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Chico faz propaganda do Chocolate Terra Vista: “quero mais”

O cantor, compositor e escritor Chico Buarque, autor de clássicos como Construção, Cálice, Apesar de Você, A Banda e Vai Passar, e vencedor do Prêmio Camões de Literatura, o mais importante da Língua Portuguesa, rendeu-se ao Chocolate Terra Vista, produzido no assentamento Terra Vista, do MST, no município de Arataca, no sul da Bahia.

Num vídeo gravado no Rio de Janeiro, onde permanece em quarentena por causa da pandemia, Chico diz que recebeu o chocolate do Armazém do MST em São Paulo, elogia a qualidade do produto e, em tom de brincadeira, solicita novas barras como “pagamento” pelo merchandising gratuito.

Chico Buarque é apenas umas das muitas personalidades que se rendem ao Chocolate Terra Vista, que já recebeu elogios do presidente Lula, do governador da Bahia Rui Costa e da professora e filósofa Angela Davis. Confira o vídeo com o astro da MPB no site Chocolate e Cacau, do jornalista Daniel Thame.

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Stédile5O líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, 60, esteve em Salvador no último final de semana, onde participou de uma plenária sobre o Plebiscito por uma Constituinte Exclusiva. Stédile é graduado em economia pela PUC do Rio Grande do Sul e pós-graduado pela Universidade Nacional Autônoma do México.

Nesta entrevista, ele fala também sobre a Reforma Agrária nos governos FHC, Lula e Dilma e diz que o agronegócio utiliza veneno que está o provocando câncer. Stédile também vê o Congresso Nacional dominado pelas bancadas ruralista e do empresariado e faz uma avaliação sobre as próximas eleições.  Confira a entrevista concedida a Marival Guedes, especialmente para o Pimenta.
BLOG PIMENTA – Vamos começar fazendo uma comparação entre os mandatos de Fernando Henrique, Lula e de Dilma sobre a Reforma Agrária.
JOÃO PEDRO STÉDILE – No Brasil, a rigor, nunca tivemos Reforma Agrária no que ela representa, que é um programa de governo que leve a democratização do acesso à terra a todos. FHC abriu as portas para as grandes empresas internacionais, mas teve um azar: o agronegócio, na sua ganância de tomar conta das terras, cometeu dois grandes massacres que deixaram a população indignada. Teve aquela nossa grande marcha à Brasília que fez com que FHC se obrigasse a um programa de assentamentos que foi até razoável, mas foi fruto dos massacres em Carajás e no Paraná.
PIMENTA – Com Lula, houve uma grande expectativa…
STÉDILE – Nós tínhamos esperança de que o governo Lula pudesse acelerar, mas, infelizmente, ele seguiu apenas a política de assentamentos. Então, onde havia pressão política, houve desapropriações. Nós mantivemos, digamos assim, o mesmo ritmo do governo FHC.

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A reforma agrária praticamente parada. E esta é a nossa bronca com relação ao Governo Dilma.

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PIMENTA – E estes três anos e três meses do governo Dilma?
STÉDILE – Agora, está praticamente parada. E esta é a nossa bronca com relação ao governo Dilma, porque não avançou na Reforma Agrária.
PIMENTA – Quais os motivos?
STÉDILE – A resposta simplista seria que falta vontade política do governo, mas não é bem assim. A nossa avaliação é de que a correlação de forças na luta de classe na agricultura piorou no governo Dilma. Piorou em função da crise do capitalismo internacional, houve uma avalanche de capital internacional que veio se proteger no Brasil. Investiram em usinas, hidrelétricas, praticamente desnacionalizaram todo o setor canavieiro e compraram muita terra. Isso representa a força do capital que chega lá no interior, compra terra, controla o comércio etc.

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O cacau tem o comércio cada vez mais concentrado nas mãos da Dreyfus, Nesttlé e da Cargil. Isso foi de pouco tempo pra cá.

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PIMENTA – Pode citar um exemplo?
STÉDILE – O cacau tem o comércio cada vez mais concentrado nas mãos da Dreyfus, Nesttlé e da Cargil. Isso foi de pouco tempo pra cá. A segunda explicação é que, dentro do governo Dilma, há uma presença maior do agronegócio.  Terceira mudança: o Congresso no governo Dilma é mais ruralista. Aquilo que no governo tava parado – e nos ajudava -, o agronegócio avançou pelo Congresso fazendo chantagem. Esta bancada fazia as mudanças, como foi o episódio do Código Florestal, e impunha ao governo como uma derrota. Estas três circunstâncias levaram o governo Dilma a recuar com relação à Reforma Agrária.
PIMENTA  – O que o MST reivindica a curto, médio e longo prazos?
STÉDILE – De curto prazo, a Carta e a pauta que entregamos na audiência durante nosso congresso, em 13 de fevereiro passado, quando sinalizamos para a presidenta: olha, nós entendemos a correlação de forças, que não depende de vontades pessoais. Mas, ao seu alcance, estão, imediatamente, antes de terminar o governo, algumas medidas concretas de emergência.

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Nós temos 100 mil famílias acampadas, inclusive algumas ao longo das rodovias em Itabuna, Ilhéus e outros municípios do sul da Bahia.

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PIMENTA – E quais seriam?
STÉDILE – Nós temos 100 mil famílias acampadas, inclusive algumas ao longo das rodovias em Itabuna, Ilhéus e outros municípios do sul da Bahia. É um absurdo que nós tenhamos acampamentos com oito anos, pessoas morando debaixo de lona preta. Segunda medida, aqui para Nordeste, nós descobrimos que dentro dos perímetros irrigados, já com tudo pronto, o governo botou água, gastou milhões de reais, existem 80 mil lotes vagos, porque, na política burra do Dnocs e da Codevasf, eles fazem primeiro o perímetro irrigado e depois fazem o edital de licitação em que só o pequeno empresário do sul vem aqui. No caso da Bahia, a região de Juazeiro. E, depois, abandonam.
PIMENTA – Quais as razões para esse abandono?
STÉDILE – Porque eles criam uma ilusão: “vou plantar manga, abacaxi e vou bamburrar de dinheiro.” O mercado mundial de frutas já tá tomado. Não é chegar assim: vou exportar manga pra Europa e vou ganhar dinheiro. Não há mais mercado pra fruta na Europa, nem sequer da uva. Ao contrário, toda a produção do perímetro irrigado no Nordeste, hoje vai para o mercado nacional, porque aumentou a renda do brasileiro. Então, é melhor vender no Brasil que no exterior.
PIMENTA – O que foi feito com estes lotes?

STÉDILE – Estão vagos. Tem 80 mil lotes vagos, tudo pronto com água passando. E nós falamos pra Dilma: pelo amor de Deus, bote sem-terra nestes lotes. Não precisa gastar nada, nem desapropriação, pra eles produzirem alimentos.

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A Polícia Federal, nos últimos 12 anos, identificou 566 fazendas onde havia trabalho escravo. Ora, a Constituição é clara: não cumpriu a função social, desapropria. É só ter coragem.

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PIMENTA – A questão do trabalho escravo também consta na carta. Qual a reivindicação?
STÉDILE – A Polícia Federal, nos últimos 12 anos, identificou 566 fazendas onde havia trabalho escravo. Ora, a Constituição é clara: não cumpriu a função social, desapropria. Não interessa se é produtiva ou improdutiva. É um crime hediondo, primeiro motivo absoluto, o cara que pratica trabalho escravo tem que ter [a área] desapropriada. Então, é só ter coragem e pegar os processos e somente aí já teríamos 566 fazendas.
PIMENTA – Quais as ações do MST a partir de agora?
STÉDILE – Nós temos três inimigos do pobre do campo: o primeiro é o latifúndio atrasado, que ainda é improdutivo ou que paga mal aos trabalhadores e que agride a natureza. O segundo é o agronegócio, que é moderno, mas não gera riqueza para o povo brasileiro. E o terceiro é este sistema geral, mundial, que transformou o Brasil numa economia de exportação de matéria-prima, apenas. E não fica nenhuma riqueza aqui.

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Cargil, Dreyfus e Nestlé controlam as exportações. Elas que ficam com o lucro da riqueza do cacau, não o produtor. Este fica com uma pequena margem.

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PIMENTA – Quem controla as exportações?

STÉDILE – O agronegócio aumenta cada vez mais as exportações, mas Cargil, Dreyfus e Nestlé controlam as exportações. Elas que ficam com o lucro da riqueza do cacau, não o produtor. Este fica com uma pequena margem. Então, se queremos que o cacau seja um produto orgânico para produzir chocolate para o povo brasileiro, temos que derrotar este sistema destas empresas transnacionais. São nossas inimigas.
Para ler a íntegra, clique no link a seguir:Leia Mais

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O Movimento dos Sem-Terra está dividido com relação ao processo sucessório na Bahia.

Líder nacional do movimento, João Pedro Stédile gravou depoimento em apoio à escolha de José Sérgio Gabrielli como candidato à sucessão de Jaques Wagner.  A manifestação, porém, foi rechaçada por dirigentes do MST no Estado, já que o deputado federal Valmir Assunção (PT/BA), liderança histórica dos sem-terra na Bahia, é Rui Costa “desde criancinha”.

Márcio Matos, que comanda o MST no Estado e faz parte da direção nacional do movimento, declarou que Stédile externou uma opinião pessoal “e não uma posição da direção do MST na Bahia”.

Matos justificou o apoio a Rui Costa como uma contrapartida “pela sua relação histórica com o MST baiano, desde os tempos em que o mesmo era dirigente do Sindiquímica, e pela sua atenção à pauta da reforma agrária no Estado”.

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Sem-terra buscavam informações sobre a apuração do homicídio de um integrante do movimento (foto Reprodução Facebook)
Sem-terra buscavam informações sobre a apuração do homicídio de um integrante do movimento (foto Reprodução Facebook)

O grupo de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que ocupou na manhã desta terça-feira, 10, a área externa da Secretaria da Segurança Pública, em Salvador, deixou o local no início da tarde. A retirada se deu após reunião de representantes com o secretário da pasta, Maurício Barbosa, na Governadoria.

Os sem-terra reclamaram da forma como foram recebidos na SSP, com disparos de pistola feitos pelo subsecretário Ari Pereira. A Secretaria divulgou que foram tiros de advertência.

Barbosa disse que sempre recebeu integrantes de movimentos sociais, mas observou que, sob o seu ponto de vista, a ocupação de prédios públicos é “intolerável”, principalmente “um que sedia a segurança pública”.

Na SSP, os sem-terra buscavam informações sobre a apuração do homicídio de Fábio dos Santos Silva, integrante do movimento que foi morto em abril deste ano, em Iguaí, sudoeste baiano. O secretário declarou que o inquérito se encontra em andamento, a cargo de uma equipe especial, formada pela SSP e Ministério Público.

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Um grupo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra ocupa desde o início da manhã desta terça-feira, 10, a área externa do prédio da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, em Salvador. Os manifestantes estão armados com facões, foices e paus e, mais cedo, chegaram a invadir a parte de baixo do prédio, mas foram retirados por policiais. Segundo a reportagem do Bahia Notícias, um tiro foi ouvido, mas ninguém soube dizer de onde partiu o disparo.

Na pauta de reivindicações do MST, está incluída a identificação dos responsáveis pelo assassinato do trabalhador rural Fábio dos Santos Silva, ocorrido em abril na cidade de Iguaí, sudoeste do Estado. Os sem-terra também ocupam desde ontem (9) a área externa do prédio do Instituto Nacional de Colonizações e Reforma Agrária (Incra).

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Líder do MST era ameaçado desde 2010.
Líder do MST era ameaçado desde 2010.

Fábio dos Santos Silva, líder do MST no sudoeste da Bahia, foi executado com 15 tiros nesta terça, 2, em Iguaí. O crime foi cometido por pistoleiros que seguiam em uma moto e interceptaram o carro onde estavam o líder dos trabalhadores sem-terra, a esposa e uma criança.
Fábio vinha sendo ameaçado desde 2010 e chegou a ser preso, arbitrariamente naquele ano (reveja aqui). O líder do MST foi assassinado, brutalmente, na frente da esposa dele e de uma criança, conforme relatos do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). Familiares aguardam a liberação do corpo de Fábio.

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Domingos Matos2Domingos Matos | matos.domingos@gmail.com

Os produtores queimam cacau hoje, em protesto contra a importação do produto da África, porque os nossos armazéns estão abarrotados. O que temos de amêndoas aqui dá – de sobra – para atender a planta moageira instalada no país. Isso é autossuficiência.

No dia em que o presidente da Venezuela Hugo Chavez fez a viagem, e o mundo viu a população em peso nas ruas chorando sua morte, poucas horas antes, em Ilhéus, um protesto contra a importação de cacau pelas indústrias moageiras instaladas no Brasil também chamou a atenção do país.
O leitor deve estar se perguntando o que teria a ver El Comandante com o protesto em Ilhéus. Muita coisa, diria. Uma, importantíssima: os dois fatos – o luto dos venezuelanos e o luxo de se queimar cacau na rua – derivam de uma ação política.
Da parte de Chavez, sabemos que sua popularidade veio da execução de um projeto (social) que fez com que o país auferisse ganhos econômicos e sociais bastante expressivos.  No sul da Bahia, o fato – repito – luxuoso de se queimar cacau em praça pública também só é possível porque houve, antes disso, um projeto, gestado, implantado e gerido a partir de uma ação política, visando um resultado que beneficiasse toda a sociedade.
Esse projeto foi parido dentro da Ceplac, divulgado com antecedência, e hoje permite que a região possa dizer que já não precisa de cacau importado. Falo aqui do projeto “Autossuficiência com Sustentabilidade”, oficializado no Dia Internacional do Cacau, no auditório da Ceplac, mas que foi apresentado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima em janeiro de 2012 pelo superintendente da Ceplac/Bahia, Juvenal Maynart, em conjunto com o chefe do Centro de Pesquisas do Cacau, Adonias de Castro.
Lembremos que dias antes da oficialização, a Ceplac voltava, vitoriosa, de sua participação na conferência da ONU para a sustentabilidade, a Rio+20, onde o cacau da Bahia foi inserido no documento oficial do governo brasileiro para as Nações Unidas como uma das premissas para a sustentabilidade, capaz de contribuir para a diminuição da fome e das desigualdades no país (o cacau cabruca foi consignado como a nona das 10 premissas do MAPA para uma agricultura sustentável).
Pois bem. A safra de 2012 na Bahia bateu 154 mil toneladas – segundo consultoria independente – e a desse ano tem previsão de ultrapassar as 160 mil toneladas. Ora, os produtores queimam cacau hoje, em protesto contra a importação do produto da África, porque os nossos armazéns estão abarrotados. O que temos de amêndoas aqui dá – de sobra – para atender a planta moageira instalada no país. Isso é autossuficiência. E essa autossuficiência foi prevista como uma ação política, direcionada para a sociedade regional.
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Trabalhador ligado ao MST participa de manifestação liberada por produtores (Foto Maurício Maron-Bahia Online).
Trabalhador do MST participa de manifestação liderada por produtores de cacau no Porto do Malhado. Dezenas de pessoas participaram do ato (Foto Maurício Maron- Jornal Bahia Online).

O protesto contra a importação de cacau por indústrias moageiras instaladas em Ilhéus promoveu cena inédita. Produtores e trabalhadores rurais juntos em uma mesma manifestação – e pacificamente.
Além das críticas a indústrias, trabalhadores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e produtores também cobram melhor política de preços para o cacau, que atingiu, nesta semana, R$ 58,00 a arroba.
Ainda quando protestavam, os manifestantes receberam notícia de que um africano clandestino morreu no Navio Victoria. Peritos do Departamento de Polícia Técnica de Ilhéus fizeram o levantamento cadavérico. A Polícia Federal vai investigar as causas da morte do homem encontrado em um tanque de água do navio.

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Helinton Rocha (esquerda) isolou os representantes da região. Joelson Ferreira chiou
Helinton Rocha (esquerda) isolou os representantes da região. Joelson Ferreira chiou

A velha UDR (União Democrática Ruralista), que representou o setor mais reacionário da direita brasileira, praticamente renasceu na manhã desta quinta-feira, 24, na Ceplac. O autor da proeza foi ninguém menos que o diretor do órgão federal, Helinton Rocha, que se deslocou de Brasília para a região e, com pose de Midas, declarou que tinha o plano mágico para resolver os problemas da cacauicultura.
A mesa montada na Ceplac para o milagroso anúncio tinha quase somente representantes do agronegócio. Da Bahia, apenas o titular da Seagri, Eduardo Sales, e Guilherme Moura, da Federação da Agricultura (Faeb), também representando a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Da região, ningas, possivelmente porque as cabeças coroadas veem a turma local como um balaio de incompetentes. Dos movimentos sociais, zero.
Talvez por não acreditar em milagres, o presidente da Câmara Setorial do Cacau, Durval Libânio, pediu a palavra, e afirmou que a cacauicultura não precisa de uma agenda nova, mas tão somente de cumprir a que está posta.
Joelson Ferreira, do Movimento dos Sem-Terra e coordenador do Território de Identidade do Litoral Sul da Bahia, teve que gritar do meio da plateia, pois não lhe concederam formalmente o direito de se manifestar. Ele criticou duramente os que se imaginam donos da verdade e supremos detentores de todo o saber, a ponto de apostar em planos miraculosos concebidos a portas fechadas em gabinetes de Brasília. Sem a necessária humildade de ouvir quem está no campo e tem conhecimento acumulado na matéria.
Arrogância tem limite. Mas hoje o grito da senzala constrangeu a casa grande.

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Foto Pimenta
Foto Pimenta

ENTREVISTA

O deputado federal Valmir Assunção (PT) construiu sua trajetória política no seio do Movimento dos Sem-Terra e, como não poderia deixar de ser, faz uma defesa ferrenha das ocupações de áreas improdutivas, destinando-as aos assentamentos de reforma agrária. Para Assunção, embora tenha diminuído o apoio da sociedade ao MST, é necessário manter e intensificar as ações do movimento, para “mostrar à sociedade que a reforma agrária é viável”.
O PIMENTA conversou brevemente com o deputado sobre a agenda do MST em 2013 e a respeito da ofensiva da direita ao Partido dos Trabalhadores, que chegou a dez anos no comando do País.
 
PIMENTA – Qual é a agenda do MST para 2013?
Valmir Assunção – Nós estamos trabalhando para que em 2013 o MST possa se voltar internamente para a organização dos assentamentos e acampamentos, das atividades de produção, formação, por meio da realização de cursos, sem abrir mão da natureza e a razão da existência do movimento, que é a ocupação de terras.
PIMENTA – Haverá mais ocupações este ano?
VA – O Movimento dos Sem-Terra em 2013 tem que apertar o passo, do ponto de vista de ocupar terra, pois é isso que faz com que o movimento cumpra sua função, que é democratizar o acesso à terra. Só tem reforma agrária no Brasil porque o MST tem essa disposição e essa coragem de ocupar, resistir produzir e combater.
PIMENTA – Como a sociedade vê hoje o MST?
VA – O Movimento dos Sem-Terra já teve mais apoio da sociedade do que hoje, sem dúvida alguma. Nós já tivemos períodos na história do movimento em que havia até 80% de aceitação da sociedade. Hoje nós temos um pouco menos, mas não é porque diminuiu o apoio da sociedade à luta pela reforma agrária que nós deixamos de lutar por ela.
PIMENTA – Qual o caminho para recuperar o apoio da sociedade?
VA  – A nossa luta é justamente para poder mostrar para a sociedade que a reforma agrária é viável. Até porque 80% do alimento que chega na casa de qualquer pessoa vem da agricultura familiar e de assentamentos de reforma agrária. O agronegócio e as grandes empresas produzem simplesmente monocultura, enquanto o arroz, o feijão, a farinha, ou seja, o produto para consumo da população brasileira vem da agricultura familiar, daí a necessidade de democratizar o acesso à terra. Todas as terras improdutivas, que não cumpram sua função social, devem ser destinadas à reforma agrária. O Movimento dos Sem-Terra tem que enfrentar esse debate, fazer esse debate na sociedade e, ao mesmo tempo, promover as ocupações.
PIMENTA – Setores do PT apontam uma reação conservadora ao partido, manifestada por exemplo no julgamento do “mensalão”.
VA – É lógico que existe uma ofensiva por parte de segmentos da direita, que não engolem e não aceitam dez anos do governo do PT, mas a sociedade brasileira, por meio das pesquisas, está dizendo que o PT faz uma boa gestão. Eu tenho certeza que, em virtude dessa avaliação positiva, nós iremos governar por muitos e muitos anos. O segredo do governo está justamente nas políticas sociais. Quando o (ex) presidente Lula e a presidenta Dilma fazem Luz Para Todos , Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, trabalham o Brasil Sem Miséria, quando há uma crise internacional e ainda assim, aqui no Brasil, preserva-se o emprego, o salário e a condição de vida das pessoas, lógico que a população reconhece isso.

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Sem-terra cobram educação, saúde e estradas (Formador de Opinião).

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam a sede da prefeitura de Itajuípe, hoje, com facões e foices na mão. Durante a ocupação, os integrantes do MST gritavam palavras de ordem e cobravam a presença do prefeito Marcos Dantas (PP) para negociar compromissos firmados pelo município e não honrados, segundo a liderança do movimento.
Os trabalhadores reivindicam o cumprimento de acordos firmados pela prefeitura com o MST, como recuperação de estradas vicinais, construção de salas de aula, manutenção de escola e atendimento em saúde. Os trabalhadores rurais são dos assentamentos “Fazenda Loanda” e “Rosa Luxemburgo”. Desde a última segunda, o MST já ocupou dez prefeituras baianas.

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As cerca de 1.500 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, que ocuparam nesta terça-feira, 28, terras da Fazenda Cedro, da Vereacel Celulose, em Eunápolis, explicam que a ocupação “faz parte da programação do Dia da Mulher”, oficialmente celebrado a 8 de março.

Segundo militantes do movimento, há dez anos as mulheres comemoram o 8 de março realizando marchas a Salvador, o que não será possível este ano em função da concorrência com os trios elétricos.

As sem-terra são procedentes de 26 assentamentos e 20 acampamentos do MST, onde vivem 9,5 mil famílias. Usando  facões e foices, elas derrubaram pés de eucalipto e iniciaram o plantio de feijão e milho.

Uma militante conhecida como “Liu” explicou que a ocupação neste mês é para colocar na ordem do dia a pauta contra a “feminização da pobreza”.

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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram na manhã de hoje quatro prefeituras do sul da Bahia – Itabela, Itamaraju, Mucuri e Prado – para reivindicar melhorias nas condições de estudo das crianças e dos adolescentes que moram nos assentamentos da região. As invasões só devem ser concluídas depois de os prefeitos receberem as lideranças do MST.

Segundo a liderança do movimento, organizado pela Regional Extremo Sul do MST da Bahia, os manifestantes pressionam as administrações municipais a construir escolas nos assentamentos e a fornecer transporte aos alunos que tiverem de se deslocar para estudar. Além disso, reivindicam a contratação de mais professores para a rede pública na região, segundo informações da Agência Estado.

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Embora a lei proíba qualquer tipo de avaliação em área rural invadida, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) realizou, nos últimos quatro anos, vistorias para desapropriar terras ocupadas ilegalmente.

A constatação surgiu de um cruzamento feito pelo TCU (Tribunal de Contas da União), após solicitar à ouvidoria do Incra a relação das propriedades rurais invadidas desde 2006, número de famílias envolvidas e quem comandou as invasões.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) liderou a maioria das ações e 112 mil famílias participaram das ocupações. O TCU pediu ainda a lista de áreas vistoriadas para fins de reforma agrária nos últimos quatro anos.

A lei que vem sendo burlada é a 8.629/93, atualizada em 2000. A legislação determina que imóvel rural invadido “não será vistoriado, avaliado ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação”.

(Informações da Agência Estado)

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Seis integrantes do MST estão presos na cadeia pública de Iguaí, no sudoeste baiano, acusados de porte ilegal de armas. A prisão foi efetuada pelo delegado Teodoro Neto, policiais e os donos da Fazenda Lagedo, Fabiani Borges e Delson Moura.

Segundo a polícia, os sem-terra iriam ocupar a fazenda, armados. A versão, conforme o deputado estadual Valmir Assunção, é contestada pelos detidos. Foram presos na operação os trabalhadores rurais Antônio Marcos Barbosa dos Santos, 37, Fábio dos Santos Silva, 30, Flávia Silva, 30, Jailton Alves Brito, 37, Márcio da Silva Brito, 37, e Walter Rubens de Jesus Santos, 41.

O adolescente F.S.S., de 17 anos, e o pai, Joilson Jesus Santos, foram detidos e liberados logo em seguida. Advogados do MST vão tentar o relaxamento da prisão dos sem-terra e a anulação do flagrante, segundo Lúcia Barbosa, coordenadora do MST.