Marco Wense
O “Lula Livre” precisa de oxigênio, sob pena de definhar e desaparecer. Luiz Inácio Lula da Silva não merece essa indiferença dos “companheiros”.
O enfraquecimento do movimento “Lula Livre”, com a militância do PT acomodada, vem deixando o ex-presidente Lula muito chateado com os companheiros.
A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional da legenda, não menciona, pelo menos em público, a tristeza de Lula, que já aceita a possibilidade da prisão domiciliar, o que exige uma mudança no seu comportamento diante da Justiça.
Pessoas mais próximas do ex-presidente, que o conhecem muito bem, não só política como pessoalmente, falam até de início de depressão.
Essa acomodação da militância é muito pior do que ficar preso, do que a falta de liberdade e a solidão do encarceramento. A decepção e a ingratidão são ingredientes perversos no processo político.
Parece que o Lulopetismo jogou a toalha, não acredita mais em uma reviravolta que coloque Lula solto e com os direitos políticos restabelecidos, podendo disputar a próxima sucessão presidencial.
Esqueceram as ruas, guardaram as bandeiras vermelhas. A impressão é que todos estão hibernados, esperando a ajuda Divina. A esperança, palavra tão usada nos discursos do PT, já não é citada como em priscas eras.
Como não bastasse a dureza dos mais de 365 dias na prisão, tem a frieza da militância e, principalmente, de algumas lideranças políticas, hoje preocupadas exclusivamente com seus interesses e sua sobrevivência política.
O “Lula Livre” precisa de oxigênio, sob pena de definhar e desaparecer. Luiz Inácio Lula da Silva não merece essa indiferença dos “companheiros”.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.