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Hans Schaeppi: paixão pelo jornalismo e literatura || Foto Daniel Thame

O empresário Hans Schaeppi faleceu aos 90 anos de idade, às 4h desta quarta-feira (16), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Rafael, em Salvador. As causas da morte não foram informadas, mas o empresário enfrentava câncer de pele há vários anos.
Hans Schaeppi fundou, em outubro de 1985, a Chocolate Caseiro Ilhéus, fábrica que se tornou famosa mundialmente pela produção de chocolates de origem e que levavam nomes de personagens de romances do escritor grapiúna Jorge Amado. Era presença cativa em festivais de chocolate, como o ilheense.
Ele também era proprietário do Ilhéus Praia Hotel, inaugurado também na década de 80, e do Pontal Praia Hotel, ambos no município sul-baiano.
O corpo do empresário será enterrado no Cemitério Campo Santo, em Salvador, nesta quinta-feira (17), às 11 horas.
A morte de Hans Schaeppi foi lamentada pelos ilheenses. O presidente da Câmara de Dirigentes de Ilhéus (CDL Ilhéus), Clóvis Júnior, emitiu nota na qual confirmou que a homenagem do Troféu CDL deste ano.
Obra de Schaeppi lançada pela Via Literarum

DUAS PAIXÕES: LITERATURA E JORNALISMO
Hans nasceu em 1927, em Salvador, mas logo cedo foi levado para Ilhéus, no sul da Bahia. Formou-se em Engenharia Civil em 1951 pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Depois, tornou-se superintendente de Obras da Odebrecht e presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado da Bahia (Sinduscon), além de diretor da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e diretor de Obras Públicas da Prefeitura de Salvador.
Uma das suas paixões era o jornalismo. Escreveu para jornais como A Tarde, Jornal da Bahia, Gazeta do Turismo e Agora, onde mantinha coluna semanal. Também era compositor (adorava MPB) e artista plástico.
No ano em que fundou a fábrica Chocolate Caseiros Ilhéus, recebeu o título de Cidadão Ilheense. Já em 2005, passou a ocupar a cadeira 3 da Academia de Letras de Ilhéus (ALI). Escreveu O velho Adolpho – A história de uma tocaia, pela Via Literarum. Em 2010, recebeu a Comenda do Mérito de São Jorge dos Ilhéus. Atualizado às 11h02min, com a colaboração do jornalista Daniel Thame.

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O Curso de Jornalismo da Unime Itabuna promoverá um bate-papo com profissionais da área, nesta quinta (5), a partir das 18h, no Shopping Jequitibá, na área em frente à C&A.
Ramiro Aquino, Marcel Leal, Lohana Magnavita e Karen Póvoas, além do professor Tuca Souza, vão abordar a relevância e as perspectivas do jornalismo regional. A programação é alusiva ao Dia do Jornalista, 7 de abril.
O bate-papo com os profissionais de veículos como Morena FM, Jornal A Região, e TVs Cabrália e Santa Cruz terá mediação de Laísla Ohara.
Após o bate-papo, haverá stand up comedy reunindo nomes como Lucas Hussein e Hanny Montenegro. Para o professor Rodrigo Muniz, a atividade dá vazão às atividades desenvolvidas pelos alunos durante o curso.

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Ilheense, Manoel Victal trabalhou no Notícias Populares e Última Hora
Ilheense, Victal trabalhou no Notícias Populares e Última Hora

Jornalista da época de ouro do Notícias Populares, o ilheense Manoel Victal faleceu na última quarta-feira (20), em Ilhéus. Ele estava com 80 anos. O corpo do jornalista foi enterrado ontem à tarde, no Cemitério da Vitória.

De acordo com a jornalista Karoline Vital, sobrinha de Manoel, o profissional aposentado faleceu de insuficiência cardíaca. Deixa duas filhas, Soraia e Ana Eliete, e quatro netos.

Manoel Victal começou na profissão como repórter de rádio em Ilhéus. A trajetória foi marcada por passagens em grandes jornais da época, como o Última Hora e o Notícias Populares, em São Paulo.

Já aposentado e com 68 anos, o jornalista realizou um de seus sonhos ao caminhar da Praça da Sé em São Paulo à praça homônima de Salvador, em 2005. Uma distância de 2.214 quilômetros.

A aventura  se tornou recorde mundial de caminhada solitária. O feito teve o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Sindicatos dos Jornalistas dos estados de São Paulo, Espírito Santo e Bahia, dentre outros apoios. A aventura foi repetida dois anos depois, já sem o mesmo suporte institucional e aos 70 anos de idade.

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Rezende lutava contra o câncer.
Marcelo Rezende lutava contra o câncer.

O jornalista Marcelo Rezende morreu neste sábado (16), aos 65 anos, na zona sul de São Paulo. Um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, o apresentador da Record TV lutava contra um câncer no pâncreas e no fígado desde o final de abril. A informação foi confirmada pelo Hospital Moriah, onde estava internado desde terça-feira (12).

Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e enterro.

Com a coragem que o acompanhou ao longo da vida, o jornalista anunciou em rede nacional que estava com a doença. Durante uma entrevista ao Domingo Espetacular no início de maio, horas antes de ser internado pela primeira vez, Rezende disse que encararia a doença de frente.

O câncer agressivo o obrigou a deixar repentinamente o comando do Cidade Alerta, jornalístico que apresentava desde 2012. Foi nessa última etapa da carreira que Marcelo Rezende se reinventou como apresentador. Do R7.com

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Roberto Rabat numa entrevista ao Pimenta em 2009, quando completou 40 anos de jornalismo
Rabat durante entrevista ao completar 40 anos de jornalismo || Foto Pimenta

A blogosfera regional perdeu o pai. O jornalismo ficou sem uma de suas principais referências. Roberto Rabat Chame, de 62 anos, nos deixou às 16h45min desta quinta (14). O fundador do primeiro blog sul-baiano, o R2Cpress, faleceu após sofrer um infarto e ficar internado por mais de 20 dias no Hospital de Ilhéus.

O menino-repórter começou no jornalismo aos 13 anos. Estreou como repórter da Rádio Cultura de Ilhéus. Depois, migrou para o jornalismo impresso e fez história no webjornalismo baiano com o site R2Cpress, daí o apelido de Pai da Blogosfera regional. O R2Cpress foi fundado em 2003.

O corpo do jornalista está sendo velado no Necrotério Santa Isabel, ao lado do Fórum Epaminondas Berbert de Castro, na Cidade Nova. O enterro está marcado para as 16h30min, no Cemitério da Vitória.

Um pouco dos 48 anos de jornalismo de Rabat pode ser conferido numa entrevista que ele concedeu ao PIMENTA em 2009, ano em que o Rei da Arubumba completou quatro décadas de profissão.

A entrevista traduz bem o espírito de Rabat, um grande ser humano, um grande profissional e grandes histórias. Fala do começo no jornalismo, do R2Cpress e de como incendiava Ilhéus com sua Arubumba – ou o Marimbondo (reveja aqui).

Frases de Rabat

Parece que eu nasci pra fazer reportagem. Ninguém acreditava, cara.

Peço a Deus que chegue o tempo em que a coisa seja verdadeira, que não exista tanta safadeza, tanta mentira, que o político deixe de enganar.

Rapaz, eu achava rádio interessante. O pessoal lá de casa ficava escutando e eu achava o maior barato aquela caixa e todo mundo prestando atenção.

Quando saía da rádio, eu ia pro Diário da Tarde e ficava olhando aquelas máquinas de linotipo. Aquilo parecia Disneylândia. Rapaz, eu ficava fascinado com aquele negócio.

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Silmara Sousa comandou o Balanço Geral nesta terça || Reprodução Pimenta
Silmara Sousa comandou o Balanço Geral nesta terça || Reprodução Pimenta
Tom foi cuidar da voz, hoje
Tom foi cuidar da voz, hoje

Dois dias após aparecer no Pânico, da Band, o jornalista Tom Ribeiro não apresentou o Balanço Geral, da Rede Record/TV Cabrália.

O programa desta terça-feira (12) foi comandado pela repórter Silmara Souza. A repórter já faz grande sucesso no comando do quadro A Hora da Venenosa, que retrata mundo dos famosos.

Hoje, Silmara “cobrou escanteio e cabeceou pro gol” ao apresentar o programa e, sozinha, o quadro dos famosos. Ela desfez o mistério sobre a ausência do apresentador.

– Ele está cuidando da voz, de repouso. Quinta-feira ele estará de volta – disse Silmara.

Além de apresentar o Balanço, Tom é o gerente de jornalismo da emissora itabunense.

Veja também:

http://157.230.186.12/2017/09/11/tom-ribeiro-no-panico-da-band/

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Bob Fernandes participa de debate nos 20 anos do curso de Jornalismo da Uesb
Bob Fernandes participa de debate nos 20 anos do curso de Jornalismo da Uesb

O jornalista Bob Fernandes participará de roda de conversa com profissionais de imprensa, estudantes e professores, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Vitória da Conquista, na próxima sexta (15). A partir das 10h, no auditório do júri, o comentarista de política d TV Gazeta falará de fake news, jornalismo de dados e o papel dos jornalistas e veículos de comunicação na conturbada vida brasileira.

Promovido pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), o encontro é parte da iniciativa de aproximação da entidade com a comunicação no sudoeste do Estado e celebra os 20 anos do curso de jornalismo da Uesb.

Segundo o presidente da ABI, Walter Pinheiro, também presidente da Tribuna da Bahia, “Vitória da Conquista lidera uma região de grande importância social, econômica e política, com uma forte tradição no jornalismo baiano, e a ABI deseja estar presente e contribuir para o fortalecimento da comunicação regional”.

Para o coordenador do Colegiado do curso, professor Rubens Sampaio, a “iniciativa da ABI está em sintonia com a busca permanente do curso de Jornalismo da Uesb por essa aproximação com entidades da área e profissionais com larga experiência, como Bob Fernandes, elo que isso representa na formação dos futuros jornalistas”.

A pedido do convidado, em vez de uma palestra expositiva, os profissionais e estudantes terão a oportunidade de um debate direto e franco com um dos mais importantes comentaristas politicos do jornalismo brasileiro.

Filhos de pai e mãe baianos, Bob Fernandes nasceu em Barretos, interior de São Paulo, mas viveu boa parte de sua vida na Bahia, onde se formou jornalista pela UFBa. Sempre atento aos acontecimentos da vida baiana, preserva uma relação de proximidade com a terra de seus pais e anseia pelo reencontro com Vitória da Conquista, onde vive parte de sua família.

Trabalhou na Tribuna da Bahia, no começo da carreira, e passou pelas principais redações brasileiras, como Veja, Folha de São Paulo, foi um dos fundadores e editor-chefe da revista Carta Capital. Cobriu seis campanhas presidenciais no Brasil, a disputa Clinton X Bush, nos Estados Unidos e é coautor de O complô que elegeu Tancredo, de 1985.

Como jornalista esportivo, escreveu crônicas, cobriu todas as Copas do Mundo de Futebol da FIFA, de 1994 até 2014 (à exceção de 2002), as Olimpíadas de Pequim e Londres, as Copas das Confederações da África do Sul e do Brasil e a Copa América na Venezuela. Tricolor assumido, é autor do livro “Bora Bahêeea, A História do Bahia contada por quem a viveu”, de 2003 (Ediouro).

Como correspondente de guerra esteve em Angola, em 1992, e no mesmo ano cobriu a Guerra da Somália. Na revista Carta Capital, foi autor de mais de 100 reportagens de capa, entre elas uma série de oito capas sobre a presença e atuação da CIA, do FBI, da DEA e demais agências de espionagem dos EUA no Brasil.

CIVILIZAÇÃO CACAUEIRA SUL-BAIANA

Bob Fernandes é autor de uma das maiores reportagens sobre a civilização cacaueira sul-baiana, em meados da década de 90. Com histórias de grandes personagens, o jornalista mostrou o apogeu e o ocaso da região.

A reportagem virou documento. Manoel Leal, fundador e editor do Jornal A Região, reproduziu o material jornalístico, encartando-o, gratuitamente, na edição do seu jornal. Era época em que a redação do jornal, vibrante, tinha no seu comando, além da sagacidade de Leal, a experiência de nomes como Walmir Rosário, hoje curtindo aposentadoria na bela Canavieiras, e Daniel Thame, além de Marcos Correa e Maurício Maron.

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Lilian: homenagem a Lucílio Bastos.
Lilian: homenagem a Lucílio Bastos.

Luiz Conceição

Diz a sabedoria popular: “Filho de peixe, peixinho é” . Como a comprovar a certeza do adágio, a estudante do curso de Jornalismo Lilian Casas está às voltas com pesquisas em arquivos privados e públicos nas cidades de Itabuna, Ilhéus, Feira de Santana e Salvador. O lendário radialista Lucílio Bastos será tema do trabalho de conclusão de curso (TCC) na sua graduação em uma faculdade de Itabuna.

Atuando na Rádio Interativa FM (93,7 Mhz), Lilian Casas comprova o acerto de mais um adágio popular: Quem puxa aos seus não degenera”. Segue as pegadas de Lucílio ao promover o entretenimento dos ouvintes da primeira emissora do interior baiano a migrar do rádio AM para o FM, depois de ter operado na frequência 1.160 Khz.

Lucílio, o homenageado.
Lucílio, o homenageado.

E, mais uma vez, repete, no rádio, a forma que consagrou o pai, mas sem os ácidos comentários que ele fazia no popular e líder de audiência Falando Francamente, nas rádios Jornal de Itabuna, Difusora Sul da Bahia e na Rádio Nacional de Itabuna, Bahia, nos registros da Anatel, como passou a se denominar a extinta Rádio Clube de Itabuna, a pioneira.

Lucílio Bastos foi soberano no rádio itabunense nas décadas de 60, 70 e 80, tendo voltado ao rádio local depois, no ano de 2004. A sua filha caçula e estudante está ávida por receber a cooperação dos ouvintes de seu pai e dos amigos por meio de relatos que falem de sua trajetória, vídeos, fotografias etc.

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Moreno faleceu nesta madrugada, no Rio.
Moreno faleceu nesta madrugada, no Rio.

O jornalista Jorge Bastos Moreno, repórter e colunista político do jornal O Globo, morreu na madrugada de hoje (14), aos 63 anos, no Rio de Janeiro. Segundo O Globo, jornal onde trabalhou por 35 anos, ele sofreu um edema agudo de pulmão, decorrente de complicações cardiovasculares, por volta da 1h desta quarta-feira.

Moreno foi o primeiro jornalista a noticiar a escolha do general João Baptista Figueiredo como sucessor do também general Ernesto Geisel na Presidência da República, quando ainda era repórter do Jornal de Brasília.

Ele também teve papel importante com a publicação de informações em 1992 que levaram ao impeachment do então presidente Fernando Collor. Conquistou o Prêmio Esso de Informação Econômica de 1999 com a notícia da queda do então presidente do Banco Central, Gustavo Franco.

Desde o fim da década de 90, mantinha uma coluna política em O Globo e, desde março deste ano, apresentava um programa de entrevistas na rádio CBN. AB.

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Barbosa torna-se correspondente da Sociedade.

A Rádio Sociedade decidiu ampliar a cobertura jornalística no interior da Bahia. A emissora de rádio AM e FM passou a contar, desde a semana passada, com correspondentes nas principais regiões e municípios do Estado, a exemplo de Vitória da Conquista e Itabuna.

Um dos mais experientes repórteres do rádio baiano – e há vários anos na TV Cabrália/Record, Carlos Barbosa é o correspondente sul-baiano da Rádio Sociedade.

De Itabuna, Carlos participa da programação da emissora de rádio, diariamente, com entradas ao vivo nas primeiras horas da manhã, nos programas de Adelson Carvalho e Raimundo Varela. “Espigão”, como também é conhecido, leva as principais notícias do eixo Ilhéus-Itabuna.

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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

 

Acordos eram feitos dentro e fora dos recintos parlamentares, principalmente na calada da noite nos badalados restaurantes. Local melhor para conspirar, trair e até mesmo acordar não existiam e tudo era percebido no plenário.

É um sufoco diário para produtores e editores dos veículos de comunicação do Brasil. Têm que se virar nos 30, como diz Faustão, para conseguir fazer um programa redondinho. E o motivo não é outro, senão a política (e os políticos), que simplesmente mudaram de editoria: ao invés da tradicional e prestigiosa editoria de política, elas passaram a engordar a editoria de polícia, que nunca teve esses prestígios todos, a não ser em determinados horários ou meios de comunicação especializados.

E olha que os coitados dos jornalistas, radialistas e blogueiros até que tentam emplacar as notícias vindas de Brasília – sobretudo – na tradicional editoria de política, mas é muito difícil conseguir, e muitas vezes não encontram outro recurso que não seja a apelação. Como costumo dizer, não se deve brigar com a notícia, mas nem sempre essa máxima é seguida à risca e o público termina por não acreditar no que está vendo, lendo ou ouvindo. Ao invés de política, polícia no programa inteiro.

A depender o horário, aí é que o programa vai pro brejo. A escalada feita com todo o esmero para dar ênfase às chamadas e conseguir uma boa audiência é toda trocada no decorrer do programa, nos casos de emissoras de rádio e televisão. Já os impressos e blogs, passam o tempo esperando que a grande imprensa e agências de notícias transmitam os debates do Congresso Nacional, acerca de temas relevantes para as áreas econômica, saúde, educação e cidadania. Mas é tudo em vão.

Como sempre acontece de uns tempos pra cá, oposição e situação não costumam travar os fenomenais debates com políticos importantes e que faziam vibrar a nação com seus discursos. Os grandes tribunos do naipe de Ruy Barbosa, Tarcilo Vieira de Melo, Aliomar Baleeiro, Carlos Lacerda, ou raposas políticas, a exemplo de Tancredo Neves e Ulisses Guimarães, desapareceram e deram lugar à política de bastidores. Se antes se privilegiava o debate sobre os temas, à vista de todos, hoje a população costuma “comer o prato feito” preparado nos recônditos das cozinhas palacianas.

Não quero aqui afirmar que na política de antes corredores, gabinetes, salas, restaurantes e cafezinhos do Congresso Nacional não fossem testemunhas de olhos e ouvidos – de mercador – do que e sobre o que se conversava nesses locais. Acordos eram feitos dentro e fora dos recintos parlamentares, principalmente na calada da noite nos badalados restaurantes. Local melhor para conspirar, trair e até mesmo acordar não existiam e tudo era percebido no plenário.

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E até mesmo o Jornal Nacional, que evitava a notícia policial como “satanás corre da cruz”, adotou e proporciona espaços generosos, prometendo, ainda, mais desdobramentos para o dia seguinte.

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Uma das grandes diferenças era, àquela época, a presença das convicções, tempos ainda marcados pela ideologia política, comportamento tão escasso no Brasil de hoje, e prova melhor não há do que uma simples e perfunctória análise da mudança de partidos de nossos parlamentares. Transitam da esquerda à direita sem a menor cerimônia, sequer fazem um simples estágio no centro nessa temida e nefasta trajetória. E aí está o xis do problema: Hoje, em Brasília, até a raiva é combinada.

E os pensamentos são mudados, as consciências são compradas por qualquer dois mil réis. Aliás, essa antiga expressão não tem a menor chance de sobreviver em Brasília, onde as conversas começam com milhões, distribuídos generosamente pela nossas gentis empreiteiras, de forma das mais generosas. São todos bonzinhos e inteligentes ao interpretar a oração de São Francisco de Assis, principalmente naquela parte do é dando que se recebe. No popular, um caminho de duas vias: eu contribuo e você me devolve a gentileza com pequenas ações e atos no parlamento.

Mas ao fim e ao cabo, não conseguiram antever a recusa de cumplicidade dos Procuradores da República, Juízes Federais e da Polícia Federal. A partir daí, a atividade desenvolvida pelos políticos passou a ser publicada nas editorias de polícia. Ao invés de apresentações projetos de lei, operações da polícia federal; apreciações de projetos foram substituídas pela denúncia dos procuradores; e o espaço dado às ações parlamentares no dia a dia trocadas pelas prisões em casas, ao amanhecer do dia, embora todos se declarem inocentes.

Os jornais e revistas – inclusive os eletrônicos – que reservavam mais espaços para a vida em sociedade, o cotidiano, a economia, a cultura, passaram a dar manchetes sensacionalistas das atividades criminosas dos parlamentares. E até mesmo o Jornal Nacional, que evitava a notícia policial como “satanás corre da cruz”, adotou e proporciona espaços generosos, prometendo, ainda, mais desdobramentos para o dia seguinte.

É de matar de inveja antigos jornais como Notícias Populares, A Luta Democrática e o Jornal O Dia (em seu antigo formato) adjetivados como do tipo “se espremer, sai sangue”. Hoje, esses modelos são copiado largamente pelos blogs, que expõem imagens cruéis de pessoas mortas e esquartejadas, sejam pelas chacinas ou em acidentes automobilísticos. Quanto aos coitados dos editores, só duas alternativas: manter o novo formato policialesco ou perder audiência para os concorrentes.

Não esqueçamos, porém, que a sociedade mudou em seus costumes, com o embrutecimento das pessoas, para os quais miséria pouca é bobagem.

Walmir Rosário é jornalista, radialista e advogado.

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Vily Modesto e Odilon Pinto, ícones do jornalismo baiano.
Vily Modesto e Odilon Pinto.

Vily Modesto, marcou época na Rádio Jornal de Itabuna, com o programa matinal das 7 às 9 da manhã, que levava seu nome. Músicas (com destaque para seu ídolo e amigo Roberto Carlos), notícias e entretenimento, em duas horas diárias do melhor que o rádio podia oferecer em termos de qualidade.

Odilon Pinto fez história,  também na Rádio Jornal, com um programa voltado para o homem do campo. Das 5 as 7 da manhã, a voz de Odilon ressoava por todo o Sul da Bahia, tendo como ponto alto o quadro “Vida na Roça”,  cartas dos ouvintes contando experiências de vida, que Odilon dramatizava e que depois se transformam em livro editado pela Via Litterarum e numa coluna fixa, Coisas da Vida,  no Diário Bahia.

Vily e Odilon, dois marcos e mestres da comunicação regional, se afastaram dos microfones e vivem, por opção ou necessidade, períodos de reclusão.

Fizeram história e fossemos mais cuidadosos em homenagear quem efetivamente merece, deveriam ser reverenciados inclusive pelos cursos de comunicação, tão desleixados que são quando se trata de olhar para o passado, de assimilar experiências extraordinárias.

No Dia do Jornalista, o Blog do Thame celebra Vily e Odilon, dois grandes jornalistas que fazem falta, muita falta.

Viva Vily. Viva Odilon.

Vivam ambos, protagonistas e não meros figurantes nessa vida que a gente vive uma vez só.

Do Blog do Thame

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Formatura da turma de jornalismo ocorreu no final de semana (Foto Divulgação).
Formatura da turma de jornalismo ocorreu no final de semana (Foto Divulgação).

A Faculdade de Jornalismo da Unime de Itabuna formou novos profissionais. A cerimônia ocorreu no último final de semana, no espaço Terceira Via Hall. São 12 profissionais formados e nomes já famosos no mercado, a exemplo de Wadson Santos, da Rádio Difusora e do Bahia Hoje, e Silas Silva, da Agência Target. A turma também teve João Evangelista, do Sintesi, entre os formandos. João responde pela área de comunicação do sindicato.

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Allah-GóesAllah Góes | allah_goes@hotmail.com

 

Adervan me deixou como lições, além do seu amor incondicional por Itabuna, por sua Ivone, filhas e netos, que é possível vencer, mesmo saindo de uma família humilde, por meio do estudo, do entusiasmo e da perseverança, construir algo grandioso e ser lembrado por ter vivido uma vida plena, profícua e feliz.

Pois é. E foi num domingo de carnaval que nos despedimos do Pai, amigo, companheiro e “folião” José Adervan de Oliveira. “Folião” sim, pois nos seus 74 anos de vida terrena ele se mostrou um apaixonado pela vida, por festejar, por fazer amigos, deixando um grande legado às novas gerações, de que é possível ser sério e correto, sem ser sisudo e fechado.

Sim, ele era tímido, e até avesso a homenagens públicas, mas também era alegre, gozador, polêmico e, acima de tudo, um democrata. Ele permitia que “seu” Jornal publicasse a opinião ou comentário de qualquer político, mesmo os “desafetos” ou não “tucanos”, pois entendia que jornalismo se faz de forma plural e maiúscula, o que fez com o Jornal Agora fosse considerado o maior, e – por que não? – o melhor Jornal do interior da Bahia.

Mesmo com as modificações das mídias, por conta dos avanços tecnológicos, ainda assim, tudo aquilo que é publicado no Jornal Agora, seu “filho” mais conhecido, repercute. E vira tema de debates pela cidade, o que trazia muita satisfação ao orgulhoso “Pai”.

Apesar de sabermos que não somos eternos, e que Adervan vinha há anos lutando contra esta terrível doença, a passagem de uma pessoa como ele, em razão da grandeza de sua história pessoal, só nos é confortada por causa de uma certeza que carrego: Sua inquietude continuará, mas agora em outro plano, junto com outros gigantes da civilização grapiúna, pois uma única vida é muito pouco para uma pessoa multifacetada como ele.

As várias facetas de Adervan se misturam com o calendário político, esportivo e cultural de nossa Região. Seja organizando a Bienal cultural, a festa de aniversario do Jornal (onde a política é o prato principal), elaborando a edição especial do Agora, homenageando o aniversário de Itabuna (com seus vários cadernos resgatando a nossa história), promovendo jogos de futebol, realizando festas, “politicando”, arrendando rádio ou cobrindo copa do mundo de futebol. Tudo regado pela irreverência daquele que não se acomoda ou se acovarda diante dos desafios e das dificuldades.

E não foram poucas as dificuldades e os desafios que o irrequieto menino de Boquim (SE) enfrentou, pois desde cedo teve que aprender a conciliar o trabalho com o estudo, o que se mostrou relevante para sua história, vez que foi desta junção que surgiram as suas primeiras paixões: a política, da época em que virou líder estudantil, quando chegou a presidir a saudosa UESI – União dos Estudantes Secundaristas de Itabuna; e a jornalística, pois foi trabalhando em gráfica, que tomou gosto pela arte de informar.

Foi um vitorioso na vida. Até mesmo o seu insucesso político, de quando tentou ser prefeito de sua amada Itabuna, permitiu o soerguimento do PSDB local, que, sob a sua presidência, conseguiu eleger, depois de muito tempo, um vereador e, tempos depois, um deputado estadual.

Para mim, que tive o privilégio de ter podido desfrutar de seus conselhos e ouvir suas estórias e histórias, Adervan me deixou como lições, além do seu amor incondicional por Itabuna, por sua Ivone, filhas e netos, que é possível vencer, mesmo saindo de uma família humilde, por meio do estudo, do entusiasmo e da perseverança, construir algo grandioso e ser lembrado por ter vivido uma vida plena, profícua e feliz. Até breve meu amigo.

Allah Góes é amigo e fã de José Adervan.  

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DT blog 3Daniel Thame | danielthame@gmail.com

 

E nem o Destino, esse trapaceiro, é capaz de voltar o tempo e fazer a desgraçada dessa bola que parou nos pés de Danilo entrar e abortar o voo para o vazio ainda da pista…

 

23 de novembro de 2016. 23 horas e 35 minutos.  São 45 minutos do segundo tempo. A Chapecoense, time do interior de Santa Catarina que há sete anos disputava a Serie D do Campeonato Brasileiro, segura o 0x0 contra o poderoso San Lorenzo, da Argentina.

O resultado garante a inédita e surpreendente vaga na final da Copa Sul Americana, o segundo torneio mais importante do continente.  Falta na lateral da grande área a favor do time argentino. Na Arena Índio Condá, milhares de corações batem no compasso da expectativa: glória ou tragédia.

Na Fox Sports, o narrador Deva Pascovicci eleva a emoção até a estratosfera: “que o índio Condá fique debaixo das traves. Que o espirito de Condá  esteja com todos os jogadores. Olha o lançamento, bola na pequena área, Bland chuta a queima roupa,  o goleiro Danilo tenta tirar com o pé direito,  mas a bola morre mansamente no fundo das redes”

1×0 San Lorenzo, fim de jogo.

A Chape, como é chamada,  para nas semifinais. Deva, mais controlado, diz que o time caiu de pé. O comentarista Mário Sérgio Paiva,  com seu estilo direto, afirma que faltou experiência pra segurar a bola, mas que serve como lição para um time novo no cenário do futebol internacional. “O time ainda está muito verde para chegar a uma decisão tão importante”, diz o também comentarista Paulo Clement,  fazendo um trocadilho pouquinha coisa mais do que infame com as cores do clube.

Entrevistados pelo repórter Victorino Chermont, os jogadores lamentam o gol sofrido no final do jogo, mas reconhecem que o time sai da competição de cabeça erguida. A torcida concorda, tanto que permanece no estádio após o fim da partida e aplaude de pé  os jogadores e o técnico Caio Junior.

Apenas Danilo continua inconsolável: “eu poderia ter defendido aquela bola…”

30 de novembro de 2016. 22 horas e 15 minutos. Atlético Nacional e San Lorenzo fazem em Medellin o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana. O goleiro Danilo assiste em casa à partida, transmitida pela televisão. A cada lance, o mesmo pensamento: “eu poderia estar lá com a Chapecoense, se não fosse aquela bola no fim do jogo…”.

É despertado do estupor pelo abraço do filho pequeno, vestido com a camisa da Chape, e pela voz da mulher: “vem dormir, porque amanhã você tem treino pra pegar o Atlético Mineiro pelo Brasileirão”.

Na Fox Sports,  Deva Pascovicci narra e Mário Sérgio comenta o jogo do estúdio. Em Medellin,  Vitorino Chermont, que seguiu para a Colômbia num voo de carreira, faz reportagens de campo já com cabeça na Copa Libertadores 2017 com Palmeiras, Flamengo, Santos e outros times de títulos, torcida e tradições mundiais.  A Chapecoense foi um breve sonho de primavera que o time do Papa tratou de interromper no derradeiro minuto de jogo. A  vida e o jogo não podem parar.

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E nem o Destino, esse trapaceiro, é capaz de voltar o tempo e fazer a desgraçada dessa bola que parou nos pés de Danilo entrar e abortar o voo para o vazio ainda da pista…

Daniel Thame é jornalista, escritor e editor do Blog do Thame.