Geddel e Lúcio receberam visita de Augusto em Salvador
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O prefeito Augusto Castro (PSD) aproveitou a ida a Salvador, na semana passada, para uma visita à sede estadual do MDB. Lá, encontrou o presidente de honra do partido no estado, o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. “Fui muito bem recebido, mas é diálogo, é conversa, não existe nada pontual, nada definido”, disse o prefeito ao PIMENTA.

A última viagem de Augusto à capital também rendeu audiência com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo o prefeito, boa parte da reunião discutiu a política itabunese. “Vamos ter outra pauta para discutir a unidade da base em Itabuna, em torno da nossa reeleição”, antecipou.

O prefeito afirmou que também busca diálogo com as legendas de oposição a Jerônimo. “Tenho procurado dialogar não só com partidos da base, mas também com partidos que não estão na base do Governo da Bahia, puxando um pouco os partidos que estão ligados à direita da nossa cidade, para a gente continuar nesse projeto de Itabuna. A cidade está avançando. Vamos avançar muito mais em Itabuna. A política faz parte de todo esse contexto”.

LÚCIO VIEIRA LIMA: MDB JÁ SE DEFINIU

O PIMENTA ouviu o ex-deputado Lúcio Vieira Lima sobre a conversa com Augusto Castro. O emedebista ressaltou que o prefeito fez uma visita surpresa, de cortesia. “A única coisa que tratamos de política é que o MDB tem a posição dele já definida, que é caminhar com Geraldo Simões. E ele [Augusto] entendeu perfeitamente, disse que respeita as posições de cada partido – e não poderia ser diferente”, resumiu.

Durante a conversa entre Lúcio e Augusto, o ex-ministro Geddel Vieira Lima chegou à sede do partido. “Geddel não sabia da visita, como eu também não sabia, e, da mesma forma, o cumprimentou. Logicamente, demos risada, papeamos, num ambiente de perfeita harmonia, mas harmonia de relações humanas, não harmonia política. No que diz respeito à política, já tomamos a decisão. E isso foi dito, mesmo sem ter sido perguntado”, acrescentou Lúcio.

Lúcio e Geraldo durante encontro em Salvador, há duas semanas
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O ex-prefeito Geraldo Simões (PT) mostrou otimismo sobre a probabilidade de ter o apoio do MDB em 2024. Ele iniciou conversas com a cúpula estadual do partido há duas semanas, quando se reuniu com o presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima. O otimismo avançou com os elogios e a sinalização de Lúcio em entrevista ao PIMENTA, na última quarta-feira (9). Ao site, o dirigente afirmou ser Geraldo “um forte candidato a receber o apoio do MDB”.

Geraldo falou do encontro há duas semanas e da entrevista. “Tivemos uma boa conversa [no dia 28 de junho], iniciamos o diálogo. E o que ele fala na entrevista? Fala das condições de apoio de outros partidos ao nosso nome, da solução na Federação de partidos e, o mais importante, de termos um bom programa de governo”, elencou o ex-prefeito itabunense.

O QUE LÚCIO DISSE

Durante a entrevista a este site, Lúcio Vieira Lima disse que Geraldo reúne condições para tocar novo projeto para o município sul-baiano. “Geraldo conhece Itabuna como poucos. Sem dúvida, é um fortíssimo candidato”, afirmou Lúcio Vieira Lima (reveja a entrevista aqui), que disse ainda não ter conversado com o prefeito Augusto Castro (PSD). “As conversas do MDB com Augusto ainda não se iniciaram”.

Geraldo vê amplas possibilidades de ir para a disputa em 2024 junto com o partido do vice-governador da Bahia. Ele recorre ao passado para lembrar da caminhada em Itabuna junto com os emedebistas. “Apoiei o MDB em 1996, quando Renato Costa foi nosso candidato a prefeito, e tivemos o apoio do partido em 2000. Vencemos a disputa em 2000 e Itabuna registrou importantes avanços”, afirma, elencando conquista na saúde, transporte público de qualidade, educação e o 3º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todo o estado. “Chegamos a lançar programas sociais primeiro que o Brasil”, afirmou.

MDB NA BAHIA

O petista ressaltou a importância do MDB no contexto recente da política baiana, quando os Vieira Lima decidiram deixar o grupo de ACM Neto e apoiar a candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT), em 2022,  embora o hoje governador pontuasse com apenas 3% nas pesquisas.

– Decidiu nos apoiar em um momento muito difícil para a base, de perda de um grande aliado até ali, o PP – relembrou.

Além do apoio, o partido indicou o vice na chapa de Jerônimo, Geraldo Júnior, Geraldinho, que era, à época, presidente da Câmara de Vereadores de Salvador.

Em entrevista, Lúcio Vieira Lima fala sobre o MDB nas eleições de 2024 || Foto Reprodução
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O ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima gosta de analogias. Foi com uma que ele explicou por que o tempo urge pela definição do nome da base estadual para a disputa de Salvador em 2024. Nas eleições e no futebol, os grandes times fazem pré-temporada, lembrou o presidente de honra do MDB-BA, em entrevista ao PIMENTA.

Depois, referindo-se ao cenário de Ilhéus, recorreu ao automobilismo para traduzir a situação em que o postulante a uma candidatura não consegue viabilizá-la. “Isso é igual à Fórmula 1. Quando tem pouco espaço, na primeira curva, um carro sobra”.

Nas cidades com propaganda eleitoral de rádio e TV, os emedebistas têm peso no tempo de exposição. Esse é um dos trunfos do partido em Itabuna, por exemplo, onde o MDB iniciou conversa com o pré-candidato Geraldo Simões (PT) e deve dialogar com o prefeito e candidato à reeleição, Augusto Castro (PSD). Leia. 

PIMENTA – O vice-governador Geraldo Júnior é o melhor nome para unificar a base em uma eventual candidatura a prefeito de Salvador?

Lúcio Vieira Lima – Na opinião do MDB, é. Foi vereador da capital, presidente da Câmara e fez uma bela campanha com o governador Jerônimo. Hoje, é o mais conhecido e reconhecido por todos. Não vejo, no momento, nome melhor do que Geraldo Júnior para unificar a base e, principalmente, ganhar a eleição.

O senador Jaques Wagner alertou que não há muito tempo para a apresentação da pré-candidatura da base em Salvador. Qual avaliação o senhor faz desse timing e o que falta para a definição?

Não sei o que falta e concordo com o senador Jaques Wagner. Está demorando, porque ninguém pode negar que a candidatura de Bruno Reis [atual prefeito de Salvador] é favorita. É igual no futebol. O grande time faz pré-temporada para chegar 100% no campeonato. É o que temos que fazer. Botar o pré-candidato do Governo nas ruas, para que fature com os avanços da gestão. Se a candidatura só for apresentada lá adiante, não vai ocorrer nada disso. Até para, se for o caso, cicatrizar eventuais feridas na base do governador, por ser uma candidatura disputada.

Já tem alguma ferida?

Se você tem uma disputa, logicamente, vai abrir ferida. O tamanho da ferida – se é apenas uma fissurazinha ou não – só depois, mas o tempo é responsável por curar eventuais feridas. Por isso, digo eventuais.

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Converso com qualquer um. Quero o melhor para Itabuna.

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Como está a relação do MDB com o Governo Augusto Castro e a pretensão do prefeito de Itabuna de ser reeleito?

Na eleição passada, o MDB já não apoiou Augusto. Lançamos a candidatura de Charliane Sousa. Então, não vejo por que tanta estranheza. Converso com Augusto, converso com qualquer um. Quero o melhor para Itabuna. As conversas do MDB com Augusto ainda não se iniciaram. Estou conversando com o ex-prefeito Geraldo Simões, mas não me nego a conversar com nenhum outro pré-candidato.

Dos nomes colocados, é possível dizer qual seria o melhor para Itabuna?

Se vou conversar com todos, só poderei falar qual é o melhor nome depois de concluir essas conversas, porque não é pelo nome, mas pelo projeto que vai capitanear. Logicamente, Geraldo tem larga experiência. Foi deputado [federal], secretário de Estado, prefeito de Itabuna. Já o apoiamos em 2000, se não me engano, quando ele foi eleito. Geraldo tem todas as condições para capitanear um projeto para a cidade. Conhece Itabuna como poucos. Sem dúvida, é um fortíssimo candidato. É um forte candidato, também, a receber o apoio do MDB.

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Em Ilhéus, fala-se muito da secretária da Educação da Bahia, Adélia Pinheiro. 

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Qual será o papel do MDB nas eleições de Ilhéus?

O MDB sempre tem um papel de grande importância, decisivo, por sua grandeza, pelo que acrescenta em tempo de rádio e nas cidades que têm TV. Em Ilhéus, fala-se muito da secretária da Educação da Bahia, Adélia Pinheiro. Tem a pré-candidatura do ex-presidente da Câmara [Jerbson Moraes]. Para uma conversa sobre apoio, a primeira coisa é saber quais são os nomes. Em Ilhéus, você não sabe. Ninguém sabe ainda qual é o candidato de Marão. Se perguntar se a secretária Adélia confirma que vai ser candidata, ainda não confirma. Sobre o ex-presidente da Câmara, tem uma questão partidária. Isso é igual à Fórmula 1. Quando tem pouco espaço, na primeira curva, um carro sobra. Alguém tem que sobrar, porque não vai ficar um candidato de Marão e outro do ex-presidente da Câmara.

Lúcio Vieira Lima alfineta Colbert, prefeito de Feira de Santana
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Colbert Martins Filho – faz tempo – tornou-se figura indigesta para a cúpula estadual do seu partido, o MDB. São públicas as críticas e alfinetadas do presidente de honra da legenda, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, contra o prefeito de Feira de Santana, o segundo mais populoso município baiano.

Nesta semana, Colbert cobrou do governador Jerônimo Rodrigues (PT) um plano para a segurança pública do município, que registrou 16 homicídios em 10 dias. “Feira de Santana é considerada uma das dez cidades mais violentas do mundo, uma das quatro mais violentas do Brasil”, observou Colbert em vídeo publicado em redes sociais do gestor.

Ainda por meio de redes sociais, nesta tarde de quarta-feira (11), Lúcio Vieira Lima compartilhou publicação em que chama Colbert de oportunista nas críticas endereçadas a Jerônimo, que assumiu o governo há 10 dias.

Para o ex-deputado federal, o prefeito – com grande reprovação popular – tenta politizar a questão. O novo governador, enfatiza Lúcio, já disse que a segurança pública terá nova cara – e até mudou o gestor da Pasta, agora comandada por Marcelo Werner, delegado da Polícia Federal. As críticas são endossadas pelo irmão do presidente de honra da legenda, o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Lúcio, aliás, não deixou de enumerar alguns dos problemas de Feira de Santana causados pela gestão vacilante do seu colega de partido: falta de médicos nas Unidades de Saúde, corrupção no governo e falta de zelo com a cidade, dentre outros. Neste ano, o prefeito ficou famoso nacionalmente pela pancadaria oferecida pela Guarda Municipal contra professores da rede municipal em greve.

Soou como enquadrada. Porém, há quem aposte em um movimento de expulsão de Colbert. O prefeito anda em rota de colisão com a cúpula emedebista desde o pleito eleitoral na Bahia. Mas há quem também creia que Colbert – em baixa com o eleitorado de Feira e temendo humilhação política – apressará o passo e deixará, voluntariamente, as fileiras emedebistas. Atualizada às 17h20min.

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Presidente de honra do MDB baiano e ex-deputado federal, Lúcio Vieira Lima afirma que o discurso acalorado do seu irmão, Geddel Vieira Lima, durante ato nesta sexta (1º), não pode ser interpretado como declaração de guerra ao pré-candidato do União Brasil ao Governo da Bahia, ACM Neto.

Com a mão esquerda apoiada numa muleta e a direita ao microfone, Geddel disse aos militantes e pré-candidatos do MDB que não terá sua atuação política cerceada para além das limitações que já o impedem de exercê-la plenamente. Na sequência, o ex-ministro subiu o tom e referiu-se a Neto e ao prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB).

– Vamos deixar claro. Vamos, por exemplo, falar do adversário nosso tido como mais forte, o ex-prefeito e seu menino, o prefeito. Para ficar bem claro, não reconheço na Bahia e não reconheço no Brasil ninguém com autoridade política ou moral para apontar o dedo para o calvário que tenho enfrentado, e com coragem!

Nesta entrevista ao PIMENTA, além de classificar o discurso do irmão como desabafo, Lúcio Vieira Lima analisa a disputa pelo Governo do Estado e aposta no crescimento da chapa do pré-candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, que tem o emedebista Geraldo Júnior na vice.

Também revela o cálculo de ACM Neto sobre a pré-campanha e, com uma tirada, explica o posicionamento do MDB baiano na eleição presidencial. “Como vou eleger deputado e fazer campanha contra Lula na Bahia?”. Leia.

PIMENTA- O cenário atual é de renascimento do MDB?

Lúcio Vieira Lima – Não. [Em 2020], o MDB mostrou que não estava morto. Saiu das urnas como o quinto partido em número absoluto de votos, reelegendo os prefeitos das duas maiores cidades do interior [Feira de Santana e Vitória da Conquista]. Elegeu dois vereadores e fez o presidente da Câmara de Salvador. Neste ano, foi desejado por todos os candidatos a governador. Indicamos o [pré-candidato a] vice-governador da chapa do PT na Bahia, que é o quarto colégio eleitoral do Brasil. Portanto, o MDB não morreu. Só renasce quem morre. A história da política mostrou isso.

Não falo apenas do MDB da Bahia, mas de toda a estrutura política. Há poucos anos, o mundo sofreu uma revolução de internet, onde se mudava presidente porque o povo ia às ruas. Teve partido na França que foi criado pra uma eleição e ganhou. O próprio PSL, à época [2018], se aliou a Bolsonaro, saiu com a segunda maior bancada da Câmara Federal e o presidente da República. Além disso, o MDB é a costela de Adão [do sistema partidário brasileiro]. Não foi o MDB que diminuiu, outros partidos surgiram e cresceram.

O senhor descreve uma onda de fora para dentro da política, dos chamados outsiders? Essa onda refluiu? 

Como toda onda, ela vem e vai. Se ela vem mais forte, o surfista pega, marca ponto e é campeão. Ele depende da onda. Essa onda ocorre desde o tempo de Fernando Collor. Ele foi um outsider que se aproveitou daquele momento de descontentamento do povo, em cima [da imagem] do caçador de marajás, e chegou à vitória. Bolsonaro foi outro caso. [São] como eclipses, ocorrem te tantos e tantos anos.

 

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Com a decepção com esse governo que você chama de outsider, a política tradicional, partidária, começa a ocupar novamente os espaços.

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E o que temos neste ano?

Com a decepção com esse governo que você chama de outsider, a política tradicional, partidária, começa a ocupar novamente os espaços. Na verdade, como a política está com a fama tão ruim, os partidos perdem quadros, [enquanto] quadros que poderiam entrar na política por competência terminam sem estímulo. É um terreno fértil – e mais ainda com a internet – para que candidaturas de oportunidade, esporádicas e populistas vendam um discurso fácil à população. Não há renovação do sistema político. Você vê a dificuldade de se encontrar uma terceira via [na eleição presidencial].

Quais são as expectativas para as eleições proporcionais no estado?

Vamos fazer de dois a três [deputados] federais. Os favoritos seriam, não pela ordem, Ricardo Maia, ex-prefeito de Ribeira do Pombal; Uldurico Pinto, atual deputado, da família dos Pinto, do extremo-sul; e Fábio Vilas-Boas, ex-secretário de Saúde do Estado. [Na Alba], queremos fazer três, mas chegaremos a quatro, com certeza. Temos Rogério Andrade; Lúcia Rocha; Matheus; Geraldinho; Ana Clara, mulher do ex-prefeito de Paulo Afonso; Joelson Martins, de Santa Luz, filho do ex-prefeito e ex-deputado Joelson Martins; e Lú de Ronny, de Feira de Santana. São nomes que terão de 30 a 40 mil votos.

 

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[ACM Neto] está em campanha ao governo há dez anos. Inclusive, chegou a fazer uma pré-campanha toda na eleição passada.

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E o cenário da eleição majoritária?

Só vai ter posição concreta quando começar a campanha de televisão e rádio. O pré-candidato do União Brasil está em campanha ao governo há dez anos. Inclusive, chegou a fazer uma pré-campanha toda na eleição passada e, na prorrogação, desistiu, mas está sempre candidato, candidato, candidato.

É lógico que, nesse momento, [Neto] pode aparecer na dianteira das pesquisas, porque Jerônimo é totalmente desconhecido. Foi secretário e, dentro das esquerdas, por exemplo, é um nome levíssimo pelo trabalho que fez junto aos movimentos sociais, cooperativas, a turma do interior, da agricultura familiar. Terminou sendo um nome melhor que o de Wagner e o de Otto. A força de Otto ou Wagner é ser candidato de Lula. Isso Jerônimo é. Wagner tem desgaste, não poderia ir para a campanha pra dizer vou fazer isso. Nego ia pergunta por que não fez. Jerônimo pode dizer o que vai fazer, nunca foi governador, mas isso implica na parte ruim do desconhecimento [do eleitorado].

 

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[Jerônimo] vai crescer. A eleição de Jerônimo é a mesma que foi de Wagner, de Rui e Dilma: é Lula.

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Dá tempo de superar essa dificuldade?

Quando se tornar mais conhecido, com a campanha, ele [Jerônimo] vai crescer. A eleição de Jerônimo é a mesma que foi de Wagner, de Rui e Dilma: é Lula. O grande desafio de Neto é colocar na cabeça da militância que a eleição não será nacionalizada, dizer que Lula não transfere votos como transferia antigamente e dizer que o pessoal de Lula vai votar nele, e que inclusive ele vota em Lula. É o tripé que ele montou pra segurar a pré-candidatura dele na frente das pesquisas o maior tempo possível, pra tentar tornar um fenômeno irreversível. Só que você tem João Roma, que Neto apostava que não cresceria e que não tiraria voto dele, porque o eleitorado de João Roma é carlista e continuaria votando em Neto.

É uma avaliação correta?

Não é isso o que está se observando. O que se observa é ACM Neto perdendo muito voto para João Roma, não vice e versa, porque é em função de Bolsonaro. Neto diz que quer o palanque aberto e apoia Bivar, Ciro, apoia todo mundo que aparecer como candidato. O bolsonarista, quando Neto diz que vai votar em Lula, isso implica em insatisfação da parte de Bolsonaro e do eleitor dele. Nego começa a querer votar em Roma.

Neto sempre me disse – não só a mim, mas a muitos interlocutores, que, para ele ganhar a eleição [no primeiro turno], Lula não poderia chegar a 60% [da preferência do eleitorado baiano] e João Roma não poderia chegar a 10%. As duas coisas já ocorreram. Pela própria análise dele, ele já não ganha em primeiro turno.

 

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Se tenho que eleger deputado e estão me cobrando, como vou ficar contra Lula na Bahia?

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O MDB lançou a pré-candidatura de Simone Tebet. Como observa esse movimento?

A Simone veio pro 2 de Julho, mas trazida pelo Cidadania. Sempre coloquei que o MDB respeitaria as peculiaridade locais. Por exemplo, o prefeito de Itapetinga, Rodrigo [Hage]. Como o PT é o adversário dele lá, ele não tinha condições de apoiar o PT. Tenho que respeitar, até porque a estrutura partidária brasileira e a legislação eleitoral não permitem esse grau de fidelidade, não tem nenhum tipo de punição que possa se tomar.

É a mesma coisa nos estados. Seria um contrassenso. Você tem as direções nacionais dos partidos e, no caso, do MDB, pressionando pra se fazer deputado federal, porque é deputado federal que dá o tempo de televisão e o fundo eleitoral. Ora, se eu tenho que eleger deputado e estão me cobrando, como vou ficar contra Lula na Bahia? Aí não consigo atender. Ou atendo a direção nacional, ficando com Simone, ou atendo a direção nacional, ficando com Lula e elegendo deputado.

Do ponto de vista pragmático, o caminho é Lula?

O caminho é Lula, mas os delegados [do MDB] da Bahia, quando chegarem na convenção [nacional do partido], vão apoiar a candidatura de Simone. Vão votar pela candidatura de Simone.

Geddel fez um discurso forte. Foi uma declaração de guerra ao grupo de ACM Neto?

De forma nenhuma, não tem nada a ver. Foi uma fala de improviso, fez o desabafo dele. Não foi direcionado para A, B ou C, apenas exemplificou. O que ele disse – e você deve ter ouvido também – é que ele não tem que ser patrulhado por ninguém, quer exercer a cidadania dele, que não tem ninguém que tenha condição de patrulhar e, principalmente, porque todos ficaram atrás dele [em busca de aliança]. Também disse que o adversário mais importante é o pré-candidato do União Brasil, que foi citado como exemplo. [Geddel] falou que não aceitaria [provocação] de anônimo, de internet, forças ocultas, adversários.

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Presidente da Câmara de Salvador e radialista, Geraldo Jr., do MDB, foi o nome escolhido como pré-candidato a vice-governador da Bahia na chapa do petista Jerônimo Rodrigues. Geraldinho, como também é conhecido, fez discurso bem à vontade no novo ninho político. O MDB fechou aliança com o PT na Bahia ainda ontem (30), quando definiu o nome do vereador e presidente reeleito da Câmara.

No palco, fazia questão de mencionar os principais nomes de quase todos os líderes de partidos que devem compor o arco de alianças da candidatura petista ao governo baiano. Rui Costa, Wagner, Otto, Lula e o ex-deputado Lúcio Vieira Lima foram os mais mencionados. Houve menção implícita a um personagem da política baiana que não estava ali no palco, o ex-prefeito ACM Neto.

Depois de explicar que muitos perguntavam porque ele decidiu ser o pré-candidato a vice na chapa de Jerônimo, ele soltou:

– Me perguntaram por que eu estou do lado desse lado. Estou do lado de cá, porque aqui tem lado. Aqui tem a cara de Lula. Eu estou desse lado porque na história não se registra covardes.

A estocada no pré-candidato ACM Neto, de quem Geraldo era aliado até a semana passada, se deve à tentativa do candidato do União Brasil de não assumir qual nome apoiará na corrida presidencial, embora, em 2018, tenha apoiado Jair Bolsonaro e com ele manteve relações até recentemente.

MPF pede volta de Geddel Vieira para a cadeia
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O Ministério Público Federal (MPF) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de revogação da prisão domiciliar do ex-ministro e ex-deputado Geddel Vieira Lima. O MPF quer o político de volta para prisão para cumprir a sentença de mais de 14 anos de cadeia, em regime fechado.

Em julho de 2020, o STF converteu a execução da pena em prisão domiciliar humanitária com monitoração eletrônica, em função do agravamento geral da saúde do político. A decisão foi depois de Geddel ter testado positivo para a covid-19, além de ser portador de comorbidades.

Na avaliação da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, “passado mais de um ano desde a concessão da prisão domiciliar, tem-se por presumível que Geddel tenha sido vacinado contra a covid-19, tanto em razão de sua idade quanto por ser portador de comorbidades”.

Ela acrescenta que a população carcerária consta como grupo prioritário no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19, “razão pela qual é possível considerar baixo o risco de contágio nos estabelecimentos prisionais atualmente”.

Na petição, a subprocuradora-geral aponta que, além dos argumentos já apresentados pelo MPF em favor da revogação da prisão domiciliar, existe fato novo, que é o avanço da imunização da população contra a covid-19.

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Ex-ministro e ex-deputado conseguem derrubar condenação por associação criminosa
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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a condenação do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, ambos do MDB, por lavagem de dinheiro. Firmada por 3 votos a 1, a decisão desta segunda-feira (23) refere-se ao episódio em que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões num apartamento em Salvador, durante buscas contra os dois irmãos, em 2017.

Condenação ocorreu no caso dos R$ 51 milhões encontrados em malas num apartamento em Salvador

Eles conseguiram derrubar a condenação pelo crime de associação criminosa, o que reduziu suas penas em um ano e meio. Dessa forma, o ex-ministro terá de cumprir 13 anos e 4 meses de prisão. O ex-deputado, por sua vez, teve a pena reduzida para 9 anos de prisão.

No mesmo caso, em fevereiro deste ano, a 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília condenou Marluce Vieira Lima, mãe de Geddel e Lúcio, a dez anos de prisão.

Charliane será prioridade do MDB no sul da Bahia, segundo Lúcio Vieira
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Ex-presidente estadual do MDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima disse hoje (7) que a ex-vereadora e ex-candidata a prefeita de Itabuna Charliane Sousa será prioridade do partido na disputa por vaga na Assembleia Legislativa em 2022 no sul da Bahia. Ao PIMENTA, o ex-deputado federal revelou os planos do MDB para a ex-vereadora.

Antes, em um grupo de WhatsApp que reúne jornalistas, empresários, políticos e profissionais do marketing, o Diálogos sem Platão, Lúcio Vieira respondeu ao colunista Marco Wense que Charliane Sousa terá todo o apoio do MDB para uma candidatura a deputada estadual. Na resposta, disse que a ex-vereadora é mulher, parda, de garra e leal.

Ao ser questionado pelo PIMENTA, por telefone, Lúcio repetiu e lembrou que Charliane tinha reeleição certa como vereadora, mas foi leal e parceira do MDB ao disputar a Prefeitura de Itabuna, lutando contra todos, “políticos e, inclusive, imprensa”.

E reforçou: – A candidatura de Charliane é um desejo do partido. Tem muita gente se mobilizando e disposta a apoiá-la em 2022. [O presidente da Câmara de Salvador,] Geraldinho Júnior, Marcelo Guimarães, que está voltando ao partido, e Luizinho Sobral [pré-candidatos a deputado federal] já se comprometeram a fazer dobradinha com ela – afirmou ao site.

Segundo Lúcio, a ex-vereadora não se limitará apenas ao sul da Bahia na corrida por uma vaga em 2022. “Não é só Itabuna e o sul da Bahia, mas regiões como as de Irecê, Salvador”, completou o ex-deputado, reforçando que CharlIane, além de ser “leal e parceira” é de uma região de grande importância política e econômica, o sul da Bahia.

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Lúcio Vieira fala de Charliane, MDB, Mangabeira, Wense e eleições 2020

O MDB baiano sobreviveu aos efeitos das imagens dos R$ 51 milhões, na avaliação do ex-presidente da legenda e ex-deputado Lúcio Vieira Lima. “Disseram que o MDB na Bahia estava acabado. Era conversa para boi dormir”, afirma o emedebista mais amado e odiado – depois do irmão Geddel – em conversa com o PIMENTA.

Para ele, as discussões no estado para incluir o MDB em alianças em colégios eleitorais importantes, a exemplo de Itabuna, reforçam o peso da legenda. E, aproveita até para falar de si e da condição de condenado da justiça. “Se eu não prestava antes, passei a prestar agora”.

O ex-deputado fala do cenário em Itabuna e vê a vereadora Charliane Sousa, ainda no PTB, como aposta promissora do partido para a disputa ao governo municipal em 2020, por representar a renovação.

– Logicamente, a Charliane está dentro desse perfil. Ela é nova, combativa, falando a linguagem da população. A população, majoritariamente, está descontente com o governo.

Ele acrescenta ao fatores renovação e desempenho dela na Câmara o fato de ser oposição e Fernando Gomes, do qual o MDB é aliado, fazer governo com rejeição alta. E, para ele, as críticas a Charliane, tanto internamente como as que vêm de fora, e não deixa de fazer menção ao colunista Marco Wense, se devem ao fato de que pretendem negociar alianças e colocá-la como vice.

– Por que todo mundo não quer o MDB com candidato? Por que critica Charliane? Ela é player (jogadora/pré-candidata) importante. Na hora que o partido coloca ela como candidata, corta o sonho daqueles todos que querem negociar uma vice por espaço em governo. E a orientação do MDB nacional é que nós disputemos a eleição no maior número de municípios possível.

Segundo Lúcio, o MDB deverá ter entre 80 e 100 candidatos a prefeito em todo a Bahia, que possui 417 municípios. Apesar das mudanças na política nacional e o humor do eleitorado, Lúcio se arrisca a falar que o MDB quer sair das urnas com 15 a 25 prefeitos eleitos na Bahia. “Mas falar de números agora é “chutômetro”, pois o prazo de filiações vai até abril”, pondera.

Para este querer se tornar em poder, observa, vai depender de como os pré-candidatos emedebistas pontuarão nas pesquisas até o prazo final das eleições. “Se Charliane chega a 20% das intenções de voto para prefeito em abril, vai ter muita gente se filiando ao MDB querendo sair a vereador”, diz, apontando uma das variantes nesse “querer”.

MDB, PDT, NETO E WENSE

Lúcio ainda diz que o MDB não está impedido de fazer aliança com Mangabeira, apesar das críticas de membros do PDT. No início da semana, Lúcio respondeu a artigo do pedetista Marco Wense. “Não tenho atrito com ninguém, não tenho magoa com ninguém. Não vou transigir de ficar ouvindo toda coisa, quanto mais de um militante partidário”. Ele disse que não impede o MDB de fazer aliança com Mangabeira, PT ou DEM. “Sou amigo de Geraldo [Simões], me dou com Augusto Castro, me dou com Fernando… Mangabeira ainda não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente”.

Segundo ele, a animosidade começou com notas que vinculavam o acordo do MDB com ACM Neto no apoio a Bruno Reis, pré-candidato a prefeito de Salvador, e a pressão para o MDB também fechar com Mangabeira, em Itabuna. “Se for para negociar como imaginam… Mangabeira nem para o DEM quis ir. Nem do DEM ele é. É muito mais fácil o Neto apoiar o MDB [em Itabuna]”.

FASE DE TRANSIÇÃO

Para Lúcio Vieira, o MDB, assim como os outros grandes partidos, está passando por fase de transição para acompanhar as mudanças da sociedade. “O partido que fez o presidente da República foi o PSL. Isso é demonstração clara de que o sistema político brasileiro está falido. O PSL não tinha história, não tinha bandeira… [O brasileiro] votou pelo fenômeno Bolsonaro e o PSL saiu elegendo bancada grande [na Câmara Federal], governadores”, completa.Leia Mais

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Chefes do MDB da Bahia, Lúcio e o irmão Geddel são condenados || Foto Jornal Bahia Online

Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou hoje (22) o ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, por lavagem de dinheiro, no caso relacionado aos R$ 51 milhões em espécie encontrados em um apartamento na capital baiana, Salvador, em 2017. Por estes fatos, Geddel está preso há dois anos.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou hoje (22) o ex-ministro Geddel Vieira Lima a 14 anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa na ação penal do caso relacionado aos R$ 51 milhões em espécie encontrados pela Polícia Federal (PF) em um apartamento há dois anos. No mesmo julgamento, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel, recebeu pena de 10 anos e seis meses de prisão.

Pela decisão, Geddel deverá continuar preso em função da condenação e ainda deverá pagar R$ 1,6 milhão como pena pecuniária pela condenação. Lúcio, que responde ao processo em liberdade, também foi condenado ao pagamento de R$ 908 mil. Cabe recurso contra a decisão no próprio Supremo.

No julgamento, os ministros também condenaram Geddel e Lúcio pelo crime de associação criminosa. O ex-assessor de Lúcio Vieira, Job Brandão, e o empresário Luiz Fernando Costa Filho, sócio da construtora que recebeu investimentos de Geddel, foram absolvidos das acusações.

DENÚNCIA

A denúncia foi apresentada ao STF pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge. Na acusação, ela sustentou que o dinheiro apreendido seria proveniente de esquemas de corrupção na Caixa Econômica Federal investigados em outras ações penais. Geddel foi vice-presidente do banco. Outra parte teria sido acumulada por Lúcio Vieira Lima, que teria se apropriado de parte do salário do ex-assessor parlamentar Job Brandão.

Além do dinheiro encontrado, mais R$ 12 milhões teriam sido lavados por Geddel e Lúcio por meio de investimentos em imóveis de alto padrão em Salvador, em empreendimentos da empresa Cosbat, administrada por Luiz Fernando Machado.

Mais de R$ 51 milhões foram apreendidos em apartamento cedido a Geddel

DEFESAS

No início do julgamento, o advogado Gamil Föppel, representante da família, disse que Geddel está preso há dois anos e que o Ministério Público Federal nunca se conformou com a liberdade do ex-ministro. O advogado também criticou a perícia feita pela Polícia Federal (PF), que não teria seguido os trâmites legais ao encontrar fragmentos de digitais de Geddel em um saco de plástico que continha dinheiro.

“Tenho absoluta certeza que, se respeitadas as regras processuais, não há outra alternativa senão absolver todos os réus de todas as imputações que foram feitas”, disse.

A defesa de Job Brandão disse que ele não tinha consciência da ilicitude do dinheiro movimentado pela família de Geddel. Segundo o advogado, Brandão era somente um cumpridor de ordens ao receber recursos em dinheiro ou guardá-los.

A defesa do empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho afirmou que ele não tinha ciência da procedência ilícita dos recursos que foram aplicados pela família na empresa. Segundo o advogado César Faria, o empresário, quando recebeu dinheiro em espécie, registrou os valores na contabilidade da empresa e depositou no banco, não tendo intenção de ocultá-los. Atualizado às 21h.

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Marco Wense

 

 

O edil do PDT desistiu de ser pré-candidato a prefeito. O do PCdoB não será candidato. Babá Cearense, do partido do presidente Bolsonaro, vai depender de uma melhora nas pesquisas de intenções de voto. Resta Charliane, cuja coragem de trocar o certo, sua reeleição, pelo duvidoso, sair vitoriosa em uma campanha para o Executivo, é elogiável.

 

Quatro vereadores são logo citados pelo eleitor quando o assunto diz respeito aos edis que fazem oposição ao governo Fernando Gomes, que pode ter como próximo abrigo partidário o PP do vice-governador João Leão.

Charliane Souza (PTB), Enderson Guinho (PDT), Jairo Araújo (PCdoB) e Babá Cearense (PSL) são os vereadores que representam o oposicionismo ao atual gestor do cobiçado centro administrativo Firmino Alves.

Quem mais se destacou, segundo pesquisa do Instituto Sócio Estatística, do sociólogo Agenor Gasparetto, foi Charliane Sousa, prestes a deixar o PTB para assumir a condição de prefeiturável por outra legenda. A edil vem namorando o MDB dos irmãos Vieira Lima, Geddel e Lúcio.

O que levou os quatro a serem os mais atuantes da Casa Legislativa foi mais o fato de ser oposição ao governo de plantão do que a própria atuação parlamentar seguindo as recomendações inerentes ao cargo.

No entanto, é o vereador comunista o mais contundente ao criticar o prefeito Fernando Gomes e sua administração. Jairo Araújo é mais incisivo e cruel.

Por que então não está na linha de frente do oposicionismo tupiniquim? O problema é que Jairo é do partido de Davidson Magalhães, que faz questão de ser fotografado ao lado de Fernando Gomes toda vez que tem um evento do governo do Estado em Itabuna.

Claro que Davidson, que é o presidente estadual do PCdoB, no exercício da sua função institucional, como secretário no governo Rui Costa, tem que marcar presença junto com o prefeito.

A grande maioria do eleitorado não entende assim. E tem suas razões. Jairo é do PCdoB, que é da base aliada do governador Rui Costa, que é aliado do prefeito Fernando Gomes.

Mas Enderson Guinho não é do PDT, legenda que também integra a base do governo Rui Costa? Acontece que o PDT de Itabuna é a única agremiação partidária da base aliada que faz oposição aberta ao governo Fernando Gomes, sem medo de retaliações por parte do comando estadual, que não anda muito satisfeito com o tratamento dado pelo chefe do Palácio de Ondina ao partido.

O edil do PDT desistiu de ser pré-candidato a prefeito. O do PCdoB não será candidato. Babá Cearense, do partido do presidente Bolsonaro, vai depender de uma melhora nas pesquisas de intenções de voto. Resta Charliane, cuja coragem de trocar o certo, sua reeleição, pelo duvidoso, sair vitoriosa em uma campanha para o Executivo, é elogiável.

No mais, esperar os acontecimentos para uma melhor análise. Mas especular é inerente ao jornalismo político, desde que dentro de uma lógica.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Pré-candidata, Charliane recebeu convites de filiação de DEM, MDB e Rede

Dos 21 vereadores de Itabuna, Charliane Sousa (PTB) foi quem teve a melhor avaliação em pesquisa feita pela Sócio Estatística, no período de 28 de agosto a 1º de setembro. À pergunta “qual o vereador mais atuante na Câmara de Itabuna”, 9,08% dos 804 eleitores consultados cravaram o nome da única vereadora no legislativo itabunense, espontaneamente.

Charliane é pré-candidata a prefeita. Vive um namoro com o MDB de Geddel e Lúcio Vieira Lima. O PTB já sinalizou que libera, sem problemas, a filiação da vereadora ao partido dos Vieira Lima. Não apenas o MDB convidou a vereadora. Outros, como a Rede Sustentabilidade, abriram as portas para a parlamentar.

Analista da política itabunense vê aí o que considera um possível passo em falso de Charliane, a ida para o MDB.  O analista observa que o mandato da vereadora ganhou visibilidade, em parte, por causa de sua cruzada contra a corrupção no nível municipal.

– Não custa lembrar que o MDB é dos Vieira Lima, dos irmãos Lúcio e Geddel, hoje preso na Papuda, no Distrito Federal, por causa daquela dinheirama (entenda aqui). Não seria, no meu entender, a melhor opção – disse o analista.

O mesmo analista vê chance dessa contradição ter peso na disputa municipal e lembra que, em 2018, deputados como Pedro Tavares e Leur Lomanto Jr.  saíram do MDB para tentar a sorte no DEM, justamente por causa da imagem do partido. “O MDB baiano não elegeu um deputado estadual sequer. Depois de mais de 40 anos, a Câmara Federal ficou sem um Vieira Lima”, completou o analista. A julgar pelo flerte, Charliane pensa o contrário.

Atualização Como bem destaca o leitor “Baleia”, o MDB conseguiu eleger uma deputada estadual em 2018: Kátia Oliveira, com 27.206 votos. E só. Já em 2014, a legenda fez 5 deputados. O menos votado naquele pleito de 2014, Alex da Piatã, foi o escolhido por 45.519 eleitores.

A propósito, eis os percentuais obtidos pelos demais vereadores na pesquisa:

Ricardo Xavier – 1.87%
Beto Dourado – 0,75%
Babá Cearense – 2,61%
Manoel Jr – 0,37%
Enderson Guinho – 6,34%
Jairo Araújo – 3,86%
Chicão – 0,12%
Cavalcante – 0,37%
Milton Gramacho – 0,50%
Pastor Francisco – 1,62%
Júnior Brandão – 2,24%
Chico Reis – 1,74%
Junior do Trator – 1,12%
Nel do Bar – 0,75%
Ronaldão – 1,24%
Ninho – 0,75%
Aldenes Meira – 0%
Robinho – 0,50%
Zico – 0,12%
Alex da Oficina – 3,11%
Nenhum deles – 43,03%
Não sabe – 17,91%

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Charliane é oposição a Fernando e pode ir para o partido de Lúcio, o MDB, que apoia governo
  • MDB pode ter nome da oposição na disputa à Prefeitura

O ex-deputado Lúcio Vieira Lima disse que há “choro de muitos” com a aproximação entre o MDB e a vereadora Charliane Sousa (PTB), que faz oposição ao governo do prefeito Fernando Gomes. O dirigente do MDB baiano afirmou que esse burburinho desperta ainda mais o interesse na parlamentar para a disputa pela Prefeitura de Itabuna em 2020.

“Isso é devido ao choro de muitos, com a conversa dela com o MDB, só não entendo essa fixação para que ela vá para o DEM, usando inclusive o argumento que o MDB tem o vice-prefeito, esquecendo que foi o DEM, que abriu mão do Prefeito, por isso quero pedir paciência a todos, pois não estamos tratando de objetos, mas sim do futuro de Itabuna e sua população.” disse Lúcio.

Ele disse que as conversas com a vereadora seguirão “com calma e responsabilidade”. Segundo ele, se a parlamentar mudar agora de partido, perde o mandato. “Então, vamos acalmar o coração, agitado pela paixão política, e aguardar com tranquilidade, apesar dessa discussão estar valorizando mais ainda a vereadora e o MDB”, disse.

REVIRAVOLTA DO GOVERNO FG

Atualmente, o MDB apoia o governo municipal e ganhou mais espaço com a indicação da direção da Fundação de Atenção à Saúde de Itabuna (Fasi), que administra o Hospital de Base. “Nós fizemos uma aliança e não uma fusão”, observou o ex-deputado.

Segundo ele, orientação do MDB nacional é de que o partido lance o maior número de candidaturas próprias às prefeituras. Continuar com Fernando, sinalizou, dependerá de reviravolta do governo. Clique e ouça trecho da entrevista a Andreyver Lima, no Programa Interativa News.

 

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Lúcio e o irmão Geddel, que está preso || Foto Jornal Bahia Online

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu em memorial enviado nesta segunda (7) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a permanência na Corte da investigação sobre os R$ 51 milhões em dinheiro vivo encontrados em um apartamento, em Salvador, ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima.
No entendimento da procuradora-geral, a restrição ao foro privilegiado decidida pelo plenário do STF na semana passada não se aplica ao caso. Na última quinta-feira (3), os ministros decidiram que deve permanecer na Corte, no caso de deputados e senadores, somente os casos relacionados a crimes supostamente cometidos durante e em razão do mandato.
Geddel, seu irmão, o deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA) e a matriarca da família, Marluce Vieira Lima foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro.
O processo tramita no STF devido ao cargo ocupado por Lúcio Vieira Lima, que ainda foi acusado de peculato, por supostamente ter se apropriado de 80% dos salários de um ex-assessor parlamentar. Ele nega as acusações.
O recebimento da denúncia está marcado para ser julgado amanhã (8) pela Segunda Turma do STF. Dodge defendeu que os crimes de lavagem e peculato foram cometidos por Lúcio Vieira Lima antes e depois de ele assumir o mandato de deputado federal, em 2011.
Para Raquel Dodge, na denúncia “resta demonstrado que o caso em análise envolve a prática de crimes por parlamentar detentor de foro por prerrogativa no STF, relacionados à função pública e no exercício do mandado parlamentar”.
As defesas dos acusados negam os crimes. Em relação ao dinheiro vivo encontrado em malas no apartamento em Salvador, os advogados de Geddel argumentam se tratar de simples guarda de quantia, sem origem ilícita.
Outros casos
Nesta segunda-feira, Dodge também enviou pareceres a respeito de outros casos que devem ser julgados amanhã (8). Em relação ao senador Fernando Bezerra (MDB-PE), ela defendeu o envio da denúncia contra o parlamentar para a primeira instância.
Bezerra foi denunciado por corrupção em 2016, quando foi acusado de ter recebido ao menos R$ 41,5 milhões em propina de empreiteiras que atuaram nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os crimes teriam ocorrido entre 2010 e 2011, quando o senador era secretário estadual.Leia Mais