"As pessoas estão com fome", diz líder comunitária
Tempo de leitura: 2 minutos

O Rio Cachoeira voltou a subir e cobriu a ponte que dá acesso a Maria Jape pelo Banco da Vitória, em Ilhéus. O segundo acesso ao distrito, pela zona sul, não é uma alternativa, nesta sexta-feira (2), pois a Ponte da Tranquilidade foi coberta pelo Rio Santana. “Estamos totalmente ilhados”, resumiu a presidente da Associação dos Moradores de Maria Jape, Layala Vaz, em conversa com o PIMENTA.

As duas pontes que levam a Maria Jape estão interditadas

Considerando os moradores das adjacências, Maria Jape tem pouco mais de 200 famílias, estima a presidente. A comunidade não sofre com alagamentos, mas já falta comida nas casas de pessoas que, ao longo desta semana, por razões diversas, não deixaram a vila para comprar alimentos. “Realmente, as pessoas estão com fome”, alertou Layala.

A representante comunitária repassou ao PIMENTA vídeos que recebeu de moradores de Maria Jape. As gravações mostram o interior de geladeiras vazias. Numa delas, uma mãe mostra o que tem para alimentar quatro filhos. “Só tem uma carcacinha aqui na geladeira e uma acerola pra fazer o suco”.

O envio de mantimentos para a comunidade é difícil, pois a correnteza torna a travessia do Rio Cachoeira muito arriscada. “Agora, só se chega aqui de helicóptero ou de embarcação, pela região do Rio do Engenho”, concluiu Layala.

A presidente da Associação é uma das pessoas mobilizadas para ajudar a população de Maria Jape. Quem quiser se juntar a essa corrente pode entrar em contato pelo telefone  (73) 9 8103-7474.

Para Layala Vaz, crise do transporte é tratada com "descaso"
Tempo de leitura: 3 minutos

O Movimento pelo transporte público que merecemos reúne representantes de comunidades de Ilhéus prejudicadas pela falta de ônibus. “Maria Jape, Japu, Nova Vitória, São José, Valão, Repartimento, Rio de Engenho, Acuípe…”, lista a agricultora Ailana Reis, do Projeto de Assentamento Nova Vitória, em conversa com o PIMENTA. Ela também faz parte do coletivo.

Quando a pandemia de Covid-19 já era uma realidade no Brasil, em março de 2020, o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), seguindo recomendação de órgãos como a Organização Mundial de Saúde (OMS), adotou medidas para restringir a circulação de pessoas. A suspensão do transporte coletivo foi uma delas. O serviço voltou a funcionar em setembro de 2020, mas em condições piores do que as de antes do aparecimento do novo coronavírus, especialmente na zona rural.

O Projeto de Assentamento Nova Vitória fica a três quilômetros da BA-262, a Ilhéus-Uruçuca, na altura do quilômetro 13. Segundo Ailana, antes da pandemia, a comunidade dispunha de cinco horários da linha de ônibus para a sede do município. “Agora, a gente só tem os horários de 6h e 12h, retornando”.

A agricultora explica que a retomada do ônibus das 17h50min, do Centro para o PA, já resolveria a maior parte do problema. “Porque você pode sair de manhã ou meio-dia e voltar de tarde. Esse seria o ideal. Outra opção seria o ônibus de São José, que sai 16h40min do Terminal, passasse pelo Nova Vitória, é a linha 22″.

A realidade do PA Nova Vitória, continua Ailana Reis, é a mesma de outras comunidades. Ela citou o caso de dona Antônia Oliveira, pequena agricultora do Assentamento Fábio Henrique Cerqueira, no Repartimento.

Ônibus deslizou em lamaçal na estrada de Sapucaeira, em julho passado

Segundo Ailana, Antônia é idosa e caminha 8 quilômetros para pegar o ônibus em Areia Branca. “Se der uma chuvinha, o ônibus não entra. Ela parou de criar bichos, porco, galinha, porque não tá mais conseguindo carregar saco de ração na cabeça”, disse, apontando as dificuldades causadas, também, pelas más condições das estradas rurais.

PARA LAYALA VAZ, CRISE DO TRANSPORTE É TRATADA COM “DESCASO”

A presidente da Associação de Moradores de Maria Jape, Layala Vaz dos Santos Antonello, também faz parte do Movimento pelo transporte público que merecemos e falou ao PIMENTA sobre os impactos da falta de ônibus na comunidade, que tem cerca de150 famílias e fica a 14 quilômetros da BR-415, com acesso via Banco da Vitória.

A demanda imediata dos moradores de Maria Jape também é a retomada dos horários de ônibus anteriores ao início da pandemia. Assim como no PA Nova Vitória, o serviço não funciona aos domingos e feriados e, durante a semana, o último horário da linha Terminal Urbano-Maria Jape é às 13h30min.

Layala disse que já perdeu a conta das vezes em que se reuniu com representantes da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Ilhéus e ouviu que o problema do transporte seria resolvido logo.

“Essa história já vem desde março. A gente já está num processo de esgotamento total.  A gente percebe o total descaso do poder público. As empresas estão fazendo o que bem entendem e o município tá omisso. Não tá nem aí”, disse a líder comunitária.

O QUE DIZ A PREFEITURA DE ILHÉUS

Valci Serpa: município vai contratar terceira empresa

O PIMENTA ouviu o superintendente de Transporte, Trânsito e Mobilidade de Ilhéus, Valci Serpa, sobre os problemas apontados pelas lideranças comunitárias. Segundo ele, 90% das comunidades rurais de Ilhéus já dispõem de ônibus aos domingos e feriados.

No caso de Maria Jape, o ônibus que sai do Terminal Urbano para a comunidade às 17h50min voltou a rodar nesta segunda-feira (5), conforme o superintendente, que ficou de buscar informações sobre as linhas que atendem os moradores do PA Nova Vitória.

De acordo com Valci Serpa, a resolução definitiva dos problemas do transporte coletivo de Ilhéus depende da contratação de uma terceira concessionária do serviço municipal.

A Viametro, explica o gestor, manifestou interesse de não operar mais as suas linhas na zona rural, restringindo sua atuação à sede do município. Quando a terceira empresa for contratada, ela atenderá as comunidades rurais junto com a São Miguel, enquanto a Viametro cobrirá lacunas atuais do serviço na área urbana.

No entanto, a Prefeitura de Ilhéus ainda não definiu a data para o início da operação da terceira empresa, o que depende da superação de questões jurídicas, segundo Serpa. Também não há prazo para que o martelo da contratação seja batido. Atualizado às 12h29min de 06/09/2022.

Bancada de areia cedeu quando Gustavo nadava em represa de Guaratinga
Tempo de leitura: < 1 minuto

Nesta segunda-feira (21), Gustavo Airan Andrade Oliveira, de 14 anos, morreu afogado quando brincava numa represa em Guaratinga, no sul da Bahia.

Testemunhas disseram que Gustavo estava com dois amigos no local e uma bancada de areia cedeu, o que levou os três garotos para uma parte funda da represa.

Uma jovem que viu a cena conseguiu salvar os dois amigos de Gustavo, mas o adolescente afundou e desapareceu na água. O corpo de Gustavo, que era coroinha da Igreja Nossa Senhora da Conceição, foi encontrado minutos depois.

AFOGAMENTO EM ILHÉUS

Samuel, de apenas 5 anos, morreu afogado em rio na zona rural de Ilhéus

No domingo (20), Samuel Santos de Jesus, de apenas 5 anos, afogou-se em um rio no povoado de Maria Jape, na zona rural de Ilhéus, também no sul do estado.

Samuel brincava com outras crianças no momento da tragédia. O corpo dele foi sepultado na tarde desta segunda-feira (21), em Ilhéus. Com informações da TV Santa Cruz.

Tempo de leitura: < 1 minuto

A comunidade de Maria Jape está praticamente isolada do resto de Ilhéus há quase três semanas. As chuvas que caíram nos últimos dias deixaram a estrada em péssimo estado e a prefeitura alega não ter dinheiro para contratar máquinas para recuperá-la.

Os ônibus utilizados no transporte escolar de aproximadamente 150 alunos não mais sobem a ladeira da Sapucaia, pois a manobra tem sido considerada de risco para passageiros. Um dos ônibus escolares tombou na estrada de acesso a Banco da Vitória. Os moradores apelam para que a estrada seja consertada com urgência.

Tempo de leitura: < 1 minuto

A comunidade de Maria Jape, em Ilhéus, reclama atenção do governo de Sir Newton Lima (PSB). A estrada que liga a área urbana ao povoado está intransitável. A situação de abandono é tão grande que o empresário Ubirajara Coelho e moradores de Maria Jape fizeram uma cotização para compra de lâmpadas. A localidade está às escuras.

Nos contatos com a prefeitura, diz Bira, a informação é de que os pontos de luz não podem ser recuperados porque o município não teria dinheiro para a compra de reatores. Há meses que a comunidade tenta uma solução para a estrada e a iluminação. O jeito foi colocar a mão no bolso. Imagine que boa parte dos moradores da localidade não recebe nem salário mínimo…