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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (21), aumento nas bandeiras tarifárias para o período de julho de 2022 a junho de 2023. As novas tarifas serão anunciadas na sexta-feira (25). A maior alta será de 63,7%, no valor da bandeira de patamar vermelho, conforme levantamento do PIMENTA.

De acordo com a Aneel, a bandeira tarifária vermelha patamar 1 foi atualizada, passando de R$39,71 para 65,00 megawatt-hora. No caso da bandeira vermelha patamar 2, o valor aprovado pela Aneel subirá R$ 94,92 para R$ 97,95 megawatt-hora. A bandeira amarela subirá de R$ 18,74 para R$ 29,89 quilowatts-hora consumidos no mês. O aumento será de 59,5%.

Os novos valores entram em vigor no dia 1º e vai reduzir ainda mais o poder compra do consumidor, que enfrenta os constantes aumento de preço dos alimentos, por exemplo. “Com esses reajustes, teremos de pagar quase R$ 50 mensais a mais. O valor de um quilo de carne. Daria até para passar se fosse só a conta de luz mais cara. Mas não é somente isso. Tudo está subindo todos os dias. Não sabemos onde isso vai parar”, desabafa a servidora pública Juliana das Neves Santos.

Assim como em anos anteriores, a bandeira verde, que está está em vigor atualmente, não terá custo para o consumidor e servirá para sinalizar condições favoráveis de geração de energia.

Aneel informou que o recálculo retorna à metodologia seguida pelas bandeiras tarifárias desde 2016, na qual a bandeira vermelha patamar 2 cobre 95% dos eventos históricos conhecidos (e não 100% como no segundo semestre de 2021).

Disse ainda que o acréscimo verificado nos valores se deve, entre outros, os dados do mercado de compra de energia durante o período de escassez hídrica em 2021, o custo do despacho térmico em razão da alta do custo dos combustíveis e a correção monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou 2021 com aumento de 10,06%.

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No ano do seu centenário, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) escolheu Sofia Manzano para representá-lo na disputa da Presidência da República. A paulistana de 51 anos é radicada em Vitória da Conquista desde 2013, quando assumiu o cargo de professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), onde leciona Economia, sua área de pesquisa da graduação na PUC-SP ao doutorado na USP.

Ela é autora do livro Economia Política para Trabalhadores (Ed. Instituto Caio Prado Jr.), título que indica um dos desafios da sua pré-candidatura: levar ao conhecimento da classe trabalhadora as propostas dos comunistas para a economia do país.

A tarefa não é fácil. O PCB está em franca reconstrução, mas ainda longe do protagonismo que marcou sua trajetória no século passado. Some-se a isso os consensos neoliberais no debate público, promovidos por meios de comunicação de massa. As brechas estão na internet, como nas redes sociais, onde os pré-candidatos comunistas acrescentaram a sigla do partido aos seus nomes (@sofiamanzanoPCB, por exemplo) para uniformizar a identificação dos perfis.

Se a missão de falar às multidões é cheia de obstáculos, o apelo dos temas econômicos é forte e incontornável no debate eleitoral. A carestia da vida está nas gôndolas de alimentos, nos postos de combustíveis, na conta de energia, no preço do gás, etc., enquanto o salário mínimo não tem ganho real desde 2017.

Nesta entrevista ao PIMENTA, Sofia Manzano mostra como esse cenário econômico reflete o conjunto da obra do governo Bolsonaro. Também explica como o Dieese chega ao valor recomendado do salário mínimo para as despesas de uma família, que hoje seria de R$ 6,3 mil. Segundo ela, com planejamento econômico, o país tem condições de atingir esse nível de renda mensal familiar. Leia.

PIMENTA – O Comitê de Política Monetária elevou a taxa básica de juros para 12,75%, alegando que isso é necessário para conter a inflação. De um lado, a gente vê reclamações, como as da Confederação Nacional das Indústrias. De outro, tem gente da esquerda defendendo a gestão de Roberto Campos Neto. Qual é o melhor caminho para a política monetária brasileira?

Sofia Manzano – É um equívoco a gestão do Banco Central independente do Roberto Campos, porque ele está fazendo uma política monetária que visa, simplesmente, o interesse do mercado financeiro. Essa política de aumentar a taxa Selic é muito ineficiente para conter a inflação. O que eles alegam é que a inflação está – e de fato está – muito elevada e crescendo. Por isso, eles aumentam a taxa de juros, pensando sempre num modelo de teoria econômica bastante ultrapassada, que é a teoria quantitativa da moeda. A ideia de que, se os preços estão subindo, é porque a demanda está muito elevada, então tem que aumentar a taxa de juros para conter a demanda.

Só que sabemos que o nosso processo inflacionário não decorre do aumento da demanda. Muito pelo contrário. Tínhamos, antes da pandemia, quando não havia uma inflação tão elevada, uma população se alimentando e consumindo. Com a pandemia e o empobrecimento da população por causa da reforma trabalhista, hoje temos mais de cem milhões de pessoas com insegurança alimentar. Elas não têm dinheiro para comprar o básico, o alimento. Portanto, a demanda, que é a procura por bens e serviços, não está aumentando, está retraindo. A inflação atual não é causada por um excesso de demanda, mas por pressões de custo.

Quais?

A principal é a política de preços da Petrobras. O lucro trimestral da Petrobras aumentou 3.000%, R$ 44,5 bilhões. Ora, não é a Petrobras empresa: o governo que está comandando essa empresa é que faz uma política que só visa o lucro, com aumentos constantes dos combustíveis e gás, que entram no custo de toda a produção. Para produzir qualquer coisa tem que ter energia e transporte. Se a energia e o transporte sobem, o preço desses produtos vai subir.

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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril em 1,06%, maior variação para o mês desde 1996. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o índice nesta quarta-feira (11).

Juntos, os segmentos de alimentação e bebidas (2,06%) e de transportes (1,91%) compuseram 80% da alta do IPCA no mês passado.

No acumulado de abril de 2021 a abril de 2022, a inflação chegou a 12,13%, percentual mais alto desde outubro de 2003, quando marcou 13,98 pontos percentuais.

Apesar dos seguidos aumentos da taxa básica de juros (Selic), elevada a 12,75% ao ano pelo Banco Central, a tendência de crescimento da inflação se mantém.

Desde ontem (10), está em vigor o novo preço do diesel vendido pela Petrobras. Com acréscimo de R$ 0,40, o litro do diesel vendido nas refinarias subiu de R$ 4,51 para R$ 4,91. O combustível influencia no custo do transporte de mercadorias cujos preços já são pressionados pela inflação, a exemplo dos alimentos.

Banco Central aumenta taxa Selic novamente
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Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira (16), a taxa Selic, juros básicos da economia, de 10,75% para 11,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

A taxa está no maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. Esse foi o nono reajuste consecutivo na taxa Selic. Apesar da alta, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. Depois de três aumentos seguidos de 1,5 ponto percentual, a taxa foi elevada em 1 ponto.

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em um por cento a cada reunião.

Com a decisão de hoje (16), a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.

MENOR TAXA DE JUROS EM 2020

A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em fevereiro, o indicador fechou em 10,54% no acumulado de 12 meses, no maior nível para o mês desde 2015, pressionado pelos combustíveis e pelos aumentos de início de ano nas despesas de educação.

O valor está acima do teto da meta de inflação. Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não pode superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%. Da AB.

Educação puxou a inflação em fevereiro
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A inflação registrou alta de 1,01% em fevereiro de 2022, sendo essa a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015 (1,22%). O índice ficou 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,54%) e, no ano, acumula alta de 1,56%.

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,54%. Em fevereiro, os principais impactos vieram da Educação (5,61%) e da Alimentação e Bebidas (1,28%).

“Em fevereiro, são incorporados no IPCA os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Com isso, esse foi o grupo que teve o maior impacto no mês, contribuindo com 0,31 ponto percentual. O outro grupo que pesou bastante no mês foi o de Alimentação e bebidas, que acelerou para 1,28% e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro”, ressalta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

No grupo Educação (5,61%), o maior impacto (0,28 p.p.) veio dos cursos regulares (6,67%), com destaque para o ensino fundamental (8,06%), a pré-escola (7,67%) e o ensino médio (7,53%). Os preços dos cursos de ensino superior e de pós-graduação subiram 5,82% e 2,79%, respectivamente. Os cursos diversos, por sua vez, tiveram alta de 3,91%, sendo que a maior variação dentro do item veio dos cursos de idioma (7,29%).

Já o grupo de Alimentação e Bebidas registra sucessivas altas desde o início da atual série, em janeiro de 2020, sendo a única exceção o mês de novembro de 2021, quando teve variação de -0,04%. Em 12 meses, esse segmento acumula alta de 9,12%.

Dinheiro, Real Moeda brasileira
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O mercado financeiro aumentou pela sétima vez consecutiva a previsão de inflação para 2022. Segundo projeção do boletim Focus, divulgado hoje (2) pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2022 em 5,6%. Há uma semana, a projeção do mercado era que a inflação ficasse em 5,56% este ano. Há quatro semanas, a previsão era 5,38%.

Para 2023, o mercado também elevou a expectativa em relação à evolução do IPCA. Há quatro semanas, a projeção era de inflação de 3,5% no próximo ano, mas a desta semana foi para 3,51%. Já para 2024, o mercado elevou a estimativa para 3,1%, ante os 3,09% projetados na semana passada.

Divulgado semanalmente, o boletim Focus reúne as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos do país. Na projeção desta semana, o Focus manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços) registrada há sete dias, de 0,3%, em 2022. Esta é a quarta semana consecutiva que o mercado mantém a projeção de crescimento da economia em 0,3%.

Para 2023, o Focus também registrou a mesma expectativa de PIB da semana passada, de 1,5%. Há quatro semanas, estimava-se que o PIB crescesse 1,55%. Para 2024, a projeção manteve-se estável, ficando em 2%.

SELIC

O mercado manteve em 12,25% a previsão para a taxa básica de juros, a Selic. Há quatro semanas, a projeção era de 1,75%.

Em fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom), aumentou a taxa de juros de 9,25% para 10,75% ao ano. Em comunicado, o Copom indicou que continuará a elevar os juros básicos até que a inflação esteja controlada no médio prazo.
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Café lidera a lista de produtos com maior alta
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Os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques negativos para o consumidor foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já os principais recuos foram registrados nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%). Em janeiro deste ano, os preços do gás de botijão (-0,73%) recuaram pela primeira vez após 19 meses consecutivos de alta. Em 12 meses, o botijão acumula alta de 31,78%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,67% em janeiro, abaixo do resultado do mês anterior (0,73%), maior variação para o mês desde 2016 (1,51%). O indicador acumula alta de 10,60% nos últimos 12 meses, acima dos 10,16% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2021, a taxa foi de 0,27%.

Os produtos alimentícios aceleraram de 0,76% em dezembro para 1,08% em janeiro. Já os não alimentícios tiveram alta menos intensa que a do mês anterior, passando de 0,72% em dezembro para 0,54% em janeiro.

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A inflação dos últimos 12 meses atingiu 10,38%, saltando de 10,06% em dezembro para 10,38% em janeiro deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (9) e revelam que a inflação de janeiro ficou em 0,54%, menor apenas que igual mês de 2016 – 1,27%.

Segundo André Filipe Almeida, analista da pesquisa, o resultado foi influenciado, principalmente, por alimentação e bebidas (1,11%), o que provocou o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).

“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que, embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo, 0,04 pp [ponto percentual] e 0,03 pp, respectivamente”, explicou. Informações da Agência Brasil.

Banco Central eleva taxa básica de juros para 10,75% ao ano || Foto Marcello Casal/Agência Brasil
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia como equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) pelo novo aumento da taxa básica de juros (Selic) em 1,5 ponto percentual, levando-a para 10,75% ao ano.

De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, os sete aumentos anteriores da taxa básica de juros já levaram a uma política monetária contracionista, com taxa de juros real estimada em 4% ao ano, acima da taxa de juros real neutra, estimada em 3,5% ao ano.

JUROS ALTOS INIBEM ATIVIDADE ECONÔMICA, DIZ PRESIDENTE DA CNI

“Isso inibe a atividade econômica e deve continuar a desacelerar a inflação nos próximos meses”, destaca Robson de Andrade. “Essa intensificação do ritmo de aperto da política monetária aumenta o risco de recessão em 2022, com efeitos negativos sobre a produção, o consumo e o emprego.”

Conforme a CNI, um sinal de que a recuperação econômica está sob risco é a trajetória do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sobretudo no segundo semestre de 2021. O índice de novembro está 0,6% abaixo do índice de junho, o que indica estagnação da atividade.

Para a Confederação, o quadro adverso da atividade econômica, aliado à trajetória de queda já projetada para a inflação, demanda uma política monetária mais cautelosa por parte do Banco Central.

Preço da gasolina passa de R$ 7,00 em cidades de todas as regiões do Brasil
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A Petrobras aumentou de R$ 3,09 para R$ 3,24 o preço do litro da gasolina vendida às distribuidoras, um reajuste de 4,85%, o primeiro de 2022. Já o diesel ficou 8,08% mais caro, com preço do litro saltando de R$ 3,34 para R$ 3,61. Os novos valores começaram a vigorar nesta quarta-feira (12).

Ao longo de 2021, o preço da gasolina subiu 47,49% no Brasil, enquanto o diesel e o etanol acumularam alta de 46,04% e 62,23%, respectivamente.

COMBUSTÍVEL DA INFLAÇÃO

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), um dos indicadores da inflação, foi de 10,42% em 2021 e o maior desde 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda conforme o IBGE, a alta da gasolina corresponde a 2,42 pontos percentuais da inflação do ano passado.

Na primeira quinzena de 2022, todas as cinco regiões do Brasil têm cidades onde o preço do litro da gasolina passou dos R$ 7,00.

Inflação alta paralisa investimentos de micro e pequenos empreendedores
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Os altos índices da inflação no Brasil ultrapassam a meta estabelecida pelo governo federal e atingem os micro e pequenos empreendedores em um momento em que a economia brasileira tenta superar os efeitos negativos da crise provocada pela pandemia e por outros fatores atrelados ao mercado financeiro.

A inflação perdeu um pouco de força em novembro e ficou abaixo do que o mercado estipulou, no entanto, não aliviou o bolso do consumidor. Em novembro, o IPCA ficou em 0,95%, abaixo dos 1,25% de outubro, mas a alta acumulada em 12 meses segue nos dois dígitos, a 10,74%, maior desde novembro de 2003, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os principais vilões da alta seguem sendo os combustíveis, que subiram, todos eles, mais de 40%.

A 12ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios revela que a alta no preço dos produtos e os sucessivos aumentos nos combustíveis são os fatores que mais têm contribuído para os custos dos pequenos negócios.

O principal efeito da inflação sobre esses negócios impede a realização de novos investimentos. Com a desvalorização da moeda e, consequentemente, o aumento dos preços, que acabam influenciando nos custos das matérias-primas, aliados às implicações da pandemia e às perdas de faturamento, os pequenos negócios precisam se organizar para diminuir os impactos da inflação.

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que os gastos com insumos, mercadorias e combustíveis foram citados como os que mais impactam os negócios, segundo 63% dos microempreendedores individuais (MEI) e 61% das micro e pequenas empresas.

Custos da construção civil acumulam alta superior a 20%
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O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 1,07% em novembro, mantendo o patamar do mês anterior (1,01%). No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 20,33%, pouco abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (21,22%). O acumulado de janeiro a novembro ficou em 18,04%. Em novembro de 2020 o índice foi 1,82%.

“Está é a quarta menor taxa do ano. Desde agosto, os índices estão mais ou menos no mesmo patamar, diferente do período de janeiro a julho em que todas as taxas eram muito altas. E isso fica ainda mais evidente quando se compara com as taxas do ano passado: setembro (0.88%, ante 1,45% em 2020); outubro (1,01%, versus 1,71%) e novembro, (1,07% contra 1,82%). As variações não tiveram sobressalto grande e estão mais próximas umas das outras. Os últimos quatro meses apresentaram as menores taxas do ano”, analisa o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.

O custo nacional da construção por metro quadrado, que em outubro foi de R$ 1.490,88 passou em novembro para R$ R$ 1.506,76, sendo R$ 903,22 relativos aos materiais e R$ 603,54 à mão de obra. A parcela dos materiais apresentou variação de 1,66%, 0,39 ponto percentual acima do mês anterior (1,27%). Frente ao índice de novembro de 2020 (3,15%), observa-se queda significativa, 1,49 ponto percentual.

ALTA GENERALIZADA

O gerente explica que a parcela de materiais continua pesando mais, com alta generalizada, embora em menor intensidade. Essa alta generalizada dos materiais ocorreu em todos os estados, com destaque para o Centro-Oeste que registrou a maior variação no mês (1,60%). A região também foi impactada pelo dissídio no Distrito Federal.

“Como tivemos diversos insumos com alta, mas com intensidade menor, é difícil destacar um material que tenha impacto significativo. Mas o segmento de tintas teve um número maior de estados apresentando altas”, diz Oliveira.

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Reunião do Copom definirá nova taxa básica de juros brasileira || Foto Agência Brasil
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta terça (7) e quarta-feira (8) a última reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a taxa está em 7,75% ao ano.

Com a alta da inflação, a expectativa do mercado financeiro, consultado pelo BC, é que os juros básicos subam 1,5 ponto percentual para 9,25% ao ano.

O atual ciclo de alta da Selic começou em março deste ano, quando a taxa subiu de 2% para 2,75% ao ano.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. É o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.

O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

INFLAÇÃO

Para 2021, a meta de inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior é 5,25%.

Segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 10,67%, no resultado acumulado de 12 meses encerrados em outubro deste ano.

Gasolina ajuda a puxar a inflação para cima
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A prévia da inflação teve alta de 1,17% em novembro, a maior variação para o mês desde 2002, quando o índice foi de 2,08%. No ano, o indicador acumula alta de 9,57% e, em 12 meses, de 10,73%, acima dos 10,34% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em novembro de 2020, a taxa havia sido de 0,81%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o maior impacto individual no índice do mês (0,40%), a gasolina teve alta de 6,62% e influenciou o resultado dos transportes, que registraram, de longe, a maior variação (2,89%) e o maior impacto (0,61%) entre os grupos pesquisados. No ano, o combustível acumula variação de 44,83% e, em 12 meses, de 48,00%.

TRANSPORTE POR APLICATIVO

Outro destaque foi o transporte por aplicativo (16,23%), que já havia subido 11,60% em outubro. Por outro lado, houve redução nos preços das passagens aéreas (-6,34%), após altas consecutivas em setembro (28,76%) e em outubro (34,35%).

Além dos transportes, os outros oito grupos de produtos e serviços pesquisados também tiveram alta em novembro. Em habitação (1,06%), a maior contribuição foi do gás de botijão (4,34%), cujos preços subiram pelo 18° mês consecutivo, acumulando 51,05% de alta no período iniciado em junho de 2020.

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Outubro registra a maior inflação desde 2002
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A inflação acelerou para 1,25% em outubro, a maior para o mês desde 2002, quando o índice foi de 1,31%. Com isso, o indicador acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses, acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (10,25%). Em outubro do ano passado, a variação mensal foi de 0,86%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em outubro, com destaque para os transportes (2,62%), principalmente, por conta dos combustíveis (3,21%). A gasolina subiu 3,10% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,19%). Foi a sexta alta consecutiva nos preços desse combustível, que acumula 38,29% de variação no ano e 42,72% nos últimos 12 meses.

“Transportes tiveram a maior variação e o maior impacto (0,55 p.p) de longe no índice do mês”, afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobras. Além gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%)”.

Também aceleraram os preços das passagens aéreas (33,86%). Houve alta em todas as regiões pesquisadas, que foram desde 8,10% em Rio Branco até 47,52% em Recife. “A depreciação cambial e a alta dos preços dos combustíveis, em particular do querosene de aviação, têm contribuído com o aumento das passagens aéreas. A melhora do cenário da pandemia, com o avanço da vacinação, levou a um aumento no fluxo de circulação de pessoas e no tráfego de passageiros nos aeroportos. Como a oferta ainda não se ajustou à demanda, isso também pode estar contribuindo com a alta dos preços”, explica Kislanov.

Outro destaque foi a aceleração dos preços do transporte por aplicativo (19,85%), que já haviam subido 9,18% em setembro. Os automóveis novos (1,77%) e usados (1,13%) também seguem em alta e acumulam, em 12 meses, variações de 12,77% e 14,71%, respectivamente.

ALIMENTOS E BEBIDAS

Os preços também avançaram no grupo dos alimentos e bebidas (1,17%), segunda maior contribuição (0,24%) no IPCA, puxado pelas altas no tomate (26,01%) e na batata-inglesa (16,01%), que fizeram acelerar a alimentação no domicílio (1,32%). “Esse aumento no tomate e na batata decorre da redução da oferta devido ao frio e às chuvas”, observa Pedro Kislanov.

Também subiram o café moído (4,57%), o frango em pedaços (4,34%), o queijo (3,06%) e o frango inteiro (2,80%). Na outra ponta, recuaram os preços do açaí (-8,64%), do leite longa vida (-1,71%) e do arroz (-1,42%).

A alimentação fora do domicílio passou de 0,59% em setembro para 0,78% em outubro, principalmente por conta do lanche (1,31%), que havia apresentado variação negativa no mês anterior (-0,35%). A refeição (0,74%), por sua vez, desacelerou frente ao resultado de setembro (0,94%).

No grupo habitação (1,04%), mais uma vez, a alta foi influenciada pela energia elétrica (1,16%), embora esse item tenha desacelerado em relação a setembro (6,47%). “Em outubro, foi mantida a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve ainda reajustes tarifários em regiões com peso significativo no IPCA, como Goiânia, São Paulo e em Brasília”, acrescenta o gerente do índice.

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