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marco wense1Marco Wense

 

Toda euforia do PT com os R$ 51 milhões encontrados no “bunker” de Geddel Vieira Lima foi ofuscada pelo incisivo depoimento de Palocci, agora ex-companheiro.

As informações prestadas por Antônio Palocci ao juiz Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato, foram devastadoras para a imagem do PT e o futuro político de Lula.

Fazer de conta que tudo está sob controle e que nada vai mudar com o duro depoimento é acreditar que pode evitar os raios solares com uma peneira.

Palocci não é um petista qualquer. Foi ministro da Fazenda no governo Lula (2003 a 2006) e chefe da Casa Civil na gestão Dilma (2011).

No O Busílis e no Diário Bahia, salvo engano também no blog Pimenta, em 18 de abril deste ano, fiz o seguinte comentário: “Palocci não é um José Dirceu, não tem o petismo enraizado e nem uma incontida paixão”.

E mais: “O único herói do PT vai terminar sendo José Dirceu, que merece uma estátua com a seguinte citação: “O petista dos petistas””.

Fui massacrado por muitos petistas. Diziam que eu era um imbecil, que Palocci nunca iria trair o PT e, muito menos, o companheiro Lula.

No dia 21 de abril, voltei ao assunto com duas perguntas que poderiam levar a uma conversa de Palocci com seus próprios botões: 1) Será que vale a pena ser um José Dirceu, que prefere mofar na cadeia a dedurar os companheiros? 2) Ficar preso em nome de que causa?

Em 14 de maio afirmei, agora com mais convicção, que Palocci iria delatar. O esperado aconteceu: outra avalanche de críticas e alguns xingamentos por parte de petistas mais exaltados.

Em 2 de Junho, disse: “O problema é se o companheiro Palocci não tiver nervos para ficar atrás das grades, como tem o ex-ministro José Dirceu”.

A confiança que a militância tinha no Palocci ficou mais robusta com a declaração de Lula: “Palocci é meu companheiro há 30 anos. É um dos homens mais inteligentes deste país. E se ele resolver falar tudo o que sabe pode, sim, prejudicar muita gente. Mas não a mim”.

Mas não é só o PT que tem seu “herói”, que tem esse privilégio e essa sorte. O PMDB tem também o seu: o ex-assessor especial do presidente Michel Temer, o Rocha Loures, “uma pessoa decente”, segundo o mandatário-mor do país.

Pois é. Eu tinha razão. O Palocci falou até em “Pacto de Sangue” com Emílio Odebrecht e em “Pacotes de Propinas”.

PS (1) – Toda euforia do PT com os R$ 51 milhões encontrados no “bunker” de Geddel Vieira Lima foi ofuscada pelo incisivo depoimento de Palocci, agora ex-companheiro.

PS (2) – O PT se encontra em uma situação complicada: se expulsar Palocci, e ele estiver falando a verdade, o bicho pega. Se fizer vistas grossas, como estivesse endossando seu depoimento, o bicho come.

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Dilma: reprovação recorde.
Dilma: reprovação recorde.

Pesquisa Datafolha feita no calor das manifestações do final de semana em todo o país aponta a mais baixa aprovação de um governo federal nos últimos 23 anos. De acordo com o instituto, apenas 13% dos entrevistados consideram o governo ótimo ou bom.

A reprovação é recorde para o período: 63% classificam o governo como ruim ou péssimo. Para 24%, o governo é regular.

A pesquisa foi feita na segunda e terça (dias 16 e 17) e tem margem de erro de 2 pontos percentuais e ouviu 2.842 eleitores. Os números foram divulgados hoje (18).

Segundo o Datafolha, desde a redemocratização do país, o presidente que teve reprovação mais alta foi Fernando Collor de Mello, om 68% em setembro de 1992, quando foi cassado pelo Congresso.

A forma como a população vê o governo central deteriorou-se até mesmo em regiões onde a presidente obtinha ótimos índices (Norte e Nordeste). No Norte brasileiro, 21% avaliam o governo como ótimo ou bom, enquanto no Nordeste este índice atinge apenas 16%.

No Sudeste, o índice cai para 10%, assim como no Centro-Oeste. No sul, 13%. O maior índice de rejeição ao governo ocorre no Centro-Oeste: 75% reprovam a gestão.