—
A PAIXÃO, SEGUNDO MARIA LUIZA NORA
Muitos se acham tocados pela força da poesia e, em função de tal canto de sereia, afoitamente se atiram nas águas revoltas desse gênero, às vezes com resultados funestos. Maria Luiza (Baísa) Nora, que acaba de lançar A ética da paixão, recusou-se à aventura a que tantos imprudentes se lançam e escolheu o caminho “clássico”: antes de escrever, leu. Talvez seja importante dizer isto, como forma de entendermos o porquê de A ética… não parecer artigo de principiante. É que Baísa (foto) se mantém distante da sintaxe tatibitate de uns que impunemente (quem sabe, impudentemente) se dizem poetas; ela sequer tangencia o ridículo em que mergulham os incautos “bafejados” pelas musas.
POÉTICA QUE ABRE AS PORTAS DA ALMA
O CORPO PARA DIVIDIR, NÃO PARA DOAR
ALGUÉM DIZ “MINISTÉRIO DE SAÚDE”?
BELOS EFEITOS DA PREPOSIÇÃO “DE”
COMENTE!»
O AUTOR E SEU NAMORO COM O TEXTO
PROVOCAR LEITOR É FUNÇÃO DO AUTOR
ENTRE A NOITE ESCURA E O DIA LUMINOSO
QUEM ESCREVE HÁ DE SER CRÍTICO E LEITOR
Na juventude (que longe vai), fruí de autores cuja ideologia abominava, mas que escreviam com alta qualidade – e todos contribuíram para formar este resultado que diante de vós se apresenta: o panfleto de David Nasser (foto), a eloqüência de Carlos Lacerda, a crônica de Nelson Rodrigues. Os três aspergiram em seu discurso as sombras da ideologia, do compromisso pessoal, às vezes até do interesse inconfesso – mas sempre com o condão de proporcionar um prazer intenso ao leitor e, aposto, a eles mesmos. Se, de faca na garganta, eu fosse forçado a ditar uma regra de escrita, diria: seja seu leitor e seu crítico; agrade a você mesmo – e o depois virá.
ENTRE BALANÇAR O CORPO E O GOVERNO
DE GRANDE HIT DAS MULHERES A HINO GAY
CARAS E BOCAS DE VIRA-LATA ABANDONADO
O PRECONCEITO E A MORTE AOS 36 ANOS
(O.C.)