Tempo de leitura: < 1 minuto

Alexandre Galvão | Bahia Notícias
Em tramitação na Câmara Municipal de Salvador (CMS) há mais de nove meses, o Projeto de Lei 264/2013, de autoria da vereadora Fabíola Mansur (PSB), que dispõe “sobre o uso comum do sanitário feminino por transexuais e outras mulheres sociais em espaços públicos e privados”, evitaria a polêmica nas instalações do Shopping Barra, em Salvador.
Nesta quinta-feira (9), veio a público um abaixo-assinado feito por 21 funcionárias do estabelecimento para impedir que outra funcionária – travesti – utilize o sanitário feminino. Contatada pelo Bahia Notícias, a socialista classificou a atitude como “equivocada” e saiu em defesa da transexual.
“Qual constrangimento foi criado por ela? Se foi pelo simples uso do banheiro, eu não vejo nenhum. Acho [o abaixo-assinado] lamentável”, esbravejou. Fabíola aproveitou a oportunidade para lembrar do Projeto de Lei 122/2006, que tramitou por longos oito anos no Congresso Nacional e previa, dentre outras coisas, a criminalização da homofobia. No entanto, o texto foi sepultado pelos senadores, com a ajuda, inclusive, de parlamentares baianos – João Durval (PDT), que votou a favor do fim da tramitação, e Walter Pinheiro (PT), que se ausentou do plenário da Câmara.
Leia mais

Tempo de leitura: 2 minutos
Multidão tomou conta das avenidas Aziz Maron e Mário Padre (Foto Pimenta).

A nona edição da Parada Gay em Itabuna levou irreverência às avenidas Aziz Maron e Mário Padre (Beira-Rio) e também foi momento de reflexão para a causa LGBT, evento promovido pelo Grupo Humanus com apoio do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (Gapa).

Aproximadamente 20 mil pessoas participaram do evento deste ano, que teve como foco a defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a aprovação do Estatuto da Diversidade.

Cartazes do Coletivo LGBT da Uesc chamavam atenção para a causa da diversidade.
“Casal” é marca da irreverência que tomou conta da avenida (Foto Pimenta).

CONFIRA MAIS FOTOS CLICANDO NO Leia Mais

Tempo de leitura: < 1 minuto
Babinha disputa vaga na Câmara de Itabuna

Levantamento da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) mostra que a Bahia é campeão nacional em candidaturas do Movimento LGBT. São 34 candidatos no estado, superando até mesmo São Paulo (27) e Minas Gerais (18), os dois estados que possuem maior contingente eleitoral no País.

Segundo o levantamento da ABGLT, 85 são candidaturas de pessoas que se declaram gays e 25 são lésbicas. Na sequência, estão transexuais (24), travestis (16), bissexuais (4) e drag queen (1). Os partidos que mais possuem nomes ligados efetivamente à causa são o PT, com 27; PSOL, 19; PSB, 15; PCdoB, 13; PV, 9; PSDB, 6; e Democratas, com 3.

ITABUNA

Em Itabuna, Babinha (PSOL) será a primeira travesti a disputar vaga à Câmara de Vereadores. O município tem entre os concorrentes ao legislativo, um nome entre os simpatizantes da causa: é José Dantas (PSL), do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (Gapa) e do Humanus, e organizador das últimas edições da Parada Gay de Itabuna.

Tempo de leitura: 2 minutos

Jurema Barreto | juremacintra@hotmail.com

Todo ano, vemos as ruas de diversas cidades do Brasil e do mundo ficarem mais coloridas, não só de tonalidades e formas, mas de pessoas de raças, credos, etnias, idades diferentes, que em determinado momento se unem na luta contra o preconceito, contra a homofobia: são as Paradas do Orgulho Gay. Ir às ruas significa tornar-se visível, ocupar o espaço público, mostrar-se enquanto pessoa humana, por mais que o termo pareça redundamente.

Lembro que 60 anos atrás estas pessoas eram não-sujeitos, pois perseguidas em regimes nazi-fascistas foram jogadas em campos de concentração. Assim, como os judeus recebiam a estrela azul, a estrela de David, ciganos, negros também foram perseguidos.

Testemunhas de Jeová recebiam a estrela roxa, e os gays recebiam a estrela rosa dentro dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Eram forçados a realizar atividades desumanas e degradantes, além de não-sujeitos, agora estavam no não-lugar. Era preciso negar a existência desses “seres de menor valor”, era preciso exterminá-los e assim ocorreu o genocídio.

No pós-guerra surge uma grande necessidade mundial de se criar institutos e mecanismos jurídicos para impedir que atrocidades como essas voltassem a acontecer. Surge a ONU e a Declaração Universais dos Direitos Humanos. Fortalece-se a luta dos movimentos e organismos sociais.

Mulheres, negros, índios, quilombolas, ribeirinhos, crianças e adolescentes, idosos, trabalhadores etc, os sujeitos sociais começam a serem enxergados e atuar de forma decisiva, não mais como expectadores, mas atores sociais. Contudo existe ainda uma barreira a ser rompida, a barreira dos direitos da diversidade sexual e direitos sexuais.

As Paradas do Orgulho Gay mostram que estes atores sociais existem, e enquanto sujeitos de direito, estas pessoas merecem e precisam ser respeitadas. Dar visibilidade ao tema da Homofobia, dos assassinatos por ódio, da discriminação, da omissão da lei e dos legisladores, da ausência de políticas públicas para travestis e transexuais, da discriminação no mercado de trabalho, da negação de direitos civis; a Parada Gay é tudo isto.

Parabéns Itabuna. Parabéns a Bahia. Parabéns o Brasil, país que possui a maior quantidade de organizações LGBT do mundo e o maior número de Paradas Gays reconhecidas.

Jurema Barreto é advogada militante, assessora jurídica do Grupo Humanus – Grupo Gay de Itabuna e conselheira política do Fórum de ONGs LGBTT da Bahia