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Presidente da Câmara de Salvador e radialista, Geraldo Jr., do MDB, foi o nome escolhido como pré-candidato a vice-governador da Bahia na chapa do petista Jerônimo Rodrigues. Geraldinho, como também é conhecido, fez discurso bem à vontade no novo ninho político. O MDB fechou aliança com o PT na Bahia ainda ontem (30), quando definiu o nome do vereador e presidente reeleito da Câmara.

No palco, fazia questão de mencionar os principais nomes de quase todos os líderes de partidos que devem compor o arco de alianças da candidatura petista ao governo baiano. Rui Costa, Wagner, Otto, Lula e o ex-deputado Lúcio Vieira Lima foram os mais mencionados. Houve menção implícita a um personagem da política baiana que não estava ali no palco, o ex-prefeito ACM Neto.

Depois de explicar que muitos perguntavam porque ele decidiu ser o pré-candidato a vice na chapa de Jerônimo, ele soltou:

– Me perguntaram por que eu estou do lado desse lado. Estou do lado de cá, porque aqui tem lado. Aqui tem a cara de Lula. Eu estou desse lado porque na história não se registra covardes.

A estocada no pré-candidato ACM Neto, de quem Geraldo era aliado até a semana passada, se deve à tentativa do candidato do União Brasil de não assumir qual nome apoiará na corrida presidencial, embora, em 2018, tenha apoiado Jair Bolsonaro e com ele manteve relações até recentemente.

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Um dia após deixar a Secretaria Estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues foi lançado pré-candidato ao Governo da Bahia pelo PT. O evento no Wet In Wild, em Salvador, reuniu a cúpula petista estadual, a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (Lula).

– As pessoas ainda perguntam muito sobre mim, mas eu só tenho uma coisa a dizer: assim como Rui Costa foi uma surpresa, uma vitória e um sucesso, eu serei o governador da surpresa, da vitória e do sucesso – disse.

Ignorando outros nomes, o secretário Jerônimo Rodrigues demarcou a disputa eleitoral que se avizinha entre o grupo dele e o do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil).

“A Bahia está dividida em dois grupos”, disse, para, na sequência, associar Neto a Jair Bolsonaro (PL): “O grupo do atraso, que não tem coragem de assumir o presidente deles, e o grupo da esperança, formado pelos que acreditam, diariamente, na volta da comida na mesa, da escola técnica, e da gasolina acessível”.

Ainda atacando ACM Neto, disse que a Bahia “não pode recuar nem olhar para trás”. E se colocou como o pai dos baianos:

– Eu quero carregar o sonho de 15 milhões de baianos e baianas. E o que fizemos aqui hoje, faremos em todos os cantos da Bahia – afirmou, sendo aplaudido pelo público que compareceu ao Wet.

O evento no Wet começou com cerca de duas horas de atraso. Passava das 16h quando subiram ao palco do evento o governador Rui Costa, os senadores Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD), o ex-presidente Lula, Gleisi Hoffmann, e os pré-candidatos a governador, Jerônimo Rodrigues (PT), e a vice-governador, Geraldo Jr. (MDB).

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No evento em que o PT anuncia a chapa de pré-candidatos a governador e vice-governador da Bahia e senador, Rui Costa prestou homenagem ao ex-governador e senador Jaques Wagner. “Esse aqui é um amigo de 40 anos”, disse ele ao lado da figura que o projetou para a política estadual e brasileira.

– Aqui, há 7 anos e 3 meses atrás, você me dizia: siga e faça mais do que eu consegui fazer. Desde que eu tomei posse, aqueles que não acreditam em projeto coletivo, aqueles que não acreditam em amizade duradoura, em lealdade, em gratidão, todos eles, ao longo dos 7 anos e 3 meses tentaram plantar intrigas e fofocas.

Na sequência e entre lágrimas, interrompeu o discurso, sendo amparado e abraçado pelo ex-governador Jaques Wagner. Após uns goles de água servidos pelo pré-candidato a vice-governador, Geraldo Jr., Rui retomou. “É emoção de quem é gente, de quem nasceu na favela, passou fome, de quem definitivamente quer olhar para o meu povo, as crianças”, concluiu.

Rui ainda falou da história de Jerônimo, o pré-candidato a governador pelo PT e prestou homenagem a Lula. “A Bahia precisa de Lula e Lula precisa da Bahia”, afirmou.

OTTO CORAGEM

Num ato em que não contou com a presença do senador Angelo Coronel (PSD) e sem a presença de João Leão, vice-governador que deixou o grupo e concorrerá ao Senado na chapa de ACM Neto (UB), Rui não deixou de prestar homenagem a Otto Alencar:

– Otto coragem, lealdade, gratidão, o Otto que não envergonha a Bahia. Por isso, é o nosso senador da República.

Alckmin filiou-se ao PSB nesta quarta e deve ser o vice de Lula || Foto Ricardo Stuckert/Arquivo
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O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin assinou, hoje (23), a ficha de filiação ao PSB em ato em que fez gesto político para não deixar dúvidas de que deverá ser o candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula (PT).

A filiação ocorreu na Fundação João Mangabeira, em Brasília (DF), onde Alckmin disse que Lula é quem melhor representa a esperança do povo brasileiro. Alckmin deixou o PSDB em dezembro do ano passado. O ex-governador é um dos fundadores da legenda. Hoje, falou de presente e futuro. E do ex-presidente e pré-candidato do qual deverá ser o vice:

– Nós temos que ter os olhos abertos para enxergar e ter a humildade de entender que ele [Lula] é hoje aquele que melhor reflete o sentimento de esperança do povo brasileiro – disse Alckmin em evento do qual o ex-presidente não participou.

Alckmin enfrentou Lula em 2006. Disse que o movimento é pelo fortalecimento da democracia. “Eu disputei com Lula em 2006, mas nunca colocamos em risco a questão democrática. O debate era de outro nível. Democracia é um valor, um princípio, e a principal tarefa é combater a mentira”.

Lula lidera pesquisa, seguido por Bolsonaro, Moro e Ciro
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Pesquisa Quaest/Genial para as eleições presidenciais de 2022, divulgada pela CNN nesta quarta-feira (16), traz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente, com 44% das intenções de voto no primeiro turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 26%. Depois, aparecem os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Sergio Moro (Podemos), também com 7% das menções.

No cenário com o maior número de candidatos, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), figura com 2% das intenções de voto, mesmo percentual do deputado federal André Janones (Avante). Já Simone Tebet (MDB) registrou 1%. Felipe d’Avila (Novo) foi citado, mas não chegou a 1% das menções.

Além disso, 6% dos entrevistados afirmaram que votariam em branco/nulo ou não iriam votar. Outros 5% se declararam indecisos neste cenário. Confira, abaixo, os cenários de primeiro turno testados pelo instituto.

1º TURNO

Intenções de voto estimulada para presidente

CENÁRIO I

  • Lula (PT) – 44%
  • Jair Bolsonaro (PL) – 26%
  • Sergio Moro (Podemos) – 7%
  • Ciro Gomes (PDT) – 7%
  • João Doria (PSDB) – 2%
  • André Janones (Avante) – 2%
  • Simone Tebet (MDB) – 1%
  • Felipe d’Avila (Novo) – 0%
  • Branco/nulo/não vai votar – 6%
  • Indecisos – 5%

CENÁRIO II

  • Lula (PT) – 45%
  • Jair Bolsonaro (PL) – 25%
  • Ciro Gomes (PDT) – 7%
  • Sergio Moro (Podemos) – 6%
  • João Doria (PSDB) – 2%
  • André Janones (Avante) – 2%
  • Simone Tebet (MDB) – 1%
  • Eduardo Leite (PSDB) – 1%
  • Felipe d’Avila (Novo) – 0%
  • Branco/nulo/não vai votar – 6%
  • Indecisos – 4%

CENÁRIO III

  • Lula (PT) – 48%
  • Jair Bolsonaro (PL) – 28%
  • Ciro Gomes (PDT) – 8%
  • Eduardo Leite (PSDB) – 3%
  • Branco/nulo/não vai votar – 8%
  • Indecisos – 4%

SEGUNDO TURNO

A pesquisa apresentou cinco cenários de segundo turno. Veja:

CENÁRIO I

  • Lula (PT) – 54%
  • Jair Bolsonaro (PL) – 32%
  • Branco/nulo/não vai votar – 10%
  • Indecisos – 3%

CENÁRIO II

  • Lula (PT) – 53%
  • Sergio Moro (Podemos) – 26%
  • Branco/nulo/não vai votar – 18%
  • Indecisos – 3%

CENÁRIO III

  • Lula (PT) – 51%
  • Ciro Gomes (PDT) – 23%
  • Branco/nulo/não vai votar – 22%
  • Indecisos – 4%

CENÁRIO IV

  • Lula (PT) – 56%
  • João Doria (PSDB) – 15%
  • Branco/nulo/não vai votar – 26%
  • Indecisos – 4%

CENÁRIO V

  • Lula (PT) – 57%
  • Eduardo Leite (PSDB) – 15%
  • Branco/nulo/não vai votar – 24%
  • Indecisos – 4%

A pesquisa Genial/Quaest fez 2.000 entrevistas presenciais com eleitores acima de 16 anos, no período de 10 a 13 de março, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-06693/2022. Com informações da CNN Brasil.

Davidson lamenta saída do PP e ressalta peso eleitoral de Lula e Rui || Lara Curcino/Metropress
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Presidente estadual do PCdoB e titular da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães reconhece, na saída do PP da base aliada, uma “perda importante” no seio do governo para a disputa eleitoral de 2022. “É perda importante, mas não significa que está determinado o resultado da eleição”, disse ele, ressaltando que o vice-governador João Leão acompanhava o grupo há bastante tempo.

O rompimento, analisa o dirigente e secretário estadual, aumenta o desafio da base para a disputa em outubro. O grupo governista vai para a eleição com um candidato desconhecido de grande parte do eleitorado, o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Mas Davidson lembra o papel da militância e do comportamento do governo e dos aliados nos próximos meses para reverter perdas e agregar apoios.

“[O rompimento] cria grau de dificuldade maior, mas nós temos que ir para campo. Temos governo bem avaliado, a força do presidente Lula na Bahia… Vamos pra frente, com militância política e as forças em torno do governo”, afirmou em entrevista ao PIMENTA. Davidson enfatiza a avaliação do governo de Rui como importante para a disputa. “É um grande instrumento para ganharmos a eleição na Bahia, assim como a força do próprio presidente Lula”, acrescenta.

PASSOS PARA ATRAIR NOVOS ALIADOS

Didático, o professor universitário fala dos passos para seduzir possíveis novos aliados. Nos bastidores, comenta-se da possibilidade de atração do MDB e retorno do PDT. “Tudo é construção. Agora, [o importante] é o comportamento que vamos ter no sentido de formatar uma coordenação política que represente os diversos pensamentos e possa agregar mais forças, porque o processo político ainda está em curso”, completa.

O secretário e professor universitário diz que as discussões para as eleições deste ano foram antecipadas. “Geralmente é em junho, começo de julho que se define o processo eleitoral. Nós estamos com processo bastante antecipado. Tem muita água para rolar ainda”, disse ele em Almadina, onde acompanhava o governador Rui Costa.

Rodrigues é oficializado como pré-candidato do PT ao governo da Bahia
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O PT anunciou, na noite desta sexta-feira (11), o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, como pré-candidato ao governo do estado. Ele foi escolhido após a desistência do senador Jaques Wagner e de resistência de alas do partido a um candidato de outra legenda.

O diretório estadual do partido destacou, por meio de nota, que Jerônimo é um nome com larga trajetória na construção dos movimentos sociais, responsável pela elaboração de importantes políticas públicas para o desenvolvimento territorial da Bahia e que conhece o governo como poucos.

Jerônimo Rodrigues confirmou, nas redes sociais, que foi o escolhido pelo partido. “A executiva estadual acabou de me convidar, de me dar uma missão sagrada, uma missão qualificada de poder me apresentar como pré-candidato, pelo PT, para as próximas eleições de 2022”, disse.

O pré-candidato destacou ainda a importância da continuidade do projeto do partido para o estado. “O que queremos é continuar cuidando de gente, junto com Lula na eleição nacional, junto com Wagner e com Rui. O partido dos trabalhadores tem essa responsabilidade, de cuidar da democracia, da vida dos baianos e das políticas públicas”, acrescentou.

CONCORRENTES

Jerônimo Rodrigues é professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). No período de 2015 a 2019, ele foi secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia. Deixou o cargo para assumir a Secretaria Estadual da Educação. O pré-candidato é do interior da Bahia. Ele nasceu na pequena Aiquara, no sudoeste do estado.

Além de Jerônimo Rodrigues, já anunciaram pré-candidaturas ao governo do estado, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), Kleber Rosa (PSOL) e o professor Giovani Damico (PCB). Com a decisão de hoje, é provável que o PP abandone o casamento com o PT e se alie ao pré-candidato ACM Neto.

Rui Costa diz que busca a unidade e aposta em vitória governista || Foto Jonne Roriz/PT
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A base governista enfrenta problemas para fechar a chapa majoritária com a qual irá disputar a sucessão ao Palácio de Ondina, mas hoje (8) o governador Rui Costa (PT) disse que busca a unidade e aposta em vitória do seu grupo em outubro.

– Vamos dialogar para manter esse grupo forte e unido com o presidente Lula. A Bahia precisa de Lula e Lula precisa da Bahia unida. Juntos, vamos reconstruir o Brasil e continuar transformando a vida de baianos e baianas”, afirmou Rui.

Num vídeo em que Rui fala da montagem da chapa, ele reconhece os desencontros e cita a palavra pacificação. “Muita coisa tem sido dita [sobre a formação] em blogs e redes sociais. Muitas especulações sobre esse processo político. Quero mandar uma mensagem de pacificação”, diz ele em vídeo (confira ao final da matéria).

Confira vídeo em que Rui fala em “pacificação” na montagem da chapa governista:

INDEFINIÇÃO NA BASE

A formação da chapa registra, ao menos, dois abalos. Primeiro, o senador Jaques Wagner (PT) desistiu de disputar o governo baiano ainda em fevereiro. Poucos dias depois, o nome de Otto Alencar (PSD) foi alçado à condição de pré-candidato ao Palácio de Ondina.

Ontem (7), Wagner disse em entrevista que o nome da base ao governo será petista. A escolha estaria entre os secretários Luiz Caetano (Relações Institucionais) e Jerônimo Rodrigues (Educação) e a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho.

Ao cavalo-de-pau, deu-se uma sucessão de declarações e ameaças, inclusive do desembarque do PP na chapa do adversário ACM Neto. Os progressistas consideraram que o vice-governador João Leão foi preterido. Há o risco de, ainda hoje, o partido fechar com Neto. É possível que Leão tenha reunião com o ex-presidente Lula também nesta terça.

DE CAMAROTE

A previsão é de que, dentro das condições normais e não havendo defecções, a chapa seja anunciada no próximo domingo (13). ACM Neto vai com mais calma. Deverá anunciar a chapa na primeira quinzena de abril. Quer ver o que acontece na base governista. Espera atrair, pelo menos, o PP de João Leão. Atualizado às 11h59min.

Wagner comunica desistência da disputa em reunião extraordinária do PT
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O senador Jaques Wagner (PT) resistia a ser candidato a governador da Bahia ainda em 2021. A família não aceitava. Era a origem da objeção à ideia de participar de uma eleição que prometia ser das mais tensas do século no Estado. Retornar ao comando do estado depois das gestões de 2007 a 2014 não estava no radar.

Ao contrário do favorito na disputa de 2022, ACM Neto (UB), Wagner não fazia pré-campanha no segundo semestre do ano passado. Somente passou a colocar o pé na estrada em dezembro passado. Parecia tomar gosto pelo projeto do partido e de aliados, principalmente os mais à esquerda.

Passou a ser presença constante em eventos com Rui Costa e aliados e, também, na mídia. A principal tese era a de que a disputa seria nacionalizada, o que, na Bahia, significava dizer que quem o ex-presidente Lula colocasse a mão teria as maiores chances de ser eleito. Logo, ele, petista e amigo do ex-presidente, seria o maior beneficiário da tese. ACM Neto rebatia.

Mais que isso, Wagner percebia as repercussões das falas e as reações de ACM Neto. Numa entrevista ao PIMENTA, com grande repercussão estadual, o senador disse que Neto estava nervoso:

– É só ver todas as pesquisas. Ele tá nervoso, porque sabe que o comando presidencial vai pesar muito – disse Wagner a este site em dezembro passado (relembre aqui).

Parecia que o Galego começava a embalar.

Dali em diante, Wagner colou em Rui Costa e teve presença destacada, também, nas ações governamentais de vistoria e auxílio às vítimas das enchentes ocorridas em dezembro no sul e no extremo-sul do estado, enquanto o virtual e principal adversário, ACM Neto, gozava férias na Europa.

Aí veio janeiro. Diferentemente do Wagner seguro de janeiro, passou-se a ver um senador um tom acima e brigando não mais com ACM Neto, mas com figuras que, embora conhecidas na Bahia, não tinham nem têm a projeção do adversário. Caiu em briga inexplicável com um dos mais antigos e fiéis aliados, o deputado federal Marcelo Nilo, num tom que dava projeção ao parlamentar e causava questionamentos internos no PT e em aliados. Perguntavam-se o que estaria por trás da reação até destemperada de Wagner.

As ações erráticas de janeiro eram prenúncio de um fevereiro de sabor amargo. Numa riqueza de versões, Wagner desistiu da disputa. Riqueza de versões, pois não se sabe se ele deixava a peleja por vontade própria ou por imposição da provável candidatura a senador de Rui Costa, que deixaria o governo nos primeiros dias de abril para concorrer à vaga na Câmara Alta.

Numa segunda de Carnaval sem Carnaval, Wagner pronunciou o que poucos resistiam a acreditar e reagiram com pontinha de esperança, essa que morreu, no caso da candidatura, bem a dois dias da Quarta-Feira de Cinzas. Início da noite de segunda (28), Wagner reafirma que não disputaria a eleição a governador. Balde de água fria para deputados estaduais e federais presentes, prefeitos, vereadores e dirigentes da sigla presentes à reunião extraordinária.

Se resta esperança de candidatura petista, ela, no máximo, se resume à fala de Wagner:

– A retirada da minha candidatura não implica na retirada da candidatura do PT. Quem decidirá se terá candidatura ou não, não sou eu, será o partido – afirmou ele, com todos sabendo que isso somente pode se concretizar se o senador Otto Alencar (PSD) não aceitar disputar o governo baiano.

Há, ainda, outro problema: após Wagner e Rui, o PT não conseguiu dar projeção estadual a um nome que pudesse disputar o Palácio de Ondina. Talvez, o ex-prefeito Guilherme Menezes, que mudou Vitória da Conquista e é reconhecido por isso.

O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, reconhece o balde de água fria na militância. “É claro que respeitamos a decisão do companheiro Wagner, mas não a recebemos com alegria. Nossas instâncias se reunirão intensamente nos próximos dias para atualizar nossa posição”.

Agora, o PT terá que conversar internamente e com aliados. Do outro lado, ACM Neto joga parado. Sabe que a peleja ficou mais fácil. Os oposicionistas sentem o cheiro de votos casados Lula-ACM Neto.

Restará aos aliados apresentação de um nome consistente. Otto Alencar tem recall de 2014 e CPI da Pandemia. Precisará de sinais consistentes da base aliada para se jogar na missão. Ouviu-se dele, até ontem, que disputaria o Senado.

Rui Costa teria o desejo de disputar vaga ao Senado Federal
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Numa entrevista à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, nesta segunda-feira (21), o governador Rui Costa (PT) não descartou disputar uma vaga ao Senado Federal. A íntegra da entrevista será exibida às 23h30min de hoje no canal por assinatura.

Ele se disse disposto a ajudar o grupo político na Bahia “da melhor maneira possível” na sucessão estadual, o que incluiria cumprir todo o mandato. “Teria o maior orgulho de ficar”. Porém, afirmou que pode disputar o Senado, se o grupo assim achar melhor. “O meu nome estará à disposição”.

Nos bastidores, a informação corrente é de que o desejo do nome de Rui na corrida pela vaga ao Senado seria um desejo do próprio governador, o que levou a uma reunião dele com o ex-presidente Lula e os senadores Otto Alencar (PSD) e Jaques Wagner (PT).

Wagner, que defendeu o nome de Rui ao governo baiano em 2014, tem ouvido fortes apelos, principalmente no PT, para que não fraqueje na intenção de disputar a sucessão ao Palácio de Ondina. Caso o petista abra mão, o nome seria o de Otto Alencar (PSD) para o governo. Otto, porém deseja disputar a reeleição.

Lula, Moro e Bolsonaro rondam planos de democratas para 2022, segundo Malu Gaspar
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A colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, informa que parlamentares do DEM defendem que os diretórios estaduais do futuro União Brasil – que resultará da fusão do Democratas com o PSL – tenham liberdade para definir os rumos que tomarão nas eleições de 2022. Segundo a jornalista, a negociação de apoio a Sergio Moro, pré-candidato a presidente, e questões regionais ameaçam rachar o UB antes mesmo do nascimento do partido.

O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, não esconde de ninguém o desejo de que o UB indique o ou a vice da chapa liderada por Moro. O assunto foi objeto de reunião das cúpulas do PSL e do DEM, em Brasília, na semana passada.

Conforme apuração da jornalista, a aliança enfrenta muita resistência. “Parlamentares e pré-candidatos do DEM preferem que o partido fique solto para que cada diretório estadual escolha se vai com Moro, com Jair Bolsonaro ou até com Lula, a depender das costuras locais e do desempenho deles nas pesquisas”, escreveu Malu Gaspar. Clique aqui para ler a coluna desta quarta-feira (22) na íntegra.

Filósofo enfatiza potencial narrativo da dobradinha Lula-Alckmin como união em defesa da democracia
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O filósofo Wilson Gomes avalia que uma chapa presidencial formada pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin abriria caminho para uma boa história política. Segundo o professor de Teoria da Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que comentou o assunto nesta segunda-feira (20), nas redes sociais, seu argumento parte do pressuposto de que apenas os votos da esquerda não bastam para garantir o terceiro mandato presidencial do petista, que, nas vitórias de 2002 e 2006, recebeu apoio significativo da centro-esquerda e centro-direita.

Wilson Gomes, professor da Ufba

Para o filósofo, numa eventual composição com Alckmin na vice nas eleições de 2022, Lula sinalizaria ao centro do espectro político que as pessoas não serão convidadas a se meter em uma briga pelo PT, mas a tomar lado em um confronto entre o bolsonarismo, de um lado, e os democratas, do outro.

“Não sei se a chapa vai se confirmar nem se Lula merece ou vai ser o presidente. Não é disso que estou tratando. Estou falando da semente de uma narrativa poderosa para a eleição de 2022: a épica de quando os democratas brasileiros puseram de lado as suas diferenças e o seu narcisismo para enfrentar as trevas do obscurantismo e da autocracia”, argumentou Wilson Gomes, que coordena pesquisas sobre comunicação e política e democracia digital.

Também enfatizou que a sua análise se volta para o potencial narrativo da parceria do líder petista com um ex-tucano, ao invés de se debruçar sobre a realidade fática. “Trabalho com comunicação política, não com fatos, e por isso sei que uma boa história, dessas que inflama imaginários, une pessoas diferentes e junta ex-inimigos, é fundamental para uma vitória da democracia em 2022. Isso se as mágoas, os ressentimentos e os purismos o permitirem, claro. Mas, lembrem-se, as histórias ganham dos fatos praticamente todas as vezes em que competem”, concluiu.

Rui Costa, à esquerda, com Alckmin (de óculos), que abraça o ex-presidente Lula || Reprodução Instagram
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O governador Rui Costa, da Bahia, participou do jantar que reuniu o ex-presidente Lula e Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, na noite deste domingo (19). O petista falou da necessidade de união do campo democrático para a reconstrução do país, sinalizando que aprova a união do ex-tucano com o pré-candidato a presidente da República pelo PT.

– Independente de partidos, reconstruir o Brasil é uma tarefa para muitos, que só será possível com união. Não só com quem pensa exatamente igual a nós, mas com todos que queiram o bem do nosso país, para que a gente possa ultrapassar a tragédia que o Brasil vive hoje – escreveu ele em post em suas redes sociais na qual aparece em foto que capta o momento do abraço de Lula e o ex-governador Alckmin.

Alckmin, que deixou o PSDB, é dado como nome praticamente certo para compor a chapa presidencial com o ex-presidente Lula. O jantar da noite deste domingo foi o segundo passo de Alckmin em direção ao posto de candidato a vice-presidente da República em 2022 na chapa com o principal nome do PT e das esquerdas na cabeça. O primeiro passo dele neste sentido foi a desfiliação do PSDB, partido que ajudou a fundar há 30 anos.

No post em que aparece ao fundo e com Alckmin e Lula se abraçando, o governador baiano disse acreditar no trabalho. “Amanhã estarei de volta à Bahia com mais correria e agendas em dois municípios e no Extremo Sul. A região precisa muito do nosso trabalho. E estamos chegando junto.”, escreveu Rui Costa.

Adolfo diz que é Arthur Lira quem manda na presidência da República || Foto Reprodução
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O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado Adolfo Menezes, fez elogios ao governador Rui Costa e ao ex-presidente Lula e criticou Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (6), durante a inauguração do Hospital Materno-Infantil Joaquim Sampaio, em Ilhéus.

– Não preciso falar [de Bolsonaro], até porque ele não manda em nada. Quem está mandando é o presidente da Câmara [dos Deputados, Arthur Lira (PP)]. Há muito tempo – disse Adolfo.

Adolfo disse que o governo federal “não paga nem o que deve” e reforçou que as grandes obras na Bahia estão sendo tocadas pelo governador Rui Costa com recursos estaduais. Por fim, afirmou, ainda em discurso e numa referência ao ex-presidente Lula, que “o Brasil voltará a sorrir” em 2022.

Wagner, ao lado do governador Rui Costa: chapa forte em 2022 || Foto Pimenta
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O senador Jaques Wagner (PT) disse que seu grupo para as eleições de 2022, quando deverá disputar o governo baiano, já está consolidado. “Nós vamos chegar muito forte na eleição nacional [com Lula] e na estadual”, afirmou Wagner em entrevista ao PIMENTA nesta terça (16) em Ilhéus, onde acompanhou o governador Rui Costa na assinatura de ordens de serviço e entrega de obras.

Wagner diz ter, hoje, apoio de 340 dos 417 prefeitos baianos. Ponderou, no entanto, que a base perdeu o PL e o PDT está indeciso (no vai-não vai). “É base muito consistente e base de partidos muito significativa. Na verdade, todos têm crescido muito.

ALFINETADA EM ACM NETO

Instado a comentar a disputa estadual em 2022, Wagner não deixou de alfinetar o ex-prefeito de Salvador. ACM Neto esteve para apoiar Bolsonaro, já se reuniu com Ciro Gomes (PDT) e, na última semana, teve encontro com Sérgio Moro (Podemos).

– Cada um monta uma estratégia. O candidato de lá [ACM Neto] está correndo trecho, porque ele não tem prefeitos, não tem nem candidato a presidente da República. A situação dele é bem mais complicada. Temos três candidaturas hoje: a minha, a do ex-prefeito e a do atual ministro [João Roma] – disse Wagner.

PANDEMIA, DESEMPREGO E PESQUISA

Antes de falar de processo eleitoral, Wagner afirmou que o momento ainda é de preocupação com a covid-19. “Não é hora de relaxar nos cuidados sanitários”, disse, enfatizando o momento vivido em boa parte da Europa. Também disse que a fome e o desemprego no país são preocupantes.

– São 16 milhões de desempregados. Há muita gente voltando para a extrema pobreza. Então, essa é a pauta que está na cabeça da maioria do povo. O povo não está ligado em eleição. A classe política, evidentemente [já pensa em eleição] – completou..

Wagner ainda comentou sobre as pesquisas eleitorais nacional e estadual. “Nós ainda temos 10 meses e meio para a eleição. Então, é muito precipitado qualquer prognóstico. Eu não confio muito em pesquisa quantitativa tão longe da eleição, mas, de qualquer forma, ele [Lula] tem posição consolidada e eu aqui, na Bahia. Então, nós vamos chegar muito forte”, reforçou.