará correta, e evitará um gasto que poderá chegar facilmente aos R$ 7.000,00. E tudo isso por imperícia ou até mesmo para tentar economizar alguns trocados na hora de substituir o óleo lubrificante do motor.

Ícaro Mota é consultor automotivo e diretor da I´CAR. A coluna é publicada às sextas-feiras.

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Fechamento de fábrica da Ford impôs tombo à indústria de transformação, segundo Fieb
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A Bahia registrou queda de 14,3% na produção física da Indústria de Transformação em 2021 e ocupa a última posição no ranking dos quatorze estados que participam da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na média, a Indústria de Transformação nacional apresentou crescimento de 4,3%.

Além da Bahia, quatro estados registraram desempenho negativo: Pernambuco (-0,4%); Mato Grosso (-1,0%); Goiás (-4,9%); e Pará (-13,7%). Os seguintes estados apresentaram crescimento: Espírito Santo (15,2%); Santa Catarina (10,3%); Paraná (9,0%); Rio Grande do Sul (8,8%); Minas Gerais (8,7%); Rio de Janeiro (7,7%); Amazonas (6,8%); São Paulo (5,2%) e Ceará (3,7%).

PARA FIEB, RESULTADO REFLETE FECHAMENTO DA FORD

Conforme a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), o resultado de 2021 é reflexo direto do encerramento das atividades industriais da Ford em Camaçari.

O tombo também entra na conta do segmento de refino, que caiu 18,1% em virtude de parada de manutenção e de outros problema na Refinaria Mataripe.

MINERAÇÃO E OUTROS SEGMENTOS EM ALTA

Apesar dos dados negativos, a expectativa da Fieb é de crescimento para 2022. Um dos setores que devem alimentar esta perspectiva é o da Indústria Extrativa Mineral, que cresceu 7,3% no ano passado e mantém tendência de alta.

Outros seis segmentos da indústria de transformação baiana cresceram em 2021; são eles: couro e calçados (31,2%), equipamentos de informática (15,4%), minerais não metálicos (8,3%), borracha e plástico (5,2%), produtos químicos (4,7%) e celulose e papel (1,6%).

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) obteve, na noite desta quinta (18), decisão judicial que suspende a consolidação do desligamento de empregados que atuam na montadora em funções de liderança e supervisão. A liminar foi concedida em ação cautelar movida pelo órgão esta semana após tomar conhecimento de e-mails enviados a alguns supervisores informando a data de hoje para assinatura de um termo de desligamento, sem prévia negociação. Numa decisão anterior obtida também em ação do MPT, a empresa estava proibida de demitir empregados de sua fábrica no município de Camaçari, na Bahia, até que sejam negociadas condições coletivas.

A nova liminar foi concedida pelo juiz Alexei Malaquias de Almeida, substituto da 3ª Vara do Trabalho de Camaçari. Existe ainda uma liminar concedida em ação civil pública do MPT que sustenta os empregos até que sejam finalizadas negociações coletivas entre empregadores e empregados.

As demissões também afetam as empresas que fornecem insumos para a montadora e estão instaladas no complexo industrial no município baiano. Apenas as empresas fornecedoras de insumos que se situam fora da planta não são afetadas pela decisão. Como houve clara intenção de descumprir a liminar anterior, o Judiciário também determinou o aumento do valor da multa para o caso de descumprimento, que passou a ser de R$5 milhões, acrescido de R$250 mil por cada trabalhador atingido.

A intenção de desligar supervisores e líderes, que são considerados pela empresa como ocupantes de funções de confiança, chegou ao conhecimento do MPT no início desta semana, depois que alguns funcionários receberam e-mails com orientações para assinatura de termo de desligamento sem possibilidade de negociação, nem coletiva nem individual.

– Detectamos uma clara movimentação no sentido de dividir a base de trabalhadores, impondo individualmente a alguns empregados condições para o desligamento sem participação e sem o conhecimento do sindicato. Agimos rápido e contamos com a sensibilidade do Judiciários para evitar um dano maior a toda a coletividade – afirmou a procuradora Flávia Vilas Boas, do MPT na Bahia.

Os primeiros e-mails a que o MPT teve aceso foram enviados para supervisores na terça-feira (16), agendando para esta sexta (19) a assinatura do termo de desligamento. No comunicado, não havia nenhuma menção à possibilidade de negociação dos termos do desligamento.Leia Mais

Acordo também prevê volta de mais funcionários ao trabalho nos próximos meses
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O Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia e a Ford chegaram a acordo que garante a recontratação de 740 trabalhadores, entre funcionários da montadora e prestadores de serviço. Eles voltarão ao trabalho a partir de segunda-feira (22).

No início de janeiro de 2021, a Ford anunciou o encerramento da fabricação de veículos no país, inclusive em Camaçari, onde mais de 7 mil postos de trabalho dependiam de forma direta e indireta da fábrica de automóveis.

No próximo mês, outros 327 trabalhadores voltarão aos seus empregos. Também está previsto o restabelecimento de mais 220 cargos nos meses de abril e maio. Com informações do G1.

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O Ministério Público do Trabalho divulgou neste domingo (14) nota à imprensa em que esclarece pontos da decisão liminar proferida pelo desembargador do Trabalho Edilton Meireles de Oliveira Santos, em razão do mandado de segurança da empresa Ford Motor Company Brasil Ltda.

A nota foi motivada pela veiculação de notícia que informava o inverso do que foi decidido pelo magistrado, fato que pode causar confusão entre trabalhadores diretos e indiretos impactados pela decisão da montadora e pela decisão que manteve os efeitos da liminar.

Pela decisão, fica mantida a obrigação da Ford em negociar com o sindicato dos metalúrgicos antes de fazer qualquer demissão em massa. A ação movida pelo MPT na Bahia tem o objetivo de garantir que a desmobilização da montadora aconteça com o mínimo possível de impactos sociais e econômicos e que a negociação coletiva seja o meio para que os eventuais impactos sejam compensados.

Desembargador autoriza demissão em massa na fábrica de Camaçari
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O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, Edilton Meireles de Oliveira Santos, derrubou uma liminar que proibia a Ford de fazer demissão em massa dos funcionários na unidade de Camaçari, na região Metropolitana de Salvador. O magistrado acatou recurso da multinacional.

O desembargador Edilton Meireles derrubou, no sábado (13), uma decisão do juiz Leonardo de Moura Landulfo Jorge, da 3ª Vara do Trabalho de Camaçari, que no dia 5 deste mês determinou a suspensão da demissão em massa até que a Ford entrasse em acordo com o sindicato dos trabalhadores da fábrica.

No dia 11 de janeiro, a montadora Ford anunciou o encerramento da produção de veículos no Brasil. Além da fábrica de Camaçari, a empresa estadunidense fechará as suas fábricas de Taubaté (SP) e Horizonte (CE).

Na oportunidade, a Ford informou que a produção seria encerrada imediatamente em Camaçari e Taubaté. “Mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte continuará operando até o quarto trimestre de 2021. Como resultado, a Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques”.

A decisão do desembargador autoriza a Ford a demitir na Bahia mesmo que não chegue a um acordo com os trabalhadores. Ainda cabe recurso. Na unidade de Taubaté (SP) está mantida, por enquanto, a decisão judicial que proibiu a montadora de demitir em massa sem acordo com o sindicato da categoria.

Senador baiano Otto Alencar (PSD)
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O senador baiano Otto Alencar (PSD) usou uma rede social para lembrar das isenções obtidas pela Ford para se instalar na Bahia. Por meio do Twitter, ele afirmou que a montadora norte-americana pratica “capitalismo selvagem”. Mais que isso, disse que “a Ford não merece respeito”.

– A #Ford na Bahia teve doação de terreno, isenções fiscais federais e estaduais, equalização das taxas de juros e empréstimos de longo prazo. A Ford prática capitalismo selvagem. Não merece respeito – escreveu o senador e presidente do PSD baianao.

Ontem (11), a Ford comunicou que encerrará a produção de veículos em todo o Brasil. Os veículos para o país agora serão produzidos na Argentina, Uruguai e até México. A montadora alegou que, há cinco anos, vinha tendo operação deficitária no Brasil.

Somente na fábrica de Camaçari, região metropolitana de Salvador, o fechamento atingirá cerca de 10 mil trabalhadores. Ontem, o governador Rui Costa anunciou grupo de trabalho para atrair nova montadora para o espaço da Ford. Uma das maiores candidatas é a também norte-americana Tesla.

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Na tarde desta segunda (11), o governo baiano emitiu nota oficial na qual “lamenta o encerramento da produção nas plantas da Ford, em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), e da Troller, em Horizonte (CE)” e destaca os impactos socioeconômicos consequentes do fechamento da empresa, importante geradora de empregos e renda no estado.

Ainda na nota, o governador Rui Costa informa ter entrado em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a formação de grupo de trabalho para avaliar possibilidades alternativas ao fechamento. “O governo estadual também entrou em contato com a Embaixada Chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia”.

A Ford informou a decisão ao governador Rui Costa em reunião virtual nesta segunda (11). A Ford, em nota, justificou que “a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas” são motivadores da decisão.

Anunciada nessa segunda-feira (11), decisão também afeta as outras fábricas da montadora no Brasil.
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A Ford anunciou nessa segunda-feira (11) o encerramento da produção de veículos nas suas fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP). Com efeito já no ano de 2021, a decisão da montadora também alcançou a unidade que fabricava os jipes da Troller em Horizonte (CE).

Apesar do fechamento das fábricas em território brasileiro, a companhia decidiu manter no país o Centro de Desenvolvimento de Produto, também em Camaçari, além da sede administrativa e o campo de provas, estes últimos localizados no estado de São Paulo.

O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (DEM), e o Governo da Bahia lamentaram o anúncio da multinacional. Conforme nota da gestão estadual divulgada na tarde de hoje (11), o governador Rui Costa (PT) procurou a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a possibilidade de reverter a decisão.

Onix lidera e HB20 é o vice-campeão em vendas em 2020 || Imagem Uol
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O Chevrolet Onix foi o carro novo mais vendido do Brasil pelo 6º ano seguido em 2020. Ele também foi o único modelo a emplacar mais de 100 mil unidades em um ano marcado pela queda de 26% nas vendas, reflexo da pandemia do coronavírus.

Foram vendidos 135.351 exemplares do hatch, diferença considerável para o segundo colocado, o Hyundai HB20, com 86.548 unidades. Em terceiro lugar a Chevrolet volta com o Onix Plus, versão sedã do líder de mercado, com 83.392 carros.

Quem saiu do pódio foi o Ford Ka. Terceiro colocado em 2019, o compacto foi o 6º em 2020, com 67.491 unidades, atrás do veterano Volkswagen Gol e da Fiat Strada. O Renault Kwid foi para 12º.

Por outro lado, o top 10 ganhou um novo integrante, o Volkswagen T-Cross, que teve suas vendas puxadas pela versão Sense, dedicada ao público PcD (Pessoas com Deficiência). O SUV fechou o ano em 8º lugar – em 2019 ele ficou em 21º.

Entre os comerciais leves, que inclui picapes e furgões, a Fiat fez dobradinha com Strada e Toro em primeiro e segundo, respectivamente. A Strada emplacou 80.041 unidades, número maior do que em 2019 — e a nova geração responsável por isso.

HYUNDAI AVANÇA

Enquanto o pódio da participação de mercado por marcas se manteve igual a 2019, com General Motors (Chevrolet) no topo, Volkswagen em segundo e Fiat em terceiro lugar, a quarta colocação foi uma surpresa em 2020. Mesmo mantendo a posição, a Fiat aumentou seu mercado.

A Hyundai cresceu e assumiu o 4º lugar, com 8,58% de participação. A fabricante coreana subiu do 7º lugar e inverteu com a Renault, que agora assume a sétima colocação com 6,75%. Em 2019, a Hyundai tinha participação de 7,81% e, a Renault, 9%.

Veja os modelos mais vendidos de 2020

  1. Chevrolet Onix – 135.351
  2. Hyundai HB20 – 86.548
  3. Chevrolet Onix Plus – 83.392
  4. Fiat Strada – 80.041
  5. Volkswagen Gol – 71.151
  6. Ford Ka – 67.491
  7. Fiat Argo – 65.937
  8. Volkswagen T-Cross – 60.119
  9. Jeep Renegade – 56.865
  10. Fiat Toro – 53.974
  11. Jeep Compass – 52.966
  12. Renault Kwid – 49.475
  13. Chevrolet Tracker – 49.372
  14. Hyundai Creta – 47.757
  15. Fiat Mobi – 46.617
  16. Volkswagen Polo – 41.836
  17. Toyota Corolla – 41.072
  18. Nissan Kicks – 36.433
  19. Honda HR-V – 32.511
  20. Toyota Hilux – 32.392

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