Mariana Benedito durante entrevista a Andreyver Lima, do Seja Ilimitado, na TVI
Tempo de leitura: < 1 minuto

Todo início de ano é a mesma coisa. Você tem suas metas e objetivos, que por vários motivos não consegue concluir. Na correria do dia a dia, é comum as pessoas criarem desculpas para adiar pequenas tarefas, que, a longo prazo, podem atrapalhar o desenvolvimento pessoal.

No primeiro Seja Ilimitado de 2020, a psicanalista Mariana Benedito, deu dicas de como é importante tirar do papel o que se propõe. Meditação, autoconhecimento e pequenas metas são caminhos para o sucesso, aponta Mariana.

COMEMORE PEQUENAS CONQUISTAS

Uma boa dica, segundo Mariana, é adotar atitudes que podem ser um incentivo para um ciclo de mudanças. “Não deixe para comemorar apenas quando a grande meta for concluída. Celebre pequenas vitórias. Esta atitude vai lhe manter motivado para continuar”, afirma. Confira no vídeo abaixo.

 

Tempo de leitura: 3 minutos

Mariana Benedito || mari.benedito@outlook.com

 

Sri Prem Baba, um mestre espiritual brasileiro, tem uma frase que diz que o perdão é uma flor que nasce de sementes de compreensão. É a gente procurar identificar as nossas próprias contradições, se mover na direção de ultrapassar os obstáculos da mágoa e do ressentimento, deixando esses pesos desnecessários para trás e plantar sementes.

 

O perdão tem um significado interessante no dicionário: ação através da qual uma pessoa está dispensada do cumprimento de um dever ou de uma obrigação por quem competia exigi-lo. Aí eu fico cá me perguntando e levo para você essa pergunta, amado leitor; no frigir dos ovos, a carga emocional é maior em quem exige que o outro faça algo de acordo com as suas expectativas ou em quem é dispensado de realizar uma ação que não lhe competia? Ou seja, trocando em miúdos, a densidade que a falta de perdão provoca é maior em quem alimenta o ressentimento ou em quem a gente joga a culpa pelos infortúnios da vida? É que nem aquele ditado: tomar veneno esperando que o outro morra.

Mas aí, meu caro, a gente entra em três vertentes quando fala em perdão: perdoar alguém – dispensar essa pessoa de cumprir algo que a gente acha que ela deveria cumprir; pedir perdão quando temos consciência que magoamos, entristecemos ou machucamos alguém e o autoperdão.

Como tudo nessa vida, a gente só dá ao outro o que tem cultivado e semeado dentro da gente. Quantas vezes a gente se culpa, se pune, se condena por ter agido de determinada forma, por ter caído em determinada situação que já era para ter aprendido a desviar, por ter dito palavras duras em algum momento de ira. Eu, sinceramente, acredito que o fato de a gente ter a percepção que escorregou na casca de banana já é um progresso! A gente ter o discernimento para identificar quando exagera no tom, nas palavras, na reação, na atitude já demonstra que nós estamos atentos. O autoperdão perpassa pelo entendimento de que fazemos o melhor com as ferramentas que temos, mas ainda estamos em aperfeiçoamento – e estaremos por toda a vida. Quando a gente se perdoa, a gente compreende, se liberta e se compromete em fazer melhor da próxima vez.

Você já experimentou pedir perdão? Quando a gente entende que cometeu alguma coisa que prejudicou o outro, magoou, machucou, feriu, entristeceu e se arrepende disso, de forma sincera e verdadeira, essa é a porta para que nós deixemos de lado a culpa e nos libertemos de carregar esse pacote tão pesado. Todo mundo na face desse planetão já machucou alguém, talvez a gente não admita isso com tanta facilidade por medo, vergonha de imaginar que a gente pode ser canal de coisas não tão legais, também; mas a grande chave disso tudo é perceber que errou, se arrepender, abrir o coração pro outro e pedir perdão. Faça a experiência, comece o movimento. Se abra para ele.

E perdoar alguém? Isso requer maturidade de nossa parte. Porque o perdão não é algo racional, consciente, forçado. Não é com a mente que a gente perdoa. E isso vai além do entendimento, é quando a gente aceita que todo mundo erra, todo mundo comete falhas e, das duas, uma: ou aquele que te machucou fez tentando acertar, mas não foi condizente com as suas expectativas – e aí a coisa tem mais a ver com você do que com o outro – ou aquele que te ofendeu também está passando por dores, mágoas e a única maneira que possui é colocar toda essa dor para fora ferindo outras pessoas – aí entramos na área da compaixão.

Percebe? Sri Prem Baba, um mestre espiritual brasileiro, tem uma frase que diz que o perdão é uma flor que nasce de sementes de compreensão. É a gente procurar identificar as nossas próprias contradições, se mover na direção de ultrapassar os obstáculos da mágoa e do ressentimento, deixando esses pesos desnecessários para trás e plantar sementes.

Elas florescerão!

Mariana Benedito é psicanalista em formação, MBA Executivo em Negócios, pós-graduada em Administração Mercadológica e consultora de Projetos da AM3–Consultoria e Assessoria.

Tempo de leitura: 2 minutos

Mariana Benedito | mari.benedito@outlook.com
 

Um mecanismo de defesa para que não enfrentemos a dor, para que coloquemos máscaras e disfarces. Entretanto, o pote um dia enche. Quanto mais tempo passamos omitindo, escondendo, camuflando o que verdadeiramente sentimos por meio de uma realidade virtual, plastificada, mais a sensação de vazio se instaura.

 
É fato que estamos vivendo em uma era de exposição. Para onde vamos, o que fazemos, o que comemos, com quem estamos tudo é virtualmente compartilhado num piscar de olhos, à base de um toque na tela do celular. Esquecemos cada vez mais de vivenciar, de fato, os momentos, as companhias, as conversas; tudo porque existe uma necessidade inerente de mostrar, expor, postar. É uma busca incessante pela aceitação e valorização do outro; isso é nato do ser humano.
Desde o ‘Homo Sapiens’, o homem sente a necessidade de se agrupar, de se sentir pertencente a um meio, de ser amado, de ser aceito. É isso que nos move! O nosso maior anseio e desejo é ser amado. Todas as defesas que usamos, todas as couraças que foram construídas ao longo de nossas vidas serviram – e servem – para nos proteger da dor da separação, do não se sentir acolhido, aceito, inserido, da dor do aniquilamento. Todas as histórias terminam falando de amor, já diria Julia Kristeva, psicanalista francesa.
Porém, existe outro lado da moeda que precisa também de atenção especial. Essa mesma necessidade de exposição e aceitação muitas vezes pode buscar disfarçar um vazio, uma lacuna, uma dor.
Pesquisas apontam que as Redes Sociais são altamente nocivas à nossa saúde psíquica, já que existe uma felicidade, uma adequação, um estilo de vida ali compartilhado que muitas vezes não é o vivenciado pela maioria esmagadora. É uma cobrança velada por estar bem, por mostrar-se bem, muito embora – algumas vezes – estejamos em algum momento de tristeza, angústia, recolhimento.
Observa-se que é justamente quando mais precisamos deste recolhimento, quando mais estamos tristes, quando mais necessitamos de um olhar para dentro de nossos vazios e dores, é que mais compartilhamos fotos, vídeos, ‘stories’ exalando uma felicidade e um bem-estar ‘fakeados’.
Precisamos estar atentos a isso! Porque essa busca por omitir a dor, por se mostrar feliz, satisfeito, pleno – quando de fato não o estamos – caracteriza uma fuga de nós mesmos. Um mecanismo de defesa para que não enfrentemos a dor, para que coloquemos máscaras e disfarces. Entretanto, o pote um dia enche. Quanto mais tempo passamos omitindo, escondendo, camuflando o que verdadeiramente sentimos por meio de uma realidade virtual, plastificada, mais a sensação de vazio se instaura.
Afinal, estamos escondendo o que de quem? Já que “o Mundo” não precisa saber de nossas dores, já que – no íntimo – sabemos que estamos mascarando sentimentos, sendo mentirosos com nós mesmos. O que nos leva a mostrar uma felicidade que, em determinado momento, não existe? Por que precisamos mentir e deturpar o que sentimos?
Precisamos mostrar o que, para quem?
Mariana Benedito é psicanalista em formação, MBA Executivo em Negócios, pós-graduada em Administração Mercadológica e consultora de projetos da AM3 Consultoria e Assessoria.