O craque Juca Alfaiate (no centro entre os agachados) fazia jus à fama conquistada em campo e com a tesoura na mão || Arquivo Walmir Rosário
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Juca era respeitado e admirado na sociedade, tanto assim que até o Exército brasileiro lhe fez uma deferência quando foi convocado para servir à Pátria, lutar contra os alemães na Itália, durante a segunda Guerra Mundial.

Walmir Rosário

Durante um jogo no Maracanã estreava na arquibancada do maior estádio do mundo um itabunense. Acostumado a assistir aos jogos no acanhado campo da Desportiva, a todo o ataque dos times cariocas, levantava, fazia muitos gestos, o que perturbava os torcedores localizados logo atrás. E eis que num determinado momento, ouve os torcedores gritando “Fica quieto, Juca Alfaiate”. Olha ele pra trás e pergunta: “Você também é de Itabuna?”, e o carioca responde: “Não sei onde é isso, mas é o nome que está estampado na sua bunda”.

Alfaiate de mão cheia, José Correia da Silva, ou melhor Juca, ainda é considerado o maior craque de Itabuna. E durante toda a minha vida nunca vi ou ouvi ninguém discordar, o que nos faz crer que seja verdade firmada. Magro, educado, bem falante em tom médio, foi quem vestiu os elegantes da cidade por muitos anos. E o seu marketing era estampado por uma fina etiqueta em todas calças, paletós e camisas por ele confeccionadas.

Mas nessa crônica não nos vale muito a refinada profissão de Juca Alfaiate, e sim o seu desempenho no futebol. Se na alfaiataria deixava os clientes elegantes, nas quatro linhas do campo da Desportiva ou estádios alheios, o elegante era ele. Nos anos 1940/50 era quem mandava nos jogos pelos clubes em que jogou, a exemplo do São José, São Cristóvão, Grêmio, Associação Atlhética e Flamengo, todos de Itabuna.

Em campo, frio e calculista, idealizava as jogadas com a mesma maestria em que cortava um terno de linho S-120. Recebia a bola, a matava no peito ou no pé, se desvencilhava do adversário com um jogo de corpo e partia para área em busca de mais um gol. Se a marcação era muito cerrada, distribuía a bola aos companheiros melhores colocados e se postava mais próximo da pequena área.

Baixo e magro, os adversários que ainda não o conheciam acreditavam que era mais um jogador irrelevante, escalado na falta do titular e que estaria ali apenas para fazer número. Ledo engano, assim que o viam dominar a bola passavam a respeitá-lo e somente com falta conseguiam pará-lo, isso quando ele não se antecipava às botinadas dos zagueiros, deixando-os ainda mais zangados e desmoralizados.

Uma falta nas proximidades da grande área era o terror dos goleiros adversários. Como não queria nada, se aproximava do local, pegava a bola com carinho e a colocava no lugar determinado pelo árbitro. Bastava olhar para a barreira formada à sua frente, recuava três ou quatro passos, e como não queria nada, avançava para a bola e dava um chute certeiro, bem colocado, como todos os craques devem proceder.

Não restava alternativa ao goleiro do que pegar a bola no fundo da rede, do lado distinto do qual havia caído. Sim, pois Juca Alfaiate era perfeccionista e ao bater faltas não abria mão do efeito aplicado com o lado do pé, com a finalidade da bola fazer uma curva e enganar o arqueiro. Era bola num canto e o goleiro no outro. E sua frieza deixava os goleiros possessos, pois batia com os dois pés, enganando a barreira e o goleiro.

Nasceu pra jogar bola, diziam torcedores do seu time e até os adversários. Sim, era um craque talhado, como as curvas dos paletós nos corpos dos clientes. Mas juntava sua habilidade natural com os treinamentos, especializando nos dribles desconcertantes, nos chutes com destino certeiro. Com o tempo se fez mestre em marcar gols espetaculares, como os de bicicletas, que faziam os torcedores da velha Desportiva vir abaixo com os aplausos. Mais bonitas do que as de Leônidas da Silva, diziam os mais exaltados.

Incentivado a se profissionalizar nos grandes times brasileiros, de Salvador, Rio de Janeiro ou São Paulo, Juca não se deixava influenciar pelos muitos conselhos a ele dados pelos especialistas do futebol. Queria jogar bola artística como sabia e não como os técnicos e seus ensinamentos queriam. E para referendar, até mesmo uma proposta mirabolante do Guarany, de Salvador, ele recusou de pronto. Pois o Guarany levou todo o time titular, até o seu reserva, que foi o artilheiro e campeão baiano, mas ele ficou.

Juca preferia dividir sua vida entre a família, a profissão de alfaiate de requinte e o futebol refinado. Por onde passou convivia com pessoas bem próximas dele, clientes, amigos bem chegados, craques que faziam vibrar os apaixonados torcedores. Se o futebol não lhe dava o dinheiro que precisava, a alfaiataria permitia que vivesse decentemente, dentro dos padrões da dignidade. Não tinha do que reclamar.

Juca era respeitado e admirado na sociedade, tanto assim que até o Exército brasileiro lhe fez uma deferência quando foi convocado para servir à Pátria, lutar contra os alemães na Itália, durante a segunda Guerra Mundial. Em Ilhéus, onde esperava a data para embarcar num navio para a Europa, os oficiais ficaram encantados com o seu futebol e postergaram a viagem. Ainda bem que Ilhéus conheceu, de perto, o futebol jogado por Juca Alfaiate.

Juca Alfaiate praticava o bom futebol, tratando a bola com respeito, driblando os adversários, não por pura vaidade, mas para chegar ao gol com mais facilidade, jogando a bola nos fundos da rede com plasticidade. Foi um craque temido e, ao mesmo tempo, querido pelos adversários. Parou quando deveria, não pela marcação dos zagueiros, mas por uma contusão. Infelizmente, o centroavante consagrado deixou as quatro linhas e calou as arquibancadas. Nunca mais os dribles e os gols espetaculares de Juca Alfaiate.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e além de autor de livros como Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Itabuna enfrenta o Nova Iguaçu na estreia da Copa do Brasil || Foto Redes Sociais do IEC
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O time do Itabuna poderá conquistar a maior premiação de sua história. Para isso, precisa passar das três primeiras fases da Copa do Brasil. O Dragão do Sul já tem garantido R$ 787 mil pela participação na primeira fase da competição, que começa no dia 21 de fevereiro. Caso passe pela segunda e terceira fases, a equipe embolsará cerca de R$ 3,937.000, conforme a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

De acordo com o regulamento da Copa do Brasil, na primeira e segunda fases, os duelos serão em jogo único, com o mandante sendo o time com posição inferior no Ranking Nacional de Clubes. A equipe visitante tem a vantagem do empate na primeira. Na segunda, o resultado igual leva aos pênaltis. O dia do jogo do Itabuna ainda será divulgado pela CBF. O adversário será o Nova Iguaçu (RJ).

O Itabuna estreia na Copa do Brasil com R$ 787 mil garantidos. Caso avance para a segunda fase da competição nacional, receberá mais R$ 945. O time embolsará mais R$ 2,205 milhões se conseguir passar da terceira fase. O campeão da Copa do Brasil receberá R$ 73,5 milhões milhões. O vice ficará com R$ R$ 31,5 milhões. Veja no final do texto os valores pagos em cada fase.

JOGOS DE IDA E VOLTA NA TERCEIRA FASE

A partir da terceira fase, os confrontos terão jogos de ida e volta e haverá a entrada de Fluminense, Palmeiras, Grêmio, Atlético Mineiro, Flamengo, Botafogo, Red Bull Bragantino, Ceará, Goiás, Vitória, Athletico, além do São Paulo, atual campeão da Copa do Brasil.

Fluminense, São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Atlético Mineiro, Flamengo, Botafogo e Red Bull Bragantino conquistaram a vaga pela participação na Libertadores de 2024. O Ceará está na Copa do Brasil graças ao título da Copa do Nordeste, mesmos casos do Goiás e a Copa Verde e o Vitória com o Brasileirão Série B. Já o Athletico se garantiu pela colocação no Brasileirão Série A 2023.

Ao todo, 92 clubes participam desta edição da Copa do Brasil. Desde a fase inicial, 80 clubes estão na disputa. Além de Itabuna, são estreantes na competição as equipes de Água Santa-SP, Amazonas-AM, Audax-RJ, Capital-TO, Grêmio Sampaio-RR, Manauara-AM, Olaria-RJ e Petrolina-PE.

Primeira fase: R$ 1,47 milhão (Série A) R$ 1.312,5 milhão (Série B) e R$ 787,5 mil (demais clubes);

Segunda fase: R$ 1,785 milhão (Série A), R$ 1,47 milhão (Série B) e R$ 945 mil (demais clubes);

Terceira fase: R$ 2,205 milhões;

Oitavas de final: R$ 3,465 milhões;

Quartas de final: R$ 4,515 milhões;

Semifinais: R$ 9,45 milhões;

Vice-campeão: R$ 31,5 milhões;

Campeão: R$ 73,5 milhões

Everton acerta com o Bahia (à esquerda) e Ferreirinha também pode reforçar o Tricolor de Aço || Imagens Alexandre Vidal/Flamengo e Lucas Uebel/Grêmio
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O Bahia, que no passado lutou para não ser rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, entrou forte no mercado em 2024. O Tricolor de Aço acertou a contratação do meio campo Everton Ribeiro, que conquistou mais de uma dezena de títulos com Flamengo, incluindo duas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e duas Supercopas do Brasil.

Com o suporte financeiro do Grupo City, o Bahia ofereceu dois anos de contrato para Everton Ribeiro e salário superior ao que o meia, de 34 anos, recebia no Flamengo. Ribeiro perdeu espaço na equipe carioca no ano passado e, provavelmente, seria reserva nesta temporada, caso renovasse o contrato. Ele reencontrará o técnico Rogério Ceni. Juntos, conquistaram Campeonato Brasileiro de 2021.

Outro grande reforço que pode pintar no Bahia é o atacante Ferreirinha, de 26 anos, do Grêmio. O Tricolor de Aço negocia salário e tempo de contrato para tentar fechar com o atacante, que foi um dos destaques da equipe Gaúcha na temporada passada.

O Bahia, porém, disputa a contratação de Ferreirinha com o São Paulo. Em 2023, o atacante atuou 40 jogos, com sete gols e seis assistências. Ele conquistou os títulos do Campeonato Gaúcho e da Recopa Gaúcha.

PRÉ-TEMPORADA

O Bahia fará pré-temporada de 2024 em Manchester, na Inglaterra. Jogadores e comissão técnica se reapresentam no sábado (6) no CT Evaristo de Macedo para exames médicos. No dia 9, viajam para a cidade inglesa, onde utilizarão as instalações do Manchester City, um dos clubes do Grupo City, para os primeiros treinamentos do ano. A delegação retorna para Salvador no dia 21 de janeiro.

A pré-temporada em Manchester faz parte do processo de integração entre os clubes. Na Inglaterra, o Bahia aproveitará de toda a estrutura do City para voltar ao Brasil pronto para o restante da temporada.

Com isso, nas duas primeiras rodadas do Campeonato Baiano, contra Jequié e Atlético de Alagoinhas, nos dias 17 e 21, respectivamente, o Tricolor de Aço entrará em campo com uma equipe reserva.

Matheus Sodré é novo treinador do Itabuna || Foto Redes Sociais
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O Itabuna Esporte Clube anunciou Matheus Sodré, de 36 anos, como novo treinador para temporada do ano que vem. Embora seja muito jovem, o técnico acumula experiência e chega ao time do sul da Bahia após conquistar, no início do ano, o Campeonato Paraense pelo Águia de Marabá.

Matheus Sodré chega para substituir Sérgio Passos, campeão da Série B do Campeonato Baiano de 2022 e semifinalista do estadual deste ano. Passos pediu demissão em outubro, logo após a saída do grupo liderado pelo empresário Leonardo Amoedo, até então principal investidor no futebol azulino.

Matheus Sodré terá como auxiliar Gerson Sodré, que atuou como jogador do Itabuna na década de 70. Matheus também foi atleta do azulino, mas entre 2009 e 2010. Pelo Águia Marabá, além de campeão, levou a equipe a terceira fase da Copa do Brasil. O treinador foi ainda auxiliar técnico na China e Portugal. Atuando também como auxiliar, Gerson tem passagens pelo Botafogo, Coritiba, Ceará e São Caetano.

Outro que chega ao time do Itabuna é o treinador de goleiros Vandré Neves, de 42 anos. Ele tem passagens pelo Grêmio, Joinville e Santa, Fluminense de Feira e Vitória da Conquista. Na próxima temporada, o Itabuna disputará o Campeonato Baiano, Série D e Copa do Brasil, competição que sonha em passar o máximo de fases para aumentar o faturamento visando à manutenção da equipe

Goleiro ilheense é apresentado como reforço do Bahia || Foto Felipe Oliveira/E.C. Bahia
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O goleiro ilheense Adriel, de 22 anos, chega ao Bahia com sonho de fazer história no clube. Apresentado no Estádio de Pituaçu, na manhã de sábado (29), antes de seguir com a delegação para a partida contra o São Paulo, o atleta é um dos cinco reforços confirmados pelo Bahia na janela de transferências. O jogo com o São Paulo foi neste domingo (30) e terminou empatado em 0 a 0.

O goleiro, que estava no Grêmio, chega por empréstimo, com opção de compra. Inicialmente, fica no Tricolor de Aço até junho de 2024. Nascido em Ilhéus, o atleta iniciou a carreira em Pernambuco, na divisão de base do Náutico, depois seguiu para o futebol do Rio Grande do Sul.

Em Porto Alegre, Adriel estreou no profissional do Grêmio em 2021, sendo campeão da Recopa estadual. Na atual temporada, ele foi herói na conquista do Gauchão, com defesas decisivas em cobranças de pênalti.  No time treinado por Renato Gaúcho, o goleiro iniciou como titular no Campeonato Brasileiro, mas foi barrado na segunda rodada.

GOLEIRO FOI ACUSADO DE INDISCIPLINA

Na época, Renato Gaúcho disse que tirou Adriel do time do Grêmio após atos de indisciplina. “…Ninguém é perfeito, tive meus erros, mas nada que atrapalhasse o trabalho no dia a dia. Acontece. Todos já erraram. Agora é focar no Bahia, focar na sequência. Por mais que eu tenha saído do Grêmio com toda essa polêmica, águas passadas, agora estou com o novo manto, nova casa, nova história, novo Adriel. Só tenho a agregar agora, e daqui para frente é só alegria”, disse na coletiva.

Adriel se disse muito feliz por voltar ao estado onde nasceu. “Eu em casa. Fui bem acolhido por todos. Agora é focar e aproveitar a estrutura do Bahia, que surpreendeu minhas expectativas”.

Adriel também falou sobre a relação com o Bahia, herança de família desde a infância. “Meu pai, meus avós, meus tios, todos são Bahia. Na infância sempre acompanhei o Bahia, títulos, grandes nomes sendo construídos e isso pesou muito”, contou.

O novo dono da camisa 35 ressalta que a chegada ao Bahia significa um recomeço na carreira. “Com certeza será um recomeço. Espero ajudar o Bahia e deixar meu nome marcado na história. Mas será um recomeço aos poucos, aprendendo mais, aproveitando os companheiros que terei ao lado no dia a dia”, disse.

Com 1,95 de altura, Adriel Vasconcelos Ramos nasceu em 14 de janeiro de 2001, em Ilhéus. Veja abaixo a íntegra da entrevista do jogador reproduzida do site do Bahia.

BAHIA EMPATA EM SÃO PAULO

O titular no gol do Bahia neste domingo (30) foi Marcos Felipe, que fez grandes defesas. A partida começou às 11h e terminou em 0 a 0, no Morumbi. Com o resultado, o Tricolor de Aço segue na zona de rebaixamento, na 17ª colocação, com 15 pontos.

O Bahia corre risco de ser ultrapassado pelo Coritiba, que tem 14 pontos e, logo mais, às 16h, enfrenta o Botafogo, líder isolado do Brasileirão, com 40 pontos. Na próxima rodada, no domingo (6), enfrenta o América (MG), na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Tricolores farão primeiro jogo do confronto na Arena Fonte Nova || Divulgação/ECB
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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sorteou, nesta terça-feira (6), os confrontos das quartas de final da Copa do Brasil 2023. Único representante do Nordeste ainda vivo na competição, o Bahia enfrentará o Grêmio, com o primeiro confronto em Salvador e a volta em Porto Alegre, nas duas primeiras semanas de julho.

Torneio mais democrático do futebol brasileiro, a Copa do Brasil elevou significativamente os valores de suas premiações nos últimos anos. A desse ano será de R$ 420 milhões, distribuídos da primeira fase à final. O campeão levará R$ 70 milhões, e o vice, R$ 30 milhões.

O Bahia, que disputa a edição atual desde a primeira fase, bateu três adversários, Jacuipense-BA, Camboriú-SC e Volta Redonda-RJ, e faturou R$ 8,5 milhões até aqui.

Além de Bahia e Grêmio, também se enfrentarão nas quartas de final da Copa do Brasil Flamengo e Athlético Paranaense; Palmeira e São Paulo; e América Mineiro e Corinthians.

O time base do Botafogo que jogou por uma empresa num torneio no Dia do Comerciário: (em pé) Gilmar, João Bocar, Borba, Nailton, Bita e Gilberto; (agachados) Pintadinho, Pedrinha, Wanda, Rosendo e Jonga Preto
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Como quase todos os craques daquela época, suas jogadas construíram conceito e não dinheiro. Mas Rosendo nunca se arrependeu por ter tratado a bola com a delicadeza que ela sempre mereceu.

 

Walmir Rosário 

O craque se forma pela habilidade e gosto pela arte de jogar o futebol bonito. Em Itabuna, um jogador, desde cedo adotou como referência Zizinho, do Bangu e Domingos da Guia (do Palmeiras), dois monstros sagrados do futebol nacional. Era Rosendo Costa Antunes, que atuou pelo Vasquinho, Grêmio e Botafogo e fez história nas partidas em que disputou pelo Campeonato Amador de Itabuna.

Rosendo foi um dos jogadores mais expressivos no futebol grapiúna, a exemplo de Santinho, Tombinho e muitos outros que acabaram conquistando o Hexacampeonato Intermunicipal, e consolidou Itabuna como grande força no futebol do interior. Fora de campo, era a simplicidade em pessoa, não parecia aquele craque que encantava a todos pelo futebol clássico que jogava.

No Botafogo do bairro da Conceição, a escalação era Rosendo com a camisa oito e mais outros dez jogadores. Era ele o maestro que articulava as jogadas no meio campo, tendo em vista sua habilidade de chutar com os dois pés, aplicar dribles de deixar seus adversários comendo grama, como se dizia, além de jogar com velocidade para deixar seus adversários baratinados e não sofrer as pesadas faltas.

Jogador de inteligência bem acima da média, Rosendo sabia enrolar a defesa adversária jogando pelas pontas, principalmente a esquerda, e fazer tabelinhas com Pedrinha e lançamentos perfeitos para os atacantes. Formava uma dupla infernal com Tombinho, um artilheiro nato, catimbeiro que fazia gosto, e um excepcional líder em campo.

Mesmo de compleição franzina, Rosendo se inspirava nos jogadores da bola sabida, e essa habilidade lhe proporcionava uma defesa inteligente contra os empurrões de pontapés dos adversários. Ele sempre destacava as boas partidas, e uma em especial, que viu em Ilhéus, quando o Bangu, com Zizinho em campo, aplicou uma goleada de 11 x 1 no Grêmio.

Inegavelmente, tomou e tornou Zizinho como seu ídolo, e mesmo na condição de torcedor do Vasco da Gama idolatrava o jogador do Bangu. E sua paixão pelo futebol arte também o levou a admirar Domingos da Guia, passando a torcer pelo Palmeiras. Para Rosendo, futebol era uma arte e a bola tinha que ser tratada com respeito e meiguice até ela entrar no gol adversário.

Mas todo o futebol praticado por Rosendo e seus colegas lhe deixou consternado por não ter conquistado um título de campeão, apesar de ter jogado com os melhores “cobras” daquela época. Mesmo assim, dizia que o futebol não lhe trouxe dinheiro, mas sim muita alegria, pois jogava por prazer. Embora não tenha conquistado um campeonato, acumulou amigos como troféus valiosos.

Rosendo, a expressão do futebol arte, dizia que futebol não trouxe dinheiro, mas muita alegria

Como se diz na gíria, o futebol está no sangue, o que é uma verdade reservada a alguns poucos jogadores, entre eles Rosendo. E o menino que jogava babas com bolas de bexiga de boi conseguidas no matadouro, cresceu no esporte com os amigos da antiga rua do Zinco, Abiezer e Tertu. Como todo o menino bom de bola daquela época, foi para o Vasquinho aprendendo as técnicas com Noca e Gil Néri.

Jogador clássico desde menino, às vezes era barrado pelos técnicos contra os times de fora, para evitar que ele fosse contratado e deixasse o futebol itabunense. Como quase todos os craques daquela época, suas jogadas construíram conceito e não dinheiro. Mas Rosendo nunca se arrependeu por ter tratado a bola com a delicadeza que ela sempre mereceu.

Após deixar o futebol, Rosendo exerceu as atividades de gráfico e vigilante da Prefeitura de Itabuna, com a mesma simplicidade e galhardia que sempre disputava as partidas de futebol entre os jogadores de sua época. Rosendo ocupa um lugar de destaque na história e no pedestal destinado aos grandes craques de todos os tempos de Itabuna.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Jacaré marcou o gol que garantiu os 3 pontos para o Bahia|| Foto Felipe Oliveira/EC Bahia
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Com um lindo gol de Vítor Jacaré, o Bahia voltou a vencer na Série B do Campeonato Brasileiro. Jogando na noite de sábado (8), na Arena Fonte Nova, em Salvador,  o Tricolor de Aço bateu o Brusque pelo placar de 1 a 0, quebrando uma série de resultados ruins.  A equipe estava a cinco jogos sem vencer e viu concorrentes se aproximarem.

Com o resultado de ontem, o Bahia chegou aos 56 pontos, um a menos que o vice-líder Grêmio, que na rodada empatou em 1 a 1 com o Londrina, no campo do adversário. O líder isolado e campeão antecipado da Série B é o Cruzeiro. Mesmo com um jogo a menos, o time mineiro soma 72 pontos e não pode ser mais alcançado por nenhum adversário.

O quarto colocado na Série B é o Vasco da Gama, que venceu o Novorizontino por 3 a 0. Com a vitória, o time de São Januário,  chegou aos 55 pontos, quatro a mais que o Ituano, que no sábado derrotou o Guarani por 2 a 1. As quatro melhores equipes da segundona sobem para Série A de 2023.

No próximo domingo (16), o Bahia terá a chance de  assumir a vice-liderança da Série B do Brasileiro.  O Tricolor de Aço vai até Porto Alegre enfrentar o Grêmio. A partida está marcada para começar às 16h.

Bahia conquista um ponto fora de casa no empate com o Criciúma|| Foto Lucas Sabino/AGIF
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O Bahia garantiu, na noite desta quinta-feira (8), mais um ponto na corrida para voltar à elite do futebol brasileiro. Jogando no Estádio Heriberto Hülse, em Santa Catarina, o Tricolor de Aço empatou em 0 a 0 com o Criciúma pela 29ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Com o resultado desta quinta-feira, o Bahia chegou aos 51 pontos, quatro a mais que o Grêmio, terceiro colocado e que ainda jogará nesta rodada. A equipe gaúcha receberá o Vasco, no próximo domingo (11), em Porto Alegre, às 16h. Com 45 pontos, o time carioca é o quarto colocado.

O Bahia voltará a campo na segunda-feira (12), quando enfrenta o Sport, na Ilha do Retiro, em Recife, às 20h. O time pernambucano tem 40 pontos e nesta rodada perdeu de 1 a 0 para a Ponte Preta. O líder da Série B do Campeonato Brasileiro é o Cruzeiro que, neste momento, enfrenta o Operário e tem 59 pontos. As equipes vão empatando em 0 a 0.

Flamengo recebe o Grêmio e pode até perder por 3 gols de diferença || Foto Lucas Uebel/Grêmio
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Com a presença autorizada de torcedores nas arquibancadas do Estádio Maracanã, Flamengo e Grêmio se enfrentam nesta quarta-feira (15), às 21h30min (horário de Brasília), para decidir o adversário do Athletico-PR em uma das semifinais da Copa do Brasil.

A vantagem rubro-negra é considerável. No jogo de ida, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, os cariocas golearam por 4 a 0. Os gols saíram todos no segundo tempo, mesmo após a expulsão do lateral-direito Mauricio Isla no fim da primeira etapa.

O atual bicampeão brasileiro se classifica até se perder por três gols de diferença no Rio de Janeiro. Ao Tricolor Gaúcho só uma vitória por cinco ou mais gols de saldo interessa. Caso os gremistas igualem o placar agregado, a decisão será nos pênaltis.

JOGO COM TORCIDA NO ESTÁDIO

A presença de público no jogo desta quarta-feira foi garantida por liminar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) favorável ao Flamengo, que obteve liberação da Prefeitura do Rio de Janeiro para mandar três partidas com torcedores nas arquibancadas, que servirão como eventos-teste. Para o duelo contra o Grêmio, a capacidade autorizada no Maracanã é de quase 24,8 mil lugares (35% do total).

A liberação vai contra a vontade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da maioria dos clubes da Série A do Brasileirão, que decidiram, em Conselho Técnico, promover a volta do público somente quando todas as cidades com times envolvidos na competição autorizarem a presença de torcedores. Na última sexta-feira (10), 17 das 20 agremiações da primeira divisão entraram com uma ação para suspender a liminar, mas o Tribunal indeferiu o pedido na terça-feira (14).

O Grêmio ameaçou não entrar em campo se o jogo tivesse venda de ingressos, mas a possibilidade perdeu força. O clube gaúcho entende que isso vai contra o protocolo de retorno da torcida aos estádios, que indica a realização de partidas de ida e volta sem público, em duelos eliminatórios, caso um dos times não tenha a mesma autorização para receber torcedores.

Bahia tem namoro perigoso com a zona de rebaixamento || Foto Maxi Franzoi
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O Bahia está cada vez mais perto da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Jogando na noite de sábado (21), em Porto Alegre (RS), o tricolor perdeu por 2 a 0 para o Grêmio e caiu para 14ª colocação, com 18 pontos, a mesma pontuação que o São Paulo, que está no 15º lugar e, logo mais, às 20h30min enfrenta o Sport, na Ilha do Retiro, em Recife. Os gols do Grêmio foram marcados por Borja e Diego Souza.

O Bahia deve perder também uma posição para o Fluminense, que às 20h recebe o Atlético Mineiro, o líder isolado do Campeonato Brasileiro, com 37 pontos. O Tricolor Carioca tem 17 pontos e demitiu o treinador Roger Machado.

Bahia e Fluminense se enfrentam na próxima rodada, no dia 30, uma segunda-feira, no Maracanã, no Rio de Janeiro. A partida está prevista para as 19h.

Vitória é eliminado da Copa do Brasil
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O Vitória perdeu novamente para o Grêmio e foi eliminado na Copa do Brasil. Jogando na noite desta terça-feira (3), em Porto Alegre, o Rubro-Negro foi derrotado por 1 a 0. Na partida de ida, em Salvador, o time baiano já havia perdido pelo placar de 3 a 0.

A esperança do Vitória de reverter o placa acabou ainda no final do primeiro tempo, quando teve um jogador expulso. João Pedro tocou a mão na bola e acabou indo mais cedo para o chuveiro. Com jogador a menos, o Rubro-Negro foi facialmente dominado. Com a eliminação, deixou de faturar R$ 3,5 milhões.

O Vitória volta a campo na próxima sexta-feira (6), no Barradão, em Salvador, pelo Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro enfrentará o Vasco pela 16ª rodada da Série B, às 19h30min. Com 13 pontos, o time baiano é o 15º colocado na competição.

Bahia enfrenta o Grêmio daqui a pouco
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O Bahia joga daqui a pouco, às 19h15min, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, precisando da vitória para não correr o risco de encerrar a 28ª rodada na zona de rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro.

O Bahia tem 28 pontos na competição, a mesma pontuação que o Vasco, que abre a zona de risco. O tricolor leva vantagem sobre o time carioca por ter uma vitória a mais. O Vasco entra em campo na quinta-feira (7), contra o Atlético Goianiense, fora de casa.

Quanto ao Bahia, o time da Boa Terra enfrenta o Grêmio desfalcado de Gregore e Juninho (suspensos), além do lateral-esquerdo Juninho Capixaba, que está emprestado pela equipe gaúcha. Em compensação, o tricolor baiano pode contar com Daniel, Rodriguinho, Zeca e Ramon.

Mano Menezes aceita treinar o Bahia|| Foto Marcos Ribolli
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Mano Menezes, de 58 anos, é o novo técnico do Bahia. Ele vai substituir o treinador Roger Machado, demitido na quarta-feira passada, minutos depois que o tricolor foi atropelado, no Estádio de Pituaçu, em Salvador, pelo Flamengo. O único representante do estado na primeira divisão do Campeonato Baiano perdeu a partida por 5×3.

Mano Menezes vai assinar contrato com o Bahia até dezembro de 2021. Nesta temporada, ele comandará o Bahia no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana. O tricolor tem 9 pontos ganhos em sete jogos. São duas vitórias, três empates e duas derrotas.

O gaúcho Mano Menezes tem passagem por equipes como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Grêmio, Cruzeiro e Shandong Luneng, da China, além da Seleção Brasileira. O treinador conquistou três títulos nacionais, dois com o Cruzeiro, onde sagrou-se bicampeão da Copa do Brasil (2017 e 2018). Antes, em 2009, conquistou esse mesmo título com o Corinthians.

O último trabalho de Mano Menezes foi no ano passado, com o Palmeiras. Menezes treinou o time paulista por três meses e acumulou 11 vitórias, cinco empates e quatro derrotas em 20 partidas. O Bahia entra em campo na quinta-feira, às 19h15min, no estádio de Pituaçu, pela 9ª rodada Brasileirão, contra o Grêmio.

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Caso seja bafejado pela sorte, ou quem sabe, a técnica, defendendo sua retaguarda, é aplaudido efusivamente pelos torcedores de sua equipe e xingado pela torcida adversária. Se não foi feliz na sua intervenção, “a casa cai” e imediatamente ganha, no mínimo, a alcunha de frangueiro

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Não sei como surgiu a homenagem aos goleiros, comemorada em todo o mundo no dia 26 de abril. Goleiro é uma das posições que não admitem falha, pois no futebol é o gol quem “manda” e quem marca mais ganha o jogo, o turno, o campeonato. Goleiros bons já tivemos à mancheia, embora os milhões de comentaristas brasileiros sempre disseram que eles não sabiam sair das quatro linhas como os europeus.

Na seleção canarinho sempre foi motivo de amor e ódio. Que o diga o goleiro da Copa de 50, Barbosa, que tomou os dois gols do “Maracanaço”, marcado para sempre e morreu com esse desgosto. Dizem até que o lugar do goleiro – embaixo dos três paus – é tão amaldiçoado que não nasce grama. As diferenças entre o goleiro e os atacantes são abissais e ninguém enfarta caso um atacante perca um gol, mas morre se o goleiro toma.

Marcadas as diferenças, alguns goleiros sabem se impor e conseguem fazer história nos times por que passam – com raríssimas exceções – e na Seleção Brasileira, outros não conseguem essa proeza. Guarda-redes, goalkeeper, arqueiro ou simplesmente goleiro é aquele que consegue fazer voos sensacionais para tirar, com a ponta dos dedos, a bola da direção do gol, se jogar nos pés do atacante, calcular o lado certo da batida da falta ou do pênalti.

Caso seja bafejado pela sorte, ou quem sabe, a técnica, defendendo sua retaguarda, é aplaudido efusivamente pelos torcedores de sua equipe e xingado pela torcida adversária. Se não foi feliz na sua intervenção, “a casa cai” e imediatamente ganha, no mínimo, a alcunha de frangueiro e perde a admiração da torcida e a confiança do treinador e dos cartolas do clube, mesmo sendo o petardo disparado pelo adversário indefensável.

Neste domingo (26), Dia do Goleiro, fiz questão de homenagear o arqueiro Manga, que sabia se colocar em frente da trave como ninguém. No Botafogo foi Campeão Carioca em 1961, 1962, 1967 e 1968, Taça Brasil de 1968, Rio-São Paulo de 1962, 1964, 1966. Já que falei de estatística, pelo Botafogo jogou 442 partidas e sofreu 394 gols. Também jogou 12 partidas pela Seleção Brasileira.

Manga em ação defendendo o Botafogo (RJ)

Pelo Botafogo passaram grandes goleiros, com os quais me identifiquei bastante, mas Manga sempre foi especial pela sua presença e firmeza na pequena área e impunha respeito ao abrir “as asas” e deixar o atacante perdido, sem saber o que fazer. Melhor, ainda, quando o próximo jogo era contra o Flamengo e ele não perdia a esportiva ao dizer que tinha recebido o “bicho” pela vitória antes mesmo do jogo.

Já Maurício Duarte, ex-jogador profissional de grandes equipes brasileiras (Botafogo, inclusive), radialista, comentarista de futebol, amigo de excelente caráter, homenageou o goleiro Laércio, do Itabuna. E a homenagem foi prestada em tempo certo a uma pessoa que não mais se encontra entre nós e fez história no Itabuna Esporte Clube e em Itabuna, chegando a ser o xodó da torcida pelas grandes atuações dentro e fora do campo.

Itabuna sempre foi pródiga em bons goleiros desde os tempos do futebol amador – Fluminense, Flamengo, Grêmio, Janízaros, Bahia, Itabuna, Corinthians e Botafogo, este com um fato inusitado: o goleiro Danielzão mais tarde trocou de posição e passou a jogar como centroavante. Esses mesmos goleiros dos clubes defenderam com mãos de ferro a Seleção de Itabuna, vencedora do Intermunicipal por oito anos seguidos: Octacampeã.

Desfilaram em baixo dos três paus da seleção itabunense os goleiros Carlito, Asclepíades, Ivanildo, Plínio, Luiz Carlos, Betinho, dentre outros, que escreveram seus nomes da história do futebol itabunense. Goleiros que defendiam bolas impossíveis e se atiravam nelas como um esfomeado em busca de um prato de comida, para não deixar de citar a rica e bela gíria futebolística, além dos altamente técnicos.

É uma justa homenagem a um profissional – antes amador – que destoa dos colegas de equipe desde pequeno, por ser raro os que têm o sonho de ser goleiro e lutam para isso nos babas e escolinhas de futebol. Não raro, os goleiros são descobertos por serem aqueles que não têm talento para jogar na zaga, meio do campo e ataque e são escalados nos babas como goleiro, posição pouco disputada nos campinhos.

Por isso e tudo isso, minhas homenagens aos goleiros do Brasil e do mundo. Vai que é sua, Tafarel!

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.