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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na noite deste domingo (17), em Nova York, de uma reunião com empresários e de um jantar oferecido pelo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes.

Lula chegou aos Estados Unidos nesse sábado (16) após assinar diversos acordos de cooperação com o governo de Cuba, em Havana.

Na terça-feira (19), o presidente participará da abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A agenda de Lula também terá reuniões com líderes de entidades internacionais e encontros bilaterais com chefes de Estado.

Na quarta-feira (20), Lula será recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Os mandatários vão lançar uma iniciativa global para promoção do trabalho decente.

É a oitava vez que o presidente brasileiro abrirá a assembleia da ONU. A comitiva do Brasil é formada por 12 ministros. Sete ministros participarão de eventos ligados diretamente à assembleia. Os demais não fazem parte da delegação, mas estão na cidade cumprindo agendas oficiais.

Em dezembro de 2021, chuva atingiu milhares de empresas no sul e extremo-sul da Bahia || Foto Pimenta/Arquivo
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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um alerta contundente para a gravidade da situação climática global e pediu ação urgente para evitar o caos climático. Guterres fez o alerta em transmissão de vídeo na abertura da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27).

A cúpula reúne, até o dia 18 de novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egito, representantes oficiais de governos e da sociedade civil para discutir maneiras de enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas. Guterres citou o relatório, lançado pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), órgão ligado à ONU.

“O último relatório global é de caos climático crônico. Como a WMO mostrou claramente, mudanças em velocidade catastrófica vão devastar vidas em todos os continentes. Os últimos oito anos foram os mais quentes registrados, fazendo cada onda de calor mais intensa, especialmente para as populações vulneráveis. O nível do mar está subindo duas vezes a velocidade do que nos anos 1990, ameaçando países insulares e bilhões de pessoas nas faixas costeiras”, disse o secretário-geral das Nações Unidas.

Outro problema apontado pelo relatório e citado por Guterres é o derretimento de geleiras em todo o mundo, o que contribui para elevar ainda mais o nível do mar, ao mesmo tempo em que afeta o abastecimento de água doce de muitos países.

“Geleiras estão derretendo, ameaçando a segurança hídrica de continentes inteiros. Pessoas e comunidades devem ser protegidas da imediata e crescente emergência climática. Por isso, nós estamos pressionando tanto por um sistema universal de alerta dentro de cinco anos. Nós temos que responder aos sinais de sofrimento do planeta com ação, ambição e credibilidade. A COP27 é o lugar e o momento”, concluiu Guterres.

RELATÓRIO

O documento da WMO apresentado na abertura da COP27 traz alertas dramáticos sobre o aquecimento global e seus impactos sobre todo o planeta, o que afetará bilhões de pessoas.

“Os sinais e impactos das mudanças climáticas estão se tornando mais dramáticos. O ritmo de elevação do mar dobrou desde 1993. Subiu 10 milímetros desde janeiro de 2020 para um novo recorde este ano. Os últimos dois anos e meio contribuíram para 10% do total de elevação do mar desde quando se começou a medir por satélites, cerca de 30 anos atrás”, apontou o relatório.

A WMO também alertou para um aquecimento global atual acima dos níveis que existiam antes da era pré-industrial, no século 19, e considerou que uma nova onda de calor deve atingir o mundo em breve.

“A temperatura global em 2022 é atualmente estimada em cerca de 1,15 grau celsius (°C) acima do que havia de média pré-industrial em 1850-1900. A média para o período 2013-2022 é  estimada em 1,14°C acima do patamar pré-industrial. Isso se compara com o aumento de 1,09°C de 2011 a 2020, conforme estimado pelo sexto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês)”, destacou o documento da WMO.

A escritora de origem ucraniana Clarice Lispector (1920-1977)
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Afinal, em uma sociedade “pseudoglobalizada”, o que mais sobram são as mazelas para uma porção de pessoas a enfrentá-las. Vão ser verificados o aumento do custo dos alimentos e do combustível e a escassez de diversas mercadorias.

 

Efson Lima – efsonlima@gmail.com

A guerra travada entre Rússia e Ucrânia muito chama a atenção dos brasileiros. O conflito rapidamente se incorporou às conversas da população. Deixou de ser tema exclusivo da diplomacia e adentrou aos milhares de lares. Para além de se tratar do maior conflito armado após a Segunda Guerra Mundial na Europa, o Brasil recebeu milhares de ucranianos nos séculos XIX e XX, permitindo uma ligação forte entre brasileiros e ucranianos. Sabemos que a maior parte desses imigrantes foi para o sul do país, mas registramos que uma das representações ucranianas advém da literatura, cuja incursão da família se iniciou no Nordeste, no Recife: Clarice Lispector.

Quando fui ao teatro pela primeira vez, em Ilhéus, pude assistir ao espetáculo “Hora da Estrela”, texto adaptado da obra homônima da escritora Clarice Lispector por uma companhia de teatro de Salvador. A minha ida ao teatro foi mediada pela estimada professora Tereza Damásio, hoje docente da Uneb, em Ipiaú. Tocado pela narrativa da obra, fui procurá-la para fazer a leitura. O enredo do livro conta a história de Macabéa, jovem nordestina de Alagoas, que, aos 19 anos, vivia no Rio de Janeiro. Órfã, mal se lembrava dos pais, que morreram quando ela ainda era criança. Para além de nós brasileiros que ganhamos com a presença de Clarice Lispector, o mundo foi impactado pela literatura da judia ucraniana.

A professora Neuzamaria Kerner, membro da Academia de Letras de Ilhéus, provoca nossa reflexão sobre a “Terra de Clarice”, leia-se Ucrânia, por meio de sua poesia:

Insanidades/beligerâncias/fingidas inteligências/fincadas na lei do poder/ Os reinos reencarnados/retornam com reis revoltados/brincando de ver morrer/ Ó, Clarice, onde está você?/ Como está a sua Ucrânia/sofrida pela insânia/de um desejo de ter?/ Os mandantes mal domados/que detêm sujos segredos/ainda não sabem que terra/é só um punhado de terra/que escorre por entre os dedos./ Ó, Clarice, sua gente Macabéa,/neste mundo onde se erra/dá um outro valor à terra/que poucos podem saber/.

A poética denuncia o conflito e exprime a violência adotada pela Rússia para o controle do território ucraniano.

Clarice Lispector foi uma exímia cronista. Certamente, se viva estivesse, estaria sofrendo com suas angústias e sua eterna introspecção. Seguramente, buscaria narrar que, enquanto as bombas despencam sobre a Ucrânia, cujo país luta para afirmar sua identidade, em razão de sempre ter sofrido invasões e anexações, os brasileiros vão tomando partido. Não obstante, sinalizaria que fica aparentemente fácil se posicionar quando estamos a milhares de quilômetros de distância e esses não serão os corpos que servirão de escudos. Muitos menos não conhecerão a orfandade provocada por guerras inúteis e desprovidas de bem-estar à coletividade.

Por outro lado, ela saberia reconhecer que se trata de um conflito complexo. A situação da geopolítica levou o planeta ao alerta jamais visto após a Guerra Fria. De um lado, a Ucrânia com seu pleno direito de autodeterminação, em tese, de ingressar na OTAN e na União Europeia; por outro lado, a Rússia, cercada por um arco de forças militares, as quais por diversas vezes já foram usadas para atender interesses do Ocidente. Antes que nos esqueçamos, a nossa geração está a conhecer novas duras sanções econômicas impostas a uma nação. No início, a desconfiança da efetividade das medidas propostas, na sequência, uma Europa unida pela primeira vez e um Ocidente à espera do próximo capítulo.

A histórica neutralidade da Suíça foi quebrada e a nossa geração conheceu a ameaça nuclear. O último domingo foi histórico: a ONU precisou adotar uma estratégia para convocar sua Assembleia Geral para deliberar sobre o conflito. Os nossos olhos ficaram arregalados e vão continuar nos próximos dias. Afinal, em uma sociedade “pseudoglobalizada”, o que mais sobram são as mazelas para uma porção de pessoas a enfrentá-las. Vão ser verificados o aumento do custo dos alimentos e do combustível e a escassez de diversas mercadorias.

Efson Lima é doutor em Direito pela UFBA, advogado, professor de Direito Internacional e membro da Academia Grapiúna de Letras e da Academia de Letras de Ilhéus.

ONU aponta desperdício de alimentos || Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Quase 931 milhões de toneladas de alimentos  – 17% do total disponível aos consumidores em 2019 – foram para o lixo de residências, do comércio varejista, de restaurantes e de outros serviços alimentares, segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU).

O montante equivale a 23 milhões de caminhões de 40 toneladas carregados, o que, segundo a entidade, seria suficiente para circundar a Terra sete vezes.

O Índice de Desperdício de Alimentos 2021, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da organização parceira WRAP, do Reino Unido, divulgado esta semana, analisa sobras alimentares em pontos de venda, restaurantes e residências – considerando partes comestíveis e não comestíveis, como ossos e conchas.

Foram observadas, ao todo, 152 unidades em 54 países. De acordo com o documento, o desperdício de alimentos é um problema global e não apenas de países desenvolvidos. As perdas de alimentos foram substanciais em quase todas as nações onde o desperdício foi medido, independentemente do nível de renda.

MAOR PARTE DO DESPERDÍCIO

A maior parte desse desperdício, segundo o relatório, tem origem em residências – 11% do total de alimentos disponíveis para consumo são descartados nos lares. Já os serviços alimentares e os estabelecimentos de varejo desperdiçam 5% e 2%, respectivamente.

Em termos globais per capita, 121 quilos de alimentos são desperdiçados por consumidor a cada ano. Desse total, 74 quilos são descartados no ambiente doméstico. O desperdício tem impactos ambientais, sociais e econômicos significativos, assinala o relatório. Entre 8% e 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, por exemplo, estão associadas a alimentos não consumidos, considerando as perdas em toda a cadeia alimentar.

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A pandemia causada pela COVID-19 atingiu todo o mundo. Cada um foi afetado de uma forma, trazendo angústia, medo, incertezas e muitos receios sobre o futuro. Muitos setores foram impactados, inclusive a educação.

Apesar desse cenário instável, é importante não deixar de investir no aprendizado e se preparar para a retomada da economia pós-pandemia. A capacitação técnica e profissional é um diferencial para as empresas que estão em busca de selecionar os melhores e mais bem preparados.

Com o objetivo de continuar seu propósito em qualificar profissionais para o mercado de trabalho, o SENAI BAHIA abre inscrições para o Processo Seletivo dos cursos técnicos com ingresso em 2020.2. São 4.015 vagas em todo o estado nas modalidades presencial e semipresencial.

Em Ilhéus são 70 vagas nos cursos presenciais de administração e eletrotécnica e 40 vagas disponibilizadas no curso semipresencial de eletromecânica.

Uma novidade desse Processo Seletivo do SENAI BAHIA é o lançamento do curso técnico em Administração, o qual abre possibilidades para novos profissionais gerenciarem o próprio negócio ou se qualificarem em diversos segmentos da área administrativa, como Gestão de Recursos Humanos, Finanças, Mercado e Tecnologia da Informação.

Mas é bom ficar atento, pois são os últimos dias de matrícula. Os candidatos aos cursos técnicos só têm até o dia 20 de julho para se matricularem com o desconto de 60% na matrícula sobre o valor cheio da 1ª mensalidade. Para os alunos que pagarem as mensalidades do 1º semestre até o dia 5 de cada mês, têm 30% de desconto. As matrículas são online pelo site www.tecnicosenai.com.br.

“É muito importante que nesse momento de pandemia a gente não desista dos nossos planos, não desista de se qualificar. É viável sim a manutenção dos estudos. Uma das possibilidades é solicitar o Crédito Estudantil”, diz Patrícia Evangelista, gerente executiva de Educação Profissional do SENAI BAHIA.

Assim, o curso técnico é uma excelente opção para quem quer montar seu próprio negócio, ter uma renda extra ou entrar o quanto antes no mercado de trabalho, se qualificando em um curto período de tempo.

ESTUDE SEM SAIR DE CASA

De acordo com dados da Unesco (órgão da ONU para educação e cultura), publicados em 06 de março de 2020 pelo site El País Brasil, estima-se que quase 300 milhões de alunos já foram afetados em 22 países de três continentes pelo fechamento de escolas devido à expansão do coronavírus (COVID-19).

No novo normal impactado pela pandemia causada pela COVID-19, alunos e docentes tiveram que se adaptar a um formato de aula diferente, depois que todas as instituições de ensino interromperam suas atividades presenciais.

As unidades do SENAI BAHIA, atendendo aos decretos municipais e estadual, suspenderam as atividades desde 18 de março. No entanto, começaram um longo processo para viabilizar aos alunos e docentes possibilidades para que as aulas fossem realizadas remotamente.

As aulas remotas do SENAI Bahia acontecerão de forma síncrona, ou seja, ao vivo e apenas algumas atividades serão realizadas assincronamente, de acordo com o tempo, horário e local dos alunos, ou seja, com mais autonomia. Será utilizada a plataforma Meu SENAI, permitindo a transmissão das aulas e interação entre alunos e docentes, além de dar acesso às ferramentas do Google For Education.

Francisco Assis Neto, docente de Manutenção Automotiva e com quase 30 anos de SENAI, lembra:

“Os alunos ficaram surpresos e desconfiados no início, assim como nós, docentes. Mas, no geral, eles têm dito que aprenderam mais nesse processo, considerando as ferramentas que utilizamos, a visibilidade de alguns componentes. Além disso, a ferramenta me possibilita algo que considerei muito positivo, que é o atendimento individualizado, pois falamos diretamente com o aluno. Senti que por causa disso houve uma proximidade. Quando se está na sala de aula tradicional, você tem uma visão macro. Nessa aula virtual, tive que ter uma visão mais específica. Senti como positivo que me aproximei mais dos meus alunos”, conta.

Essa foi a mesma percepção de Erick Portela, docente dos cursos técnicos em Eletromecânica, Eletrotécnica e Mecatrônica em Ilhéus. Ele conta que, por se tratar de uma mudança significativa, gerou mesmo muita expectativa. “Logo nas primeiras semanas recebi muitos retornos positivos das aulas que indicaram que estava no caminho certo. A ferramenta também ajudou nesse processo porque, ao reunir tudo que é necessário para oferecer o melhor ambiente de aprendizagem, facilita muito o processo de ensino”, comenta.

Esse formato continuará sendo aplicado no segundo semestre de 2020, até que seja possível a reabertura das unidades do SENAI. “Vamos iniciar os cursos presenciais de forma híbrida, com transmissão de aulas ao vivo com nossos docentes e também algumas atividades a distância. Assim que tivermos autorização para retomar com todo o protocolo de segurança, faremos as nossas práticas presenciais nas nossas unidades”, explica Patrícia Evangelista.

Para Magali Paschoalino, aluna do curso técnico em Logística, as aulas superaram suas expectativas. “Estávamos muito ansiosos, mas me adaptei logo no primeiro dia. Houve muita interatividade e isso rapidamente proporcionou a criação de um vínculo entre todos”, diz ela. Para Magali, a plataforma MEU SENAI, por ser da Google, é completa e possibilita a interação com os docentes. “Posso acessar meu conteúdo didático na ferramenta a qualquer momento”, completa.

RICA APRENDIZAGEM TÉCNICA

Em países da União Europeia (UE) como França, Portugal e Espanha, o percentual de alunos do ensino secundário que fazem educação profissional chega a 50%. No Brasil, cabe ao SENAI a missão de qualificar o trabalhador brasileiro, o que é essencial para elevar a produtividade, assim como oferecer serviços tecnológicos e de inovação para abastecer as necessidades das empresas a competirem em um mercado globalizado.

Esse diferencial que o SENAI Bahia carrega é determinante para escolher estudar na instituição. A própria Magali Paschoalino, após 10 anos se dedicando à criação e educação do seu filho, tinha o desejo de trabalhar na indústria. “Tenho pressa, mas preciso estar preparada, pois o mercado é competitivo e tenho que estar segura. Quando comecei o curso técnico, estava meio insegura, com receio, mas logo nos primeiros dias senti que eu era capaz. O conteúdo voltado para uma aprendizagem técnica industrial é muito rico. Nunca pisei em uma indústria, mas posso garantir que em muitas aulas, com a qualidade e abordagem do ensino, eu estive dentro de muitas”, diz ela.

Esse é o mesmo sentimento da diplomada pelo SENAI Bahia Naiara Souza da Silva, que hoje trabalha em uma das empresas líderes do seu segmento, a Oxiteno. Ela fez dois cursos técnicos, de Petróleo e Gás e de Automação Industrial. “Eu estava em busca de uma formação que me desse uma remuneração em curto prazo, comecei a pesquisar sobre as possibilidades, então decidi fazer um técnico, e querendo um diferencial no mercado tive várias recomendações do SENAI Bahia”, fala.

“Hoje trabalhando na área percebo que alunos do curso técnico no SENAI são muito bem vistos na indústria, e me esforço para dar o meu melhor e honrar essa camisa”, complementa.

ÚLTIMOS DIAS DE INSCRIÇÕES E MATRÍCULAS

As inscrições e matrículas, a lista completa de cursos, vagas disponíveis, valores das mensalidades e descontos, dentre outras informações, estão disponíveis no site www.tecnicosenai.com.br.

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Anna Luisa Beserra espera expandir tecnologia para África e América Latina || Foto ONU

 

 

Ricardo Senra || BBC Brasil

A baiana Anna Luisa Beserra, de 21 anos, acaba se tornar a primeira brasileira a vencer o prêmio Jovens Campeões da Terra, principal premiação ambiental das Nações Unidas para jovens entre 18 e 30 anos.

A homenagem acontecerá em um baile de gala marcado para o dia 26, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Acostumada a laboratórios químicos e termos científicos desde a adolescência, Beserra explica com simplicidade a invenção para aqueles que nunca viram um tubo de ensaio na vida.

“A gente passa protetor quando vai à praia justamente para nos protegermos contra a radiação ultravioleta. Em humanos, ela causa câncer de pele. Mas, para vírus e bactérias, ela é letal. A gente aproveita a mesma radiação ultravioleta para fazer o tratamento na água, que passa a ser potável”, diz.

Nascida em Salvador, Beserra começou a desenvolver a tecnologia aos 15 anos, em 2013, depois de ganhar uma bolsa para jovens cientistas oferecida pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), do governo federal.

De lá para cá, ela criou 10 versões distintas até chegar à tecnologia atual, que purifica água não-potável usando a luz solar, sem produtos químicos ou filtros descartáveis.

Segundo a ONU, 1,8 bilhão de pessoas bebem água imprópria ao consumo humano no mundo. No Brasil, segundo dados divulgados neste ano pelo Instituto Trata Brasil, cerca de 35 milhões de pessoas não têm acesso a redes de água potável.

Batizado de Aqualuz, o dispositivo foi acoplado em fase de testes a cisternas na região do semiárido do Nordeste brasileiro e já garante acesso a água limpa para 265 pessoas.

“Até o fim do ano chegaremos a mais 700”, afirma. “É uma metodologia muito fácil e viável para estas regiões. O dispositivo dura 20 anos, em média, e só precisa ser limpo com água e sabão”.

“DEMOCRATIZAR O ACESSO À ÁGUA POTÁVEL”

Vencedora da categoria América Latina e Caribe da premiação oferecida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Beserra quer agora expandir a tecnologia para fora do Brasil.

“A gente não esperava (o prêmio), foi uma grande surpresa. Agora, sabemos que não só vamos ter o retorno financeiro para investir no projeto, como também estamos abrindo portas para expandir a tecnologia para África, Ásia e outros países da América Latina”, diz.

“A meta é democratizar o acesso a água potável”, prossegue a criadora do Aqualuz, que é capaz de limpar até 10 litros de água em 4 horas.

Agora elevada a uma das “ideias mais inovadoras e arrojadas para solucionar os desafios ambientais mais urgentes do nosso tempo”, segundo a ONU, a solução criada pela jovem brasileira pode frear os impactos devastadores da nona principal causa de mortes em todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, só em 2016, 1,4 milhão de pessoas morreram em decorrência de doenças diarreicas contraídas pelo consumo de água contaminada.

A ONU aponta que estas mortes estão “diretamente ligadas à falta de água potável e à falta de saneamento e de acesso à higiene” e que os problemas atingem principalmente “populações jovens, vulneráveis ou que vivem em zonas rurais remotas”.

JOVEM PEDE A BOLSONARO QUE
“NÃO DESESTIMULE A CIÊNCIA”

Sobre a repercussão negativa da politica ambiental brasileira no exterior, criticada por especialistas e líderes mundiais em meio ao avanço do desmatamento e das queimadas, a jovem diz ver oportunidades.

“É triste, mas ao mesmo tempo isso gera uma visibilidade para o Brasil e a gente pode aproveitá-la de forma positiva”, diz.

A reportagem pergunta o que Beserra diria ao presidente Jair Bolsonaro — que estará em Nova York quando a jovem for premiada, caso a viagem presidencial à Assembleia Geral da ONU se confirme.

“Eu diria ao presidente que, por favor, não desestimule a ciência e o empreendedorismo local. Se não houver estímulo, as pessoas vão se desmotivar.”

No início do mês, o CNPq anunciou que não pode garantir verbas para o pagamento de quase 80 mil bolsistas brasileiros a partir de setembro. Clique e confira a íntegra na BBC Brasil.

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Loja do Sebrae na Rua Paulino Vieira, em Itabuna || Fotos Maurício Maron

O Sebrae está com mais de 300 vagas abertas em  capacitações gratuitas e pagas para micro e pequenos empreendedores da região sul da Bahia, no mês de julho. As temáticas são destinadas para as pessoas que desejam abrir um negócio ou para aqueles que buscam uma capacitação específica nas áreas de moda, liderança, inovação, finanças, empreendedorismo e mídias sociais. As vagas são limitadas e as inscrições já podem ser feitas pela internet ou pelos telefones (73) 3613-9734 e (73) 99974-2262 (Itabuna) ou (73) 3634-4068 e (73) 99974-2263 (Ilhéus).

As capacitações têm início nesta sexta-feira (5), das 13h às 17h, no Sebrae de Ilhéus, e das 14h às 17h, no Sebrae em Itabuna, com o projeto “Sexta da Oportunidade”, capacitação voltada para o empreendedor que deseja abrir um negócio próprio. A iniciativa oferece orientações gratuitas sobre como planejar um negócio, com informações atualizadas de mercado. O próximo encontro acontece no dia 19 de julho, em Itabuna e em Ilhéus, nos mesmos horários.

Michel: metodologia vivencial e interativa

PROGRAMAÇÃO

Na próxima semana, de 9 a 12 de julho, o Sebrae Itabuna promove a entrevista individual para quem tem interesse em participar do Seminário Empretec,  que ocorrerá de 22 a 27 de julho, em Itabuna. A capacitação conta com uma metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e é destinada para quem sonha em montar o próprio negócio ou aqueles que querem potencializar seus empreendimentos.

De acordo com o gerente adjunto do Sebrae, Michel Lima, ao todo, são 60 horas de capacitação, em seis dias, no qual o participante é desafiado em atividades práticas. “A metodologia é vivencial e interativa. Através de jogos, exercícios e debates, é possível conhecer o perfil empreendedor, desenvolver competências para a vida profissional e, consequentemente, para aumentar as chances de sucesso do negócio”. O investimento é de R$ 875,00 e pode ser parcelado em até dez vezes no cartão de crédito.Leia Mais

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Davidson Magalhães

 

Na pedra fundamental da sede da OIT, erguida às margens do Lago Léman, na Suíça, está grafada uma frase em latim que bem orienta nossos passos por um trabalho centrado no bem-estar do ser humano, cujo benefício é a paz mundial: “Si vis pacem, cole justiciam” (Se deseja paz, cultive justiça).

 

Imagine o mundo do trabalho sem folga nos finais de semana, sem jornada diária de oito horas ou mínimas condições de saúde e segurança, com exploração de trabalho escravo ou infantil, sem a mínima proteção para trabalhadores vulneráveis ou grávidas.

Estas e outras conquistas sociais são resultado de 100 anos de ações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 28/06/1919, por ocasião da assinatura do Tratado de Versalhes, que encerrou oficialmente a I Grande Guerra.

A Bahia também comemora com extensa programação (dia 11, 15 h, Teatro Castro Alves) o centenário da instituição que norteia nossa jurisprudência, com status supralegal e validade jurídica submetida à Constituição da República; cujo texto conduz à centralidade do trabalho como direito social umbilicalmente ligado à salvaguarda da dignidade humana.

Na Bahia, o Trabalho Decente tornou-se uma estratégia de desenvolvimento. A redução das disparidades, o combate a condições laborais degradantes e a inserção de grupos vulneráveis em ocupações de qualidade motivaram o Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), a mobilizar trabalhadores, empregadores e sociedade civil para a criação da Agenda Bahia do Trabalho Decente (ABTD), em 2007.

O Trabalho Decente é alicerce básico para a superação da pobreza e redução das desigualdades, garantia da
governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. O conceito inclui não apenas o trabalho formalizado, mas igualmente o subcontratado, terceirizado ou autônomo, em domicílio ou na informalidade, em cooperativas ou associações.

A Setre criou, em 2011, o Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) para captação de recursos que implementem os nove eixos prioritários: Erradicação do Trabalho Infantil, Erradicação do Trabalho Escravo, Saúde e Segurança do Trabalhador, Promoção da Igualdade da Pessoa com Deficiência, Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, Trabalho Doméstico, Juventude, Serviço Público e Empregos Verdes. De lá para cá, já foram investidos R$ 10,4 milhões beneficiando milhares de pessoas.

O Funtrad é um dos instrumentos de resistência à pauta trabalhista regressiva dos anos mais recentes. Tivemos a
Reforma Trabalhista e o fim do Ministério do Trabalho, e a recente MP 873 que, no mesmo compasso desastroso, enfraquece os sindicatos.

Para piorar o que já está ruim, bate à porta do Brasil a Reforma da Previdência, com reflexos fatais na vida de todos, particularmente dos mais necessitados. Alguns dos direitos e garantias laborais universais conquistados ao longo de décadas correm o risco de descarte oficial no país.

Por outro lado, 100 anos após a criação da OIT, estamos diante de um novo e inusitado desafio no mercado de trabalho, qual seja o de enfrentar as mudanças provocadas pela revolução da indústria 4.0 no limiar do século XXI.

O Governo da Bahia sinaliza claramente a intenção de enfrentamento dessa nova era. Por isso, a Agenda Bahia do Trabalho Decente se fortalece e amplia suas ações, em busca de melhores condições, qualidade e renda; para uma vida mais digna, com saúde, segurança, educação, alimentação, lazer e moradia, para todos os baianos.

Torna-se oportuno, neste momento de centenário da OIT, uma profunda reflexão sobre os seus postulados de origem, que o Brasil sempre assimilou: a salvaguarda dos direitos sociais como o caminho mais seguro para a paz duradoura.

Na pedra fundamental da sede da OIT, erguida às margens do Lago Léman, na Suíça, está grafada uma frase em latim que bem orienta nossos passos por um trabalho centrado no bem-estar do ser humano, cujo benefício é a paz mundial: “Si vis pacem, cole justiciam” (Se deseja paz, cultive justiça).

Davidson Magalhães é secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte e suplente de senador pela Bahia.

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Josias Gomes

 

A Bahia quebrou recorde em praticamente todos os segmentos agropecuários. O sucesso da Agricultura Familiar é um exemplo de como com apoio podemos ter grandes resultados. Segundo a ONU, a agricultura familiar é responsável por 80% de toda produção mundial de alimentos.

 

Companheiros e companheiras, venho agradecer o carinho que recebi ao ser nomeado Secretário de Desenvolvimento Rural. Foram tantas mensagens de apoio que me sinto ainda mais encorajado em cumprir as expectativas. Tenho plena consciência da responsabilidade que é gerir em uma das áreas estratégicas para o Estado e o nosso povo.

O intuito é proporcionar um desenvolvimento sustentável com um forte compromisso com o homem do campo, a agricultura familiar e com todos (as) que direta ou indiretamente trabalham para o progresso do desenvolvimento rural. Desta maneira podemos continuar o excelente trabalho desenvolvido na última gestão, tendo à frente da Secretaria, nosso companheiro Jerônimo Rodrigues e uma equipe de dedicados companheiros e companheiras.

A Bahia quebrou recorde em praticamente todos os segmentos agropecuários. O sucesso da Agricultura Familiar é um exemplo de como com apoio podemos ter grandes resultados. Segundo a ONU, a agricultura familiar é responsável por 80% de toda produção mundial de alimentos.

O agricultor familiar tem uma verdadeira relação de amor com a terra e a sua contribuição social é inestimável.

Prometo total empenho e conto com o apoio de cada um de vocês. Vamos para a ação.

Como o nosso governador Rui Costa costuma dizer: aqui é trabalho!

Josias Gomes é deputado federal e assumirá a Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia.

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Sócrates Santana

 

 

A falta de cordialidade do presidente empossado Jair Bolsonaro e o seu empenho de realizar uma cruzada ideológica contra os vermelhos incluiu no seu alvo o maior destino da exportação brasileira, a China. O resultado: o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang, confirmou que seu país colocou o Brasil em stand by.

 

A mais enraizada e consensual tradição da família brasileira está sendo violentada pelo novo governo: a cordialidade. Ao menos, desta maneira conceituou um dos mais importantes pensadores da formação do povo brasileiro, o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda. Segundo o autor da célebre obra Raízes do Brasil, a cordialidade revela a vontade da família brasileira aproximar o que é distante do nível do afeto. O “homem cordial” é, portanto, um artifício, encrustado em nossa formação enquanto povo. É por isso que Sérgio Buarque disse, também, que: “a contribuição brasileira para a civilização será o homem cordial”. Uma promessa conjugada verbalmente no tempo do futuro do presente do indicativo.

A emissão de um telegrama à ONU do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pôs em risco o prelúdio do pensador brasileiro com o fim da participação brasileira no Pacto Global para a Migração. Uma decisão, ideologicamente contaminada, tomada pelo presidente recém empossado, Jair Bolsonaro, que colocou 3.083.255 brasileiros que vivem no exterior a mercê de um benefício internacional, não sendo o país mais “signatário do pacto global para migração segura, ordenada e regular”.

O fato é que o Brasil não tem um problema sério de migração. Ou seja: estrangeiros que moram no Brasil são poucos proporcionalmente aos brasileiros que vivem no exterior. Temos uma parcela muito pequena da nossa população composta por migrantes, são cerca de 0,4% de migrantes chegando no Brasil, e temos muito mais brasileiros vivendo no exterior do que estrangeiros vivendo no nosso país. Então, a saída do pacto prejudica mais os brasileiros do que a permanência no pacto.

Obviamente, a decisão não é uma atrapalhada do presidente Jair Bolsonaro. É um risco mal calculado por quem não governa para todos, mas apenas para os 57.796.986 de brasileiros que votaram nele. Eu vou explicar o meu argumento e mostrar como o cálculo do Palácio do Planalto é baseado no resultado das urnas. O presidente Jair Bolsonaro sabe que o número de brasileiros no exterior não representa necessariamente a totalidade dos brasileiros residentes nos 120 países dos 193 membros da ONU que assinaram o Pacto Global para Migração, mas, simplesmente, menos da metade.

Coincidência ou não, o maior número de brasileiros no exterior reside nos EUA. Um total de 48%. Os brasileiros de Miami garantiram uma vitória esmagadora de Bolsonaro no exterior. Esses dados mostram como as decisões do presidente Jair Bolsonaro são tendenciosas e ideologicamente contaminadas pelo mapa eleitoral. A decisão, portanto, não é fruto de uma atrapalhada e uma decisão sem fundamento. É uma decisão de quem resolveu apostar todas as fichas no segundo maior importador do Brasil. Este, talvez, seja outro risco mal calculado pelo presidente Jari Bolsonaro.

Hoje, os EUA correspondem a apenas 16% das exportações brasileiras, enquanto os chineses, por exemplo, correspondem a mais de 30%. Todos os indícios da política internacional do governo empossado apontam para uma busca desenfreada e de alinhamento com o Tio Sam. Mas, todos os números da economia brasileira mostram como o governo americano busca ocupar espaços e concorrer com os produtos de exportação do Brasil, que sofrem ainda mais com a redução do dólar.

Enquanto isso, o presidente norte-americano, Donald Trump, celebra o crescimento das exportações de carne dos EUA para o Brasil que, desde 2003, não vendia para o país sulamericano. Aliás, o Brasil pode se preparar para uma concorrência maior dos Estados Unidos no setor de carnes em 2019. A produção e exportação deverão ser recordes em alguns dos setores de proteína deste país, concorrente direto do Brasil. Uma das apostas dos americanos é exatamente a China, com quem selou recentemente uma trégua na guerra comercial. Mas, só que não…

A falta de cordialidade do presidente empossado Jair Bolsonaro e o seu empenho de realizar uma cruzada ideológica contra os vermelhos incluiu no seu alvo o maior destino da exportação brasileira, a China. O resultado: o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang, confirmou que seu país colocou o Brasil em stand by. Tradução: bye, bye US$ 19 bilhões em soja vendidas para a China. Ou pior: zài jiàn 80% de toda a soja produzida por fazendeiros brasileiros comprada pelos chineses.

“A verdadeira força moral da Casa de Rio Branco” está em pânico com tamanhos disparates e mostrou em manifestação pública a sua preocupação sobre o futuro sem cordialidade do Itamaraty brasileiro. O presidente Jair Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo precisam da razão esclarecedora do homem cordial, segundo Sérgio Buarque, inspirado em caminhos sem muros, mas, cheios de fronteiras para aproximar quem precisa “viver nos outros” e não suporta o peso da individualidade.

Para alguns, estabelecer fronteiras significa apenas divisão e construção de muros para separar pais e filhos, a exemplo de Donald Trump em relação aos imigrantes mexicanos. Para outros, erguer fronteiras significa garantir a unidade de pontos diversos, a exemplo da Grande Muralha da China, que gerou emprego e, principalmente, uniu sete reinos em um país. Para os brasileiros, as fronteiras são possibilidades de amarrarmos a nossa soberania com os laços do coração, aproximando a civilidade do diálogo permanente com o outro, dando uma chance para todos recomeçarem, imigrantes ou não, brasileiros ou não, eleitores de Bolsonaro ou não.

Sócrates Santana é jornalista e brasileiro. Atualmente, atua como mentor de startups e gestor de inovação para o Governo da Bahia.

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Gerson Marques | gersonlgmarques@gmail.com
A desistência do Brasil em realizar a 25ª Conferência Internacional do Clima, a COP 25, demonstra bem o alinhamento ideológico de Jair Bolsonaro a Donald Trump e provoca uma mudança radical no papel internacional do Brasil, sempre marcado por uma política de independência ideológica na geopolítica global.
Os defensores do novo governo dizem que a questão é o custo elevado do evento, orçado em quinhentos milhões de reais. Segundo o Itamaraty, cem milhões de dólares. Os recursos, porém já estavam garantidos no orçamento de 2019, alocados no próprio Fundo do Clima, uma reserva do Brasil para este tema.
A negativa, na verdade, nada tem a ver com dinheiro. Trata-se de uma posição política, altamente influenciada pelo alinhamento ideológico com a extrema-direita americana, para quem a questão climática é ativismo esquerdista e não
representa de fato uma ameaça, apesar de todas as evidencias e estudos, como o produzido recentemente por treze departamentos e agências federais americanas, inclusive a Nasa, onde prevê que os EUA vão perder até 10% do PIB com as mudanças climáticas. Na mesma linha, o futuro chanceler brasileiro indicado por Bolsonaro, Ernesto Henrique Fraga Araújo, publicou recentemente um artigo em que afirma que a questão climática é uma agenda marxista, numa preocupante demonstração de profundo desconhecimento sobre o tema.
A linha de trabalho da COP visa comprometer os governos a enfrentar o desafio de manter o aquecimento global dentro dos 1,5 graus, a meta estabelecida para este século. Estudos coordenados pela ONU, no entanto preveem que este aquecimento pode chegar a até 5 graus, caso não sejam implantada as resoluções dos acordos de Kyoto e de Paris.
Um aquecimento deste tamanho faria da terra um mundo impossível. Áreas costeiras seriam redesenhada e milhões de pessoas perderiam suas moradias e grandes cidades litorâneas seriam ocupadas pelo mar. O impacto na agricultura levaria à inviabilidade de muitas atividades e a perdas de até 80% da capacidade agrícola do planeta. A fome dizimaria bilhões de pessoas e animais.
O Brasil é o sétimo maior produtor de CO2 do planeta. A maior parte destes gazes vem da destruição das nossas florestas, que cresceu 8,5% em 2017 e 16% em 2018. Batemos em dois anos todos os recordes de destruição da
Amazônia. Pelo previsto e dito até aqui, esta será uma tendência que vai se acelerar nos próximos anos, visto que a política de Bolsonaro para a Amazônia é de apoio ao avanço do agronegócio, relaxamento das políticas de combate
ao desmatamento e facilidades na liberação de licenças ambientais. Um desastre.
O debate sobre as mudanças climáticas globais não podem ser encaradas pela ótica ideológica. Trata-se de desafios e oportunidades. Esta questão tem consequências sobre a humanidade, mas também oferece oportunidades, até porque somos um dos países com maiores chances de oferecer soluções, inovações e experiências, a exemplo da geração de energia a partir de biomassas ou do rápido crescimento das fontes limpas na matriz energética.
No acordo de Paris, assinado na COP 21, as nações desenvolvidas se obrigaram a investir cem bilhões de dólares por ano em políticas de compensação e mitigação. O Brasil é um dos maiores beneficiados com esta cláusula. Por este acordo, podemos captar bilhões de dólares para preservação de nossas florestas e ampliar as políticas de mudança energética em nossa matriz, abandonando a construção de hidroelétricas, por exemplo.
É por isso que, se fôssemos considerar o valor a ser gasto pelo Brasil, como argumentado pelos apoiadores do futuro governo, cem milhões de dólares não é nada. Falta a esta turma a noção real do papel e do tamanho do Brasil no
mundo. Falta, também, entender o que significa receber uma conferência deste porte. Na edição de 2018, na Polônia, dezesseis mil estrangeiros foram ao evento, com impacto significativo no turismo, mas o maior ganho está na
exposição do país na mídia internacional. Milhões de dólares em mídia espontânea positiva, a relação ganho e benefício para o Brasil seria infinitamente maior, sem falar em nossa capacidade de influenciar a agenda e
manter o papel de protagonista.
A negativa da COP 25 no Brasil expõe o primarismo enviesado e ideológico do novo governo na questão do clima e abre mão do papel que o Brasil sempre teve de protagonista e liderança mundial nesta área. Sairemos da condição de
liderança respeitada para nos submeter a um alinhamento subserviente ao atual governo americano, isso sem nenhum debate interno, jogando fora um capital político internacional acumulado por anos.
Os custos ambientais, sociais e econômicos desta guinada serão sentidos pelas atuais e próximas gerações. Infelizmente, é só uma parte dos grandes problemas que enfrentaremos por eleger um governo sem debates, sem conhecer suas propostas, sem construção de compromissos, motivados por ódio e fake news.
Gerson Marques é consultor e administrador de empresas

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violencia mulherA ONU Mulheres Brasil divulgou, ontem (26), nota em que se solidariza com as jovens do Rio de Janeiro e do Piauí que foram vítimas de estupros coletivos e pede ao poder público dos dois estados que seja incorporada a perspectiva de gênero na investigação, processo e julgamento dos casos. A organização também pede à sociedade brasileira “tolerância zero” a todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização.

Ontem (26), a Polícia Civil do Rio de Janeiro tomou depoimento de uma jovem de 16 anos que informou ter sido drogada e estuprada por diversos homens. O crime foi denunciado após um vídeo com imagens da jovem desacordada e com órgãos genitais expostos ter sido postado na internet. No vídeo, um homem diz que “uns 30 caras passaram por ela”.

Em Bom Jesus, sul do Piauí, uma jovem de 17 anos afirmou ter sido violentada por quatro adolescentes e um rapaz de 18 anos, na madrugada do dia 20. Após uma briga com o namorado, a jovem teria ingerido bebida alcoólica e os suspeitos se aproveitaram da embriaguez para cometer o crime. A jovem foi encontrada amarrada dentro de uma obra abandonada.

A nota, assinada pela representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, observa que os dois casos “bárbaros” se assemelham pelo fato de que as duas adolescentes teriam sido atraídas pelos algozes em tramas premeditadas e por terem sido violentamente atacadas num contexto de uso de substâncias com álcool e drogas.

“Como crime hediondo, o estupro e suas consequências não podem ser tolerados nem justificados sob pena do comprometimento da saúde física e emocional das mulheres, as quais devem dispor de todas as condições para evitar a extensão do sofrimento das violências perpetradas”, registra o texto. Da Agência Brasil

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Cel artigo 2016Celina Santos | celinasantos2@gmail.com

 

É lamentável saber que ainda haja quem teime em hostilizar pessoas pela cor da pele;

 

Desde o 13 de maio em que foi formalmente abolida a escravidão no Brasil, passaram-se 128 anos, mas o racismo caminha na mesma velocidade que guia o mito da democracia racial. A identidade nacional, cunhada exaltando elementos como o samba, a capoeira, a culinária influenciada pela África, também exibe um esforço para relegar à condição de folclore a nossa negritude.

De um lado, 54% da população carregam, seja no fenótipo ou apenas na etnia, a herança africana aqui plantada durante mais de 300 anos de trabalho escravo. De outro, permanecem fortes os resquícios da chamada “Ideologia do Branqueamento”, marcada pelo estímulo à vinda de imigrantes europeus após a Abolição. Tudo para que não predominasse no país a aparência dos afrodescendentes.

A versão contemporânea de tal ideologia pode ser comprovada no cotidiano. Apesar do discurso da miscigenação racial, da ausência de preconceito, da beleza única do nosso povo, segue o culto ao alisamento dos cabelos; ao clareamento dos fios (mesmo que a pele e a sobrancelha não combinem com as madeixas); à rinoplastia, cirurgia plástica para tornar o nariz mais parecido com o europeu, dentre tantos exemplos.

Mas a questão não se esgota no plano da estética. É lamentável saber que ainda haja quem teime em hostilizar pessoas pela cor da pele, situação que só costuma virar “caso de polícia” quando o atingido é um jogador de futebol, um ator, atriz ou qualquer outra figura que mostre a cara na televisão. Conquanto seja crime, o racismo sobrevive de forma velada e, por isso, tão difícil de ser punido.

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Dilma anuncia meta do Brasil para até 2030 (Roberto Stuckert Filho/PR)
Em Nova Iorque, Dilma anuncia meta do Brasil para até 2030 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Da Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (27) que as metas brasileiras para reduzir a emissão de gases de efeito estufa são de 37% até 2025 e de 43% até 2030. O anúncio foi feito durante a Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, em Nova York. O ano-base utilizado para os cálculos, segundo ela, é 2005.

Durante seu discurso, Dilma destacou que os números serão levados à Conferência do Clima, em Paris, como compromisso assumido pelo governo brasileiro. “A Conferência de Paris é uma oportunidade única para construirmos uma resposta comum para o desafio global de mudanças do clima. O Brasil tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gás de efeito estufa, sem comprometer nosso desenvolvimento econômico e nossa inclusão social”.

A presidenta citou ainda o que chamou de objetivos ambiciosos para o setor energético, com destaque para a garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética. No mundo, a média, segundo ela, é de 13%.

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trabalho_escravoPelo menos 20,9 milhões de pessoas – principalmente mulheres e meninas –, no mundo são afetadas pelas diversas formas contemporâneas de escravidão, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU). A pobreza, os conflitos, a violência e a falta de acesso à educação, ao trabalho decente e de oportunidades para o empoderamento socioeconômico são considerados os principais fatores subjacentes à escravidão, segundo a organização.
A ONU celebra hoje (2) o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura. Em nota, o secretário-geral, Ban Ki-moon, lembrou que a cada dia “mulheres são traficadas” e “meninas forçadas a casar, abusadas sexualmente e exploradas para trabalhos domésticos”. Ele lembrou que “homens, separados de suas famílias, são mantidos presos em fábricas clandestinas”.
O secretário-geral disse que governos, a sociedade civil e o setor privado devem se unir para erradicar todas as formas contemporâneas de escravidão, incluindo o trabalho forçado. Ele apelou para que os Estados-Membros “ratifiquem e implementem os instrumentos relevantes de direito internacional, em particular o novo protocolo elaborado pela Organização Internacional do Trabalho, que foi concebido para fortalecer os esforços globais para eliminar o trabalho forçado”. Informações da Agência Brasil.