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Chocolate produzido por cooperativa da agricultura familiar em Ibicaraí || Fotos Daniel Thame
Chocolate produzido por cooperativa da agricultura familiar em Ibicaraí || Fotos Daniel Thame

Do cacau ao chocolate. Essa é a nova realidade do sul da Bahia, após décadas como região produtora de amêndoas. A cada dia, novos empreendedores passam a investir na produção de chocolates finos, apostando num mercado consumidor em expansão no Brasil e no exterior.

O Chocolat Bahia 2017, Festival Internacional do Chocolate e Cacau, que está sendo realizado em Ilhéus, com o apoio do Governo da Bahia, é uma oportunidade de apresentar novos produtos, adquirir e trocar conhecimentos e ampliar os negócios. São cerca de 40 marcas de chocolates regionais em exibição, tendo como característica o cacau de qualidade, resultado de investimentos na modernização da lavoura.

Hans Schaeppi é um pioneiro. Há 32 anos, ele implantou a primeira fábrica de chocolate caseiro do Nordeste. “Foi um grande desafio, porque havia uma cultura de produzir amêndoas e percebi que era preciso investir no produto final. Hoje vejo com alegria a região partindo para a verticalizado e se tornando a terra do cacau e do chocolate”, afirma. Atualmente, Hans produz cerca de duas mil toneladas por ano, comercializa os produtos em todo o país e busca atingir o mercado chinês.

Hans foi o pioneiro na produção de chocolate em escala industrial no sul da Bahia.
Hans foi o pioneiro na produção de chocolate em escala industrial no sul da Bahia.

SETOR CRESCE 10% AO ANO

O setor de chocolates premium cresce cerca de 10% ao ano no Brasil, enquanto o mercado tradicional cresce apenas 2%. Henrique Almeida é outro exemplo de produtor de cacau que apostou no chocolate. Da terceira geração de uma família de produtores de cacau, ele começou a produzir chocolate há cinco anos. Investiu em amêndoas de qualidade, cursos de capacitação e hoje comercializa o chocolate premium em grandes redes da Bahia e do Sul/Sudeste do país.

O próximo passo é o mercado árabe e os Estados Unidos. “Cacau é alimento e também prazer. Nosso foco é a qualidade. Esse é o caminho da região. O negócio cacau só é viável se atrelado ao chocolate”, destaca

Maia
Maia diz que potencial a ser explorado é grande.

O mercado de chocolate atrai jovens empreendedores como Leonardo Maia. Com pós-graduação em Gestão de Negócios em Cacau e Chocolate, ele está produzindo chocolates finos com 50% e 70% de cacau.

– Na infância, sempre tive muito contato com fazendas de cacau e sempre que podia acompanhava os trabalhadores nos tratos e colheita do cacau. Em minhas viagens para outros países, tive a oportunidade de experimentar diversos tipos de chocolates e percebi que o nosso cacau do sul da Bahia tem um potencial grande a ser explorado – ressalta.

AGRICULTURA FAMILIAR

A produção de chocolate também é incentivada na agricultura familiar, que responde por 90% da produção de cacau no Sul da Bahia. A Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia possui 300 associados e produz chocolates caseiros e achocolatado com 30% de cacau.

Beneficiados com recursos do Programa Bahia Produtiva, do Governo do Estado, os agricultores familiares pretendem investir na produção de cacau orgânico, que agrega valor ao chocolate e derivados. “Nossos produtos já são consumidos na merenda escolar. Com o chocolate de origem, vamos buscar novos mercados, gerando mais renda no setor rural”, explica Carine Assunção, coordenadora da cooperativa.

Com 420 associados, a Cooperativa de Agricultores Familiares do Sul da Bahia (Coofasulba), também atendida pelo Bahia Produtiva, produz chocolates finos e achocolatados e está criando uma linha exclusiva para os supermercados. “Com assistência técnica e capacitação, vamos melhorar cada vez mais a qualidade e criar novos canais de comercialização” , diz o diretor da Coofasulba, Gildeon Farias.

MODELO SUPERADO

Gerson: "modelo antigo está superado"
Gerson: “modelo antigo está superado”

Gerson Marques, presidente da Chocosul comenta que a produção de chocolate é uma alternativa viável, num processo que está se consolidando. “Dos 40 produtores, 38 produzem o próprio cacau. São empreendedores que foram para as fazendas, reorganizaram a produção, com uma nova mentalidade, investindo em amêndoas de qualidade superior”, DIZ.

Segundo Marques, essa é uma estratégia que terá impactos positivos na economia regional, com a melhoria da produtividade e, consequentemente, do preço final. “O modelo antigo, de mero fornecedor de matéria-prima, está superado. Hoje o caminho é a verticalização, valorizando principalmente a produção de chocolates fino e de cacau orgânico, que tem alto valor agregado”.

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Pedro Magalhães, Marco Lessa e João Tavares na comitiva brasileira.
Pedro Magalhães, Marco Lessa e João Tavares na comitiva brasileira.

Cerca de 100 mil pessoas visitaram a vigésima edição do Salon du Chocolat, em Paris. Pelo sexto ano consecutivo, a Bahia participou do evento com o estande Cacau do Brasil, ação que envolve os governos estaduais da Bahia e do Pará e o governo federal, além do Instituto Biofábrica de Cacau e Associação dos Produtores de Cacau (APC).
O país foi promovido durante cinco dias, no evento internacional, como grande produtor de cacau e chocolate de origem, além de participar de negócios como a venda de chocolate e de amêndoas de cacau fino.
– A participação do Brasil no Salon du Chocolat permite mais visibilidade aos produtores do mercado do cacau fino e de chocolate com alto teor de cacau, além de ser um ambiente propício para negócios e muita aprendizagem – destaca Marco Lessa, coordenador do projeto.
O cacau brasileiro é conhecido por seu sabor e por ser um dos melhores do mundo, graças a sua qualidade, diversidade e dos diferentes biomas onde é cultivado (Mata Atlântica e Floresta Amazônica).
– A vinda dos produtores serve principalmente para ver o que esta sendo feito no mercado – diz César De Mendes, da Amazônica Cacau, complementando: “Queremos ver embalagens, as tendências, conhecer novos chocolatiers, isso nos ajuda a desenvolver esse novo hábito alimentar mais saudável no Brasil, que é um chocolate rico em cacau, com menos açúcar, como os europeus são acostumados a consumir”.
País teve espaço exclusivo para mostra qualidade do cacau e do chocolate.
País teve espaço exclusivo para mostra qualidade do cacau e do chocolate.

Os chocolates brasileiros vendidos no espaço Cacau do Brasil fizeram um grande sucesso com os franceses: bombons de nibs (cacau torrado), castanha-do-Pará coberta de chocolate 70% ou mesmo tabletes.
A venda experimental, na avaliação da comitiva do país, mostra a aprovação aos produtos brasileiros e desperta o interesse de milhares de franceses em conhecer onde a matéria prima é produzida, promovendo uma experiência exclusiva.
– O nosso objetivo é agregar valor ao chocolate, que está nos ajudando a nos reerguer e queremos muito mostrar ao Brasil e ao mundo o nosso potencial – observa Henrique Almeida, diretor da Biofábrica e da Sagarana Chocolate.
Marco Lessa lembra ainda que esse trabalho contínuo tem dado ótimos resultados, com marcas baianas se destacando com estandes próprios, como o caso da Mendoá, marca de Ilhéus, que vendeu – e muito bem, chocolate 100% baiano diretamente ao público francês pela primeira vez.
O Salon du Chocolat, que completou 20 anos, reuniu mais de 400 expositores de todo o mundo, levando ao Expo Versalhes Centro de Exposição mais de 100 mil europeus, que viram chocolate de diversos países. Eles, segundo a comitiva brasileira, se encantaram com a estrutura e conteúdo do espaço Cacau do Brasil.

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O diretor-geral do Instituto Biofábrica de Cacau, Henrique Almeida, está com um pé fora do cargo. As notícias vindas de Salvador apontam que o grupo dos deputados estaduais Jota Carlos e Rosemberg Pinto e do deputado federal Geraldo Simões terá direito a indicar o novo dirigente do instituto.

É certo que a escolha parte de membros da diretoria da Biofábrica, mas é forte a ingerência política. A ser verdade o que repassou uma fonte ao PIMENTA, a Agricultura pode voltar ao controle do PT. Tudo dependerá das negociações de Jaques Wagner com o PP, que anda guloso e chutando canela de aliados como o PDT.

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.Henrique: diárias em dobro (Foto Pimenta).

Há mais de três meses, Durval Libânio teve de deixar a diretoria técnica do Instituto Biofábrica de Cacau. Contrariado. Conselheiros apontaram irregularidade na sua permanência no cargo, já que o mesmo era professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), por semelhante jornada de 40 horas semanais.
Agora, quem está na mira é o diretor-geral, Henrique Almeida. Descobriu-se que Almeida viajou a Belém do Pará e também participou de uma missão baiana ao continente asiático acumulando diárias em duplicidade, recebendo-as, ao mesmo tempo, da Biofábrica e do Governo Federal, via Ministério da Agricultura.
Almeida participou de uma missão institucional e empresarial à China entre 13 a 23 de maio. Apesar da viagem ser na condição de presidente da Associação dos Produtores de Cacau (APC), Almeida acumulou diárias pagas pela Biofábrica e Ceplac (R$ 4.014.67 mais R$ 4.775,00) para o mesmo período e missão.
A missão foi coordenada pelo governo baiano e os seus integrantes foram na condição de convidados da nação asiática, com passagens e hospedagem pagas pelo governo.
O recebimento de diárias em duplicidade ocorreu em viagem ao norte do País. Com valores mais modestos, mas incorrendo em igual erro, acumulou R$ 626,00 em diárias pagas pela Ceplac e R$ 855,00 pagos pela Biofábrica. A diferença é que os valores recebidos pela Biofábrica foram referentes a diárias de 22 a 25 e da Ceplac de 23 a 25 do mesmo mês.
O Pimenta não conseguiu ouvir o dirigente da Biofábrica. Na viagem ao Pará, o interesse era do governo daquele estado. Apesar disso, tanto a Ceplac como o instituto sul-baiano pagaram a diária.

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O secretário da Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, visitou Ilhéus neste fim de semana e compareceu aos estandes do II Festival do Chocolate, encerrado ontem (dia 6). Durante a visita, ele anunciou que o BNDES vai liberar R$ 3,5 milhões para instalar uma fábrica de chocolate no sul da Bahia.

A fábrica será administrada pela Cooperativa Agroindustrial de Cacau e Chocolate, ligada à Associação dos Produtores de Cacau (APC). Segundo o presidente desta entidade, Henrique Almeida, será a primeira fábrica de chocolate com certificado de origem do mundo.

Almeida destacou a implantação de fábricas de chocolate como um fator importante para que a região deixe de ser apenas produtora de matéria-prima.

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O diretor-geral do Instituto Biofábrica de Cacau e presidente da Associação dos Produtores de Cacau, Henrique Almeida, nega que tenha agido para enfraquecer o protesto de produtores que pedem anulação das dívidas da primeira e segunda etapas do Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira.

Através de sua assessoria, Henrique diz estar “ao lado do produtor e que tem agido em Brasília, e com o presidente Lula, para que mais cacauicultores sejam incluídos no PAC do Cacau”. Os produtores articulam grande protesto durante a visita presidencial, na próxima sexta, 26, no parque de exposições Antônio Setenta.

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Almeida condena "indecência" de ex-gestores.
Almeida condena "indecência" de ex-diretores

O novo diretor-geral do Instituto Biofábrica de Cacau, Henrique Almeida, concedeu coletiva em Itabuna e se disse chocado com ex-dirigentes da organização. Henrique não quis citar nomes, mas diz que estes diretores entraram com ações trabalhistas contra o instituto. Somente uma das ações é superior a R$ 140 mil.

Para Henrique, as ações podem ser até legais, mas não seriam, digamos, morais. O pepino que ele terá de descascar no campo trabalhista tem tamanho: mais de R$ 400 mil. O valor se refere a ações trabalhistas, rescisões e pagamento de salários atrasados de funcionários do quadro permanente.

Henrique prometeu divulgar os nomes dos ex-diretores “indecentes” tão logo seja concluída análise do jurídico da Biofábrica. Mas observou ao Pimenta que nem Moacir Smith Lima nem José Carlos Macêdo estão entre os “indecentes”.

O diretor-geral também disse não temer um eventual boicote por parte da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri). Provocado pelo Pimenta, ele deixou claro que não acredita em retaliações como as que o seu antecessor, Moacir Smith Lima, diz ter sofrido.

Mas sabe como é que é gato escaldado… Tem medo de água fria. Henrique afirmou que a sua gestão vai trabalhar para captar recursos em outras instâncias e se tornar o mais independente possível da Seagri. “Estamos buscando outros caminhos [para ampliar receita]“, antecipa.

Atualizado às 12h50min

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Almeida fala de planos para a Biofábrica.
Almeida: planos para a Biofábrica.

O novo diretor-geral do Instituto Biofábrica de Cacau, Henrique Almeida, concede entrevista coletiva, na próxima quinta, às 8h, para explicar o seu plano de gestão para o órgão ligado à agricultura sul-baiana. A coletiva será no Palace Bistrô, em Itabuna. Almeida assumiu o Instituto Biofábrica, após articulações que resultaram na queda do técnico agrícola Moacir Smith Lima, ligado ao deputado federal Geraldo Simões (PT).

O novo diretor-geral assume com o apoio dos grandes produtores e do secretário estadual de Agricultura, Roberto Muniz. Almeida é ligado a Jabes Ribeiro, ex-prefeito de Ilhéus e secretário-geral estadual do PP, partido que comanda a pasta da Agricultura. O diretor-geral também é presidente da Associação dos Produtores de Cacau (APC).