Tempo de leitura: 3 minutosAntônio Nunes de Souza | ansouza_ba@hotmail.com
Meu amigo vai ter que apelar muito a Chico Xavier para analisar os salários psicografados.
Com mais um engodo e paliativo de disfarce, o prefeito Capitão Azevedo mudou o secretário da saúde e, imediatamente, o presidente do HBLEM – Hospital de Base, como se com essas atitudes fosse fazer o povo acreditar que agora as coisas vão funcionar a contento e teremos uma assistência médica digna na região.
Mas, felizmente, nesses dois anos de administração já temos uma convicção de que houve um grande erro do eleitorado em confiar num vice-prefeito que concordou e foi parceiro em uma das administrações mais terríveis que tivemos nos cem anos do município. E o interessante é que, vergonhosamente, ele, pela inoperância e desmandos, parece que almeja esse título de “o pior da história” para anexar ao seu currículo.
De forma alguma contestamos a capacidade de ambos os novos membros da saúde. Mas, ao mesmo tempo, temos que ficar desconfiados de que não teremos bons resultados, já que um vem de uma secretaria que o próprio prefeito declarou que ele deixou um buraco de mais de R$ 8 milhões e o outro tem compromissos com uma vertente nada confiável e, seguramente, não tem forças para fazer o que realmente precisa ser feito. Será um novo Costa que vai acatar tudo, tranquilamente, de frente!
O problema existente na saúde do município é de infecção generalizada de cargos de aspones, gepones, direpones, afilhados, parentes, amantes e aderentes, terceirizações descabidas, licitações aviltantes, superfaturamento nas compras e outros comportamentos nada elogiáveis, por incompetência ou maucaratismo. Não consigo entender a razão do Ministério Público não ter requerido uma auditoria severa para comprovar essas claras denúncias que a mídia, sindicatos, Conselho de Saúde, a sociedade etc., fazem cotidianamente. Basta se fazer uma visita ao Hblem para, sem nenhum trabalho, comprovar-se os fatos citados.
Quero esclarecer que essa minha repugnância não se trata de politicagem ou rancores de linhas partidárias. O que estou declarando é lastreado em conhecimento de causa e experiência vivida, já que fui diretor-presidente o Hblem na última gestão do prefeito Geraldo Simões e tive a satisfação de entregar o hospital em condições normais de funcionamento (óbvio que com deficiências em alguns setores), atendendo 1.200 pacientes/dia, 112 municípios, faturamento do SUS variável de R$ 720.000,00 a R$1.200.000,00, e pagávamos todas as nossas contas rigorosamente em dia. Deixamos apenas um débito flutuante de R$ 2 milhões (que é normal em qualquer instituição desse porte).
Com relação ao corpo funcional, todo esse atendimento era feito com 367 funcionários. E hoje, que nada funciona, o hospital conta com quase 600 funcionários (?). Certamente são os “fantasmas” que meu amigo Leopoldo, sem alternativa, espera cobrir com novos lençóis para que eles fiquem mais bonitos e felizes. Meu amigo vai ter que apelar muito a Chico Xavier para analisar os salários psicografados.
Um detalhe de grande importância: nunca recebi um único centavo do governo estadual e nem sequer um comprimido de Melhoral, devido à retaliação partidária. Portando, o caso não é de lençóis. O que acontece é que tem um grupo bem “enfronhado” faz questão de “acobertar” as barbaridades que estão fazendo com o dinheiro público debaixo dos “colchões”.
Em última instância, se você é daqueles que acreditam em Saci e Caipora, compre uns lençóis e mande de presente. Mas… têm que ser brancos!!!
Antônio Nunes de Souza é escritor, autor de “Vida Louca”.