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O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu não acatar o pedido feito pelo PMDB da Bahia, que denunciou como propaganda eleitoral antecipada os cartões de boas-festas enviados aos baianos, com as assinaturas do governador Jaques Wagner e da primeira-dama, Fátima Mendonça.

Com isso, o partido de Geddel perde mais uma batalha na guerra que deve esquentar os tribunais até a eleição.

Nas hostes governistas, há quem diga que Geddel está atuando como uma espécie de linha auxiliar do DEM e do PSDB, a quem tem feito seguidos afagos, embora ocupe o cargo de ministro de Lula e, portanto, integra (ou deveria integrar) a base aliada.

Isso nem é mais fogo amigo. É fogo inimigo mesmo!

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– PREFEITO NEGOU TEOR DE NOTA DO PIMENTA

– GEDDEL CONFIRMOU TUDO E PROMESSA DE APOIO

Geddel diz que Newton ofereceu apoio eleitoral.

Ontem, o prefeito Newton Lima reuniu-se com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, na sede estadual do PMDB, conforme noticiou o Pimenta com exclusividade (confira aqui). O encontro foi às escondidas. Não era para ter vazado. Mas vazou.

Hoje, Newton teve dois dedos de prosa com o blogueiro Emílio Gusmão e disse que não foi a Salvador para tratar de questões eleitorais, mas da liberação de recursos de um contrato emergencial assinado em novembro do ano passado, quando Ilhéus foi afetada pelas chuvas, duas crianças morreram e várias famílias ficaram desabrigadas.

A história estava bonitinha, mas ele esqueceu de combinar com o ministro peemedebista. Geddel Vieira Lima confirmou ao jornalista Maurício Maron, do Jornal Bahia Online (clique aqui para acessá-lo), que realmente houve o encontro noticiado pelo Pimenta. Não só confirmou a reunião no Costa Azul como também o teor da nota deste blog. E deu valores ao pedido de uma grande obra: R$ 22 milhões.

Fala, Geddel:

– O que ouvi do prefeito de Ilhéus é de que ele apoiará quem, efetivamente, apoiar Ilhéus, levar obras e investimentos para a cidade. Me disse que se o governador ajudar, terá votos. Se eu ajudar, também. Até Paulo Souto tem chances de ter apoio dele se levar alguma coisa boa para a cidade.

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– NEWTON SE REUNIU COM GEDDEL APÓS FECHAR COM WAGNER

– ENCONTRO OCORREU NA SEDE DO PMDB, HOJE

Newton tem encontro secreto com Geddel.

O prefeito Newton Lima (PSB), de Ilhéus, viajou a Salvador e teve encontro a portas fechadas com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, na manhã desta segunda-feira.

O encontro ocorreu na sede do PMDB, no Costa Azul. Newton foi pontual. Chegou minutos antes da hora marcada: 8h30min. Levou a tiracolo o secretário de Serviços Urbanos, Carlinhos Freitas, que é presidente do PTB ilheense.

O prefeito quer que Geddel tire da cartola uma grande obra para a Terra de Gabriela. Segundo uma fonte peemedebista, o prefeito de Ilhéus apresentou o pedido e entoou bela música aos ouvidos do ministro: fez críticas nem tão leves ao governador Jaques Wagner.

Para o prefeito, o petista não teria correspondido ao apoio eleitoral anunciado na primeira semana de janeiro, dias após o “surto da caneta”. Até agora, teria relatado, o máximo que o governador garantiu à sua gestão foram uns trocados para a realização do carnaval e umas atrações “diretas do túnel do tempo”.

O encontro foi considerado bom, segundo a fonte. É possível que Newton volte atrás na sua decisão de apoiar Wagner. Mais ainda: não levou adiante o plano de devolver o diretório do PTB de Ilhéus a Geddel. Como se sabe, o partido saiu da base governista e fechou com o ministro da Integração Nacional, que é pré-candidato a governador.

Caso decida por apoiar Geddel, Newton terá de resolver um problema no Palácio Paranaguá: dois dos principais cargos do seu governo foram preenchidos, mês passado, por indicados do PT, partido de Wagner. São eles os de secretário de Saúde (Antônio Rabat) e Planejamento (Alisson Mendonça).

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Marco Wense

O comando nacional do PSDB fez de tudo para que Geddel Vieira Lima, pré-candidato do PMDB ao governo da Bahia, apoiasse o tucano José Serra à presidência da República.

Como o tucanato jogou a toalha em relação ao apoio de Geddel a Serra, o deputado federal Jutahy Júnior, um dos tucanos mais próximos do presidenciável governador de São Paulo, mudou de discurso.

O parlamentar baiano, se referindo a Dilma Rousseff, diz, agora, somente agora, que “quem tem dois palanques não tem nenhum”. E finaliza: “Isso gera um conflito que não raro inviabiliza a própria ida do candidato ao Estado”.

Pois é. Esses políticos, hein! Só enxergam o próprio umbigo. Quando o tiro dos seus interesses sai pela culatra, mudam de opinião sem nenhum constrangimento. Depois ficam se queixando dos votos brancos e nulos.

JABES RIBEIRO

Jabes: 2010 é crucial.

Para que Jabes Ribeiro se torne um forte candidato a prefeito de Ilhéus na sucessão de 2012, enfrentando um provável concorrente do PT, a eleição para a Assembleia Legislativa do Estado é fundamental.

Elegendo-se deputado estadual, Jabes e o jabismo se fortalecem, criando um salutar contraponto à neoaliança envolvendo o prefeito Newton Lima (PSB) e o Partido dos Trabalhadores.

A inusitada parceria entre o prefeito e o PT é circunstancial. Se é duradoura ou não, sincera ou não, se é um engodo ou não, só o tempo, como senhor da razão, é que vai dizer.

O PT, agora, tem telhado de vidro. Não é mais franco atirador. Passa a ser co-responsável pelo governo. Participa da administração sabendo das dificuldades. Não pode, depois, alegar que a tal da “herança maldita” impediu o trabalho dos petistas.

Sinceramente, não acredito que Jabes, secretário estadual do PP, partido da base aliada do governo Wagner, esteja torcendo pela desgraça da atual administração. Seja adepto da nefasta política do “quanto pior, melhor”.

A sucessão do Palácio Paranaguá caminha para uma acirrada disputa entre o ex-prefeito Jabes Ribeiro e um petista. Um outro nome para enfrentar o jabismo e o petismo só se o próximo governador da Bahia for Paulo Souto (DEM) ou Geddel (PMDB).

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Marco Wense

Souto, Wagner e Geddel.

Os coordenadores de campanha, inconformados com a posição dos seus pré-candidatos no cenário eleitoral de 2010, estão massacrando os institutos que realizam pesquisas de intenção de voto.

O mínimo que se diz é que eles são fajutos. Palavras mais duras, ditas principalmente em conversas reservadas, onde o político xinga a genitora do concorrente, são impublicáveis.

Vale ressaltar que existem institutos sem nenhuma credibilidade, que manipulam os dados de acordo com o que foi combinado com as agremiações partidárias e os senhores políticos.

Aqui na Bahia, o PMDB, tendo como porta-voz o presidente estadual Lúcio Vieira Lima, só vai acreditar nas pesquisas quando o ministro Geddel estiver em empate técnico com o petista Jaques Wagner (PT).

O sonolento DEM, em estado de letargia política, parece conformado. Apenas algumas lideranças isoladas, como o deputado José Carlos Aleluia, se manifestam contra os resultados das consultas populares.

A última pesquisa sobre a corrida sucessória, realizada pelo instituto Vox Populi, aponta o governador Jaques Wagner com 44%, Paulo Souto 29% e o ministro Geddel 8%. O petista seria reeleito no primeiro turno.

O otimismo, até mesmo como forma de manter a militância unida, é importante em uma campanha. A infantilidade é inaceitável. Alguns peemedebistas, por exemplo, acham que Geddel já ultrapassou Paulo Souto, pré-candidato do DEM.

Essa infantilidade, bem próxima de uma imbecilidade, existe. Não é nenhuma invencionice. Tem um membro do diretório do PMDB de Itabuna que aposta na eleição do ministro Geddel já no primeiro turno. A diferença entre Wagner e Geddel é de 36 pontos.

O que mais irritou os peemedebistas na pesquisa da Vox Populi não foi os 8% na estimulada, e sim, com certeza, o irrisório, decepcionante e insignificante 1% na modalidade espontânea contra 4% de Souto e 17% de Wagner.

O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, quando é questionado sobre as pesquisas, diz que “não leva em consideração nenhuma delas”, nem mesmo a da Datafolha, que também aponta uma vitória de Wagner no primeiro round.

É bom lembrar que, com essa da Vox Populi, já são seis pesquisas de intenção de voto que indicam uma possível e cada vez mais provável vitória do petista na primeira etapa eleitoral.

Se o cenário continuar favorável ao chefe do Executivo, apontando uma vitória no primeiro turno, a debandada de prefeitos do DEM, PSDB e PMDB para o projeto de reeleição é inevitável.

Petistas gozadores, adeptos do desaconselhável “já ganhou”, andam dizendo que o governador Jaques Wagner, pelo andar da carruagem, só vai precisar de “meio turno”.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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A assessoria de comunicação do PMDB baiano emitiu nota, há pouco, afirmando que não passou de equívoco o envio de e-mail com ataques à ministra Dilma Rousseff e à pesquisa Vox Populi em que ela aparece a apenas sete pontos do tucano José Serra, governador de São Paulo.

“O envio ocorreu por equívoco. O material enviado não estava selecionado para divulgação”, disse a assessoria. O e-mail era uma cópia de postagem de um blog apócrifo que afirmava ser “fajuta” a pesquisa do Vox Populi e a mesma teria sido feita para “desempacar” a ministra Dilma Rousseff.

Tá explicado, então!

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O ministro Geddel Vieira Lima parece dar sinais de que não apoiará a candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da República. O PMDB baiano é comandado com mãos de ferro pelo ministro. A legenda foi ao ataque contra os petistas.

O partido, através de sua assessoria de imprensa, distribuiu texto de um blog apócrifo assegurando que “é fajuta” a pesquisa em que Dilma Roussef aparece com 27% dos votos e Serra, 34% (PSDB).

O texto foi encaminhado pelo e-mail da assessoria do PMDB baiano, o imprensapmdb15@gmail.com. O título mais parece um indicador do ânimo de Geddel em relação à ministra Dilma Rousseff: “Denúncia! Como montar uma pesquisa fajuta para desempacar a Dilma.”

Trecho de e-mail do PMDB baiano com ataques a Dilma, Lula, Wagner e ao Vox Populi.

O material diz que os municípios onde houve a pesquisa foram escolhidos ‘a dedo’ para beneficiar o PT, inclusive na Bahia. “Não dá para deixar de comentar a Bahia. A amostra é imensa e tiram dali a representatividade do Nordeste. Por acaso, são 13 cidades no estado de Jaques Wagner”…

Com certeza, o clima vai azedar de vez!!!

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wagneremitapéfotopimenta
'Gato escaldado', Wagner diz que pesquisa definitiva é a de outubro.

Após tomar conhecimento dos números da pesquisa Vox Populi/Band, o governador Jaques Wagner demonstrou que bota fé na melhoria dos indicadores econômicos e na capacidade do estado de realizar mais obras e ações em 2010. Ele observou que a sua liderança nas pesquisas ocorreu apesar da economia.

O petista lembrou que esta é a sexta pesquisa consecutiva que lhe dá a liderança da sucessão estadual – e apontando até vitória no primeiro turno. “Eu espero continuar nessa batida até a pesquisa definitiva, que é a eleição no dia 3 de outubro”.

A receita para chegar lá, revela, é “continuar trabalhando muito para que esse reconhecimento se mantenha”.  Wagner é “gato escaldado” em relação a pesquisas. Em 2006, nenhuma delas apontava a sua vitória – e ainda mais no primeiro turno.

A última pesquisa Vox Populi mostra Jaques Wagner com 44% dos votos, seguido de Paulo Souto (DEM), com 29%, e Geddel Vieira Lima (PMDB) com 8%. Bassuma (PV) e Hilton Coelho (Psol) têm 1%.

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– EM AGOSTO, PESQUISA VOX POPULI/BAND TRAZIA SOUTO NA FRENTE

Souto, Wagner e Geddel: quem vai levar?

A mais nova pesquisa sobre a sucessão estadual na Bahia revela o governador Jaques Wagner (PT) com 44% das intenções de voto e o ex-governador Paulo Souto (DEM) com 29%. O levantamento foi feito pelo Instituto Vox Populi a pedido do Grupo Bandeirantes de Comunicação (TV Band). Foram ouvidos 700 eleitores em toda a Bahia.

A última pesquisa, realizada em agosto do ano passado, era Souto quem liderava, com 37%. Wagner pontuava com 36% e Geddel Vieira Lima (PMDB) tinha 13% (relembre aqui). Na atual, Geddel cai para 8%. Luiz Bassuma e Hilton Coelho aparecem com 1%. O percentual de brancos e nulos bateu em 6%, idêntico ao de indecisos.

O levantamento, realizado entre os dias 15 e 22, também incluiu a modalidade espontânea. Wagner aparece com 17% e Souto tem 4%.  Geddel, César Borges (PR) e ACM Neto (DEM) são citados por 1% dos pesquisados. O percentual de indecisos é de 68%. Com informações do Bahia Notícias.

Geddel Vieira Lima   (1) Geddel Vieira Lima   (8)
ACM neto   (1) Bassuma   (1)
César Borges   (1) Hilton Coelho   (1)
Outros   (2)
Bracos e Nulos   (6) Brancos e Nulos   (6)
Não sabem   (68)
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O CHAMADO IRRESISTÍVEL DA SANFONA

Ousarme Citoaian
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O Milagre de Santa Luzia (foto), filme que estreou no fim do ano em várias capitais (Salvador inclusa), é uma celebração da sanfona. Trata-se de uma “visita” do músico Dominguinhos aos mais diversos pontos do vasto Brasil que puxa o fole consagrado por Luiz Gonzaga. Foi o velho Lua quem abriu as portas para os sanfoneiros e criou no panorama cultural do País uma cadeira cativa para esse instrumento (antes disso, algo a ser confinado aos grotões). O longa-metragem de 104 minutos (com direção de Sérgio Roizenblit) segue Dominguinhos por vários pontos do Brasil, encontrando os melhores sanfoneiros disponíveis. Com depoimentos de Sivuca, Patativa do Assaré e outros, o filme faz um mapeamento das regiões brasileiras onde a sanfona se estabeleceu.

LUIZ GONZAGA, SANFONA E SIMPATIA

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Dominguinhos, que não entra em avião nem amarrado, conduziu o trabalho a bordo de sua caminhonete, por mais de 30 mil quilômetros. Além dele, filho espiritual de Luiz Gonzaga (foto), lá estão Renato Borghetti, Mário Zan, Osvaldinho do Acordeom, Sivuca e Pinto do Acordeom (paraibano de Conceição do Piancó). Mas, além de Dominguinhos, paira a figura magistral do filho de Januário. O sanfoneiro de Exu nasceu no dia de Santa Luzia, por isso o título do filme. Foi Gonzaga, com sua sanfona e sua simpatia, quem deu amplitude nacional à música dos grotões nordestinos. Organizou-a num sistema musical, renovou-lhe a poética (para tanto convocou Zé Dantas e Humberto Teixeira) e deu-lhe a expressão sonora que hoje ecoa por todo o Brasil. Como extraordinário artista pop que era, universalizou o forró (transformado em “dança da moda”) e atraiu para o gênero músicos consagrados. Cai-lhe muito bem o título de Rei do Baião.

FRANK SINATRA DO FORRÓ

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Dominguinhos (na foto, com Sivuca) à frente, O milagre mostra os mais diversos locais onde a sanfona ganhou destaque e de onde surgiram os maiores intérpretes desse instrumento. Sanfona, gaita, acordeom, gaita-ponto ou oito baixos (a pé-de-bode com que Gonzaga fez os primeiros acordes), todo o campo do instrumento está representado. O filme deixa às claras que, apesar dessa universalização (é ouvido em todo o  Brasil), o som da sanfona tem uma marca indelevelmente nordestina – imposta pelo carisma de Luiz Gonzaga, seu maior tocador. Um momento engraçadíssimo de O milagre de Santa Luzia: num arrasta-pé, um sujeito de maus bofes, portando uma peixeira de avantajado tamanho, “convida” Pinto do Acordeom a mudar de repertório (a cena tem Dominguinhos, a morrer de rir, com o relato do sanfoneiro).

Clique e veja.

ITABUNA NÃO ESTÁ SÓ

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No mesmo ano em que Itabuna foi fundada, 1910, nasceram: Django Reinhardt, guitarrista de jazz (23 de janeiro); David Niven, ator (1º de março); Aroldo de Azevedo, geógrafo (3 de março), Tancredo Neves, político (4 de março); Akira Kurosawa, cineasta (23 de março); Nelson Carneiro, político (8 de abril), Paul Sweezy, economista (10 de abril); Chico Xavier, líder religioso (2 de abril), Custódio Mesquita, compositor de MPB (25 de abril); Ranieri Mazzilli, político (27 de abril); Aurélio Buarque de Holanda, dicionarista (2 de maio); Artie Shaw, clarinetista de jazz  (23 de maio), Paullete Goddard (foto), atriz “chapliniana” (3 de junho); Jacques Cousteau, oceanógrafo (11 de junho); Haroldo Lobo, compositor de MPB (22 de julho); Adoniran Barbosa, compositor de MPB (6 de agosto), Madre Teresa de Calcutá, missionária (26 de agosto); Miguel Reale, jurista (6  de novembro); Rachel de Queiroz, escritora (17 de novembro); Noel Rosa, compositor de MPB (11 de dezembro) e Jean Genet, teatrólogo (19 de dezembro).

ILHA DOS TRÓPICOS FAZ 20 ANOS

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Na literatura regional, 2010 marca os 20 anos do lançamento de A ilha dos trópicos/1990, de Marcos Santarrita (foto), 40 de Antologia dos contos brasileiros de bichos/1970, de Cyro de Mattos e Hélio Pólvora, 90 anos do nascimento de Emmo Duarte (1920, em dia e mês não sabidos); 80 de Telmo Padilha (5 de maio de 1930); 20 anos da morte de Adonias Filho (2 de agosto de 1990) e 10 da de Euclides Neto (5 de abril de 2000). Alguns desses nomes e eventos serão abordados aqui no Universo Paralelo. Hoje, Rachel de Queiroz.

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À BEIRA DO RIO CACHOEIRA

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Rachel de Queiroz nasceu com Itabuna. E viveu na cidade emergente (“num sobradinho que ficava perto do rio”), tudo indica que por menos de um ano, entre 1932 e 1933. Eu me pergunto se ela sabia que tinha a mesma idade da terra que a acolhera. Evidentemente que não sabia, mas me divirto ao pensar nisso. Rachel chega a Ilhéus em 1932, num navio da Baiana, é recebida por Jorge Amado, permanece alguns dias no palacete de João Amado (foto acima), pai de Jorge, para só depois transferir-se, de trem, para Itabuna. Ela vinha de Fortaleza, por Salvador, recém-casada com um funcionário do Banco do Brasil, José Auto da Cruz Oliveira, o Zé Auto, que para Itabuna fora transferido. Os dois eram militantes do Partido Comunista Brasileiro. Ela “perigosa agitadora”; ele, nem tanto.

IMPALUDISMO, “MISTÉRIO” E GRAVIDEZ

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A escritora sofre o diabo com o impaludismo, quase morre, pois se recusou a tomar quinino (então, o medicamento de escolha), que era abortivo, e ela estava grávida. Rachel (foto) sentiu-se grávida muito rapidamente (só tinha dois meses de casada), circunstância que ela mesma tinha dificuldade de entender. “Não se podia pensar em antecipações, porque Zé Auto, até o casamento, nunca tinha chegado perto de mim, senão com um simples abraço para dar adeus, e chegou ao Ceará três dias antes de nos casarmos”, depõe a escritora. Mistério!… Zé Auto, nas horas vagas de uma atividade  no Banco do Brasil descrito pela mulher como “verdadeira tirania” (ainda não havia leis trabalhistas), atendia ao chamamento do estro. Inspirado no frio incontrolável que o impaludismo causava a Rachel, dedicou-lhe uma versalhada, da qual a história registrou esta passagem: “Me dá lã pra comer,/que o meu frio é por dentro”. Por certo, insuficiente para ganhar o Nobel de Literatura.

LENA WEBER, A MOÇA LIBERADA

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Nesse tempo de doença e gravidez ela foi assistida por “uma pessoa extraordinariamente boa, generosa e maternal, uma negra alta, forte, talvez sexagenária: Carmelita”. Essa Carmelita, ainda segundo Rachel, “fora dona de uma pensão de mulheres e, parece, também ela própria fora rapariga, como diziam por lá, e tinha haveres”. Rachel de Queiroz lembra, do tempo em Itabuna, também de Lena Weber, “uma moça judia suíça (uns irmãos seus tinham loja na cidade)”, que ficou sua amiga e a ajudou naquela quadra de dificuldades e solidão à beira do Cachoeira.  A escritora diz que “Lena lia muito, era liberada sexualmente, tivera seus amores com vários rapazes”. Rachel ficou abismada com tamanha liberdade, pois tanto na casa dela, uma tradicional família cearense, quanto nas hostes do Partido Comunista, o moralismo era muito severo.As raposas do PC tinham uma regra inflexível: “Não confundir questão social com questão sexual”. O quarteto feminino (uma recém-casada de apenas 22 anos, uma “dona de pensão de mulheres”, uma moça “avançada” e a pequena Clotilde no ventre de Rachel) tinha tudo para dar errado, mas não deu. Já tendo publicado O quinze (e com João Miguel no prelo), quando aqui esteve, ela lançou em seguida Caminhos de Pedras, As três Marias, O Galo de Ouro e vários outros títulos, consolidando-se como uma das maiores escritoras do Brasil, rumo à Academia Brasileira de Letras (primeira mulher ali admitida). Clotildinha nasceu em Fortaleza, de parto prematuro, e morreu aos 18 meses. Rachel de Queiroz e Zé Auto se desquitaram em 1939. Estas informações estão no livro Tantos anos (foto), depoimento de Rachel à irmã Maria Luíza de Queiroz (Editora Siciliano/1998).

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NÃO É PORTUGUESA, COM CERTEZA

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O ministro Geddel Vieira Lima (foto), de quem vocês, certamente, já ouviram falar, gravado à socapa em conversa telefônica, saiu-se com esta pérola, sobre o prefeito João Henrique: “não é uma figura que a gente pode estar confiando no que ele coloca”. Valha-me Deus! Que dialeto será esse, pois português não é? Uma língua, qualquer que seja, tem um padrão, um conjunto de regras a obedecer. O texto que as transgride não leva ninguém à cadeia (igualzinho ao dia a dia da política brasileira), mas recebe uma punição, digamos assim, subjetiva: o texto é “excomungado”, não é reconhecido como integrante daquela língua, mas de outra, sabe-se lá qual. A fala gedelliana, portanto, já nasceu expulsa do mundo lusófono, pois feriu-lhe de morte alguns princípios. O ministro, fiel a seu estilo, deu um pontapé em áreas íntimas e sensíveis da gramática. Na tumba, Camões e Machado de Assis espumam e rangem os dentes. Eu também. Só que ao vivo, se me permitem o trocadilho.

LULA, REI DOS GRAMÁTICOS

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O texto é um prodígio. Grosso e curto, concentra surpreendente quantidade de asneiras: regência verbal equivocada, emprego abusivo do gerúndio e o verbo “colocar” com sentido pífio. É erro em excesso para uma construção tão pequena. Se os professores de língua portuguesa perdessem tempo a ler fofocas de políticos – em infindável processo de conspiração para chegar ao poder – teriam na frase referida interessante material para usar em sala de aula (foto): um exemplo vivo e rasteiro da comunicação vazada em dialeto que se pensa língua portuguesa, mas não é. A canelada que o operoso ministro (com formação universitária) deu na gramática faz do seu chefe, o presidente Lula (sem maior formação escolar), Rei dos Gramáticos. Melhor: Príncipe dos Filólogos.

DOIS RIOS DE LÁGRIMAS

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Atrás da porta, de Chico Buarque e Francis Hime, foi feita em 1972, para Elis Regina, marcando o fim do casamento da cantora com Ronald Bôscoli. Este vídeo (de um especial da Rede Globo/1980) atinge outro casamento, o segundo, com César Camargo Mariano (na foto, com a cantora). Elis está abatida ao começar a canção e vai-se desmoronando à medida em que “sente”  os versos, como se descrevessem sua tragédia pessoal  É uma mulher desesperada, devastada pelo sentimento, pois sua união – e disso a platéia não sabe – chegara ao fim na noite anterior, é o que diz a lenda (César, a outra face da tragédia, acompanha Elis, ao piano). Ela tenta cobrir o rosto com os cabelos, a mão em concha, procura controlar-se, talvez fugir e se esconder de si mesma. Entregue aos leões, sabe que o show do circo tem de continuar. E canta, canta, canta, como se cantasse para morrer. Ao levantar a cabeça, está banhada em lágrimas (eu, em soluços!). Sob tensão irresistível, a artista perde o controle de sua celebrada técnica: a alma dilacerada, já a voz falhando, minha cantora preferida sussurra que, se preciso for, rastejará do palco ao infinito “até provar que ainda sou tua”. Um momento único da canção brasileira.

Se seu coração não tem feridas sentimentais mal cicatrizadas, clique aqui.

(O.C.)
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<h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3>
<div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as
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Peemedebista que acaba de voltar de Salvador, onde participou de “reuniões”, diz que o bicho vai pegar nessa campanha. “Wagner sabe bater, e Geddel não fica atrás. Serão os dois grandes adversários da campanha, que terá muito chute na canela e socos abaixo da linha de cintura”, definiu.

Ele citou como exemplo o caso das escutas telefônicas, em que Geddel foi flagrado em diálogos comprometedores com o advogado Carlos Barral e ontem mesmo já tentou virar o jogo. “Ele é isso, franco atirador, mas com objetivos claros. E pensa rápido. E Wagner, com aquele discurso de ‘sou republicano’ não fica atrás”.

O militante só não disse se a certeza da guerra franca na campanha decorre de alguma orientação da cúpula do PMDB ou se será obra do acaso.

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Quem esperava que a edição dominical do jornal A Tarde (confira) esquentasse apenas os bastidores da política, enganou-se. Que o diga o editor do site O Recôncavo, Charles Carmo.

Após repercutir a manchete que tratava de um negócio de R$ 628 milhões – e envolve a prefeitura de Salvador, empreiteiras, políticos e empresas de ônibus, ele recebeu e-mail estranho.

O autor identifica-se como Chico Kértesz, filho do comunicador e ex-prefeito Mário Kértesz. Eis a mensagem: “Informo que se não retirar de vosso site informação injuriosa sobre Mário Kertész, ingressaremos o mais rápido na justiça”. O pecado do editor foi fazer uma referência ao ex-prefeito a partir do exposto na matéria.

Confira a polêmica no Recôncavo

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Humberto (c) pretendia disputar prefeitura de Maraú (foto JLC News).
Humberto (d) pretendia disputar prefeitura de Maraú (foto JLC News).

Uma das três vítimas mortas em acidente ocorrido na rodovia Ilhéus-Itacaré, hoje, o empresário Humberto Assunção foi pré-candidato a prefeito de Maraú em 2008. Ele era filiado ao PMDB, que acabou apoiando o atual prefeito, Antônio Silva Assunção, o Pito (PT).

Hoje, por volta das 7h30min, Humberto dirigia uma picape Mitsubishi L 200 (JPM-2358) nas proximidades do balneário de Serra Grande, Uruçuca, quando o carro rodou na pista e colidiu na lateral de um micro-ônibus (JQQ-0643), da NV Turismo, de Ilhéus.

Além de Humberto, estavam no carro a esposa, Leanízia Vivas Assunção, e a neta do casal, Gabriela Vivas. As mortes provocaram clima de comoção no município sul-baiano. Eles seguiam de Itacaré para Ilhéus.

Os corpos foram encaminhados ao DPT de Itabuna e depois seriam trasladados para Maraú. Com informações do repórter Costa Filho, rádio Jornal.

Atualizado às 16h07min

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Geddel é flagrado em escutas em que detona João Henrique e defende empresas (Foto Pimenta).
Geddel é flagrado em escutas em que detona João Henrique e defende empresas (Foto Pimenta).

Se você acreditava que a política baiana estava mais do que morna em dias de recesso (dos) políticos, saiba que tudo vai ser diferente a partir deste domingo. Na edição de hoje, o jornal A Tarde traz diálogos comprometedores, bombásticos, envolvendo o advogado Carlos Barral, preso sob acusação de pedofilia, e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.

A dupla é flagrada em escutas telefônicas da Operação Expresso, que investiga esquema de propina entre peemedebistas na Agerba e donos de empresas de ônibus intermunicipais. Geddel e Barral dialogam sobre como empresas de ônibus poderiam ser beneficiadas em um projeto de corredores viários em Salvador, desenvolvido pela prefeitura.

Os dois trabalham pelas empresas em detrimento da participação de construtoras no projeto. Dentre as empreiteiras, estão a OAS e a Odebrecht. Numa determinada ligação, Barral fala sobre a força da OAS e a ligação da diretoria da construtora com o governador Jaques Wagner. Logo após, o ministro Geddel fala em fechar o “circuito” do prefeito João Henrique em Brasília.

Ainda em diálogo gravado, Geddel aparece afirmando que o prefeito João Henrique (PMDB) não é confiável. “[João Henrique] não é uma figura que a gente pode estar confiando no que ele coloca”, observa o ministro e pré-candidato ao governo da Bahia. Ao jornal, o ministro peemedebista nega ter agido em defesa das empresas e ter dito que João não era homem para se confiar.

Confira a reportagem assinada por Flávio Costa e Marcelo Brandão (clique aqui).

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Marco Wense

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Toda vez que é questionado sobre o segundo turno da sucessão estadual, na hipótese de ficar de fora da disputa pelo Palácio de Ondina, o ministro Geddel Vieira Lima sai pela tangente.

O ministro Geddel (Integração Nacional) tem um prazo limite para tergiversar diante da sua posição em relação ao processo sucessório, mas especificamente no tocante ao segundo round.

Esse prazo encerra na conversa que deverá ter com o presidente Lula assim que se desincompatibilizar do ministério para disputar o cobiçado cargo de governador da Bahia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com sua popularidade lá nas nuvens, vai cobrar uma posição de Geddel diante de um eventual segundo turno com o petista Wagner e o democrata Paulo Souto.

Lula, que não criou nenhum obstáculo para a construção de dois palanques para a presidenciável Dilma Rousseff, vai exigir do ministro uma contrapartida, que é o apoio ao governador Jaques Wagner.

O ministro Geddel, com a desincompatibilização – condição sem a qual não poderá ser candidato –, se quiser indicar o seu substituto no ministério da Integração Nacional, terá que apoiar Wagner na segunda etapa.

Não tem cabimento Geddel indicar o seu sucessor e, depois, junto com ele, apoiar o candidato do DEM, partido que o presidente Lula escolheu como seu principal adversário na eleição de 2010.

O presidente Lula, que não é nenhum “menino” e, nem tão pouco, um “Zé Mané”, não vai aceitar um Geddel escorregadio, titubeante, saindo pela tangente. Um Geddel, digamos, atucanado, em cima do muro.

E o segundo turno, como fica, deve perguntar o presidente Lula a um Geddel que não poderá ser evasivo diante daquele que foi o responsável direto por sua ascensão política.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia