Jogadores de Canavieiras no registro do duelo contra Belmonte, em 1960 ||
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“Foram quinze dias de treinamento tático e físico. Seria agora ou nunca quebrar o tabu de uma década de maus resultados. E os canavieirenses partiriam pro tudo ou nada”.

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Imaginem o clima de rivalidade no futebol entre duas cidades-irmãs (ou mãe e filha, como queiram), a exemplo de Itabuna e Ilhéus, ou entre dois países “hermanos”, do tipo Brasil e Argentina…não queiram nem pensar! Pois aqui, no Sul da Bahia, tem jogos mais acirrados quando os contendores são os selecionados de Canavieiras e Belmonte, cidades que têm muitas afinidades, digo mais, parentescos.

Se a partida for disputada em Belmonte, no estádio Orlando Paternostro, então, o buraco é mais embaixo, como dizem na gíria. E as dificuldades para esse jogo envolvem um planejamento diferente, como se os dois times fossem se enfrentar numa guerra. E era! A começar pelos preparativos, que requeriam muito estudo sobre a maré que permitiria viajar tranquilamente pelos canais que cortam o imenso manguezal.

E essa etapa a ser cumprida era por demais importante, pois a maré baixa era uma ameaça de interrupção da viagem e qualquer dos dois poderiam tomar um WO, mesmo que não fosse um jogo valendo pelo campeonato intermunicipal. E explico: caso a maré permitisse, viajariam no mesmo dia do jogo, para evitar as manifestações contrárias da torcida belmontense, conhecida pelo fanatismo. Do contrário, teriam de ir no dia anterior.

Em 1960, como conta o ex-jogador João Xavier, a Seleção de Canavieiras estava há 10 anos sem conseguir vencer o selecionado belmontense. Já era considerado um tabu difícil de ser batido, dito e conhecido como freguês de carteirinha. E nessa condição, os dirigentes de Belmonte convidaram os canavieirenses para disputar uma partida superimportante, que marcaria a reinauguração do Estádio Orlando “Setentão” Paternostro.

Desafio aceito, a Seleção de Canavieiras se prepara para o jogo do século, prometendo quebrar o tabu de uma década de derrotas e empates. E aqui, vale a pena salientar, que belmontenses e canavieirenses são grandes amigos, parentes, desde a fundação das duas cidades, quando por aqui chegaram os portugueses, franceses, italianos e escolheram em qual foz dos rios Pardo ou Jequitinhonha fincariam moradia.

Fora do futebol, os moradores das duas cidades se completavam, mas ao anunciarem uma partida entre eles, o clima esquentava. E uma partida para reinaugurar o importante estádio ficaria na história da cidade. E não era pra menos, seriam lembrados eternamente, com placa de bronze com os nomes de dirigentes, jogadores e o placar vencedor em letras garrafais na placa inauguratória.

E pela qualidade dos seus jogadores, Belmonte tinha direito a sonhar alto. Quem ousaria desafiar uma seleção com os goleiros Padre, Edmílson e Urbano, além de Carlos Gama, Carioca, Arcanjo Cara de Osso, que depois jogou no Vitória da Bahia, Sandoval, Herculano, Totônio, Porto Seguro, Diniz, Cabo Jorge, que jogou no Galícia e Ypiranga, Edílson e Lubião? Todos presididos pelo aviador Nena Lapa.

A Seleção de Canavieiras não ficava atrás, pois era formada por craques de primeira, agora reforçada pelo bancário e craque João Xavier, e Bené, um garoto que viria a fazer muito sucesso no Botafogo Carioca com o nome de Canavieira. Foram quinze dias de treinamento tático e físico. Seria agora ou nunca quebrar o tabu de uma década de maus resultados. E os canavieirenses partiriam pro tudo ou nada.

No dia da viagem apareceram no porto grande para pegar a lancha os jogadores Gilvan, Nondas, Leto, Chico, Talminho, Natal, Teotônio, Xavier, Super Coelho, Jorge, Bené (Canavieira), Duzinho, Pequeno, Cavaquinho, Miruca, dentre outros que a memória falha. A primeira baixa apareceu logo no porto, com o goleiro reserva incapacitado para viajar, tudo por conta da farra na noite anterior.

Como não tinham tempo para convocar outro goleiro, tentaram a sorte levando apenas Chico. Sabedores do ponto fraco de Canavieiras, os jogadores de Belmonte não contaram conversa até tirar o goleiro Chico de campo, com uma grande pancada na perna, após marcarem um gol. E agora, quem substituiria Chico? E a escolha recaiu sobre o centroavante Cavaquinho, um craque que atuava em qualquer posição, e goleador nato.

Conta João Xavier que, na hora, os canavieirenses lembraram do tabu que tanto queriam quebrar, e o desespero tomou conta da turma. Mas, os jogadores foram se refazendo e, aos poucos, começaram a dominar o jogo. Os belmontenses ainda não conheciam o garoto Bené, que logo marcou um gol, seguido de Miruca. E o placar do estádio Orlando Paternostro marcava 2X1, a primeira derrota em 10 anos. Justamente para Canavieiras.

E os torcedores e jogadores de Belmonte pressionaram os adversários até quando o árbitro, finalmente, deu o espetáculo por encerrado, para o desespero dos belmontenses, desacostumados a perder uma partida para Canavieiras há longos 10 anos. Na volta, uma festa e tanta na lancha, em que até o garoto Bené entrou na comemoração, bebendo e fumando pela primeira vez.

Pelo serviço de rádio do aeroporto, o resultado do jogo já era conhecido em Canavieiras, e sua torcida foi ao porto grande recepcionar os jogadores. E a festa entrou noite adentro e somente terminou com os primeiros raios do sol. O tabu foi quebrado na casa do adversário e justamente em tarde de gala na reinauguração do estádio, orgulho dos belmontenses. E em Belmonte nunca mais se falou desse jogo.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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O que vivenciei faço questão de repassar, para que não caia no esquecimento por não ter registro digital, já que no papel está suscetível a todos os tipos de intempéries, ataques de traças e de humanos. E o arquivo do jornal Agora corre esse sério risco.

Walmir Rosário

A criação da redes sociais foi um passo definitivo para democratizar a informação e disso ninguém mais duvida. O problema da comunicação não está na história presente nem na do futuro, que será bem mais moderna do que se imagina. Nosso calcanhar de Aquiles está na comunicação do passado, na qual se gastou muito papel, tinta, fitas magnéticas de áudio e vídeo e outros meios de gravação que vão se perdendo no tempo.

Em Itabuna, Ilhéus e região não é diferente e muitas dessas memórias foram parar na lata do lixo, após ter servido para embrulhar peixes e outras mercadorias nas feiras livres, sem que nos déssemos conta que jogávamos – e ainda jogamos – fora a nossa história. Os livros – por si sós –, podem ser parâmetros de um tempo, mas não mostrarão os acontecimentos diários de uma sociedade.

É de conhecimento público e notório minha preocupação com o passado. O que vivenciei faço questão de repassar, para que não caia no esquecimento por não ter registro digital, já que no papel está suscetível a todos os tipos de intempéries, ataques de traças e de humanos. E o arquivo do jornal Agora corre esse sério risco, conforme nos lembrou o escritor Clóvis Silveira Góis Júnior, no artigo “O acervo do jornal Agora”.

É muito comum ouvirmos e falarmos que somos um povo sem história, embora pouco façamos para reverter esse pecado comportamental. Merece registro e louvor o jornalista Ramiro Aquino ao publicar “De Tabocas a Itabuna: 100 anos de imprensa”, trabalho de pesquisa responsável pelo resgate da comunicação desde os seus primórdios. Hoje merecem destaques as publicações “História de Itabuna” e História Grapiúna”, digitais, dentre outras.

Uma das preocupações de José Adervan – que fundou em 1981 o Agora com Ramiro Aquino – era a recheada edição anual do Agora a cada 28 de julho, data da emancipação político-administrativa de Itabuna. Um planejamento minucioso envolvendo jornalistas, historiadores e memorialistas nas pesquisas e grandes reportagens, esperadas ansiosamente pelos estudantes e a população como um todo.

Nos orgulhávamos das edições com cerca de uma centena de páginas apresentadas aos leitores, contendo reportagens e opiniões sobre Itabuna – desde que era Tabocas –, abordando os aspectos econômicos, políticos, históricos, sociológicos, geográficos, esportivos, antropológicos e religiosos. A cada edição, novas descobertas eram apresentadas aos ávidos leitores itabunenses.

E o leitor me pergunta: por que, então, as próprias empresas não dispõem esses arquivos nos modernos meios de comunicação digitais hoje existentes? Simples: muitas das empresas de comunicação, a exemplo do jornal Agora, não mais existem, e as que ainda sobrevivem não têm condições de tocar um projeto dessa envergadura por falta de recursos financeiros.

Os grandes conglomerados de comunicação até que disponibilizam esse serviço em troca de pagamento por assinatura, serviço que se torna inviável para pequenas empresas. Mas, a realidade é que muitas delas já não existem e apenas conservam o arquivo em papel, no caso dos jornais. Por se tratar de um serviço de interesse da comunidade, esse múnus deveria ser transferido a um ente público.

Geralmente, as prefeituras de maior porte contam com centros de documentação (cedocs), que poderiam assumir acervos menores. Mas esses centros não contam com orçamento disponível para tanto, ou vontade dos governantes. Em nossa região a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) tem prestado relevantes serviços nesta área e acredito que teria condições de assumir esse ônus.

Aqui já instalada temos, ainda, a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), que poderia se envolver com esses relevantes projetos que beneficiariam substancialmente a educação e o conhecimento regionais. Está na hora dos responsáveis por esses acervos iniciarem uma conversação para a manutenção do acervo original, a digitalização e publicação na rede mundial de computadores.

Para encerrar, comento aqui uma indispensável indiscrição: os jornais sempre abriram seus arquivos para a pesquisa, embora não tivessem pessoal disponível para acompanhar esse trabalho. Muitas vezes, alguns desses “pesquisadores” simplesmente – e sorrateiramente – rasgavam a página do caderno, levando-a, para prejuízo da empresa e de futuras pesquisas. Trocando em miúdos: cuspiu no prato em que comeu.

O acervo do jornal Agora é a cereja do bolo da comunicação do Sul, Extremo-sul e até do Recôncavo baiano. O pensamento e o labor do saudoso José Adervan, que foi professor de economia da Fespi (antecessora da Uesc), não podem nem devem ficar relegados ao esquecimento. Hoje esse acervo representa a base para para o presente e a construção do futuro e disto ninguém discorda.

Como participei da equipe do Agora, tenho consciência de que não estou chovendo no molhado!

Walmir Rosário é jornalista, radialista e advogado.

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Palácio Paranaguá foi sede do governo ilheense até o ano passado.
Palácio Paranaguá foi sede do governo ilheense até o ano passado.

Agentes do trade turístico ilheense participarão, na próxima quinta-feira (27), de uma aula de instruções sobre o novo formato de visitação do Palácio Paranaguá. A explanação, às 15h, no segundo andar do próprio palácio, será feita por Anarleide Menezes, integrante da Rede de Museus e Pontos de Memória do Sul da Bahia.

Planejada pela Secretaria de Turismo e Esporte (Setur), a iniciativa é uma das etapas da implantação do Museu do Palácio Paranaguá, em Ilhéus. Segundo o município, o espaço será aberto para visitação pública nos próximos dias.

Anarleide ministra aula pública.
Anarleide ministra aula pública no Palácio.

– Nesta primeira etapa a missão é contextualizar imagens e móveis nos primeiros ambientes disponibilizados, apresentando uma ideia de como era a cidade e como o Palácio funcionava no século passado – explicou Anarleide.

O acervo do prédio histórico conta com fotografias e peças dos séculos XIX e XX e do mobiliário que atendeu a intendentes e prefeitos da cidade. Nos últimos dias, os objetos que compõem o acervo ganharam a aplicação de cera de abelha clarificada na Alemanha. O espaço foi higienizado.

O itinerário da visitação é a parte superior do Palácio Paranaguá, onde, em uma das salas, funciona a Setur. Estagiários do curso técnico do CEEP (antigo Colégio Estadual) vão acompanhar os visitantes.

A professora Anarleide Menezes elogia a decisão do governo em iniciar o processo de implantação do Museu. “Claro que ainda estamos longe do ideal. Um projeto de museu envolve mídias digitais, totens… Mas a cidade não pode ficar esperando. Tem que começar”, afirmou. “O Palácio no centro da cidade vai surpreender. A Rede de Museus e Pontos de Memória do Sul da Bahia vai ajudar na divulgação do espaço”, assegura.

PALÁCIO COM 110 ANOS DE HISTÓRIA

O Palácio do Paranaguá é um prédio histórico localizado no centro da cidade. Foi construído em 1907, no mesmo local onde existiam ruínas de um colégio jesuíta. Seu nome é uma homenagem ao presidente da província da Bahia da época do Brasil Império, o Marquês de Paranaguá.

João Lustosa da Cunha Paranaguá elevou a Vila de São Jorge dos Ilhéus à categoria de cidade, em 1881, por meio de lei provincial. O palácio é um dos símbolos da opulência que existiu na região durante a saga do cacau. Em estilo neoclássico, é uma das mais belas construções do interior do estado.

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Leitura ajuda a melhorar vocabulário dos filhos (Foto Andrezza Mariot)
Leitura ajuda a melhorar vocabulário dos filhos (Foto Andrezza Mariot)

Mariana Tokarnia

O hábito dos pais de ler para as crianças em casa pode trazer mais benefícios do que se imagina. Um estudo da Universidade de Nova York, em colaboração com o IDados e o Instituto Alfa e Beto, divulgado hoje (6), mostra um aumento de 14% no vocabulário e de 27% na memória de trabalho de crianças cujos pais leem para elas pelo menos dois livros por semana.

O estudo concluiu ainda que a leitura frequente dos pais para as crianças leva a uma maior estimulação fonológica, o que é importante para a alfabetização, à maior estimulação cognitiva em casa e a um aumento de 25% de crianças sem problemas de comportamento.

“Esses dados são bastante impressionantes. Estamos comparando dois grupos que estão dentro do sistema de creches, dentro de um sistema com professores treinados para ler para as crianças. Acrescentamos a leitura dos pais e, quando isso é feito, da forma como foi feito, tem grande impacto”, diz o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira.

Ele explica que o momento de leitura é também um momento importante de interação entre pais e filhos. “Esse é o ponto central, levar os pais a conversar com os filhos. Eles podem também levar as histórias para o real, quando estiverem na rua, podem mostrar para os filhos algo que apareceu na história. Essa forte interação tem impacto em outras dimensões cognitivas”.

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Pesquisa liga consumo de chocolate a melhor desempenho do cérebro.
Pesquisa liga consumo de chocolate a melhor desempenho do cérebro.

Da BBC Brasil

Análises de uma pesquisa americana realizada na Austrália sugerem que há uma ligação entre o consumo de qualquer tipo de chocolate e melhorias no funcionamento do cérebro.

A pesquisadora especializada em nutrição Georgina Crichton, da Universidade do Sul da Austrália, analisou uma pesquisa que teve início na década de 1970 nos Estados Unidos e observou mais de mil pessoas durante 30 anos.

O objetivo da pesquisa, chamada Maine-Syracuse Longitudinal Study (MSLS) – pois envolvia a Universidade do Maine e o Instituto Luxemburgo de Saúde -, era observar a relação entre a pressão sanguínea das pessoas e o desempenho do cérebro.

Isto foi feito durante décadas até que os pesquisadores resolveram ampliar o estudo e observar outros fatores de risco cardiovascular, incluindo diabetes, obesidade e fumo. A pesquisa teve ao todo sete coletas de dados entre os participantes, feitas com cinco anos de intervalo.

O pesquisador que liderou o estudo, Merrill Elias, decidiu perguntar aos participantes o que eles comiam e incorporou um novo questionário já na sexta onda de coleta de dados, entre os anos de 2001 e 2006.

As respostas a esse questionário deram pistas sobre a dieta dos participantes que interessaram os pesquisadores.

A pesquisadora australiana entrou em contato com Merrill Elias, que liderou o MSLS, para fazer uma nova análise da pesquisa.

“Examinamos se o consumo habitual de chocolate estava associado à função cognitiva (funcionamento do cérebro – memória, concentração, raciocínio, processamento da informação) em cerca de mil indivíduos no MSLS. Descobrimos que aqueles que comeram o chocolate pelo menos uma vez por semana tiveram um melhor desempenho em múltiplas tarefas cognitivas, se comparados àqueles que comiam chocolate menos de uma vez por semana”, disse Georgina Crichton.

O QUE FOI ANALISADO

Entre os aspectos analisados estavam memória verbal, memória visual e espacial, organização e raciocínio abstrato, além da habilidade de recordar uma lista de palavras ou onde um objeto foi colocado.

“Com exceção da memória funcional, essas relações não foram atenuadas com o controle estatístico para fatores cardiovasculares, de dieta e estilo de vida. Isto significa que independentemente de fatores como idade, sexo, nível de educação, colesterol, glicose, pressão sanguínea, energia total e consumo de álcool, a relação entre consumo de chocolate e cognição continuava sendo importante”, afirmou Crichton.

A pesquisadora afirma que existe uma crença histórica nos benefícios do chocolate, mas baseada apenas na experiência e observação. Agora a ciência está começando a identificar bases para estas crenças.

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Da Agência Lusa

As pessoas com níveis elevados e permanentes de açúcar no sangue têm mais problemas de memória do que os que registam menores taxas, conclui um estudo do Hospital Universitário de Berlim, na Alemanha.

Para chegar a essa conclusão, uma equipe de médicos, liderados por Agnes Flöel, chefe do Serviço de Neurologia Cognitiva do Centro de Investigação Clínica Neurocure, examinou a capacidade de memorização de 141 doentes com idade média de 63 anos.

Durante o estudo, foram feitos diferentes testes de memória, que consistiam, por exemplo, em recordar durante meia hora uma lista de quinze palavras, e incluiam análises dos níveis de açúcar e ressonâncias magnéticas ao hipocampo, uma das zonas do cérebro mais importantes para a memória.

Os resultados mostraram que os pacientes que apresentam nível menor de açúcar no sangue obtiveram melhores pontuações nas provas de memória. Aqueles com maiores níveis de açúcar conseguiram recordar em média duas palavras menos que os seus companheiros com menor quantidade de açúcar. A análise das ressonâncias mostrou que o hipocampo naqueles pacientes tinha menor dimensão e apresentava “pior estrutura”.

Para a doutora Flöel, os pacientes poderiam “conservar a capacidade de memória em idade avançada por meio de uma redução do nível de açúcar”. Flöel insistiu, por outro lado, na importância de uma dieta rica em verduras, frutas, cereais integrais e peixe, bem como de “uma atividade física regular que influencie positivamente o nível de açúcar no sangue”.

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roberto joseO presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), Roberto José, enviou mensagem a este blog, na qual comenta a nota sobre o abandono da estátua do escritor Jorge Amado (leia nota e comentário aqui).

Segundo Roberto, a Ficc aguardou a finalização de perícias e irá restaurar a estátua em breve, porém a mesma terá que ficar  no interior da “Casa de Jorge Amado”, em Ferradas. Ele afirma que especialistas desaconselharam a exposição da escultura ao ambiente externo. O material seria bastante vulnerável ao desgaste, em função de ter sido feito com resina.

Ainda de acordo com o presidente, haverá um concurso entre artistas locais a fim de escolher uma nova escultura para a entrada de Ferradas, onde em janeiro a estátua de Jorge foi vítima de vândalos. O presidente da Ficc ressalta que a perícia confirmou somente que a obra foi alvo de pedradas, mas não de tiros.

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Guindaste retira estátua do trevo de acesso a Ferradas (Foto Thiago Pereira).
Estátua foi removida em janeiro para passar por reparos que ainda não ocorreram(Foto Thiago Pereira).

Em um de seus livros, Jorge Amado contou ter nascido no “c…” do mundo, afirmação que irritou alguns itabunenses, repentinamente tomados de um ufanismo pelo torrão natal, que não aparece no zelo pela cidade no dia a dia, nem pelo respeito à memória de quem deu alguma projeção a este lugar.

Neste sábado, 10, Jorge completaria 101 anos. Nasceu em Ferradas, onde no ano passado foi instalada uma estátua de resina em sua homenagem. Em janeiro de 2013, vândalos dispararam tiros e apedrejaram a escultura, que precisou ser removida para passar por reparos.

Pois bem,  mais de seis meses já se foram e a estátua, feita pelo artista plástico Lavrud Durval, permanece esquecida em uma sala da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc).  A restauração, pelo jeito, não é prioridade.

Durval disse que, no final de janeiro, a Ficc lhe solicitou um orçamento do serviço, que ficaria em R$ 5 mil. Desde então, não houve mais contatos. O descaso, lamentável, foi lembrado hoje no blog do jornalista e escritor Daniel Thame, um estudioso da obra de Jorge Amado.

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Ponte

Fotos dos desbravadores que subiram o Rio Cachoeira no século XIX até chegar ao local onde surgiria o povoamento que deu origem à cidade de Itabuna, imagens de velhos chefes políticos, além das enchentes que causaram muita destruição em 1914 e 1967 e muitos outros momentos históricos.

Tudo isso faz parte da mostra que o Arquivo Público Municipal abre na próxima segunda-feira, 22, às 14 horas, prosseguindo até o dia 26, no andar térreo do Espaço Cultural Josué Brandão. A exposição faz parte das comemorações dos 103 anos de emancipação de Itabuna.

Na agenda da mostra, também está incluído o lançamento da segunda edição da “Indexação das Leis e Atos Oficiais do Município de Itabuna – 1932 a 2013”. A compilação foi realizada pelo técnico em arquivologia Sílvio Carvalho.

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Marta Almeida entrevista Gilvan Rodrigues na Festa do Beijo
Marta Almeida entrevista Gilvan Rodrigues na Festa do Beijo

Quem conhece o publicitário Gilvan Rodrigues sabe que ele é um cara inquieto, chegado a produzir novidades. Foi com esse espírito que em 1994, há 18 anos, ele movimentou o pacato distrito ilheense de Banco do Pedro com a Festa do Beijo.
Natural daquela “ilha” cercada de cacau e mata atlântica por todos os lados, Gilvan queria ver como a tranquila comunidade reagiria à ideia, inspirada em evento realizado naquela época em Santos, litoral de São Paulo. E como beijo é um negócio que faz sucesso em qualquer lugar, a festa, como se diz hoje, “bombou”. O casal  Pinheiro e Adriana ficou nada menos que duas horas de lábios colados, até que foi reconhecido como imbatível nessa estimulante modalidade esportiva.
Na foto, o então barbudo Gilvan é entrevistado pela repórter Marta Almeida, da TV Santa Cruz, à época de cabelos bem curtinhos. Uma relíquia que apareceu no baú do Pimenta.

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No “diálogo” com seus leitores, o que faz às terças-feiras, Ousarme Citoaian (que assina a coluna UNIVERSO PARALELO aqui no  Pimenta) falou de tortura e torturadores, assunto remanescente da ditadura militar – e o fez sem papas na língua. Ele disse que “as manchas da tortura jamais serão lavadas”, mas que é indispensável apontar ao mundo “os que arrancaram unhas e aplicaram o pau-de-arara, além de outros mimos aos opositores do regime”. Ele defende a tese de que “não se trata de revanche, mas de justiça,pois o crime de tortura é de lesa humanidade, é imprescritível, tem de ser punido”.

O. C. lembra ainda que o Brasil “exportava técnicas de crueldade para os países vizinhos” – mas mesmo estes (Argentina, Uruguai, Chile e Peru) “levam seus torturadores ao banco dos réus”, enquanto aqui, “o próprio Lula recuou diante dos arreganhos dos quartéis”.

Para ver a coluna mais recente e os comentários, clique aqui.

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Que Itabuna tem hoje uma das piores composições de legislativo de todos os tempos, não se discute. Na Câmara de Vereadores, falta decência, vergonha e também memória, e a prova desta última se deu com o completo esquecimento do Dia da Mulher, comemorado a 8 de março.

Pelo Regimento Interno da Câmara, a data é sempre marcada pela entrega da Comenda Otaciana Pinto, que presta homenagem a mulheres de destaque. Como este ano o 8 de março caiu em pleno feriado de carnaval, não foi possível realizar a solenidade no dia exato, mas se esperava que ela ocorresse logo em seguida. Pelo menos, na primeira semana seguinte.

Pois os digníssimos vereadores retornaram ao “trabalho” e nada de anunciar a entrega da Comenda, o que demonstra o profundo respeito e a consideração que nutrem pelas mulheres.

Em tempo: nesta quinta-feira, 17, a partir das 15 horas, a Câmara de Vereadores de Ilhéus presta sua homenagem às mulheres da cidade. Atrasou um pouco, mas está melhor que os esquecidos da cidade vizinha.

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Allah Góes | allah.goes@gmail.com
A nossa cidade é realmente bastante estranha, pois nem bem completamos 100 anos, oportunidade em que poderíamos festejar a data relembrando os feitos daqueles que desbravaram esta terra e fizeram de Itabuna uma das maiores cidades de nosso Estado, constatamos que, por aqui, não se respeita o nosso passado e se destrói o nosso futuro.
Sim, pois nesta cidade, que hoje se vangloria de ser o berço de Jorge Amado, onde se exalta a herança recebida das raças que compõem a “nação grapiúna”, se vem, bem devagarzinho, esquecendo-se dos símbolos que tornam Itabuna tão diferente e ao mesmo tempo especial.
Em Itabuna, por ser grande a memória afetiva, mesmo possuindo mais de 200 mil habitantes, ainda se tem o costume de: tomar um “café da manhã” no Tico-tico ou um mingau nas imediações da Rodoviária; de se refrescar na “Danúbio Azul” ou bebericar um “mate com limão” no, hoje recém-salvo, Café Pomar, e de, mesmo com a modernidade, ainda poder se sentar com alguma segurança nas praças, à sombra das árvores.
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