A Lagoa Dourada, em Betânia, distrito de Santa Luzia || Foto Walmir Rosário
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Bendengó – bem pertinho da Lagoa Dourada – é hoje um nome esquecido e somente alguns mais velhos ainda são capazes de lembrar os tempos fartos da lavra de diamantes.

 

Walmir Rosário

Uma maravilha da natureza! Assim pode ser chamada sem qualquer puxa-saquismo a pequena Lagoa Dourada, encravada no município de Santa Luzia, mais precisamente na fazenda Lagoa Dourada, distrito de Betânia. Esses apenas 170 metros de cumprimento por 50 metros de largura são capazes de encantar os olhos de qualquer vivente pelas suas águas claras, levemente azuladas nos locais mais fundos e fervedouros.

Acreditem – não é lenda –, a Lagoa Dourada tem história capaz de encantar muita gente que a visita, desde aqueles que aparecem apenas para contemplar suas águas, ou aqueles que a viam como um objeto de cobiça. Isso mesmo, nativos e estrangeiros passaram muitos anos tentando retirar os milionários diamantes que garantiam – e ainda garantem – estarem guardados entre as pedras e areias do seu leito.

Toda a beleza e riqueza da Lagoa Dourada não foram suficientes para merecer a atenção das autoridades local, estadual e nacional, para um estudo completo, transformando-a num point turístico ou econômico. E olha que ela está localizada bem pertinho da BA-270, que liga a BR-101 a Canavieiras, portanto, de fácil acesso, para “matar” a curiosidade e satisfazer o interesse das pessoas.

Os mais velhos dizem que a Lagoa Dourada já aprontou algumas peripécias com os gringos que por lá apareciam para explorá-la, mandando-os de volta para suas terras de origem com as mãos abanando. Alemães, norte-americanos, franceses e italianos passaram anos realizando estudos de como retirar os diamantes escondidos em suas entranhas e jamais conseguiram lograr êxito.

Os números da Lagoa Dourada são modestos, com um espelho d’água de 170 x 50 metros, fundura que pode ser medida com uma simples régua de 50 centímetros nas beiradas ou de mais de 10 a 15 metros nos chamados fervedores. Esses fervedouros nada mais são do que as frestas ou furos que abastecem a área da lagoa, que têm a aparência semelhante à da água fervendo ou a simples água mineral com gás.

A pressão se origina de um rio subterrâneo, que, como não consegue aflorar – romper o solo arenoso – apenas espirra a água por essas fendas. Os curiosos, inclusive, mergulham e colocam as mãos nos fervedouros para sentir a pressão da água. Outra curiosidade são os olhos esbugalhados dos pequenos peixes, cuja deformidade é atribuída a uma ilusão ótica, o que pode ser comprovado por diminuir o tamanho dos objetos mergulhados no espelho d’água.

Voltando aos exploradores de diamantes, lembro do grande maquinário que enferrujou na beira da lagoa, abandonado que foi pelos italianos, esperançosos em realizar a proeza de esvaziar toda a água da Lagoa Dourada, para facilitar o trabalho de garimpagem. Passaram meses tentando esgotar a água e, quanto mais a retiravam, a lagoa enchia. Desesperados, voltaram mais pobres à Itália.

Lembro-me – como se fosse hoje – uma reportagem que fiz há quase 40 anos para a a comunicação da Ceplac, sobre a Lagoa Dourada, quando entrevistei moradores e garimpeiros, entre eles Altelino Oliveira de Amorim, já cansado pelo peso da idade. Ele veio das lavras de Andaraí e Lençóis – como outros – para “bamburrar” no sul da Bahia. Em Betânia, foi financiado pelo gringo León, na lavra de Bendengó.

Essa mina – bem como outras no ribeirão do Salobro – estava famosa por um diamante de quase um quilo encontrado pelos garimpeiros do gringo León, a 16 metros de profundidade. Para abrir essas minas, todo o maquinário foi trazido de navio até Canavieiras e daí transportado em grandes canoas até o extinto povoado de Jacarandá e levado por juntas de bois para bem próximo da Lagoa Dourada.

À época da reportagem, Altelino – já com locomoção comprometida – ainda sonhava com a possibilidade de bamburrar, e para isso esperava encontrar um sócio capitalista que financiasse o empreendimento. Apesar das precárias condições de saúde, Altelino se considerava um exímio garimpeiro, capaz de lavrar com bateia, rompe emburrado, catreamento e trava. “Sou garimpeiro até de baixo d´água”, bravateava.

Pelas informações que obtive recentemente, Altelino morreu sem conseguir concretizar o seu sonho, e as minas do Salobro e Bendengó não são mais as mesmas de antigamente, quando enriqueceram muitos desbravadores. Bendengó – bem pertinho da Lagoa Dourada – é hoje um nome esquecido e somente alguns mais velhos ainda são capazes de lembrar os tempos fartos da lavra de diamantes.

Melhor sorte teve a Lagoa Dourada, cercada de cacaueiros e árvores da Mata Atlântica, que recebe um ou outro visitante nos finais de semana. Descansam em suas margens, se banham nas suas águas, mergulham nos fervedouros, fazem churrasco, o comem com a farofa favorita, entre um gole e outro de cachaça e cerveja. Festa acabada, saem sem a menor cerimônia e deixam as garrafas, sacos e copos plásticos jogados às margens.

Cerca de 40 depois constatei que a Lagoa Dourada ainda resiste bravamente.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

 

 

 

E a cada post nas redes, não somente sobre a festa em si, mas sobre a “virada de chave” na terrinha, o mote da campanha que já ganhou o país: Bote Fé em Itacaré!

 

Se alguém me contasse, há dez anos, que a catraca do mundo iria girar e transformar Itacaré em uma cidade turística tão movimentada e pujante, confesso que, particularmente, duvidaria. Aquele lugarzinho (sempre bonito por natureza, claro!) que abrigava uma turma um tanto alternativa e apreciadora do surf e esportes radiciais se transformou em um dos roteiros mais procurados do mundo. E não decepciona!

Do natural ao modernoso no atendimento e serviços. Do simples ao luxuoso, sem perder a ternura. Dos pés na areia à calçada da famosa Pituba. Itacaré é hoje cenário de um vai e vem dos mais animados, com pessoas de todas as idades e classes sociais, roteiros para todos os gostos e uma noite aconchegante acontecendo de segunda a segunda.

Pôr-do-sol na Ponta do Xaréu é um dos mais bonitos do litoral baiano || Foto Andrade

Para deleite, um dos maiores réveillons do país acontece, nesta virada de 2019/2020, na cidade turística próximo de Ilhéus. Ivete Sangalo, Jorge e Matheus, Durval, Alok e mais uma seleção imensa de DJs conhecidos mundialmente farão a festa por lá, em cinco dias pensados e realizados por Victor Oliva e equipes, time de produtores de eventos dos melhores do país.

Na dúvida, há um boato de que eles estão orientando a logística completa também do município para a recepção de um público tão grande e conhecedor de um turismo, digamos, mais luxuoso. E a cada post nas redes, não somente sobre a festa em si, mas sobre a “virada de chave” na terrinha, o mote da campanha que já ganhou o país: Bote Fé em Itacaré! Aqui para nós, tem que ir lá para acreditar no que está acontecendo, tão pertinho (e, ao mesmo tempo, tão distante da nossa realidade)!

Manuela Berbert é publicitária.

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Projeto no sul da Bahia contabiliza mais de 100 mortes de tartarugas

Mais de cem tartarugas já apareceram mortas nas parias do sul da Bahia, este ano. Segundo informações do Projeto Tamar, só entre agosto e setembro foram 42. Em 2017, foram cerca de 75 mortes durante o ano inteiro.

De acordo com a entidade, que atua na proteção de tartarugas, as causas mais comuns das mortes dos bichos são a ingestão de lixo e a captura acidental em redes de pesca.

Segundo a bióloga Stella Tomás, nesta época do ano, o número de tartarugas mortas tende a aumentar, porque é época de reprodução. “Agora em setembro já começa o período reprodutivo delas, e em outubro elas começam a subir para desovar e ficam mais próximas do litoral. Então o risco aumenta, tanto com a questão de ingestão de lixo, como de captura acidental nas redes”, explica ao G1BA.

Ela destaca que, caso uma pessoa encontre uma tartaruga na praia, viva ou morta, ela deve entrar em contato com o Projeto Tamar.

“E se ela estiver viva, não pega o animal e solta diretamente no mar, porque às vezes é uma fêmea que está subindo para reproduzir. E aí você está interrompendo o ciclo, o que pode trazer problemas”, acrescenta.

O veterinário Wellington Laudano afirma que, além da morte das tartarugas, há pessoas que pegam ovos dos ninhos, para comer. “Infelizmente há a violação de ninhos. Só quem pode fazer monitoramento e manipulação são pessoas especializadas e autorizadas”, diz.

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Luiz Conceição | jornalistaluizconceicao2@gmail.com

No dia seguinte, a natureza em fúria fez o rio avançar ainda mais. Desta vez pela Avenida do Cinquentenário e demais vias e praças na parte baixa do centro, inundando lojas de tecidos, sapatos e acessórios e eletrodomésticos, residências, agências bancárias, depósitos de cacau…

 

Há 50 anos o céu cinzento de dezembro era prenúncio de chuvas e de muita fartura. Fazendeiros e comerciantes estavam animados com aquele tempo, porque chuva nesta época do ano significava mais fruto de cacau na safra e mais dinheiro na caixa registradora e circulando, irrigando a economia.

A vida das famílias seguia com a expectativa das festas de fim de ano. Para alguns estudantes, era fim do ciclo primário e do ginásio, para onde muitos de nós ansiávamos chegar com o exame de admissão.

A temida prova dava acesso à 1ª série ginasial. Era ritual de passagem da infância para a adolescência. Por isso, o resultado do exame de admissão era aguardado com ansiedade e medo por toda a família e não só por nós.

À medida que se aproximava o Natal era intenso o frenesi pelos presentes nas lojas e nas casas. Nessa época, chovia abundantemente no sul da Bahia, abençoado com a rica mata atlântica, ribeirões e rios fartos e cheios de peixes. Os índices pluviométricos registram no começo de todos os verões o início da quadra chuvoso do ano.

Passou a festa natalina. As chuvas ficaram ainda mais fortes e intensas. Transbordamento de riachos, ribeirões e cursos d’água e dos tributários – Salgado e Colônia – que formam o Rio Cachoeira que corta Itabuna em direção ao mar no litoral da velha Capitania de São Jorge dos Ilhéus.

Com o volume d’água crescendo a cada hora ficaram mais encorpados. O que era alegria do povo em ver o rio cheio de suas margens, junto com crianças e adolescentes em algazarra e férias, se transformou em medo, drama e terror a partir do dia 27 de dezembro.

As águas turbulentas, escuras e sujas do Cachoeira transbordaram da calha e alcançaram as parte baixas da cidade. Burundanga, Berilo e Bairro Mangabinha, na zona oeste. Cajueiro e Fátima, ao leste, e bairro Conceição, lado oposto ao centro da cidade, tiveram famílias desalojadas e desabrigadas.

No dia seguinte, a natureza em fúria fez o rio avançar ainda mais. Desta vez pela Avenida do Cinquentenário e demais vias e praças na parte baixa do centro, inundando lojas de tecidos, sapatos e acessórios e eletrodomésticos, residências, agências bancárias, depósitos de cacau…

O que era espetáculo virou tragédia, desespero.

As águas derrubaram casas, carregaram móveis e utensílios domésticos. No comércio se perderam mercadorias nos expositores, balcões e depósitos.  Alguns comerciantes foram vítimas de saqueadores que, desavergonhadamente, furtaram-lhes mercadorias em meio ao caos.

Muitos empregados no comércio arriscaram-se em proteger e salvar lojas e bens dos patrões, inclusive com a própria vida. Não se sabe ao certo quantos morreram enfrentando a correnteza forte das águas que em alguns locais do centro comercial do centro de Itabuna alcançou 2,5 metros, derrubando posteamento da rede de energia elétrica e sinais de trânsito, solapando marquises.

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A outrora culta e reluzente sociedade grapiúna é hoje arremedo do que foi antes da cheia desta Cachoeira que completa agora 50 anos. 

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Há todo um folclore posterior à tragédia de 1967 que, ao lado das enchentes do Rio Cachoeira em 1914 e 1947, figura com a mais espetacular e terrível de todas. Mesmo quem não se viu diretamente atingido não deixou de se condoer com parentes, amigos e vizinhos que perderam tudo.

Embora a cidade ainda viva, não tem nenhuma memória da mais famosa enchente de sua história que não foi fato isolado. Houve rumores do estrondo de uma barragem numa fazenda de criação de gado nas bandas de Santa Cruz da Vitória, então 36, fato noticiado de forma acanhada pela imprensa de então.

Há imagens de ruas e avenidas alagadas dos fotógrafos Newton Maxwell (Buião), Sabino Primitivo Cerqueira e Emerson Trindade Carregosa (Foto Emerson), dentre outros, ainda preservados em sites na Internet. A outrora culta e reluzente sociedade grapiúna é hoje arremedo do que foi antes da cheia desta Cachoeira que completa agora 50 anos.

As águas levaram consigo o balcão frigorífico, cadeiras e mesas do Vagão, bar e restaurante à cabeceira da Ponte do Marabá, margem direita do rio. Lá se reunia a intelectualidade e a promissora juventude da época de ouro do cacau para sorvetes, cuba libre ou hi-fi e bebidas diversas após sessões de cinema.

Janeiro chegou e com ele o socorro pelos Governos federal e estadual às vítimas, inclusive com a criação do atual bairro Lomanto e vacinações. O comércio teve pouca ajuda que se iniciou com caminhões de guarnições do Corpo de Bombeiros de Salvador lavando as avenidas, ruas e praças do centro.

Itabuna vive, mas nada recorda da trágica enchente de 1967. Além de destruir a dignidade das pessoas, bens e mercadorias, certamente a cheia lavou tudo, incluindo o amor à cidade e sua gente, além do que restou de nossa pouca memória que um dia nos faltará muita, mas muita falta. E não é porque não haja dinheiro para estudos e pesquisa sobre sua própria história.

Luiz Conceição é jornalista.

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Águas-vivas invadem praias da zona sul de Ilhéus || Reprodução Anabel Mascarenhas
Águas-vivas invadem praias do sul de Ilhéus || Reprodução Anabel Mascarenhas/Instagram

O finalzinho do Feriadão de Finados foi marcado pela invasão de águas-vivas em praias da zona sul de Ilhéus. A professora e fotógrafa Anabel Mascarenhas na Praia dos Milionários fez este registro das águas-vivas, postando-o em uma rede social. Desde a quinta-feira (2), o município sul-baiano sofre com ventania e ondas fortes, o que pode ter trazido as águas-vivas para as praias da zona sul.

De acordo com especialistas, a água-viva só queima – e causa grande dor , quando se sente atacada. O banhista precisa ficar atento à água e também à areia. Não deve lavar o local da queimadura com água doce para não detonar substâncias venenosas que são expelidas pela espécie.

O indicado é água do mar e soro fisiológico até que se tenha atendimento médico. Há quem aplique vinagre na área lesionada. É preciso muito cuidado, pois a queimadura pode detonar forte reação alérgica.

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Macaco bugio marrom é uma das espécies ameaçadas || Foto Divulgação
Macaco bugio marrom é uma das espécies ameaçadas || Foto Divulgação

Um estudo realizado pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), em parceria com mais de 40 instituições, mostra que 331 espécies animais estão ameaçadas de extinção na Bahia. Segundo o levantamento, cinco espécies já estão regionalmente extintas, além de 54 que se encontram em perigo crítico. O estudo, que revela dados preocupantes sobre a fauna no estado, cita ainda outras 133 espécies que correm perigo de sumir do mapa, enquanto outras 141 aparecem em situação considerada vulnerável.

Ao todo, foram avaliadas 2.607 espécies. Ou seja, mais de 10% delas apresentam alguma ameaça. “Não é um número alarmante, mas é preocupante. Mas não diverge muito da lista de outros estados”, explica o superintendente de Estudos e Pesquisas Ambientais da Sema, Luiz Ferraro.

A lista completa (ver abaixo) foi publicada na edição desta quarta-feira (16) do Diário Oficial do Estado. A portaria estabelece que a captura, transporte, armazenamento, guarda e manejo das espécies somente poderão ser permitidos para fins de pesquisa ou para a conservação da espécie, mediante autorização do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). De acordo com a legislação ambiental, os crimes contra a fauna são inafiançáveis.

Entre as espécies mais conhecidas da população estão o papagaio-do-peito-roxo, a onça-pintada, o ouriço-preto, o gavião-real, a preguiça-de-coleira, o peixe mero, a jararacuçu-tapete, e a perereca-de-capacete. O biólogo e pesquisador da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) Moacir Tinoco diz que a lista contempla ainda espécies que só existem na Bahia, a exemplo do mico-leão-de-cara-dourada, a lagartixa-de-mucugê, e, uma das principais e mais ameaçadas, o calango do abaeté, que só existe em uma pequena área do Litoral Norte da Bahia.

PLANO DE CONSERVAÇÃO

De acordo com a Sema, os dados vão nortear a criação de um mapa de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na Bahia. “Tudo o que pudermos fazer para que essas áreas sejam mais preservadas, vamos fazer”, explica o superintendente.

A partir do estudo também deve haver, segundo Ferraro, um maior controle na liberação dos licenciamentos ambientais, levando em consideração o impacto que a atividade terá para a preservação dessas espécies. “Vai exigir muita atenção e cuidado com essas espécies”, ressalta. Ainda segundo ele, o estudo vai subsidiar o trabalho de fiscalização dos órgãos ambientais, que passarão a contar com este instrumento de controle.

Após o levantamento, a Sema agora está fazendo um plano de ação em colaboração com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), que pode prever, inclusive, um plano de repovoamento das espécies afetadas no estado. É a primeira vez que foi realizado um estudo como este para avaliar os graus de ameaças da biodiversidade na Bahia.
Confira a íntegra no Correio*

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Baleia Jubarte é encontrada em praia de Una.
Baleia Jubarte é encontrada morta em praia de Una|| Foto divulgação

Uma baleia Jubarte de cerca de 10 metros de comprimento foi encontrada morta por populares na segunda-feira (24), na Praia dos Lençóis,  no limite de Una com Ilhéus.

O Instituto Marola e o Projeto A-Mar informaram que a baleia era fêmea e apresentava ferimentos na região da mandíbula. O corpo do animal foi retirado do local nesta terça-feira (25) e a causa da morte só será conhecida após a conclusão da perícia feita pelo Projeto Baleia Jubarte.

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Cenário da bela Baía do Pontal foi modificado pelas baronesas.
Cenário da bela Baía do Pontal foi modificado pelas baronesas.

A chuva dos últimos dias na região sul modificou o cenário de uma das mais belas paisagens de Ilhéus, a Baía do Pontal. Toneladas de baronesas foram levadas para a baía com a cheia do Rio Cachoeira. A chuva deu uma paradinha, porém o grande volume de água tem carreado ainda mais material orgânico para Ilhéus. Já em Itabuna, um grande tapete verde se formou na Ponte do Marabá, como quase sempre ocorre a cada cheia do rio que corta a cidade e desemboca no município vizinho. A foto é de Luiz Fernandes Ferreira.

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EugniaEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Aristóteles criou um triângulo representando o que é imprescindível à evolução da cidade-estado: de um lado do triângulo, a educação, do outro lado a arte, e na sua base a natureza.

 

Os antigos não mentem ou se confundem. Por isso é pertinente que neste 22 de abril, dia internacional da Terra, cacemos pérolas antigas e não tão antigas, que justificam a visão vanguardista de contemporâneos e antepassados, acerca da devastação humana dos bens da natureza, que não deveriam ter sido devastados pela espécie que se diz racional.

Aristóteles, o filósofo dedicado à ética, portanto, às causas sócio- planetárias, criou um triângulo representando o que  é imprescindível à evolução da cidade-estado: de um lado do triângulo, a educação, do outro lado a arte, e na sua base a natureza. Entretanto, ao longo dos séculos, o tripé que facilitaria a relação respeitosa com o planeta, foi olvidado, permanecendo sua beleza, apenas nos registros dos artistas, e no pensamento humanista de muitos que conseguem antever a tragédia planetária patrocinada pelo próprio homem, que não abre mão do conforto que ela proporciona. Contraditoriamente, a crescente demanda para o lazer é sempre por áreas rodeadas pelas belezas naturais.

O ano é 1833 e na íntegra um excerto de escritos de José Bonifácio de Andrada e Silva, aquele mesmo, o Patriarca da Independência dos livros de História: Nossas numerosas minas por falta de trabalhadores ativos e instruídos estão desconhecidas ou mal aproveitadas: nossas preciosas matas vão desaparecendo vítimas do fogo e do machado da ignorância e do egoísmo: nossos montes e encostas vão-se escalvando diariamente, e com o andar dos tempos faltarão as chuvas fecundantes, que favorecem a vegetação e alimentam nossas fontes e rios […]. Virá então esse dia, terrível e fatal, em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos. Escrito no advento da Revolução industrial, isso tinha que ser renegado ao esquecimento premeditado, em algum porão inacessível.

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(Foto Marcos Alpoim)
(Foto Marcos Alpoim)

A bela Baía do Pontal, em Ilhéus, amanheceu nesta terça (22) tomada pelas baronesas (aguapés) que por mais de oito meses se acumularam na faixa urbana do leito do Rio Cachoeira em Itabuna.

Ontem, duas retroescavadeiras faziam a desobstrução da Ponte do Marabá, centro, mandando o “presente” grego para a cidade vizinha. O Cachoeira desemboca na baía ilheense.

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Dar destinação correta ao lixo que as cidades produzem diariamente é um sério e grave desafio. Na pequena Coaraci, a 56 quilômetros de Itabuna, uma ação da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), leva essa preocupação para a escola.
Nos dias 19 e 20 deste mês (segunda e terça-feira da semana que vem), 60 alunos do Colégio Estadual Almakazy Gally Galvão, em Coaraci, participam de uma oficina que os ensinará a reaproveitar o lixo orgânico. A primeira parte da oficina será com uma palestra do engenheiro agrônomo Joel Benigno Pimenta,  chefe do escritório local da EBDA, sobre o tema “Composto Orgânico e Biofertilizantes”. Na segunda etapa, já na terça-feira, os estudantes vão participar de uma aula prática sobre a preparação do composto a partir do lixo orgânico.
O trabalho envolve ainda a implantação de uma horta orgânica no colégio, pelos próprios alunos, e o cultivo será destinado ao preparo dos alimentos da merenda escolar. A iniciativa tem dois focos importantes: dar uma destinação ambientalmente correta ao “lixo” e ajudar os alunos a desenvolver hábitos alimentares mais saudáveis.