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Luiz Conceição | jornalistaluizconceicao2@gmail.com
 

O Conceição e o Vila Zara eram como se família única fosse. Pais e filhos se reconheciam no pertencimento. A farra do Judas do Seu Conrado era traço de união a todos. Que tempos memoráveis!

 
Entre os anos de 1960 a 1980, o Sábado Santo, que antecede o Domingo de Páscoa, era marcado pela queima da Judas. Crianças e adolescentes dos bairros Conceição e Vila Zara aguardavam com ansiedade o show pirotécnico comandado pelo Seo Zé Conrado, um coletor de impostos do Fisco em Itapé, que morava no bairro próximo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Com engenhosidade, arte e humor, Conrado esticava fios de arame pelos postes da Praça dos Capuchinhos onde colocava um boneco simbolizando Judas Iscariotes, aquele personagem bíblico que entregou Jesus Cristo ao suplício para a redenção da Humanidade. Repleto de bombas e outros fogos de artifício, o boneco ficava ali o dia inteiro até ser queimado fixado em uma estaca de madeira sendo “insultado” por adultos em repulsa à sua conduta de entregar o Filho de Deus aos algozes.
Crianças e adolescentes não entendíamos muito, mas ficávamos ainda mais ansiosos pela hora da queima do boneco, findo os atos religiosos na igreja. Uma multidão ria à vontade com o “testamento” deixado pelo fajuto Iscariotes, mas era delicioso ver as pilhérias e o legado a pessoas conhecidas dos dois bairros e da cidade como um todo. Sim, políticos também eram vítimas das piadas do Seo Conrado e até gracejavam por reconhecer na brincadeira o humor ferino.
O Conceição e o Vila Zara eram como se família única fosse. Pais e filhos se reconheciam no pertencimento. A farra do Judas do Seu Conrado era traço de união a todos. Que tempos memoráveis! A felicidade enchia a todos pela suposta vingança de ver queimado, depois do rastilho de pólvora nos fios de arame, o boneco que representava o traidor, o falso apóstolo que com um beijo na face entregou Nosso Senhor ao suplício da cruz redentora e salvadora das pessoas que Nele acreditam.
Que a Páscoa, na aurora dominical, represente mais uma dessas passagens para um tempo novo em vez do desamor e do ódio, do ceticismo e descrença, da dor e sofrimento de cada um. É tempo de esperança, certeza e fé que um novo amanhã com amizades sinceras, harmonia e uma sociedade mais fraterna é possível. Que crianças e adolescentes fiquem longe da subjugação das drogas, maus tratos e da violência não só dos dois bairros, como de outros locais. E que renasça a crença de que o amor maior é aquele nascido da família, das boas amizades e da Cruz.
Feliz Páscoa!
Luiz Conceição é jornalista.

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Azevedo é o Judas da vez!

O leitor respondeu ao chamamento do Pimenta e disse, com todas as letras, quem merece ir para a fogueira e ser queimado como Judas Iscariotes. Nos 68 comentários, a sugestão campeã para “Judas” foi o prefeito Capitão Azevedo (DEM), com 17 votos. Quem apareceu na segunda colocação foi o deputado federal e ex-prefeito Geraldo Simões (PT).

Quem justifica a decisão por Azevedo, dentre os 17 votantes, é “Celly”:

Quem, mais que Azevedo, merece ser malhado hj em Itabuna? A justificativa? Nem precisa. Basta sairmos às ruas para comprovar o abandono ao qual a cidade está entregue. Lixo por toda parte, praças abandonadas, crimes a toda hora, em qualquer lugar, epidemias de dengue, hospitais sucateados, escolas entregues ao “deus-dara”. Cultura, nem de longe!!!! O Sr. Azevedo, como pessoa, que me desculpe, não tenho nada contra, mas como prefeito, merece, sim, ser malhado!

No comentário-votação dos leitores, sobrou também para muitas figurinhas conhecidas, como o deputado federal e ex-prefeito Geraldo Simões (9 votos), Carlos Burgos (4 votos) e Henrique Almeida (3 votos).

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