Edição especial comemora os 200 anos da Independência do Brasil na Bahia || Reprodução
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Uma edição especial do Diário Oficial do Estado foi publicada, neste domingo, 2 de Julho, para comemorar os 200 anos da Independência do Brasil na Bahia. A edição traz sete artigos inéditos abordando a importância história do bicentenário da data maior do estado.

Segundo o governo baiano, a publicação extraordinária integra o Plano de Ações do Governo do Estado da Bahia em celebração ao Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia. Os textos são assinados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo do governador Jerônimo Rodrigues, e pelos secretários estaduais Bruno Monteiro (Cultura), Adélia Pinheiro (Educação) e Felipe Freitas (Justiça e Direitos Humanos). Há ainda artigos assinados pelo presidente da Associação Bahiana de Imprensa, Ernesto Marques, e pela mestre em História pela UFRB, Tamires Costa.

Com o título A importância do Dois de Julho de 1823 para a Independência do Brasil, o presidente Lula reafirma a necessidade deste dia histórico ser recuperado como data nacional. “É uma data que devia ser mais conhecida e celebrada em todo o país, pelo inegável significado histórico na construção do Brasil como nação soberana. E lembrado sempre também porque é resultado da mobilização popular, de uma luta que é contínua”, ressalta. O presidente participa na manhã deste domingo (2) das celebrações pelo Bicentenário, percorrendo o tradicional cortejo do 2 de Julho, até o Pelourinho.

O governador Jerônimo Rodrigues, em seu texto, reforça a expressiva participação popular nas lutas por igualdade, justiça e liberdade, e a importância de se preservar a história e a memória da Independência do Brasil na Bahia na reafirmação da democracia no país. “Com a otimista expectativa de que este Diário possa contribuir para afirmar, ou mesmo fazer germinar, as bases cognitivas e afetivas de um sentimento de nação que tenha o povo em seu centro”, destaca o governador.

A perspectiva cultura da luta heroica é o ponto de partida do texto do secretário de cultura Bruno Monteiro, que ressalta a série de ações e marcos culturais que o Governo do Estado programou para ressignificar o sentido de emancipação política do país, sendo uma delas a publicação extraordinária do Diário Oficial. A Secretaria de Cultura da Bahia(Secult-BA) é a coordenadora do Plano de Ações do Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia pelo Governo do Estado. A edição especial do Diário Oficial do Estado da Bahia já está disponível para consulta no site do DOOL.

Neste recorte de foto do memorialista José Nazal, o Obelisco de Dois de Julho disputa atenção com a nova ponte de Ilhéus
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Alheio à história, o mato cresce aos pés do obelisco, e o monumento fálico, com sua indiferença de pedra, ignora tudo ao redor.

Thiago Dias

Foi no seu primeiro governo (1924-1927) que o intendente Mário Pessoa construiu o Obelisco Dois de Julho. Erguido diante do mar, quando o porto de Ilhéus ainda era na foz do rio Cachoeira, o monumento homenageia a luta pela independência do Brasil no território baiano, cujo marco histórico é o dia 2 de julho de 1823. Dois sítios históricos próximos, os morros de Pernambuco e do Outeiro, de onde canhões miravam a boca da barra, reforçam no obelisco o sentido de homenagem a uma conquista bélica.

Quase cem anos nos separam da época da sua construção. A paisagem em volta mudou muito. Encravado num mirante, cujas fundações ainda eram açoitadas por ondas fortes no início do século 20, o obelisco, por não ter olhos, não viu a areia se acumulando à sua frente, de forma incessante, após a construção do Porto do Malhado, concluída em 1971.

Também não viu o surgimento da nova ponte. Faz um ano que os carros cruzam as pistas ali perto, mas o monumento não sabe – talvez por causa do limo dos anos encobrindo os olhos que ele não tem.

O limo, no entanto, foi notado em artigo da professora Janille da Costa Pinto, publicado em 2020 na Revista Estudos, do Instituto Anísio Teixeira (IAT), sob o título A Princesinha do Sul da Bahia: Ilhéus e sua relação com o 02 de Julho.

Uma das conclusões da autora, mestre em Educação, é a de que a participação de Ilhéus na luta pela independência do país deve ser divulgada ao mundo, inclusive nas escolas da cidade, fazendo valer a Lei Orgânica do Município, que determina a inclusão da história local no nosso currículo escolar. A conclusão parte da premissa de que conhecer os episódios históricos e símbolos da cidade é um meio de aprofundamento dos vínculos das pessoas com seu território, algo evidenciado em cada ato político do povo tupinambá, por exemplo, que faz da luta pela demarcação da terra seu Dois de Julho diário.

Por fim, destaco uma das questões apresentadas no artigo de Janille, objeto de informações controversas, que trata do envio de homens recrutados nas roças ilheenses para a luta da independência em Cachoeira, fato sobre o qual não se tem registro no Arquivo Público do Estado, conforme atesta João da Silva Campos no livro Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus. Eis um bom tema a ser investigado para um novo capítulo sobre a contribuição ilheense para a libertação do país.

Enquanto isso, alheio à história, o mato cresce aos pés do obelisco, e o monumento fálico, com sua indiferença de pedra, ignora tudo ao redor.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

Nelson Leal e o líder do Governo na Alba, Rosemberg Pinto, na tela, durante votação virtual
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Durante sessão virtual na manhã deste sábado (23), a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), aprovou, com o voto majoritário das bancadas do Governo e da Oposição, o Projeto de Lei 23.897/2020, relatado pelo deputado Hilton Coelho (PSOL), que antecipa os feriados de São João e Independência da Bahia (24 de junho e 2 de Julho) para os dias 25 e 26 de maio, respectivamente, em todo o território baiano. Apenas o deputado Pastor Tom (PSL) votou contra. A antecipação busca conter o avanço do novo coronavírus.

– É mais um esforço do governador Rui Costa – e também dos prefeitos que irão alterar as datas dos feriados municipais – para que a gente consiga conter a disseminação do coronavírus e evitar o colapso do nosso sistema de saúde pública, e nisso a atuação dos líderes parlamentares Sandro Régis e Rosemberg Pinto foi exemplar – disse o presidente da Alba, deputado estadual Nelson Leal.

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Só espero que da próxima vez o governador tenha a bondade de avisar com bastante antecedência para que possamos providenciar os insumos adequados para as tradicionais comemorações. Que o novo decreto também satisfaça nossas necessidades financeiras na forma de um auxílio emergencial para a aquisição das bebidas e comidas, pois ninguém aguenta essas despesas extras em tempos de crise.

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Alto lá! Em meus feriados ninguém lança a mão, são imexíveis! Afinal, lutei tanto para conseguir a minha sagrada aposentadoria e agora não tenho o sagrado direito de gozá-los como me convêm. Esse é mais um absurdo praticado em nome do todo-poderoso Covid-19, que tem mais poderes do que a nossa constituição, rasgada e esfacelada ao bel-prazer dos que estão nos governos. Tudo em vão, fui vencido.

Os donos do poder passam a vida inteira esculhambando o brasileiro por não ser afeito ao planejamento e agora desandam tudo, causando um prejuízo sem precedentes naqueles que ouviram e confiaram nos conselhos. Meus antepassados sempre me aconselharam a desconfiar dos atos dos governos e olha que eles nunca foram adeptos ao anarquismo como forma de governo. Simplesmente não acreditavam e pronto.

Agora, sem mais nem menos, elaborei uma planilha para festejar nesta segunda-feira (25) o aniversário dos 129 anos de emancipação político-administrativa de Canavieiras e agora descubro que estou por fora um eito, como se diz lá na roça. Todo o meu planejamento veio por água abaixo quando fui informado que nesta data será comemorado o São João. Custei acreditar, mas depois que vi o decreto do governador, capitulei.

Desde que me conheço por gente, aprendi na escola que a festa de São João é realizada logo depois do solstício de inverno (21 de junho), para comemorarmos a renovação da vida, a começar com a colheita. Agora, teremos que desaprender tudo e, ainda por cima, passar o São João no maior miserê, sem um prato de canjica, uma pamonha, um milho assado na fogueira.

Nesta sexta-feira, assim que soube na notícia que custei a acreditar, tentei me preparar para os festejos juninos e não tive o menor êxito. E sabe qual a desculpa? A tal da logística. Liguei para cada um dos meus fornecedores – todos artesãos – e ouvi o que não queria. O licor nem foi para a infusão por falta de gente para colher os jenipapos. Pelo que entendi, estavam todos na fila dos seiscentos. Só para o mês que vem, me garantiram.

Tudo por falta de planejamento do governo. Todo o mundo está cansado de saber que o milho para o São João tem que ser plantado no dia de São José (19 de março) e colhido no dia 22 de junho para ficar no ponto exato da canjica. Fui questionar o meu fornecedor e tiver que ouvir lero:

– Diga aí para as autoridades acertarem com a Embrapa para fazer um milho mais precoce que terei todo o prazer de plantar. Por enquanto vale o milho criado por Deus com licença de São José e São João, com a ajuda de São Pedro.

Diante de tamanha evidência, não me restou outra escolha que não ser me recolher à minha científica insignificância. Não satisfeitos de todo, liguei para Beco dos Fogos, que também me deu um má notícia, o pedido feito por ele ainda não saiu da fábrica e só dispõe de rojões, mesmo assim reservado para as festas da prefeitura. Como sou precavido, não vou liberar esse tipo de fogos para as crianças.

Meu consolo seria participar do desfile cívico do Dia da Cidade, apreciando a juventude escolar fardada marchando ao som das bandas e evoluções das fanfarras. Qual nada, o cortejo foi cancelado por conta do isolamento. Minha única esperança seria o feriado de terça-feira (26), onde nós veríamos os caboclos, Maria Quitéria, a irmão Joana Angélica e os garbosos oficiais das forças baianas que expulsaram os portugueses do Brasil. Tudo cancelado.

Em meio ao festival de cancelamentos, me resta continuar recolhido em casa, dando azo às comemorações etílicas de costume, mesmo desprezando a gastronomia junina tão a gosto de um descendente de caatingueiros. Mas como sou obediente às ordens superiores, só me resta pedir licença ao fígado e quebrar o porquinho chamado por nós de mealheiro para abastecer convenientemente a adega.

Ao ligar para um amigo em Itabuna para desabafar dos desencontros, após me ouvir pacientemente, respondeu em tom de gozação:

– Pois fique sabendo que você não sabe da missa a metade. Aqui em Itabuna vamos gozar da esbórnia a semana inteira. Pra mim, foi a mesma alegria de ganhar a mega sena acumulada. Graças ao prefeito Fernando Gomes, que tem know how em festas antecipadas, comemoraremos o São João na segunda, o 2 de julho na terça, o Dia da Cidade (28 de julho) na quarta (27). E de lambuja, a quinta e a sexta será ponto facultativo público e privado.

Só espero que da próxima vez o governador tenha a bondade de avisar com bastante antecedência para que possamos providenciar os insumos adequados para as tradicionais comemorações. Que o novo decreto também satisfaça nossas necessidades financeiras na forma de um auxílio emergencial para a aquisição das bebidas e comidas, pois ninguém aguenta essas despesas extras em tempos de crise.

Já quanto à saúde hepática, dá para negociar com o fígado o conforto de uma semana atípica.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Há cinco anos, a Orquestra Neojibá e o cantor Tatau se uniram para gravar o Hino ao 2 de Julho, transformado em Hino da Bahia pelo ex-governador Jaques Wagner. A releitura do hino foi elogiada pela sua qualidade. Desde 2010, reproduzimos o vídeo a cada 2 de Julho. A regência é do maestro Yuri Azevedo. Da gravação, participaram alunos da rede pública baiana.