Tempo de leitura: 2 minutos

marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

Um velho político baiano, contavam os oposicionistas, costumava brindar mulheres com uma boa gorjeta pra elas alardearem qual o tamanho do pênis dele. Superfaturando alguns centímetros, claro.

O tamanho do pênis preocupa grande parte dos homens. Já a maioria das mulheres (uma das pesquisas aponta 58%), não considera o principal item para a relação sexual. Mais importante, afirmam as mulheres, é a qualidade.

O guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, escreveu no livro Vida, que a namorada de Mick Jagger não se divertia com o pênis minúsculo dele. “Ele tem um par de bolas enorme, mas isso meio que não compensava”, alfinetou.

Questionada sobre a descrição, a ex de Jagger, Marianne Faithfull, disse que não era exatamente isto, mas perto. A obra tem mais de 600 páginas, no entanto, para aumentar a fúria do líder da banda, estas linhas foram as mais comentadas.

Chico Buarque num documentário sobre Vinicius de Moraes conta, entre gargalhadas, o que o poeta dizia sobre esta questão: “Se puder escolher quem quero ser ao reencarnar, quero ser eu mesmo. Com o pau um pouquinho maior.”

Para quem deseja ainda nesta vida aumentar o tamanho, há várias ofertas na internet. O experiente urologista itabunense Júlio Brito garante: não funciona, esqueça. Tudo enganação.

Um velho político baiano, contavam os oposicionistas, costumava brindar mulheres com uma boa gorjeta pra elas alardearem qual o tamanho do pênis dele. Superfaturando alguns centímetros, claro.

Algumas, em vez de fazer a enganosa propaganda, contavam toda a história. Nas rodas de fofocas, os oposicionistas se deleitavam. Nestas conversar os aliados saiam discretamente. Afinal, não é fácil defender o chefe em assunto tão delicado.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas semanais no Pimenta.

Tempo de leitura: 2 minutos

Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

Tempos depois, retornou para pedir desculpas por que seu melhor amigo havia morrido de câncer na próstata. Abraçou o médico e chorou. Júlio Brito também não se conteve.

Um cartunista escreveu que se fosse obrigado a ser politicamente correto na profissão, entraria na clandestinidade. É assim. Grande parte das piadas são discriminatórias com relação à raça, etnia, gênero e opção sexual. Neste último item, incluem-se as piadas sobre o exame de próstata.

Lembro-me que a revista Bundas elegeu “O Macho do Ano” o médico que teve a coragem de fazer o exame no então senador Antônio Carlos Magalhães. Ao lado do texto, uma charge com ACM posicionado corretamente para ser examinado.

O jornalista Ramiro Aquino assistia a um show de Renato Piaba e em determinado momento foi questionado sobre o exame. Ramiro respondeu que há anos consecutivos vai ao urologista com este objetivo. Piaba exclamou que Ramiro havia gostado da experiência e passou a fazer outras brincadeiras similares. Ramiro, que estava ao lado da esposa, Nadja Aquino, nada respondeu. Nem sorriu.

Dias depois na Feijoada do Tarik, César Mazzoni e Rogério Santos, respectivamente, à época, diretor e chefe de jornalismo da TV Santa Cruz, chamaram Piaba e Ramiro para as apresentações. Ramiro, pessoa sempre gentil, surpreendeu ao falar com firmeza: “não tenho prazer algum em lhe conhecer”.

Foi um constrangimento geral. O jornalista explicou que a fala do humorista tem grande repercussão e que ele, ao invés de contar aquele tipo de piada, deveria contribuir para a campanha do exame de próstata.

O urologista Júlio Brito conta que um senhor da área rural que foi ao consultório, fez o maior escândalo quando soube como é realizado o exame, se recusou e foi embora . Tempos depois, retornou para pedir desculpas por que seu melhor amigo havia morrido de câncer na próstata. Abraçou o médico e chorou. Júlio Brito também não se conteve.

Lembro-me também que, há poucos dias, Emilio Gusmão fez uma brincadeira sobre o assunto com o secretário Carlos Freitas. Foi censurado por um juiz. Se a brincadeira foi politicamente incorreta, pior é a censura. Precedente perigoso.

Encerro falando sobre o repórter JB quando trabalhava na TV Cabrália. Ele foi se submeter ao exame e quando retornou ao trabalho vários colegas aguardavam-lhe no estúdio para as piadas de sempre. JB entrou com seriedade e reclamou: “Foi muito rápido, pedi ao médico que fizesse de novo para evitar dúvidas, mas ele se recusou. Estou decepcionado.”

Marival Guedes é jornalista e escreve no PIMENTA às sextas.