Isaquias exibe a medalha de ouro conquistada em Tóquio durante desfile em Ubaitaba || Foto Aleilton Comunika
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Daniel Thame

Neste sábado (14), Isaquias Queiroz, medalha de ouro na Canoagem C1 1000 nas Olimpíadas de Tóquio, foi recebido com festa em Ubaitaba, no sul da Bahia, sua cidade natal e onde deu as primeiras remadas, no Rio de Contas. O atleta desfilou pela cidade num caminhão do Corpo de Bombeiros e foi saudado pela população nas ruas.

Por causa da pandemia – e a pedido do próprio atleta, não houve aglomerações, mas centenas de carros e motos acompanharam o percurso, que incluiu uma parada na principal praça da cidade, onde Isaquias agradeceu a homenagem e disse que o carinho da sua gente é o maior prêmio que poderia receber.

Multidão acompanhou Isaquias em carreata por Ubaitaba neste sábado || Foto Aleilton Comunika

Das janelas das casas e do comércio, Isaquias recebeu inúmeras demonstrações de reconhecimento pela conquista. Depois de passar pelo Centro de Canoagem, à margem do Rio de Contas, o atleta se dirigiu a sua residência, onde o abraço na mãe dona Dilma foi marcado por choro, emoção e agradecimento.

Ao lado da família, Isaquias disse que a medalha de ouro representa não apenas uma conquista pessoal, mas também um estímulo para a prática da canoagem entre os jovens. “Saí de Ubaitaba em busca de um sonho e lutei muito para me tornar um campeão, sem esquecer minhas origens. Fico feliz ao servir de exemplo para novas gerações de canoístas, de mostrar que quando você acredita no seu potencial, você consegue grandes conquistas”.

Isaquias com dona Dilma, a esposa dele e o filho Sebastian ao colo || Foto Daniel Thame

DE ISAQUIAS E HERLON A JACKY

Atleta que sabe do que o significado das conquistas na Rio 2016 e em Tóquio, neste ano, ele não esquece de quem está “nascendo” para o esporte na região que o revelou e também deu ao mundo nomes como Herlon de Sousa, de Ubatã, e Jacky Godmann, de Itacaré, seu companheiro de remadas em Tóquio, no C2 1000. “O legado da Medalha de Ouro é proporcionar a formação de uma nova geração que vai manter o sul da Bahia como referência na canoagem brasileira e mundial”.

O medalhista olímpico também destacou a construção de um centro de canoagem pelo Governo da Bahia, “Hoje Ubaitaba tem um grande Centro de Treinamento e agradeço muito ao Governador Rui Costa, porque os atletas podem ser formados aqui e temos muitos jovens com garra, talento, que querem vencer na vida através do esporte”.

Com o filho Sebastian nos braços, Isaquias mais uma vez acariciou a medalha de ouro e brincou com o menino. “Hoje o papai vai deixar você dormir com a medalha”, disse.

População foi às ruas saudar Isaquias durante carreata em Ubaitaba

A presidente da Associação Cacaueira de Canoagem, Luciana Costa, falou do impacto dos resultados obtidos por Isaquias e do Centro de Treinamento de Canoagem. “A conquista de Isaquias e a estrutura do local são um incentivo para o surgimento de novos campeões. Temos vários atletas disputando competições no Brasil e no exterior e o mais importante é que além do esporte, também valorizamos a educação e a cidadania dos nossos atletas”. Clique e confira matéria completa no Blog do Thame.

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daniel thame fotoDaniel Thame | danielthame@gmail.com

 

E se tornou o verdadeiro Menino do Rio. Do Rio de Contas, do Rio de Janeiro, de todos os rios do mundo, porque, como cantou o poeta, se navegar é preciso e viver é preciso, Isaquias pode acrescentar que remar também é preciso.

 

Exatos 1.317 quilômetros separam o Rio de Contas, em Ubaitaba, sul da Bahia, e a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

1.317 quilômetros que separam e, ao mesmo tempo, unem uma história de superação, que de tão improvável surpreendeu o mundo e fez surgir um novo ídolo brasileiro, no maior espetáculo esportivo do planeta.

A trajetória de Isaquias Queiroz, que emergiu das Olímpiadas 2016 como o maior medalhista brasileiro numa única edição dos Jogos, é ainda mais fascinante porque é fruto do imponderável, ainda que também seja de um talento inato e de muito, muito esforço pessoal.

Menino humilde de Ubaitaba, cidade localizada às margens do Rio de Contas, Isaquias sofreu um acidente doméstico e, em seguida, perdeu um rim ainda na infância. Ganhou dos colegas e assumiu sem maiores traumas o apelido de  `Sem Rim`, personagem que poderia muito bem caber num romance de seu conterrâneo Jorge Amado.

Futuro? Um emprego no comércio em Ubaitaba, quem sabe tentar a vida em Itabuna ou então arriscar-se no ex-Eldorado Paulista, que há muito perdeu o brilho.

Mas, não no meio do caminho, mas às margens do caminho, havia um rio.

E foi neste rio que o menino Isaquias remou contra o destino e reescreveu a sua história.

Na cidade em que a canoa parece fazer parte da indumentária, Isaquias, ainda menino, demonstrou que poderia remar além dos limites do Rio de Contas.

E remou, sem deixa a canoa virar.

Isaquias QueirozA primeira medalha veio em Itacaré, sul da Bahia. Um menino de 10 anos, orgulhoso entre os pais e os amigos.

A medalha não mudou muita coisa. Era preciso continuar remando contra a falta de estrutura, os recursos escassos, o dinheiro contado para disputar competições dentro e fora do Estado. A dura vida de atleta de esportes fora do circuito Futebol/Vôlei.

E Isaquias, com seu  talento,  continuou remando. Cada vez mais forte, cada vez mais longe.

Em 2015, sagrou-se campeão mundial de Canoagem, privilégio então restrito aos privilegiados europeus e suas superestruturas esportivas, com investimentos em atletas desde a base.

O mundo, então, voltou os olhos para o baiano, o Brasil descobriu que havia um canoísta pronto para brilhar nas Olimpíadas 2016. Ainda que não fosse um astro do futebol, Isaquias já não era um anônimo praticante de um esporte que poucos ouviram falar.

Vieram as  Olimpíadas, as duas medalhas de prata (uma delas ao lado do Erlon de Souza, vizinho de Ubatã, outra história de superação), e uma de bronze. Três provas disputadas, três medalhas conquistadas.

Veio, enfim, a consagração, num palco planetário. O nome inscrito na história dos Jogos Olímpicos.

O esporte amador brasileiro, que nunca foi tratado com a seriedade que merece, é pródigo em histórias de superação.

Essa foi a Olímpiada da menina da favela, vítima de racismo, que ganhou o Ouro no Judô, do menino abandonado pelos pais que levou o Ouro no Salto com Vara, do baiano da periferia de Salvador que faturou o Ouro no Boxe.

E foi a Olimpíada de Isaquias Queiroz, que remou contra as correntezas reais e metafóricas, e se tornou o verdadeiro Menino do Rio.

Do Rio de Contas, do Rio de Janeiro, de todos os rios do mundo, porque, como cantou o poeta, se navegar é preciso e viver é preciso, Isaquias pode acrescentar que remar também é preciso.

Daniel Thame é jornalista, escritor e editor do Blog do Thame.

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Baiano Robson Conceição, de vermelho, fatura ouro no boxe (Foto Fernando Frazão/Agência Brasil).
Robson Conceição, de vermelho, fatura ouro no boxe (Foto Fernando Frazão/Agência Brasil).

O brasileiro Robson Conceição fez história e conquistou hoje (16) a primeira medalha de ouro do boxe brasileiro em olimpíadas e o terceiro ouro do Brasil na Rio 2016. Por decisão unânime dos juízes, o lutador baiano derrotou o francês Sofiane Oumiha na categoria peso ligeiro, até 60 quilos.

Relaxado na luta, Conceição não deu chances para o francês e levou a torcida presente no Pavilhão 6 do Riocentro ao delírio. Antes mesmo do fim da luta, os torcedores já gritavam “é campeão”.

No primeiro round, os três juízes deram a vitória ao brasileiro. No segundo, dois dos três árbitros deram 10 a 9 para Conceição, mesmo resultado do terceiro e último round.

Ao conquistar o ouro, o boxeador fez um pedido: “Quero festa em Salvador”.

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Apresentações culturais estão programadas para circuito olímpico em Itabuna (Foto Eric Thadeu).
Apresentações culturais ocorrerão no circuito olímpico em Itabuna (Foto Eric Thadeu).

O revezamento da tocha olímpica em Itabuna terá programação cultural em vários pontos do circuito. Já no início do trajeto, na Avenida Manoel Chaves (Kennedy), em frente à Vila Olímpica, apresenta-se a fanfarra do Colégio Estadual de Itabuna, a partir das 15h deste sábado (21).

Outro ponto com atividade cultural é o Jardim do Ó, onde os grupos Encantarte e Tâmela França se apresentam. Na Praça Octávio Mangabeira (Camacã), quem dá show é o Grupo de Capoeira do Mestre China, além das crianças da LBV e estudantes do curso de violino da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc) da unidade da Casa das Artes do CSU.

A Fanfarra do Caic/Jardim Primavera se apresenta na Praça Adami. Um grupo de balé se apresentará na Praça Olinto Leone.

Apresentações culturais também ocorrerão na Praça Rio Cachoeira, na Avenida Mário Padre, em frente à Câmara de Vereadores, onde haverá a Parada Olímpica. Por lá se apresentam as baianas do Pai Gildo, a Banda Municipal Falcões.

A programação foi elaborada pelo comitê local olímpico, envolvendo 40 servidores da Ficc e das secretarias de Esportes, de Assistência Social e de Saúde.

"Chico" exibe parte das suas conquistas em 35 anos de handebol || Foto Pimenta 
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O handebol pintou na vida de Antônio Francisco Araújo quando ele estava com 19 anos de idade. Havia decidido assistir a um jogo da modalidade no ginásio do Grapiúna Tênis Clube. Gostou e não parou mais. Já são 35 anos de história nas quadras da Bahia e de Minas Gerais, onde viveu por 10 anos. Colecionou centenas de medalhas e troféus.

Antônio Francisco Araújo é mais conhecido como Chico. O atleta é considerado uma das lendas do handebol baiano e um dos melhores pontas da história do esporte na Bahia. Títulos estaduais e nacionais estão na bagagem do atleta veterano.

A passagem da tocha olímpica pelo estado será emblemática para ele, que decidiu encerrar a carreira. No próximo sábado (21), Chico será um dos mais de 20 condutores da chama em solo itabunense. A história vitoriosa nas quadras foi selecionada por um dos patrocinados dos Jogos Rio 2016, a Nissan.

– Chorei quando recebi a confirmação de que conduziria a tocha. É uma realização para mim. Será um presente de despedida, aposentadoria. Representar o meu esporte e a minha cidade será uma grande honra. Estou muito feliz – emociona-se, lembrando ter decidido parar em 2015 e retornar atendendo a apelo de amigos.

MESTRES NO ESPORTE

Chico começou a jogar handebol pelo Colégio Estadual de Itabuna, com o professor Geraldo Caçolinha, outra lenda do esporte grapiúna, e aí se apaixonou pelo esporte. O atleta não só aprendeu os fundamentos como também as lições do esporte.

Transformou-se numa das referências em quadra e passou a integrar a seleção itabunense de handebol já em 1988, período em que conheceu professores como Samuel Guimarães e Júvia Dantas. “Júvia foi a minha grande técnica e, até hoje, a pessoa que mais estimula o handebol em Itabuna”.

PERCURSO DA TOCHA

A tocha passará por 27 municípios baianos, sete dos quais escolhidos como “cidades-celebração”, onde a tocha pernoitará. A chama olímpica percorre a Bahia a partir de hoje (19), iniciando por Teixeira de Freitas. O revezamento no estado será encerrado no dia 27, em Paulo Afonso. Em todo o país, serão mais de 300 cidades envolvidas e cerca de 12 mil condutores.

 

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Tocha percorrerá mais de 320 cidades brasileiras a partir de maio (Foto Buda Mendes/Getty Images).
Tocha percorrerá mais de 320 cidades brasileiras a partir de maio (Foto Buda Mendes/Getty Images).

A tocha olímpica passará por Itabuna em 21 de maio, segundo roteiro divulgado ontem (24) pelo Comitê Rio 2016. A chega à Bahia será por Teixeira de Freitas, no dia 19 de maio, permanecendo no estado até o dia 27 do mesmo mês. Os jogos no Rio começam em 5 de agosto.

A tocha percorre longo caminho até chegar ao país onde ocorrerá as olimpíadas, fazendo escala de divulgação antes do evento começar. O início do revezamento no país será no dia 3 de maio e, até a chegada da chama ao Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos 2016, percorrerá 329 cidades em 95 dias, mostrando a diversidade nacional. Cerca de 12 mil pessoas vão poder conduzir a tocha neste período.

No extremo-sul baiano, o roteiro da tocha olímpica inclui cidades como Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro e Eunápolis. No sudoeste, haverá pernoite em Vitória da Conquista, escolhida como cidade-celebração.

Na Região Cacaueira, o pernoite será em Ilhéus, no dia 21. O litoral baiano faz parte do percurso do símbolo olímpico. Além de Ilhéus, Porto e Cabrália, haverá passagens por Valença e Morro de São Paulo (Cairu), por exemplo, além da capital Salvador. A chama olímpica também passará pela Chapada Diamantina, Feira de Santana, Juazeiro e Paulo Afonso.

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Rio receberá Jogos Olímpicos em 2016 e a conta está chegando.
Rio receberá Jogos Olímpicos em 2016 e a conta está chegando.

O orçamento das Olimpíadas Rio 2016 está previsto, atualmente, em R$ 36,7 bilhões, sendo cerca de 60% recursos da iniciativa privada. Os números foram apresentados hoje (16) pelos governos municipal, estadual  do Rio e federal no Forte de Copacabana.
A Matriz de Responsabilidades, que envolve projetos que não seriam feitos se não fosse as Olimpíadas, como os equipamentos esportivos, chegam a R$ 5,6 bilhões, sendo R$ 4,18 bilhões da iniciativa privada.
Já os R$ 7 bilhões do custo operacional das Olimpíadas vem todo dos patrocinadores, para cobrir custos como hospedagem e alimentação dos atletas. Da Agência Brasil.

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Isabelly pode representar o país nas Olimpíadas de 2016 (Foto Marina Silva).
Atleta do Ciso-Lojas Buriti, Isabelly pode representar o país em 2016 (Foto Marina Silva).

Daniela Leone | Correio da Bahia

O interior da Bahia deve ter uma representante na seleção brasileira de maratonas aquáticas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. A itabunense Isabelly Andrade, de apenas 14 anos, está pré-convocada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e passará por uma pré-seleção um ano antes do torneio, em 2015.

“A expectativa é grande e tô treinando todos os dias”, diz a adolescente, que começou a nadar em piscinas aos 6  anos e a fazer travessias aos 12. “Gosto de nadar estilo borboleta, mas prefiro mesmo o mar. Me identifiquei e decidi que meu foco vai ser maratona”, diz, convicta, a estudante do primeiro ano do ensino médio.

Os resultados confirmam o discurso. Apesar da pouca idade, Isabelly foi a campeã da 1ª Travessia Baía de Todos os Santos, disputada nesse  domingo. Ela nadou  12 quilômetros entre a praia do Duro, em Mar Grande, na Ilha de Itaparica, e o Porto da Barra.

Cumpriu todo o trajeto em 2h54min43s e ficou com o ouro feminino da categoria geral. Este ano, ela já tinha conquistado na categoria infantil o bicampeonato baiano e o campeonato brasileiro de maratonas aquáticas.

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