Artista apresenta o álbum Autoridade Dona Val || Foto Thames Vieira
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Tacila Mendes

A atriz, cantora e compositora ilheense Valderez Teixeira, Dona Val, acaba de lançar o seu primeiro disco autoral, Autoridade Dona Val. Quando o álbum ainda estava no processo de gravação, uma de suas músicas, “Adeus, minha borboleta”, foi escolhida pela TV Globo para ser cantada na novela Renascer, pela personagem Maria Santa, na icônica cena do primeiro encontro romântico com José Inocêncio, na beira do rio. “Me sinto feliz pela música já estar ganhando o mundo”, comemora a artista de 87 anos, moradora do bairro Salobrinho. O disco está disponível nas principais plataformas digitais (Spotify, Amazon Music, YouTube Music, Apple Music, e outras).

“Com a ajuda de Deus e das pessoas amigas, consegui gravar o disco. É uma emoção muito grande, porque uma pessoa que veio de onde eu vim, que nunca frequentou aula de música, aí aparece a oportunidade de gravar o disco autoral, é como um prêmio”, celebra.

Embaladas pelo ritmo do samba, as músicas trazem a poesia do cotidiano, do amor pela família, da autoafirmação e da fé de Dona Val. “São sete composições, e eu escolhi todas. Eu continuo compondo e espero continuar gravando”, conta ela, que costuma anotar as letras no caderno vermelho onde tem escrito “Autoridade Dona Val” – inspiração para o nome do disco – e onde está registrada cada letra da artista.

HÁ 31 ANOS

A vida artística de Dona Val remonta à primeira versão da novela Renascer (TV Globo, 1993), quando a artista nata teve a sua primeira oportunidade nas telinhas, aos 56 anos de idade. A vida parece ter esperado esse momento propício para lançar a artista no mundo. A partir daí, ganhou as telonas com participações em filmes como “Eu me lembro” (Edgard Navarro, 2005) – que lhe rendeu o prêmio Candango de Cinema de melhor atriz coadjuvante – “Estranhos”(Paulo Alcântara, 2007), “Quincas Berro D’água” (Sérgio Machado, 2010) e do curta-metragem “Ensolarado” (Ricardo Targino, 2010).

Dona Val, que já exerceu o ofício de lavadeira, nasceu na zona rural de Ilhéus, e o convívio com trabalhadoras/es nas roças de cacau registrou para sempre os cantos de trabalho em sua memória, tornando-a uma referência em músicas populares do cacau. Foi assim que, em 2000, participou do disco nº 3 da coletânea Bahia Singular e Plural, lançado pelo Irdeb para registrar as tradições populares baianas.

Foi a principal colaboradora para o repertório de releituras de cantos de trabalho da lavoura cacaueira, empreendidos pela banda Mulheres em Domínio Público, em 2011. Ela participa do disco “Sindô lê lê”, lançado em 2018 nas plataformas digitais, e dos videoclipes e documentário musical da banda, disponíveis no canal do Youtube do grupo.

PRODUÇÃO COLABORATIVA

O disco Autoridade Dona Val tem apoio da da Pró-Reitoria de Extensão e do Laboratório de Comunicação Social da Universidade Estadual de Santa Cruz, onde foi gravado. A produção executiva é de Tacila Mendes e a produção musical contou com o trabalho colaborativo de Cristiane Passos, Aderson Marcelo, Cabeça Isidoro e Tacila Mendes. Foto e capa do disco são assinados por Thames Vieira.

Todos os músicos participam do disco de forma voluntária, somando seus talentos  para as composições da artista. São eles: Herval Lemos e Edilson Alencar (violão), Mailton Figueiredo (baixo), Ticiana Belmonte (percussão), Daniel Mendes (cavaquinho), Quaty (guitarra), Danilo Ornelas (rabeca), Almerindo Silva, Rodrigo Gomes e Murillo Gomes (percussão) e samples de Lula Soares Lopes. Os backing-vocals foram cantados pelas cantoras da banda Mulheres em Domínio Público: Cris Passos, Geisa Pena, Ingrid Luíse e Tacila Mendes.

Já a captação e programação de samples foram feitas por Eli de Arruda e mixagem e masterização de Ismera (Canoa Sonora). O disco contou com apoio de Emiron Gouveia. Acompanhe as novidades no Instagram @donavaloficial, e no canal do Youtube.

Rita Lee é sinônimo de libertação estética e política da música || Reprodução/Facebook
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A cantora e compositora Rita Lee, ícone de irreverência e liberdade estética da música popular brasileira, faleceu ontem (8), aos 75 anos, em sua casa na cidade de São Paulo. A informação foi divulgada pela família da rainha do rock nacional, na manhã desta terça-feira (9).

“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”, diz trecho da nota pública.

Rita Lee Jones foi vítima de complicações de um câncer de pulmão, contra o qual lutava desde 2021. Segundo a família, o velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, amanhã (10), das 10h às 17h.

VANGUARDA

Com Os Mutantes, Rita Lee esteve na vanguarda da música em dois sentidos; primeiro, por ser uma mulher à frente de uma banda de rock; segundo, pela capacidade que o grupo teve para conferir ao gênero de origem norte-americana elementos da musica nacional, no bojo do segundo grande movimento antropofágico da cultura brasileira, o Tropicalismo.

Ouça, abaixo, a música Ando Meio Desligado, na versão original de 1970, do álbum A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado.

Ney Matogrosso é das personalidades mais marcantes da Música Popular Brasileira || Foto Ari Brandi/Divulgação
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Uma das características de Ney Matogrosso é a generosidade. Quando foi ao banco depositar dinheiro acumulado e não conseguiu, retornou e disse aos amigos: “ali tem um saco de dinheiro, quem precisar é só pegar. ”

 

Marival Guedes

Caetano Veloso escreveu na orelha do livro sobre Ney, que a obra é “leitura emocionante. ”  Não encontrei termo mais apropriado. São 512 páginas resultado de quase 200 entrevistas feitas em cinco anos pelo escritor e jornalista Julio Maria.

Conta a expulsão de casa pelo pai, um militar, quando Ney aos 17 anos se defendeu de uma agressão física; o ingresso na aeronáutica; o trabalho num hospital em Brasília; a vida hippie vendendo artesanato e dormindo em casas de amigas (os); seus amores; o sucesso no Secos & Molhados; a carreira solo etc.

No período em que confeccionava e vendia artesanato, também atuava no teatro. A grana era curta e ele passava fome. Um dia desmaiou no palco. Fome.

O teatro era a sua paixão. Certa vez, confessou ao ator Leonardo Villar (25/07/23-03/07/20):  “Eu não quero ser cantor, quero ser ator”. Villar respondeu: “ Não lute contra isso, Ney. Você é cantor”. Nesta mesma linha a amiga carioca Luli (19-06-45-26/09/18) cantora, compositora e multi-instrumentista, o aconselhou de uma forma que soou meio mística: “Não negue o chamamento, Ney”.

E foi Luli quem o apresentou ao Secos & Molhados, período em que o grupo chegou a vender mais discos que Roberto Carlos. Ney rompeu, segundo o biógrafo Julio Maria, porque o líder João Ricardo tentou lhe aplicar um golpe.

Escrevo este texto com a cautela de quem quer evitar o comentado spoiler. Mas contarei resumidamente duas historinhas: A primeira sobre o fato de Ney fazer muito sucesso e sair anonimamente. Um dia ele e um amigo foram a uma loja de discos e perguntaram às vendedoras como estava a vendagem dos Secos.” Vendendo bastante”, respondeu uma moça.

– O que acha do cantor? – perguntou o amigo.

-Eu adoro o que rebola na frente. Será que ele é veado?

Os dois saíram sorrindo.

Uma das características de Ney Matogrosso é a generosidade. Quando foi ao banco depositar dinheiro acumulado e não conseguiu, retornou e disse aos amigos: “ali tem um saco de dinheiro, quem precisar é só pegar. ”

Noutro caso, quando um ex-namorado foi contaminado pela Aids, Ney foi buscá-lo, montou um quarto especial e bancou o caríssimo tratamento. Familiares da vítima choram quando relatam este episódio.

Ele viu vários amigos e ex-amores serem levados pela Aids. Quando fez o teste e deu negativo, não comemorou em respeito à estas pessoas. Mas foi vítima da maldade da Revista Amiga, que colocou em manchete: “A Aids de Ney Matogrosso, Milton e Caetano”. No texto não havia confirmação. Entretanto, o estrago estava feito. Acionou a justiça e ganhou 350 mil dólares.

Ney, multiartista, completou 80 anos no dia primeiro de agosto. Escapou da Aids, da covid e continua cantando e dançando. Magistralmente.

Marival Guedes é jornalista.

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Venturini e Margareth Menezes são atrações do (Montagem Ibahia).
Venturini e Margareth Menezes são atrações do Vozes do Brasil (Montagem Ibahia).

Do Ibahia

Depois de abrir a turnê em Porto Seguro, no início de outubro, o projeto Vozes do Brasil desembarca agora em Ilhéus, com shows de Flavio Venturini e Christiano Reiz, no dia 1° de novembro, e Margareth Menezes e Juba Gonzaga, no dia 02.

As apresentações acontecem às 19h, no Centro de Convenções de Ilhéus, com ingressos a R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Os ingressos podem ser adquiridos no Stand do Karioka, em Ilhéus, e Bicho Festeiro (Shopping Jequitibá), em Itabuna.