Shopping sintetiza dinamização da economia regional, movimento puxado pelos segmentos comerciais e de serviços
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No ano 2000, Itabuna e o sul da Bahia ainda sofriam os impactos socioeconômicos da vassoura-de-bruxa, praga que dizimou parte da lavoura de cacau na região. Foi nessa maré de incertezas sobre o futuro da região que o empresário Helenilson Chaves decidiu navegar contra a corrente.

A decisão era fruto do espírito empreendedor herdado do pai, Manoel Chaves, que, a partir de um pequeno negócio em Ipiaú, consolidou em Itabuna um grande conglomerado empresarial. “Precisamos levantar a autoestima da região, acreditar no potencial e na capacidade dos grapiúnas de se reinventarem e superar crises”, disse Helenilson à época.

Naquele distante ano 2000 nascia o Shopping Jequitibá, aposta aparentemente impossível de Helenilson, que, 21 anos depois, reafirma-se cada vez mais certeira. Nesse período, o Jequitibá passou por três obras de ampliação e uma pequena alteração no nome, sem perder a essência. e se consolidou como o maior centro de comércio, serviços e lazer do sul da Bahia.

Foi justamente o setor terciário, sobretudo os segmentos de serviço e comércio, que dinamizou a recuperação econômica da região cacaueira. Com o nome da árvore gigante da Mata Atlântica, o Jequitibá é o empreendimento que melhor sintetiza esse processo de retomada e fortalecimento da economia Itabunense.

NOVOS DESAFIOS

Neto: Compromisso com desenvolvimento de Itabuna está no DNA do Jequitibá

A semente plantada e cultivada por Helenilson Chaves passou aos cuidados de um dos seus filhos, Manoel Chaves Neto. Com o apoio dos irmãos Leo e Alexandra Chaves, Neto investe na modernização contínua do shopping, que hoje abriga lojas-âncoras de grandes empresas, a exemplo da Le Biscuit, Riachuelo, Casas Bahia, Marisa, Kalunga e Big Bompreço.

A crise global causada pelo novo coronavírus desafiou o shopping a acelerar o crescimento da sua presença comercial na internet, por meio do site oficial, onde os internautas se conectam a lojas parceiras do Jequitibá e, observa o empresário, acessam ofertas feitas especialmente para os consumidores de Itabuna e região.

O vírus também impôs mudanças significativas para o atendimento do público com segurança, o que exigiu investimentos na readequação dos espaços do shopping e seus equipamentos.

Para Manoel Chaves Neto, o espírito empreendedor e o compromisso em contribuir com o desenvolvimento de Itabuna estão no DNA do Jequitibá. “Nossos parceiros e colaboradores estão sempre motivados para oferecer aos clientes um shopping completo, com um mix de lojas, produtos e serviços de excelência”, assegura o empresário. “O aniversário de Itabuna é um momento para agradecer e reverenciar essa cidade que tão bem acolhe e oferece oportunidades”.

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UM GRITO DE DOR NO ENGENHO DE SANTANA

1MejigãOusarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

Mejigã e o contexto da escravidão (Editus/Uesc, organização de Ruy Póvoas) é um livro magnífico, desses que engrandecem a região, porque projetam e eternizam em letra impressa intelectuais que, em grande parte, estariam no anonimato, não fosse essa iniciativa. Os dez ensaístas reunidos na coletânea esbanjam erudição, sem perder o viés paradidático que nos facilita o entendimento. Mejigã… (nome africano de uma negra escravizada e trazida ao Engenho de Santana) é inquestionável contributo para percebermos o que foi a luta dos negros em Ilhéus e o que eles significam em nossa formação. Talvez fosse injusto fazer destaques, mas é justo salientar pelo menos dois nomes pouco reconhecidos fora dos muros da academia e que ganham visibilidade com o livro:

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Chicotadas como pagamento do trabalho

Marialda Jovita Silveira, que disserta com invulgar segurança sobre a oralidade como mecanismo de preservação dos valores do candomblé (Ritos da palavra, gestos da memória: a tradição oral numa casa ijexá), e Consuelo Oliveira, que explica, didaticamente, como numa sala de aula, as questões de saúde/doença/magia/terapêutica no candomblé, tendo como exemplo o terreiro onde Ruy Póvoas é babalorixá, em Itabuna (Ilê Axé Ijexá: lugar de terapia e resistência). Li Mejigã… como um livro político, uma história da resistência de um povo, seu sofrer e sua revolta – o registro a ferro e sangue de uma Ilhéus receptora de negros escravos, “dos quais ela cerceou a liberdade e cresceu pela força de seu trabalho, a troco de chicotadas”, como diz Ruy Póvoas.

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“Subalternizados, mas não subalternos”

Ou, na voz de Arléo Barbosa, “O Estado brasileiro foi edificado pelo negro, cuja presença é marcante em todos os aspectos da vida econômica, social, política, religiosa e cultural”. Ainda, de acordo com Kátia Vinhático e Flávio Gonçalves: “Eles [os escravizados] não se comportaram, não se sentiram e não se pensaram como subalternos. Subalternizados, inferiorizados, subestimados, sim. Não se pode dizer, no entanto, que foram subalternos, pois para isso seria necessária a aceitação dessa condição por parte deles”. Os demais textos de Mejigã…, todos de alta qualidade (não citados por falta de espaço), são de André Luiz Rosa Ribeiro, Ivaneilde Almeida da Silva, Mary Ann Mahony e Teresinha Marcis.

 

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VANDALISMO: “A DESTRUIÇÃO DO NOTÁVEL”

Com os protestos de rua em moda no Brasil democrático, abusa-se do termo “vândalo”, para caracterizar o bandido travestido de manifestante. O termo remonta a um povo do século V, que tomou e saqueou Roma, destruindo muitas obras de arte. Isto ocorreu no mês de junho, à semelhança das nossas manifestações. Por certo, a palavra “vandalismo” viria daí (“Destruição ou mutilação do que é notável pelo seu valor artístico ou tradicional”, segundo o Priberam). Nada errado em chamar esses marginais de “vândalos”, salvo a repetição exaustiva do termo, o que atesta a já sabida indigência vocabular da mídia, particularmente da tevê.
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5MonalisaNapoleão e os especialistas em saque

Os dicionários apontam alternativas para vândalo: bárbaro, selvagem, destruidor, grosseiro, violento, bruto, truculento, iconoclasta e outros. Para manter a linguagem jornalística distante das escolhas sofisticadas (comme il fault), eu empregaria para o indivíduo desse comportamento a boa e sonora palavra “bandido”. É tempo de lembrar outra curiosidade: Roma teve, em 1798, novo saque de obras de arte, desta vez por Napoleão, cujo exército tinha um grupo “especialista” em… roubar. Só os nazistas pilharam mais do que o velho Bonaparte. Mas não foi ele quem levou a Monalisa pro Museu do Louvre, como dizem as más línguas.

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DE ERROS “HISTÓRICOS” E “OCASIONAIS”

3AracyPra não dizer que só falo de espinhos
Com (talvez) irritante frequência tem esta coluna se referido a erros perpetrados contra a canção brasileira. Parece que não há exceção: de Nelson Gonçalves a Maria Betânia, de Alcione a Ângela Maria, novos e velhos vocalistas decidem alterar as letras e o fazem impunemente, como se tivessem tal direito. Há erros “históricos”, como o de Aracy de Almeida em Último desejo e Gastão Formenti em De papo pro ar (dois deslizes que foram repetidos tempos afora por outros cantores), e há os equívocos ocasionais, aqueles “próprios” de um vocalista, mas que outros não copiam. É o caso de Marisa Monte.
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7GibãoA garota não quer mais vestir “gibão”

Há dias, postamos aqui um vídeo em que ela canta O xote das meninas (Luiz Gonzaga – Zé Dantas), com uma derrapada das mais escabrosas da MPB. “Meia comprida, não quer mais sapato baixo, vestido bem cintado, não quer mais vestir timão”, diz a letra, mostrando o estado de espírito da menininha que vira moça e quer namorar. Pois a bela Marisa, sabe-se lá o motivo, canta “… não quer mais vestir gibão” – e não houve no estúdio um filho de Deus que atentasse para esta barbaridade. Timão é uma espécie de camisola; gibão até seria defensável em outro lugar, não no Nordeste): além de ser vestimenta de vaqueiro, não está no texto original. Menina vestindo gibão só mesmo na cabeça dessa gente tonta.

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QUE A SIGLA SEJA MENOR DO QUE A OBRA

Todos metem sua colher, também vou meter a minha… Calma. Invoco essa paródia de Casemiro de Abreu, que ninguém mais lê, apenas para introduzir minha escolha sobre a sigla da Universidade Federal do Sul da Bahia. É que o tema, bem ao nosso estilo de trocar o atacado pelo varejo, caminha para se tornar mais substantivo do que a própria escola. Dito o que, informo aos que desta coluna tomarem conhecimento que minha preferência não é Ufesba, Ufsulba, UFSB ou UFSBA, mas um acrônimo ainda não sugerido: UFESB. Mas, quero deixar claro, pouco importa por qual sopa de letrinhas será identificada a Escola – ela é que nos importa – mesmo chamada por qualquer nome exótico. Para ficar coerente, vamos de Alobêned, que esta coluna disse (e repete!) ser “um furacão negro, uma monarca africana”.

 (O.C.)