Edson Ramos e Geraldo Magela divergem sobre distribuição de recursos da Lei Paulo Gustavo
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O professor e produtor cultural Edson Ramos levantou, em artigo, questionamentos sobre as regras para a distribuição dos recursos da Lei Paulo Gustavo em Ilhéus, que somam R$ 1,4 milhão. Na avaliação dele, a Secretaria de Cultura do Município concentrou muito dinheiro em poucos projetos. Até o momento, foram lançados 3 editais.

O edital 3 destina três prêmios de R$ 120 mil cada para a categoria Apoio à Produção Audiovisual de Média Metragem. Já a categoria Apoio a Cineclube e a Mostras e Festivais terá R$ 87 mil para uma vaga, enquanto a de cinema itinerante vai receber três cotas de R$ 58 mil cada. Ou seja, o edital 3 concentra R$ 621 mil em sete projetos.

Já o edital Pedro Matos reserva R$ 392 mil para 135 vagas. Além disso, 11 mestres da cultura popular vão receber R$ 2 mil cada, a título de premiação. Para agentes culturais do audiovisual, serão seis cotas de R$ 6 mil cada.

“A primeira questão é essa que os próprios números revelam. Por que a previsão de tanto para tão poucos e de tão pouco para tantos?”, questiona Edson Ramos (leia o artigo ao final do texto).

O produtor também aponta distorção no critério usado pelo edital 3, que define média metragem como produção com pelo menos 50 minutos. Para a Agência Nacional do Cinema (Ancine), uma obra de média metragem deve ter de 15 a 70 minutos. Conforme Edson, a regra da Secretaria desconsidera os parâmetros da própria Ancine e, de tão restritiva, pode inviabilizar a seleção de projetos de produtores indígenas e negros, como previsto na legislação.

O QUE DIZ A SECULT

O PIMENTA levou os questionamentos de Edson Ramos ao secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela. Segundo o gestor, a Secretaria promoveu 27 encontros com agentes culturais do município para discutir e pactuar a forma de distribuição dos recursos. Esse trabalho teve a participação da OAB e da Defensoria Pública do Estado.

Magela também explicou que 70% dos recursos da Lei (R$ 1.023.000,00) devem ser destinados ao audiovisual, o que explica, segundo ele, a concentração de R$ 360 mil nos três filmes de média metragem. O secretário acrescentou que esse valor está abaixo do necessário para a uma produção desse porte.

Já os demais segmentos da cultura terão direito a R$ 413.000,00, segundo Magela. “A gente tentou democratizar ao máximo [a distribuição do dinheiro] para chegar lá na ponta”, assegurou o secretário, explicando por que o Edital Pedro Matos reserva R$ 392 mil para 135 vagas. Na opinião do gestor, no artigo, Edson Ramos revelou desconhecimento das regras da Lei Paulo Gustavo.

Leia o artigo na íntegra.

LEI PAULO GUSTAVO EM ILHÉUS – UTILIDADE PÚBLICA

Edson Ramos

No dia 18/12 encerrou o prazo para as inscrições de projetos para concorrer nos editais da Lei Paulo Gustavo (LPG) pelo município de Ilhéus. Essa lei possibilitou o repasse de 1,4 milhão para estruturação do setor cultural local vitimado pelos efeitos da pandemia. Certamente, o maior orçamento de fomento direto à cultura já vivenciado no município.

Como cidadão e profissional da área, gostaria de chamar a atenção da comunidade para algumas características reveladas nesse processo de interesse público:

O município de Ilhéus publicou quatro editais para os agentes culturais inscreverem suas propostas. Alguns dados revelados nesse ato público merecem atenção e reflexão da sociedade local:

· A categoria ‘Apoio a produção áudio visual de média metragem’ prevê 03 prêmios de 120 mil reais, totalizando 360 mil em uma única categoria – pelo edital 03, Paulo Roberto Ferreira dos Santos.

· Apoio a ‘cineclube e a mostras e festivais’ prevê uma vaga de 87 mil reais.

· Apoio a realização de ‘cinema itinerante’ prevê 03 vagas de 58 mil totalizando 174 mil reais nessa categoria.

Leia Mais

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O secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, afirmou ao PIMENTA que a retomada do edital Calendário da Capoeira depende da aprovação do Conselho Municipal de Cultura e, dessa forma, não pode ser implementada apenas por decisão da sua pasta. Ele falou sobre o assunto ao comentar a demanda da Salvaguarda da Capoeira na Bahia (relembre aqui).

Ainda conforme o secretário, em reunião recente, avançaram as tratativas para que os capoeiristas passem a ter representação no Conselho de Cultura, o que depende de reformulação do colegiado por meio de modificação da lei municipal que o regula.

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A recuperação e a conservação da memória da capoeira ilheense está na ordem do dia. Numa das frentes desse movimento, grupos do Território de Identidade Litoral Sul tentam convencer a Secretaria Especial de Cultura de Ilhéus a restabelecer o edital Calendário da Capoeira, que era financiado pelo Fundo Municipal de Cultura e foi substituído pelo edital Mané Barreto, também voltado para a arte da ginga.

Ao PIMENTA, o contramestre Paulo Magalhães explicou que um dos objetivos da articulação é assegurar os dois editais. A demanda foi levada ao secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, na última segunda-feira (16).

Na oportunidade, segundo Paulo, os capoeiristas tomaram conhecimento da existência de R$ 30.000,00 para projetos ligados à capoeira, sendo R$ 20.000,00 destinados por emenda impositiva do vereador Cláudio Magalhães (PCdoB) à Lei Orçamentária de 2022 do município. Esse tipo de emenda é de execução obrigatória, ou seja, deve ser executada neste ano, mas os critérios para a distribuição dos recursos ainda não foram definidos.

MEMÓRIA VIVA

O secretário informou que a Prefeitura pretende homenagear mestres de capoeira da cidade. Decidiu-se, de forma consensual, que a honraria será dedicada aos mestres Barreto, Caldeira, Virgílio, Carioca, Nego Bel e Polar, seguindo a tradição cultural da primazia dos mais velhos.

No mesmo encontro, os capoeiristas recomendaram que a Secretaria de Cultura atualize o cadastro dos grupos de capoeira de Ilhéus e dê início a um trabalho de recuperação e de registro da memória dos mestres mais antigos, promovendo rodas de conversas, documentários e outras formas de documentação dos seus saberes e das suas histórias.

REARTICULAÇÃO

O mês de maio também tem sido marcado por uma série de atividades da Salvaguarda da Capoeira na Bahia, que, no dia 5, se reuniu no Galpão X, próximo ao Terminal Urbano, no Centro de Ilhéus. A entidade reúne 18 grupos territoriais (GTs) do estado e pretende rearticular o GT Litoral Sul.

Passo importante para essa rearticulação se deu no último dia 13, quando os representantes da Salvaguarda participaram da instauração do GT Afrocultural, a convite de Magela e do vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB). Segundo Paulo, a ideia é que o GT Aflocultural funcione como espaço permanente de articulação, envolvendo os setoriais de hip-hop, capoeira, povos de terreiro e comunidades quilombolas.

Marão define equipe e dá a esposa a superpasta do Desenvolvimento Econômico e Inovação
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Nesta noite de sexta-feira (13), o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), divulgou os últimos nomes que vão integrar o secretariado depois de sancionada a reforma administrativa. A primeira-dama, Soane Galvão, comandará a Pasta de Desenvolvimento Econômico e Inovação, confirmando o que já era especulado há mais de três meses (relembre aqui), quando o prefeito disse ao PIMENTA que a esposa tinha perfil para “articular com todas as empresas que têm interesse em investir na cidade”.

Outros nomes confirmados foram Geraldo Magela, que deixou a Saúde e comandará a pasta da Cultura e o projeto Ilhéus 500 anos, Fábio Manzi (Turismo), João Aquino (Serviços Urbanos e Distritais), Átila Dócio (Infraestrutura e Defesa Civil), Diego Batista Messias (Maramata) e Valci Serpa (Transporte e Trânsito).

Durante a semana, Marão já havia definido os titulares de outras pastas. André Cezário comandará a Secretaria de Saúde. O vereador Kaique Souza (Podemos) licencia-se do mandato e assume a recém-criada Secretaria Especial da Juventude, Esporte e Lazer. Rubenilton Silva continuará no comando da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza. Eliane Oliveira foi mantida no comando da Educação.

OS PRIMEIROS NOMES

As primeiras nomeações no pós-reforma administrativa foram publicadas na edição de quarta (11) do Diário Oficial. O advogado Bento Lima responderá pela Casa Civil, enquanto Roberval Alves Santos permanece à frente da Controladoria-Geral.

Gabriel Bitencourt foi nomeado secretário de Gestão. Mozart Aragão deixa a área de Meio Ambiente para comandar a Secretaria da Fazenda e Orçamento. Jefferson Domingues foi mantido à frente da Procuradoria-Geral do Município. Ex-comandante da Cipe Cacaueira, o tenente-coronel Marcelo Barreto foi nomeado hoje secretário da Ordem Pública.

Médico André Cezário (à esquerda) assume Secretaria de Saúde; vereador Kaíque Souza se licencia da Câmara para comandar pasta da Juventude, Esporte e Lazer
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O prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, Marão (PSD), formalizou a substituição do professor de História Geraldo Magela pelo médico André Cezário no comando da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). A mudança foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (12).

Sérgio do Amparo assume vaga de Kaíque na Câmara de Vereadores

A mesma edição do Diário traz o nome do vereador licenciado Kaique Souza (Podemos) como titular da Secretaria Especial da Juventude, Esporte e Lazer. Eleito primeiro suplente do Podemos, o líder comunitário Sérgio do Amparo vai ocupar a cadeira deixada por Kaique na Câmara de Vereadores.

O advogado Rubenilton Silva e a professora Eliane Oliveira continuam no secretariado de Marão || Fotos Clodoaldo Ribeiro

A recente reforma administrativa mudou o nome da Secretaria de Desenvolvimento Social para Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza. A publicação de hoje manteve o advogado Rubenilton Silva no comando da pasta, a exemplo da professora Eliane Oliveira, que continua à frente da Secretaria de Educação

MAGELA NA CULTURA

Geraldo Magela deixou a Saúde, mas é cotado para assumir a recém-criada Secretaria Especial de Cultura. O PIMENTA presenciou episódio que corrobora a especulação.

Na manhã  da última terça-feira (10), data dos 109 anos do nascimento de Jorge Amado, Magela apareceu rapidamente na Casa de Cultura que leva o nome do escritor. Sua presença não passou despercebida pelo mestre que comandava uma roda de capoeira no local. O capoeirista fez questão de registrar o encontro com uma foto. Magela aceitou o convite, deixou-se fotografar com o grupo e saiu.

Agente federal durante busca em um dos imóveis escrutinados na manhã desta quarta-feira (11) || Foto Divulgação/Polícia Federal
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Na manhã desta quarta-feira (11), a Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão, em Ilhéus e Itabuna, no âmbito da Operação Nefanda, que investiga contrato milionário da Prefeitura de Ilhéus.

Segundo a PF, a licitação investigada resultou na contratação de uma empresa, por R$ 1,2 milhão, para gerir o abrigo onde pacientes com Covid-19 foram isolados. Ainda conforme a Polícia Federal, a contratada não tinha capacidade técnica e operacional para prestar o serviço.

O negócio entrou no radar da Polícia Federal por envolver recursos da União, enviados ao município para o enfrentamento da emergência sanitária causada pela Covid-19.

Nefanda, nome dado à operação, é sinônimo de coisa execrável ou abominável.

INDÍCIOS DE FRAUDE E POSSÍVEIS CRIMES

As investigações começaram em novembro de 2020. A Polícia Federal desconfia que a Prefeitura pode ter fraudado a cotação de preço do processo licitatório. Os investigadores afirmam que o objeto da licitação não foi detalhado da forma devida. Também indicam possível direcionamento do certame.

As supostas ilegalidades, segundo a PF, podem ser enquadradas nos crimes de fraude a licitação, estelionato, peculato, corrupção passiva, falsidade ideológica e associação criminosa.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A Polícia Federal não divulgou os nomes dos investigados.

Na manhã desta quarta-feira, o PIMENTA telefonou para o Centro Administrativo da Conquista e o secretário de Saúde Geraldo Magela, mas as chamadas não foram atendidas.

O médico André Cezário, diretor do Centro Covid de Ilhéus || Foto Fábio Roberto
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O jornalista Fábio Roberto informou no seu site que a Secretaria de Saúde (Sesau) de Ilhéus vive clima de despedida nesta terça-feira (4). Isto porque, segundo ele, o titular da pasta, Geraldo Magela, está de saída da Sesau, que será comandada pelo médico André Cezário, atual diretor da Central Covid de Ilhéus.

Segundo Fábio, Magela vai continuar no governo, mas longe da Sesau, trabalhando no projeto dos 500 anos de Ilhéus.

Na tarde desta terça (4), o secretário Geraldo Magela disse ao PIMENTA que não há informações oficiais sobre as mudanças especuladas.

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Vilas-Boas diz que post no Twitter não tem críticas a Itabuna e Ilhéus

Após a divulgação de um ranking de vacinação no estado e publicar um tuíte com a posição dos dez maiores municípios baianos na aplicação de doses dos imunizantes contra o novo coronavírus (covid-19), o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, disse ao PIMENTA que a postagem teve um único intuito:

– Não tem crítica alguma na postagem. Postei para provocar a disputa entre as duas cidades pra ver quem vacina mais rápido – disse ele ao site.

O ranking mostrava que Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, havia aplicado todas as doses disponibilizadas para a primeira fase – destinadas a profissionais de saúde da linha de frente do combate à covid-19, indígenas, idosos albergados e, em alguns municípios, idosos acima dos 75 anos. Já Ilhéus e Itabuna, nesta ordem, estavam na laterninha da vacinação (confira post aqui).

REAÇÕES EM ILHÉUS E EM ITABUNA

Ao ranking, as Secretarias de Saúde de Ilhéus e de Itabuna reagiram com informações sobre plano municipal de vacinação contra a covid-19.

A Secretaria de Saúde de Itabuna informou estar “seguindo as orientações do Plano Municipal de Vacinação quanto ao público a ser gradualmente imunizado”. Citando o Vacinômetro elaborado pela Rede Frio município, a Saúde assegurou ter vacinado 1.336 pessoas até as 16h30min dessa terça-feira (26).

Por grupos, o município já imunizou 1.102 profissionais de saúde, dos quais 225 hoje. Também nesta data foram imunizados 234 idosos asilados. De acordo com a secretária Municipal de Saúde, Lívia Mendes, Itabuna recebeu 2.200 doses do imunizante Coronavac, produzido pelo consórcio Sinovac, da China, e Instituto Butatan, do Brasil, mais 1.800 doses da vacina Oxford/AstraZeneca em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ilhéus, que recebeu mais doses de vacina, informou que 1.706 trabalhadores da saúde na linha de frente do combate ao coronavírus, 585 indígenas e 113 idosos abrigados e pacientes acamados, cadastrados no programa “Melhor Em Casa”, foram vacinados até o final da tarde de ontem.

Segundo o secretário de Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, os novos lotes das 1.090 vacinas da Oxford que Ilhéus recebeu do Núcleo Regional de Saúde Sul (Sesab), vai atender os profissionais de saúde no combate ao coronavírus, idosos acamados e do Programa Melhor em Casa.

Prefeitura corrigiu comunicado feito às 17h desta segunda-feira (25).
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No início da manhã desta terça-feira (19), em entrevista ao Tabuleiro, programa da Ilhéus FM, o secretário de Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, disse que o município recebeu 5.704 doses da vacina contra a Covid-19. Cerca de uma hora depois, o site da prefeitura informou número maior, 6.017, diferença observada pelo Blog do Gusmão.

Na tarde de hoje, a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) explicou ao PIMENTA que a divergência foi provocada por uma atualização da contagem – feita pelo Núcleo Regional de Saúde no ato de entrega das vacinas ao município. Essa atualização ocorreu após a entrevista do gestor à emissora de rádio.

A Secom ressalta que o próprio núcleo corrigiu a informação sobre a quantidade de doses em nota enviada ao setor de vigilância sanitária da Secretaria Municipal de Saúde. Portanto, enfatiza o órgão, o número informado por Magela não estava errado, houve apenas uma atualização dos dados enviados ao governo.

“GOTAS DE OURO”

Na mesma entrevista, Magela esclareceu que os primeiros lotes da vacina vão imunizar profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus, em hospitais, unidades de pronto atendimento e no SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), além dos indígenas e dos idosos que vivem em abrigos. Como há uma corrida global pelas vacinas contra a Covid-19, o secretário as comparou a “gotas de ouro”.

Secretário Geraldo Magela confirmou que paciente é médico da rede pública
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Depois de depor na Delegacia da Polícia Federal (DPF), em Ilhéus, nesta terça-feira (22), o secretário municipal de Saúde, Geraldo Magela, disse que os funcionários e ele são os maiores interessados em que as acusações de fraude apuradas pela Operação Anoxia sejam esclarecidas.

“Não há irregularidades, salários foram pagos e o serviço está sendo executado na Central Covid”, disse Magela. “Pelas nossas contas não houve superfaturamento. Se ficar comprovado, a empresa vai ter que devolver,” garantiu em entrevistas às emissoras de TV.

Magela afirmou ainda que não está enxergando nenhuma falha de execução do contrato com a empresa acusada. Para ele, as denúncias surgiram no período que antecedeu a campanha eleitoral.

O secretário afirmou ainda que a empresa HSC executou o serviço e que pode haver diferença contábil de R$ 110 mil. “A gente quer ver o que é isto. Para nós não passa de erro contábil”, acrescentou, informando que há despesas ainda não lançadas nos sistemas.

“A diferença pode ser em decorrência de salários pagos a médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de enfermagem. O que colocaram é que não tinha execução do contrato pela empresa. Mas todos viram que havia a Central Covid, o hotel, etc,” pontuou.

O titular da Saúde afirmou estar para tudo responder. Ele lembou que na época da denúncia houve processo licitatório, dispensa, etc. porque Ilhéus, juntamente com Salvador, lideravam os casos de novo coronavírus no estado.

“A gente precisava de fazer a central. Agora pedimos a documentação da CGU para ver os termos da denúncia para encaminhar a defesa. Vamos detalhar as despesas até para garantir a chegada dos recursos contra a doença”, concluiu.

Agentes da CGU chegam à sede da empresa acusada em Itororó || Foto CGU
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Denominada Operação Anoxia, a operação da Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU) em Ilhéus e Itororó nesta terça-feira (22) apurou que houve superfaturamento de mais de R$ 110 mil em um único mês – junho – passado pela HSC Serviços Empresariais, com sede no pequeno município do médio sudoeste baiano.

“Conforme dados disponibilizados pelo site do Tesouro Nacional Transparente, Ilhéus/BA recebeu, desde o início da pandemia até o momento, mais de R$ 40 milhões, entre auxílio financeiro e despesas adicionais do Ministério da Saúde, para ações de combate à Covid-19″, informa a CGU.

Apesar disso, o cenário epidemiológico em Ilhéus permaneceu desfavorável por muito tempo. “Dados disponibilizados pela Central Covid-19 da Universidade Estadual de Santa Cruz indicam que, atualmente, a cidade apresenta o quarto maior número de óbitos no Estado da Bahia (263) e uma retomada no aumento do número de casos confirmados de Covid-19”, diz nota da CGU.

INVESTIGAÇÕES

Segundo a CGU e a Polícia Federal, as investigações começaram em agosto e apontaram direcionamento, por parte da Secretaria de Saúde de Ilhéus, à empresa responsável pela contratação de mão de obra especializada (médicos, enfermeiros, psicólogos) por dispensa de licitação.

A empresa recebeu mais de R$ 2,5 milhões do Fundo Municipal de Saúde. Ainda segundo a PF, foram constatados também indícios de outros crimes, como o não pagamento de encargos trabalhistas e a apropriação indébita previdenciária, pelo não repasse ao INSS das contribuições descontadas dos contratados.

Os investigados vão responder pelos crimes de fraude a licitação (arts. 89 e 90 da Lei nº 8.666/93); apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do Código Penal); estelionato (art. 171 do Código Penal) peculato (art. 312 do Código Penal) e corrupção passiva (art. 317 do Código Penal). A operação é feita em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU).

DENÚNCIA

A empresa HSC Serviços Empresariais, alvo de mandados de busca e apreensão pela PF e CGU, venceu licitação aberta pela Secretaria de Saúde de Ilhéus em junho e abocanhou contrato de R$ 2.587.955,76.

Pelo contrato, a empresa deveria contratar serviços de terceirização de mão de obra na área de saúde, já contabilizando, dentro de apenas dois anos de funcionamento, nove contratos, contando com o de Ilhéus.

A primeira denúncia contra a empresa HSC Serviços Empresariais foi feita pelo portal de notícia Jornal da Bahia Online, editado em Ilhéus. O furo de reportagem rendeu-lhe alguns inconvenientes, a exemplo da exigência de publicação de “Direito de Resposta”.

No portal, o jornalista tinha advertido que, a poucos meses da eleição, com o prefeito Mário Alexandre Souza candidato à reeleição, a Prefeitura de Ilhéus contrataria prestadores de serviços através de uma empresa terceirizada, escolhida sem necessidade de licitação, por conta da pandemia.

“Segundo o Diário Oficial, a medida visa atender demandas temporárias voltadas para o combate à Covid-19”, diz a reportagem.

No mesmo dia o portal entrou em contato com o secretário Geraldo Magela, responsável pela assinatura do contrato, para saber se uma empresa com pouco tempo de atividade terá a experiência suficiente para gerenciar um contrato superior a R$ 2,5 milhões na contratação de profissionais para atender a Covid-19 em um dos municípios mais atingidos do estado.

Mas, em vez de dar explicações, o secretário preferiu passar o contato do jornalista para a empresa. Mesmo informado que o noticiado era público, já que foi publicado no Diário Oficial do Município e que a matéria em questão não citava nada além mais do que a contratação da empresa, foi pedido “Direito de Resposta” que acabou publicado.

Além de defender sua capacidade técnica, a nota informava que “a Diretoria da HSC e seus colaboradores estão à disposição para esclarecer qualquer imbróglio que, porventura, venha surgir neste contrato de terceirização de mão de obra intermediária para atender demandas temporárias da Secretaria da Pasta de Saúde do Município”.

Agentes da PF chegam à Secretaria Municipal de Saúde
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Pelo menos nove mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, na manhã desta terça-feira (22), nas cidades de Ilhéus e Itororó. Segundo informações preliminares, a investigação é referente ao contrato número 110/2020, com a HSC para fornecimento de pessoal para atuar na Central COVID, instalada no Centro de Convenções de Ilhéus.

No cumprimento dos mandados, agentes da Polícia Federal visitaram a casa do secretário de Saúde, Geraldo Magela, e a sede da Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus.

 

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa e gabinete do secretário de Saúde.

As secretarias de Saúde e de Comunicação da Prefeitura nem o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), até agora não se pronunciaram sobre as investigações e o cumprimento dos mandados pelos agentes.

A Delegacia da Polícia Federal, em Ilhéus, também não fez qualquer comunicado sobre as ações nas duas cidades. É provável que informações sejam repassadas em coletiva de imprensa ou mesmo no site oficial da instituição.

Clarice venceu imóvel a Magela, mas ainda não recebeu o valor total da transação || Fotos Blog do Gusmão
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O juiz da 4ª Vara Cível de Ilhéus, Júlio Gonçalves da Silva Júnior, determinou o bloqueio de contas bancárias e bens do secretário de Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela. Conforme denúncia, o secretário e família são acusados de aplicar golpe na compra de imóvel de uma idosa, Clarice de Cunto, de 73 anos.

Magela reside no imóvel, em Olivença, Ilhéus. O golpe foi revelado pelo Blog do Gusmão. A liminar também determina a busca de veículos que estejam em nome de Magela, da esposa dele e de duas das filhas do secretário de Saúde de Ilhéus.

Na liminar em que também proíbe a esposa de Magela de vender ou transferir um imóvel em Itabuna, o juiz Júlio Gonçalves aponta que Dona Clarice de Cunto é hipervulnerável, com saúde física e psicológica prejudicada pelos acontecimentos envolvendo a venda pela qual não recebeu. A história vai além da venda do imóvel, pois a senhora foi convencida a contrair empréstimos na ilusão de receber os R$ 240 mil restantes dos R$ 350 mil da transação.

Dona Clarice, a vítima, e Geraldo Magela, o secretário de Saúde
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É contundente o teor da reportagem do Blog do Gusmão que envolve um dos mais poderosos secretários do Governo Marão. Com riqueza de detalhes, o site relata um negócio do secretário da Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, com uma senhora de mais de 70 anos em Olivença, zona sul do município, de quem o professor de História e secretário de Saúde comprou um imóvel de R$ 350 mil.

A história envolve outras personagens, familiares de Magela. A venda ocorreu em 2013, mas a transação até hoje não foi concluída por causa do hoje secretário de Saúde de Ilhéus. A história causa indignação. Ressalte-se: Magela preferiu o silêncio a contar a sua versão da história.

Confira a reportagem no site

Marão terá que devolver R$ 1,6 milhão aos cofres públicos || Foto Pimenta
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O Ministério Público estadual apura supostas irregularidades em contratos firmados pela Secretaria de Saúde Ilhéus com a empresa K DA Silva Porto, de Coaraci, no valor aproximado de R$ 537,2 mil. Segundo a promotora de Justiça Mayanna Ferreira Floriano, foram celebrados no dia 26 de março três contratos, via dispensa de licitação, “com aquisição de insumos em grande quantidade e sem apresentação ou publicização de Plano de Atuação para enfrentamento da pandemia”.

Após intervenção do MP, o Município suspendeu, em 22 de abril, o fornecimento de material pela empresa, pagando apenas os equipamentos que já tinham sido fornecidos até a instauração do procedimento administrativo para apurar os contratos, no dia 6 de abril.

Ontem (12), a promotora instaurou procedimento para apurar supostas irregularidades na contratação de material gráfico pelo Município que seria voltado às ações de enfrentamento da pandemia. Desde o início da situação de emergência, o MP vem realizando reuniões semanais com a Procuradoria-Geral do Município e com a Controladoria de Ilhéus para acompanhar o portal de publicação das contratações e de todos os contratos celebrados no período de combate à pandemia, para fiscalizar se a divulgação está em conformidade às orientações dadas pelo MP em recomendação expedida no mês de março.

RECOMENDAÇÃO DA PROMOTORIA

No último dia 17 de abril, a promotora recomendou ao secretário municipal de Saúde, Geraldo Magela, que apresente lista quantitativa e qualitativa de todos os materiais, insumos e equipamentos, em estoque ou ainda não estocados, mas previstos em contrato vigente, adquiridos para o enfrentamento da pandemia, com o cronograma de entrega às unidades de saúde.

Já ao prefeito Mário Alexandre (Marão), Mayanna Floriano recomendou a suspensão de todos os processos administrativos destinados à contratação de empresas para o fornecimento de bens e serviços não essenciais e a priorização do pagamento das remunerações dos agentes públicos municipais e das empresas fornecedoras de bens e serviços essenciais, sobretudo os relacionados à área de saúde e de assistência social no enfrentamento aos efeitos da Covid-19.

Conforme a recomendação, o Município rescindiu contratos de Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) de profissionais de saúde e assistência social, sob a alegação de diminuição de receita.