A alegria de retornar à elite do futebol baiano durou pouco para o Azulino || Foto Divulgação
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E o pior de tudo foi ter que aturar a gozação dos ilheenses, com um torcedor do Barcelona exibindo um cartaz em que dizia: “Eu já sabia, time da roça descendo com as baronesas” (do rio Cachoeira).

 

Walmir Rosário

Tinha prometido a mim mesmo que não mais escreveria sobre o futebol da atualidade. Motivos não faltam: não acompanhar o dia a dia dos times, especialmente o Itabuna Esporte Clube, em campo e extracampo; as ações da diretoria; o apoio recebido de instituições públicas e privadas; a convivência com sua apaixonada torcida. Por si só essas alegações bastariam e poderia cometer pecados pelo simples desconhecimento.

O certo é que a má fase fez com que o “time lascasse em bandas”, como se diz, e voltasse à Série B do Campeonato Baiano. Já sua ascensão à Copa do Brasil e à Série D do Campeonato Brasileiro, foi e deverá ser efêmera, respectivamente. E o que é pior: todo o planejamento é desmontado e um novo deverá ser elaborado, para que possa cair nas boas graças para os investimentos da iniciativa privada, que sabe uma SAF.

O itabunense é um apaixonado por futebol, e esse centenário amor passa de geração em geração, mesmo quando a cidade não tem uma equipe para tornar feliz os torcedores. E Itabuna já colocou duas equipes profissionais no Campeonato Baiano, para atender às predileções e preferência dos esportistas. Mas por pouco tempo. O Estádio Luiz Viana Filho, que hoje atende por Fernando Gomes, se transformou num elefante branco.

É triste para a apaixonada torcida itabunense passar o fim de semana sem futebol no Itabunão. E essa privação, carência, emudece parte da cidade, deixando caladas as equipes esportivas das emissoras de rádio, TV, jornais e as chamadas mídias sociais. Quando mudas, sem voz, deixam cabisbaixa a torcida, sem as discussões nos bares, nas praças, nos locais de trabalho. Tristeza absoluta na sociedade.

Essa escrita não irá, jamais, explicar os motivos que levaram e levam, costumeiramente, o entra e sai das nossas equipes dos campeonatos, com longos intervalos, como se fossem propositais para que os itabunenses entrassem num período letárgico, resultando no desinteresse pelo futebol. Podem os especialistas apontarem as causas que quiserem, mas, essa apatia afastará nosso torcedor do futebol. Isto está provado.

Nos mostra a história mais antiga que o futebol de Itabuna era mantido por abnegados, que dedicavam parte do seu tempo e seus recursos financeiros na manutenção da equipe amadora, como se profissional fosse. Não sei se o que falta é altruísmo, dinheiro nos cofres, bons projetos, desinteresse de uma parte da sociedade bem aquinhoada com o velho esporte bretão, que continua encantando de crianças aos anciãos.

Nessa conta também cabe colocar a parcela que cabe ao poder público, a exemplo do incentivo ao esporte nas dezenas de bairros de Itabuna, formando craques que poderiam abastecer as equipes locais. Faltam projetos abrangentes em execução na formação da meninada, iniciando na escola com os esportes coletivos como prática nas aulas ministradas na disciplina educação física. E essa ausência torna mais difícil e cara a formação de um time profissional.

Se não temos, ainda, a capacidade de formar os atletas, também nos falta um estádio em perfeitas condições para sediar jogos da equipe profissional. Entra ano e sai ano, somos informados que nossa praça esportiva será reformada e voltará a rivalizar com o “Gigante do Itabunão”, que chamava a atenção dos cronistas esportivos das grandes emissoras do Brasil pelo gramado suspenso e uma drenagem eficiente. As chuvas não tiravam o controle da bola do bom jogador para as poças de água.

Mas voltando à “vaca fria”, não podemos esquecer o esforço da direção do Itabuna Esporte Clube para voltar a brilhar nos campos de futebol da Bahia e do Brasil. Não conheço o projeto empreendido, bem como os apoios recebidos, especialmente na área financeira. O certo é que voltamos à Série B do Campeonato Baiano, nos sagramos campeão e entramos na Série A pela porta da frente.

E o que pensa a torcida, o que ela viu desse trabalho de preparação, dos jogos vencedores? Nada, ou quase nada, pois o Itabuna Esporte Clube, o “Meu Time de Fé”, o Dragão do Sul”, simplesmente não se apresentava à sua torcida. Seus jogadores não ouviam a animação da charanga (saudades de Moncorvo), os gritos de incentivo nos ataques, as festas nos gols marcados. Futebol sem estádio lotado não é futebol.

É que, por falta de um estádio pronto e aceito pela Federação Bahiana de Futebol, o Itabuna passou à condição de “caixeiro viajante”, se apresentando em outras praças, treinando em outras cidades. Parabéns às cidades que abrigaram o Itabuna, embora o torcedor tenha sofrido mais decepções com sua ausência. Não fossem os esforços das emissoras de rádio e TV, sequer teríamos notícias instantâneas dos resultados dos jogos.

Faltam-me informações sobre os próximos passos que serão tomados pelo Itabuna. Por certo a diretoria apresentará, muito em breve um novo planejamento. Esperamos que consigam bons contratos de apoio, como o Itabuna merece. Por outro lado, o torcedor quer ver o Itabuna Esporte Clube jogando no “Gigante do Itabunão”, e não em Camacan, Ilhéus ou outras cidades que gentilmente nos receberam.

E o pior de tudo foi ter que aturar a gozação dos ilheenses, com um torcedor do Barcelona exibindo um cartaz em que dizia: “Eu já sabia, time da roça descendo com as baronesas” (do rio Cachoeira). Mas o itabunense não se zanga com isso, afinal, a rivalidade entre Itabuna e Ilhéus tem mais de 100 anos e os ilheenses não perdoam o itabunense pelas acachapantes vitórias nos jogos ao longo desse tempo. É a mágica do futebol.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Prefeitura anuncia reforma e ampliação do Itabunão || Foto Divulgação
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Duas das três etapas da obra de reforma e ampliação do Estádio Fernando Gomes Oliveira, o Itabunão, custarão R$ 8.959.097,65, conforme informou a Prefeitura de Itabuna nesta segunda-feira (19). A ordem de serviço para a execução da obra será assinada, na quarta-feira (21), às 16h, pelo prefeito Augusto Castro (PSD). A cerimônia será no estádio.

A empresa vencedora do processo de licitação implantará novo gramado, com sistema de irrigação automatizada e sistema de drenagem, e executará a obra de engenharia do estádio Itabunão. O equipamento esportivo receberá um novo designer, com uma fachada mais moderna. O estádio contará com área exclusiva para pessoas portadoras de deficiência.

O Itabunão terá catracas eletrônicas de acesso e a arquibancada receberá reparos em toda sua estrutura, com a demarcação de assentos com cerca de 10.500 lugares, além de barras de apoio, troca de alambrados danificados e receberá pintura, segundo anunciou o município.

Itabunão ganhará novo visual com obra de reforma|| Foto Divulgação

ESTÁDIO ACESSÍVEL

O estádio ganhará ainda seis novos banheiros, dois deles para pessoas com deficiência. O gramado terá seu sistema de drenagem refeito e a irrigação será automatizada, com a utilização de água de um poço que será construído.

O equipamento contará com nova iluminação de LED em toda a sua estrutura e receberá também uma nova subestação. Serão instalados quatro novos postes de iluminação no campo para jogos transmitidos na TV e um placar eletrônico. O processo de concorrência da iluminação ainda está em andamento.

Serão construídas 10 novas cabines modernas para a imprensa. Uma nova Tribuna de Honra acima das cabines, com vista central do campo para receber autoridades.

A área dos jogadores contará com todos os compartimentos determinados pela Confederação Brasileira (CBF) e pela Federação Bahiana de Futebol (FBF), como vestiários. Esses espaços serão amplos com área de massagem, armários, banheiros, chuveiros, sala de doping, enfermaria, vestiário dos árbitros e dos técnicos.

A Prefeitura informou  que o estádio atenderá todas as exigências estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros da Bahia, em um projeto executivo de antipânico e incêndio. Haverá um novo acesso para a entrada dos jogadores ao vestiário e as viaturas de apoio terão acesso direto ao campo.

O estádio terá também pontos de apoio da Polícia Militar da Bahia e Bombeiros Militares na arquibancada, três lanchonetes para torcedores e um restaurante com vista para o gramado. O atual equipamento esportivo foi construído há 50 anos.

Finalíssima está marcada para o próximo domingo (26), no Itabunão
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Mais de quatro mil pessoas assistiram às semifinais do Campeonato Interbairros de Futebol 2023, ontem (19), no Itabunão. A rodada dupla terminou com as seleções de Ferradas e Califórnia classificados para a disputa do título, no próximo domingo (26).

No primeiro jogo, Ferradas bateu São Lourenço, por 2 a 0, com gols de Gel e Tarcísio. A torcida ferradense comemorou o resultado com uma grande festa no Estádio Fernando Gomes Oliveira.

Já no segundo confronto, Califórnia abriu o placar contra Santa Inês, com gol de Hannan, mas viu o time adversário buscar o empate no finalzinho do segundo tempo, com Gabriel. Na disputa de pênaltis, o goleirão Papito brilhou e garantiu a classificação da Seleção da Califórnia, que venceu por 2 a 0.

Na finalíssima de domingo, a Seleção da Califórnia vai em busca do bicampeonato consecutivo, pois venceu a edição do ano passado, batendo Nova Ferradas no duelo final.

Prefeito autoriza licitação de obra de reforma do Itabunão || Imagens Roberto Santos
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Quase 50 anos depois de inaugurado, o estádio Luiz Viana Filho, o Itabunão, passará pela sua primeira grande reforma, segundo anúncio do prefeito Augusto Castro (PSD). No final da tarde desta quarta-feira (21), o prefeito autorizou licitação para contratar a empresa que executará as obras no equipamento que já recebeu alguns dos principais times do país, a exemplo de Flamengo, Vasco, e é a casa do Itabuna e do Grapiúna.

A arquibancada, segundo o prefeito, receberá reparos em toda sua estrutura, pintura e demarcação de assentos, com cerca de 10.500 lugares, barras de apoio, troca de alambrados danificados e pintura. Serão construídos seis novos banheiros para os torcedores, sendo quatro grandes e dois para pessoas com deficiência (PCD), com novo designer e todo conforto necessário para o cidadão.

O projeto arquitetônico de requalificação é assinado pelos arquitetos Keila Silva e Kleiton Borges e pela engenheira civil Amanda Alves. Ainda segundo o projeto, serão construídas 10 novas cabines mais espaçosas para a imprensa, além de Tribuna de Honra acima das cabines, com vista central do campo, para receber autoridades.

A área reservada aos jogadores será construída seguindo as determinações da Federação Bahiana de Futebol (FBF) e a Lei do Esporte. Já os vestiários serão reconstruídos, com área de massagem, armários, banheiros, chuveiros, sala de controle antidoping, enfermaria, vestiário dos árbitros e dos técnicos, de acordo com o informado pelo município.

NOVO GRAMADO

Segundo o prefeito, o estádio receberá um novo gramado com novo sistema de drenagem e a irrigação automatizada, com a utilização de água do poço artesiano. Já a iluminação será LED e todo sistema elétrico será refeito. “Além disso, receberá também uma nova subestação, quatro novos postes de iluminação do campo para jogos transmitidos pela TV e placar eletrônico”, acrescentou.

O prefeito não deixou de falar de política e gestão. “Vamos avançar muito. Temos investimentos nas áreas de infraestrutura e urbanismo, saúde e educação. Mas vou falar neste momento de futebol com o sucesso do Itabuna Esporte Clube na série A do Baianão, Copa do Brasil e série D, e do Grapiúna, que avança na disputa da 2ª Divisão”, disse o prefeito, pontuando ações executadas conjuntamente com o estado.

70% DA OBRA

Segundo o secretário de Esporte e Lazer de Itabuna, José Alcântara Pellegrini, o município bancará 70% da obra. Ele definiu o anúncio da requalificação do estádio como “momento histórico para o esporte da cidade e da região”. O estádio teve o nome alterado no segundo semestre do ano passado, quando passou a ser denominado Fernando Gomes, ex-prefeito de Itabuna falecido em 2022.

O secretário ainda enfatizou o apoio do prefeito Augusto Castro para execução de projetos, a exemplo do resgate do Campeonato Interbairros, o retorno das escolinhas de base em diversas categorias esportivas e ampliação do alcance do esporte aquático para a população de baixa renda.

Davidson Magalhães crê em capacidade do município para obra com recursos próprios || Foto PIMENTA
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Após citar investimentos de mais de R$ 600 milhões do Estado em Itabuna e prioridades locais, o secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, praticamente descartou a possibilidade de o governo de Jerônimo Rodrigues reformar o estádio Luiz Viana Filho, o Itabunão. Pelo menos neste ano. Para ele, a Prefeitura teria capacidade de tocar a obra.

– Essa obra foi licitada, conforme tínhamos combinado com o município. [A licitação] foi suspensa em função da prioridade por parte do município [de construir o anexo do Hospital de Base], obra avaliada em R$ 55 milhões – explicou Davidson em entrevista ao PIMENTA, no Teatro Candinha Doria, onde haverá assinatura de ordens de serviço para várias obras, dentre elas habitacional e de saneamento básico.

O secretário crê que, hoje, a Prefeitura teria capacidade de executar a reforma do estádio, que é municipal, com recursos próprios. “Uma obra de R$ 5 milhões… Acho que o município de Itabuna tem capacidade de fazer”, completou.

MAIS INVESTIMENTOS

Davidson ainda elencou investimentos do estado executados pela pasta que ele comanda, a Setre, a exemplo das areninhas, da Vila Olímpica Everaldo Cardoso, do estádio do esporte amador e de campos nos bairros Lomanto e Nova Ferradas, totalizando cerca de R$ 7 milhões. Ele completou afirmando que a reforma do estádio sairá, neste ano, com recursos estaduais “só se o governador [Jerônimo Rodrigues] tomar outra posição”.

O titular da Setre reforçou que apenas no eixo Ilhéus-Itabuna são mais de R$ 1 bilhão de investimentos. “São 417 municípios para o governo dar conta. Eu sei que os recursos são escassos e as necessidades são muito grandes”.

Tyrone Perrucho em foto que sugeria ter atravessado o caudaloso rio em Canes
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Como se diz na política, ele não preparou em tempo um substituto à altura para agregar os seus amigos, que hoje vivem desgarrados, errantes de bar em bar.

 

Walmir Rosário

Na tarde de ontem (quarta-feira, 11 de janeiro), pasmem os senhores e senhoras, eu me encontrava no bar Mac Vita, como um simples expectador, assistindo a meus amigos Batista e Walter Júnior beberem um litrão de Coca Cola. Confesso que me sentia incomodado, haja vista considerar uma profanação de um dos botecos de memoráveis histórias festivas de Canavieiras, sede ocasional da Confraria d’O Berimbau e da Clube dos Rolas Cansadas.

Eis que de repente um carro dá uma parada e ouço algumas perguntas: Quem foi o melhor ponta-esquerda de Itabuna? E o melhor zagueiro? Respondo que Fernando Riela e Ronaldo Dantas, Piaba, dentre outros. E aí reconheço o autor das perguntas, o engenheiro agrônomo e advogado João Geraldo, que faz nova pergunta: “E quem mais desfrutou das noites e madrugadas de Canavieiras?”. E ele mesmo responde: “Tyrone Perrucho”.

João Geraldo segue caminho e nós continuamos nossa amena conversa tendo como testemunha um litrão de Coca Cola, embora, de antemão, confesso que não bebi. Na manhã desta quinta-feira recebo, via whatsapp, uma foto de Tyrone Perrucho, enviada por Alberto Fiscal. Já Raimundo Ribeiro, direto do Belém do Pará, responde presente na chamada. Foi aí que caiu a ficha: hoje é o segundo aniversário sem Tyrone Perrucho.

Tyrone era uma pessoa que se destacava por suas diferenças. Na foto acima, aparece ele como se estivesse saindo de uma epopeia de natação, após atravessar um braço de mar, cruzar de uma margem a outra de um rio. Que nada, era simplesmente uma foto para a sua gloriosa coleção. O dito cujo sequer sabia nadar; até que tentou, mas o professor gentilmente solicitou que ele buscasse algo mais parecido com suas habilidades.

Na realidade, o nosso ausente personagem gostava mesmo era de se dedicar à redação e edição do seu jornal, o Tabu, morto de morte matada assim que completou 50 anos. Foi um chega pra lá que deixou os leitores de boca aberta. Fora disso, nada mais lhe aprazia do que jogar conversa fora, de preferência num dos botequins em que “sentava praça” com frequente habitualidade, com a presença de amigos tantos.

Era pau pra toda a obra. Comemorava de tudo, datas festivas, aniversários, casamentos, batizados. Quando não os tinha, inventava, astuciava. Há décadas passadas escandalizou a sociedade canavieirense e o judiciário ao marcar seu casamento civil à beira da praia, ele, a coligada e convidados vestidos rigorosamente em trajes de banho. As autoridades forenses não permitiram e a praia da Costa continuou, apenas, como sítio de comemorações.

Ao planejar sua sonhada aposentadoria na Ceplac – após 30 longos anos de bons serviços prestados –, jurou que todos os dias beberia duas cervejas para abrir o apetite. Passou a comer pela manhã, ao meio-dia e à noite. Na ilha da Atalaia, onde se refugiou, mantinha contato com os amigos, via telefone, e-mail ou whatsapp, geralmente avisando o boteco que nos receberia, fazendo questão de informar que se tratava apenas um aviso e não convite.

Certa feita, comprou um carro novo em Salvador, apenas e tão somente para aproveitar a viagem de forma etílica e ainda convida o amigo da vida inteira, Antônio Tolentino (Tolé) para irem juntos. Tolé avisou que iria a Itabuna no domingo para assistir a um jogo do Itabuna, pois ainda não conhecia o novo (à época) Estádio Luiz Viana Filho. Tyrone diz que também gostaria de estar presente, mesmo sem gostar de futebol.

Chegaram em Salvador, pegaram o carro e viajaram com destino a Itabuna e Canavieiras, viagem que demorou quase uma semana. Conforme o garantido, chegaram a tempo de assistir à partida futebolística, mas caminhos diversos o tiraram do estádio, para a tristeza de Tolé, que somente foi conhecer o Itabunão um ano e meio depois, numa viagem feita em sigilo absoluto, para evitar a presença e interferência do amigo Tyrone.

Ao ler a crônica sobre a recuperação do famoso jipinho Gurgel, um dos mais antigos colegas da velha Divisão de Comunicação (Dicom) da Ceplac, Raimundo Nogueira, retrucou: “Não sei o porquê dessa implicância do amigo Perrucho com os carros. Também não sei o motivo que alguns colegas passaram a rejeitar as caronas por ele oferecidas, rumo quase sempre a uma boa farra…”.

E continuou. E por falar nessa matéria e o proverbial descaso de Tyrone Perrucho em cuidados com seus carros, certa feita aconteceram dois casos típicos. Primeiro, roubaram a antena da sua Brasília e ele, prontamente, colocou um fio de arame farpado no lugar, e como funcionou nunca mais tirou. Segundo, certa feita, alguém no banco traseiro deixou cair uma caixa de ovos caipira que se espatifou. Os ovos ali quebrados e mau cheiro correlato permaneceram no carro, intocados, por mais de dois meses. Sobrou mau cheiro e faltaram caronas.

Pois é! Dois anos sem o amigo e promoteur Tyrone Perrucho e a alegria que nos contagiava, por certo diminuiu bastante. Como se diz na política, ele não preparou em tempo um substituto à altura para agregar os seus amigos, que hoje vivem desgarrados, errantes de bar em bar. Também nem deu tempo, a tal da Covid-19 lhe pegou de jeito, levando para o outro mundo, se é que existe.

Até que ensaiaram uma campanha do tipo “Volte Tyrone Perrucho”, mas não funcionou. Fica apenas a eterna lembrança.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Da esquerda para a direita, Léo Briglia, Adonias Oliveira e Vivaldo Moncorvo
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Minhas conversas com Léo tinham dois lugares: a Ponta da Tulha (algumas vezes) e o Bar do saudoso Raileu, onde sentava na praça e dava expediente quando em Itabuna. Não tinha lugar melhor para ouvi-lo. Ali recebia os amigos com o mesmo entusiasmo de sempre.

 

Walmir Rosário

Quantos aos desígnios de Deus ninguém discute. A morte é o fim da vida. Cada um presta contas lá em cima pelo que fez aqui na terra. Esta é a lei implacável dos dons divinos. Aqui na terra, não chega a ser bem assim, mas as aparências são mais ou menos as mesmas. O que chama a atenção sãos os seus desígnios, escolhendo os que Ele quer ao Seu lado, numa espécie de lista, fila, sei lá…

Aos poucos, Ele vai fazendo a chamada. No mês passado levou Pedrinha (Antônio Oliveira), já nos seus 85 anos de idade, cerca de 40 deles dedicado ao futebol amador. Meio-campista do Botafogo do bairro da Conceição, fez história formando uma das maiores tabelinhas junto com Mundeco. E lembrei que em 2016, também levou para a sua glória três esportistas de uma só vez: Adonias Oliveira, Léo Briglia e Vivaldo Moncorvo.

É um luto daqueles que Itabuna vai vivendo, paulatinamente, com a perda um ou vários dos seus filhos, embora nunca com os que militaram num único setor, o esporte, e sucesso assegurado em vida, deixando perplexo os amigos e parentes. Cada um, é claro, na sua área de atuação. Enquanto Léo era o dono da bola, o goleador, os outros não podem ser considerados menores.

A Adonias Oliveira, que nunca chegou a chutar uma bola (e se o fez foi totalmente errado), formou uma plêiade de jogadores. Sua proposta ultrapassava aos retângulos dos gramados, cujo objetivo era formar cidadãos. Deixou seu legado. De pouca fala – timidez ao extremo – conseguia se comunicar com os jovens que convocara para os quadros do Fluminense juvenil e o América da Vila Zara.

Adonias, ou “Dom Dom”, como muitos os chamavam, nunca chutou uma bola, mas sabia, como nunca, descobrir nos velhos campinhos de bairros valores esportivos. Alguns deles chegaram ao futebol profissional; outros se destacaram no futebol amador “marrom”, que ganhava dinheiro sem se profissionalizar. Mas não importa, eram craques que tinham seus lugares nos mais diversos times de Itabuna.

E todos se exibiam na velha Desportiva Itabunense, onde hoje está implantado o Centro de Cultura de Itabuna. O fim do velho campo da Desportiva não impediu que eles brilhassem nos campinhos de bairro ou até no Estádio Luiz Viana Filho, o gigante do Itabunão, como queriam e querem alguns radialistas. Além de dirigir o América da Vila Zara e o Fluminense, seu time de coração, foi dirigente da Liga de Desportos de Itabuna.

Vivaldo Moncorvo, de 101 anos, também nos deixou na mesma semana. Radiotelegrafista, veio da cidade do Senhor do Bonfim para exercer seu trabalho nos Correios e Telégrafos, em Itabuna, e se apaixonou pela cidade e pelo esporte. Desde os tempos da gloriosa Seleção Amadora de Itabuna tomou pra si a incumbência de animar a equipe com a famosa charanga que o consagrou pelo resto da vida.

Se o Itabuna estava em baixa perante a torcida, quem “pagava o pato” era o Moncorvo e sua charanga, que se colocava na arquibancada ao lado dos torcedores. Não haveria local mais apropriado para receber as vaias que seriam destinadas aos jogadores. Quando o Meu Time de Fé estava em alta, Moncorvo era aclamado com sua charanga. Para ele, o céu e o inferno astral fazia pouca diferença, no esporte ou na política.

Diferente de Adonias e Moncorvo, Léo Briglia atuava dentro de campo, fazendo a alegria da torcida com seus dribles e gols. E Léo sempre gostou dos extremos: poderia ter sido um grande cacauicultor ou doutor. Foi estudar em Salvador, mas optou pelo futebol. Torcedor do Vitória, se consagrou no Bahia; nunca obedeceu às premissas do esporte, preferindo a vida desregrada; como gozava de saúde férrea, chegou a desprezar cuidados essenciais. E sempre viveu nessa dualidade.

Mas nada disso tirou o brilho de suas atuações em campo, seja no início de sua carreira profissional no Bahia, consagrando-se artilheiro da Taça Brasil, ou quando campeão em pleno Maracanã, estádio em que brilhou por anos seguintes. Não foi à Copa do Mundo na Suécia, mesmo sendo o melhor da posição, preterido sob a alegação de cáries e outros pequenos problemas de contusão. Estava no lugar errado e na hora errada, como dizem.

Acabou o futebol, voltou para Itabuna, foi ser servidor do Estado. Continuou o mesmo de sempre. Uma boa companhia para um bom papo, principalmente numa mesa de bar. Acostumado aos holofotes da imprensa nacional, ficava nervoso ao se deparar frente a um gravador ou à caneta do repórter. Em vista dessa característica, sempre preferi conversar informalmente, transformando nossos bate-papos em crônicas e reportagens. Das boas.

Minhas conversas com Léo tinham dois lugares: a Ponta da Tulha (algumas vezes) e o Bar do saudoso Raileu, onde sentava na praça e dava expediente quando em Itabuna. Não tinha lugar melhor para ouvi-lo. Ali recebia os amigos com o mesmo entusiasmo de sempre. Arroubo esse que se estendia o ano todo, com mais intensidade próximo ao Carnaval, desfilando garbosamente no bloco As Leoninas, fantasiado a caráter: apenas de biquíni.

Essa era a figura de Léo Briglia, que soube gozar a vida como lhe aprazia, feliz consigo mesmo e irradiando a mesma felicidade para o grande número de amigos que colecionou ao longo do tempo. Além de tudo o que já foi dito, bom pai, extremado avô, que deixa um importante legado para os mais novos. Acredito até que ele cultuava aquele pensamento do nosso poeta português Fernando Pessoa: “Tudo Vale a pena / Se a alma não for pequena. (Mar Português).

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Representante da Federação Bahiana de Futebol vistoria Itabunão
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A Federação Bahiana de Futebol (FBF) vistoriou, nesta segunda-feira (28), o Estádio Luiz Viana Filho, que deverá receber jogos do Grapiúna na Série B do Campeonato Baiano. O objetivo do trabalho foi avaliar as condições do equipamento esportivo reformado pela Prefeitura de Itabuna.

Acompanhada pelo secretário municipal de Esportes e Lazer, Enderson Guinho, do presidente do time, Álvaro Castro, dirigentes e jogadores, a vistoria foi feita pelo coronel Diniz Jorge Inácio, enviado pela Federação Bahiana de Futebol.

“O gramado é bom, mas há desníveis que precisam ser corrigidos. O meio-fio precisa ser removido, pois oferece riscos aos atletas, principalmente em situações de queda”, alertou o representante da FBF.

O coronel Diniz Jorge Inácio disse ainda que o Luiz Viana Filho tem uma série de laudos anteriores que apontam a necessidade de melhorias. “Temos todo interesse que o Grapiúna jogue em casa, mesmo porque o esporte é um gerador de recursos”, disse.

FBF fez observações sobre o estádio Itabunão|| Fotos Pedro Augusto

FEDERAÇÃO DECIDIRÁ SOBRE USO DE ESTÁDIO

Atualmente apenas quatro dependências vão funcionar durante a Série B. “Na minha avaliação, os locais mais importantes estão em boas condições, a exemplo de vestiários, banheiros e, de maneira geral, o gramado, que é a cereja do bolo”, afirmou o delegado da FBF.

O Grapiúna estreou com vitória, por 2 a 1, sobre o Barcelona no Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus. O próximo jogo será no dia 7 de julho, mas ainda não há confirmação se será no Itabunão.

“Farei a entrega do relatório sobre a vistoria ao presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ricardo Nonato Macedo de Lima, que vai definir a questão”, disse o coronel Diniz Jorge Inácio. Ele lembrou também que o órgão tem prazo de até 48 horas antes do jogo para liberar ou não a praça esportiva.

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Vila Olímpica de Itabuna deverá ser reformada || Foto Contudo
Davidson, da Setre, com o presidente da FICC, Daniel Leão

Abandonada há quase três anos, a Vila Olímpica Everaldo Cardoso, no São Caetano, será reformada pelo Governo da Bahia, segundo anúncio feito pelo secretário estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães, durante visita a Itabuna.

O recursos, de R$ 1,8 milhão, de acordo com o secretário, será aplicado na recuperação de quadras poliesportivas da área externa, piscina, ginásio de esportes e construção de duas quadras de areia.

A reforma será feita depois de estudos de equipes técnicas da Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), órgão da Setre-BA. O valor também deverá contemplar estudos para recuperação do Estádio Luiz Viana Filho, que sediará jogos do Itabuna e do Grapiúna na disputa da Divisão de Acesso (Segundona) em 2020.

Nesta semana, o secretário se reuniu com equipes e o presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), Daniel Leão, para discutir a reforma dos dois equipamentos esportivos. A reforma da Vila Olímpica deve começar neste ano, enquanto o Itabunão deverá ser recuperado em 2020.

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Incêndio destruiu parte do gramado e avançou sobre pátio da Sedur.
Incêndio destruiu parte do gramado e avançou sobre pátio da Sedur.

O fogo destruiu parte do gramado do Estádio Luiz Viana Filho (Itabunão) e avançou sobre sucatas no pátio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, hoje (23). O mato seco facilitou a propagação das chamas e o fogo avançou rapidamente.

Os estragos poderiam ser maiores se não fosse a ação de voluntários da Secretaria de Esportes e Recreação e do Corpo de Bombeiros. Ninguém ficou ferido.

Apesar do cenário no estádio, a Secretaria de Esportes e Recreação está esperançosa e informou que inicia, ainda nesta terça (24), a recuperação do gramado e áreas atingidas pelo fogo. No sábado e no domingo, serão realizadas partidas do Baiano Feminino e do Interbairros de Futebol no estádio.

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O secretário de Esporte e Recreação de Itabuna Evans Maxwel, afirmou, há pouco, ao PIMENTA que os laudos que permitem ao Estádio Luiz Viana Filho (Itabunão) receber os jogos da Série B do Baiano de Futebol já foram enviados (confira nota abaixo).

Segundo Maxwel, a carta registrada com os laudos de Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e de Engenharia foi enviada nesta tarde de quarta (11). “Conversamos ontem com o presidente Ednaldo Rodigues (da Federação Bahiana de Futebol) garantindo o envio hoje”, disse o secretário.

Os laudos estão entre as exigências para que o Itabunão sedie os jogos de Grapiúna Atlético Clube e Itabuna Esporte Clube na Segundona. A competição começa em 19 de abril.

Zico é entrevistado por Sílvio Roberto em jogo do Flamengo contra o Itabuna no sul da Bahia || Foto Acervo
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Porque hoje é domingo de Itabuna x Fluminense, no Estádio Luiz Viana Filho, aí vai uma da série “Baú do Esporte”.

O repórter Sílvio Roberto entrevista o craque rubro-negro, Zico, em jogo amistoso no qual o Flamengo derrotou o Itabuna por 2 a 1, no Itabunão. (O placar está anotado no site do rubro-negro, mas Sílvio acredita que tenha sido empate: 1 a 1, gols de Gerson Sodré e Zico) Tempos de glória para o futebol local.

Era fevereiro de 1979.

35 anos depois, Silvio continua na área de comunicação. Tornou-se professor e publicitário. “A camisa tinha o nome do repórter. Já era marqueteiro desde aquela época”, brinca em conversa com o PIMENTA. “A equipe [da emissora] era toda rubro-negra”, completa.

Sílvio era repórter de campo da Rádio Clube (Nacional) à época, assim como Robério Menezes, hoje à frente do site Sport News. Paulo Roberto Rezende (Paulão) fazia as entrevistas da arquibancada. Jota Borges cobria movimentação de torcedores e bilheteria. E, no gogó, o narrador Eilton Oliveira.

O time da Pioneira tinha ainda o saudoso Nivaldo Reis, que comentava o jogo, e o analista de arbitragem Gilson Alves. Adalto Virgílio e Elieser “Leão” Ribeiro completavam a equipe de esportes da emissora dos Capuchinhos.

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iec 2013O Itabuna fez valer o mando de campo e derrotou o Leônico, por 2 a 1, há pouco, no Estádio Luiz Viana Filho. O resultado deixa o Azulino na sexta colocação, após duas rodadas. Já em Guanambi, o Colo-Colo empatou em 0 a 0 com o Flamengo, deixando escapar a chance de liderar a Série B do Baiano de Futebol.
No Itabunão, Éder abriu o placar aos 11 minutos de jogo. Na etapa final, Magalhães igualou o placar aos 19 minutos. A vitória do Itabuna veio no finalzinho do jogo. Aos 42 minutos, o atacante Tiago Saraçol fez o primeiro dele na competição diante de pouco mais de 400 torcedores.
O Azulino volta a jogar no próximo domingo (30), às 16h, contra o Fluminense, no Itabunão. O Flu de Feira é o segundo colocado da Série B, com duas vitórias. Perde apenas no saldo de gols para o Jacobina.
COLO-COLO É O QUARTO
O jogo era fora de casa, mas a vitória deixaria o Colo-Colo, pelo menos, entre os três primeiros colocados da Série B. Em Guanambi, o Tigre Ilheense apenas empatou em 0 a 0 com o Flamengo, após ter batido o Atlético por 2 a 0 no Mário Pessoa, domingo passado (16).
O Colo-Colo retorna para casa com um ponto a mais e o quarto lugar na classificação geral. O time retorna a campo no próximo domingo (30) contra o líder, Jacobina. A partida será no estádio Mário Pessoa, em Ilhéus.

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Blogueiro em tempos de internet acompanhou boa parte do jogo Itabuna e Vitória pela rádio Sociedade, de Salvador. A certa altura da transmissão, Nilton Nogueira se dizia encantado com as condições do gramado do Itabunão e revelava-se choroso quando lembrava da praça da capital:

– Não dá pra levar um pedacinho pra Pituaçu -, brincava.

Em tempo: são unânimes as críticas da crônica esportiva, de torcedores e boleiros ao gramado do estádio metropolitano de Pituaçu (Roberto Santos), que está mais para arena de vôlei de praia do que campo de futebol.

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Das lentes do excelente (e generoso) fotógrafo José Nazal, confira o gol que garantiu ao Itabuna três pontos no jogo de ontem contra o Vitória. Diego Aragão saiu do banco e deixou o dele aos 42 minutos do segundo tempo. O Itabuna lidera o Grupo 2, ao lado do Bahia, e se prepara para enfrentar o Colo Colo, no domingo, no Mário Pessoa (Ilhéus).

... e coloca na cabeça do meia Diego Aragão.
De cabeça, Diego Aragão dá tchau pra Viáfara.
... que manda para o fundo das redes de Viáfara.
… ao conseguir desviar o suficiente do goleiro rubro-negro…
E faz o goleiro do rubro-negro buscar a bola no 'fundinho'...
Que ficou sem chance de defesa…
dadadas
… e a bola 'morreu' na rede rubro-negra (Fotos José Nazal).

Confira mais lances de Itabuna 1×0 Vitória no blog Catucadas, de José Nazal, que ainda estampou as páginas do Correio da Bahia.