Alunos de oficinas fazem receitas à base de peixe
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O beneficiamento de pescados foi tema de duas oficinas ofertadas a pescadores e marisqueiras de Itacaré, no sul da Bahia. Durante dois dias, aprenderam técnicas de preparo que agregam valor aos frutos do mar. Nas aulas práticas, divididas em dois módulos, produziram nuggets, linguiças, kaftas, caldinhos, pastéis e chips, todos elaborados a partir da carne do peixe.

Sob a orientação de profissionais dos institutos Capim Santo e Tribo do Porto, em parceria com a Bahia Mineração (Bamin), os minicursos foram ministrados nos dias 24 e 25 de outubro. Além de técnicas de preparo consagradas, os trabalhadores também aprenderam formas inovadoras de aproveitamento do material, como o uso de espinhas e cabeças de peixes para fazer ração animal. “Nunca tinha imaginado que, com as carcaças de um peixe, conseguiríamos criar tantos outros produtos”, disse o pescador Paulo Jorge, aluno das oficinas.

A atividade integra o Programa de Compensação da Atividade Pesqueira (PCAP), uma das condicionantes do licenciamento ambiental do Complexo Porto Sul, em construção no litoral norte de Ilhéus, sob responsabilidade da Bamin. Segundo o coordenador de Relacionamento com Comunidades da Bamin, Ramon Chalhoub, a iniciativa é fruto do compromisso da empresa em apoiar as comunidades costeiras e auxiliar na preservação dos recursos naturais.

“Através dessas oficinas de beneficiamento do pescado, o programa busca fortalecer a economia local e garantir a sustentabilidade das práticas de pesca na região de Itacaré, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pescadores e marisqueiras”, concluiu Ramon.

Ilary dos Reis é orgulho da família e dos amigos. Foi aprovada em 42 universidades || Foto Alberto Maraux
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A soldada Ilary dos Reis Santana, de 23 anos, realizará o sonho de criança de cursar Medicina. A futura médica tem opções para escolher onde vai querer fazer a graduação em um dos cursos mais concorrido no Brasil. Para a felicidade da família, amigos e colegas de trabalho, a jovem servidora obteve nota que lhe permite escolher a vaga entre 42 universidades federais espalhadas pelo país. A policial soube da novidade após a divulgação, pelo Ministério da Educação, dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do 1º semestre de 2023, na terça-feira (28).

Natural de Maragogipe, no recôncavo baiano, Ilary dos Reis conseguiu a façanha após alcançar a nota 900 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).  Atendente de teledespacho do Centro Integrado de Comunicações (Cicom) da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e lotada no Comando de Operações Policiais Militares (Coppm), ela relatou não ter acreditado quando soube do resultado e que poderia escolher entre 42 cursos em universidades em diferentes estados do país.

Desde criança, afirma, sonhava em ingressar em um curso superior e tornar-se médica. Para a realidade da família de pescadores e marisqueiras, o sonho parecia distante; menos para ela. “Desde os 13 anos de idade sonhava em ser médica e, após passar, com 18 anos, no primeiro concurso público que prestei na vida, usei o dinheiro que ganhei para comprar um celular, colocar internet em casa, garantir um cursinho online e iniciar os meus estudos”, contou.

Provedora financeira da casa, Ilary ainda não decidiu em qual universidade vai cursar Medicina. “Confesso que ainda não tenho noção se sigo para alguma faculdade particular ou se vou cursar na Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas com certeza sei que não sairei do lado da minha família e das pessoas que mais me deram apoio para conquistar esse resultado”, disse.

PREPARANDO-SE PARA NOVA FASE

Ex-aluna do Colégio Estadual Gerhard Meyer Suerdieck, em Maragogipe, Ilary decidiu prestar o concurso da PM bem novinha, apenas por curiosidade. “Quando descobri que havia sido aprovada, corri para ajustar toda a documentação. Já iniciei os meus serviços trabalhando na SSP e agora, com o apoio dos meus parentes e colegas de trabalho, iniciarei essa nova jornada”, detalhou.

Sem esquecer da família, a soldada se emocionou ao falar dos avós, peças importantes para o resultado. “O meu avô Euclides Alves e a minha avó Renildes, que já faleceu, são os amores da minha vida. Sem eles não teria conquistado tudo isso e gostaria de agradecer a eles por isso”, concluiu.

Live vai marcar lançamento da obra documental e artística nesta quinta-feira (20)
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No coração da Mata Atlântica, no Sul da Bahia, cinco mulheres transformam suas vidas e os seus entornos por meio de relações de subsistência e de defesa da natureza. Angelina, Rita, Dulciene, Maria Raimunda e Eduarda são as marisqueiras que protagonizam Saberes: Flores e Frutos do mar, o primeiro fotolivro digital da série Raiz de MarÉ, da artista visual Mariana Cabral.

As artes da pesca e da mariscagem, na maioria das vezes transmitidas por suas mães e avós, trazem para essas mulheres a oportunidade de uma vida livre e a força para buscar os seus direitos. Seus corpos revelam suas histórias e exibem as marcas de um trabalho que exige esforço e acarreta riscos. Mas também são testemunho de dedicação a um lugar que lhes permite a necessária autonomia financeira para seguirem desafiando a violência doméstica e as ameaças externas, como empreendimentos empresariais e grandes obras que impactam nas águas do mar, do rio e nos mangues, transformando diretamente suas vidas e seus territórios.

Com foco na leitura visual de fotografias resultantes de vivências em março deste ano, na Aldeia Zabelê, no município de Una, e no entorno da Associação de Pescadores e Marisqueiras do Bairro São Miguel, no litoral norte de Ilhéus, Mariana Cabral mostra detalhes dessas mulheres e de suas histórias, quase sempre ocultadas pela invisibilidade social. Os textos da jornalista Aline Frazão trazem as vozes dessas mulheres e enriquecem a percepção sobre suas formas de ver e viver o mundo.

Para Mariana, que também concebeu a identidade gráfica do livro, é preciso criar mais espaços para a reflexão, a sensibilização e um posicionamento social que seja crítico e construtivo. “A fotografia está para além da estética, tem potencial transformador! Uma honra conhecer cada uma dessas mulheres e poder apresentar parte de suas histórias. Uma honra construir, junto a outras mulheres, essa travessia fotográfica de integração, diálogo e troca”, comemora. O fotolivro já está disponível está na plataforma digital do projeto.

Para compartilhar o processo de produção, conduzido em total conformidade com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a contenção da pandemia de Covid-19, a equipe realizará uma live com participação das cinco marisqueiras protagonistas e também da empreendedora social Ashoka, Maria do Socorro Mendonça, que partilhará informações acerca dos impactos ambientais nessas localidades. O bate-papo virtual será nesta quinta-feira (20), às 10h, no perfil @raizdemare, no Instagram.

Saberes: Flores e Frutos do Mar é um projeto produzido por uma equipe feminina, composta também por Naiara Gramacho e Potyratê Tê Tupinambá na produção; Marcela Bertelli na revisão; e Tacila Mendes na assessoria de comunicação. A iniciativa tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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Cerca de 30 marisqueiras que vivem na zona norte de Ilhéus participaram, este mês, de um treinamento para introduzir novas técnicas no beneficiamento do pescado. O curso, realizado pelo Instituto Aliança dentro do Projeto Transformar, as ensinou, por exemplo, a aproveitar partes do camarão que antes eram descartadas, além de defumar peixes e também a produzir o “fishburguer”. Após o treinamento, as marisqueiras têm a expectativa de aumentar seu faturamento.