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Rosivaldo vai retomar programa em novo horário neste sábado

Há mais de dois anos no ar pela Rádio Nacional 870 AM, o programa Ponto de Vista com Rosivaldo Pinheiro vai estrear novo horário a partir deste sábado (1º). O programa irá ao ar das 10h às 12h. Além do horário, o programa ganhará novo formato.

Segundo Rosivaldo Pinheiro, o Ponto de Vista manterá a pauta de opinião sobre assuntos do cotidiano e da política, que é o carro-chefe do programa, aliado ao entretenimento com músicas e participações dos ouvintes. Agora, diz o apresentador, contará também com a presença em estúdio de Leandro Viana, como noticiarista, e a atuação dos repórteres plantonistas Carlos Barbosa, Fábio Ferreira, Hélio Fonseca e Wagner Mendes.

– É um momento novo do Ponto de Vista, com novas ideias e novo conceito, sem deixar a essência de um programa de opinião. Esse time que vem agora comigo certamente vai entregar as notícias mais apuradas que a cidade quer e precisa ouvir. Informação é a chave para uma sociedade evoluída e nós apostamos nisso. Agradeço aos meus ouvintes pela fidelidade ao longo desses dois anos e meio e sei que muitos outros estão chegando para somar e serão muito bem-vindos – destacou Rosivaldo Pinheiro.

Rosivaldo Pinheiro diz que o programa continuará sendo semanal, sempre aos sábados. “As mudanças na grade de programação da emissora fazem parte do novo momento da Rádio Nacional, agora sob a direção-geral de Juliana Oliveira”, reforça.

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Cláudio Rodrigues || aclaudiors@gmail.com

 

 

 

Desde a redemocratização, o Brasil nunca assistiu a um governo recém-empossado se desgastar em tão pouco tempo. Pelo visto, Bolsonaro perdeu e vai continuar perdendo seus eleitores e a opinião pública em plena lua de mel.

 

 

Não existe uma formula mágica para se manter um casamento. Nesse elo estabelecido entre duas pessoas, há alguns itens que ajudam a preservar essa união, tais como confiança, respeito, compreensão e, sobretudo, amor. Ao que parece, o vínculo que uniu os 57,7 milhões de eleitores ao então candidato e hoje presidente da República, Jair Bolsonaro, começa a definhar antes da hora.

O casamento entre os eleitores e um candidato tem prazo de validade. Não existe nessa relação o “até que a morte os separe”. Esse casamento é de quatro anos. Dependendo da convivência, é renovado apenas por mais quatro. Com pouco mais de cinco meses na presidência do Brasil, a relação do presidente Bolsonaro com aqueles que lhe confiaram o voto sofre um grande abalo, colocando o casamento em crise.

Eleitores de primeira hora, como o cineasta José Padilha e o cantor Lobão, como assim dizer, “já saíram de casa”. Padilha, que teve no ex-juiz e hoje ministro da Justiça e Segurança a “alcoviteira” para ele dizer sim a Bolsonaro, afirma que “o Moro não se deu ao trabalho de olhar o histórico dos Bolsonaros. Os Bolsonaros têm relações com a esgotosfera do crime organizado carioca. Ele é de Curitiba, talvez não saiba. A outra possibilidade é que ele sabia o que estava fazendo e ele fez. Aí, o Moro é totalmente diferente de quem eu pensei que ele fosse”.

Antes um fervoroso defensor de Bolsonaro e de seu governo, o cantor Lobão salta do barco desolado, no período em que o casamento era para estar no auge. “Eu tinha que optar por alguém e esse alguém foi o Bolsonaro. Mas ele mostrou que não tem a menor capacidade intelectual e emocional para poder gerir o Brasil. Isso está muito claro para mim, e fico muito triste. É óbvio que o governo vai ruir”, disse ao jornal Valor Econômico.

Jair Bolsonaro, presidente da República || Foto Alan Santos/PR

As inúmeras caneladas do presidente, como a postagem do vídeo escatológico do carnaval, as brigas entre as alas olavista versus militares, a saída de dois ministros, o laranjal do PSL (partido do presidente), as denúncias do MP/RJ contra o filho Flávio Zero Um e o seu ex-assessor Queiroz, o incendiário e gestor das redes sociais do pai o filho Carlos Zero Dois, a arrogância do filho Eduardo Zero Três, o caos no Ministério da Educação e o cortes de verbas para a educação básica e superior, que culminaram com protestos de rua em mais de 200 cidades brasileiras. Tudo isso, mais a falta de projetos e propostas concretas de um governo que só tem como meta a reforma da previdência, colocam em crise um casamento de apenas cinco meses.

Desde a redemocratização, o Brasil nunca assistiu a um governo recém-empossado se desgastar em tão pouco tempo. Pelo visto, Bolsonaro perdeu e vai continuar perdendo seus eleitores e a opinião pública em plena lua de mel.

Cláudio Rodrigues é consultor de comunicação e de empresas.

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Sócrates Santana

 

 

A falta de cordialidade do presidente empossado Jair Bolsonaro e o seu empenho de realizar uma cruzada ideológica contra os vermelhos incluiu no seu alvo o maior destino da exportação brasileira, a China. O resultado: o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang, confirmou que seu país colocou o Brasil em stand by.

 

A mais enraizada e consensual tradição da família brasileira está sendo violentada pelo novo governo: a cordialidade. Ao menos, desta maneira conceituou um dos mais importantes pensadores da formação do povo brasileiro, o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda. Segundo o autor da célebre obra Raízes do Brasil, a cordialidade revela a vontade da família brasileira aproximar o que é distante do nível do afeto. O “homem cordial” é, portanto, um artifício, encrustado em nossa formação enquanto povo. É por isso que Sérgio Buarque disse, também, que: “a contribuição brasileira para a civilização será o homem cordial”. Uma promessa conjugada verbalmente no tempo do futuro do presente do indicativo.

A emissão de um telegrama à ONU do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pôs em risco o prelúdio do pensador brasileiro com o fim da participação brasileira no Pacto Global para a Migração. Uma decisão, ideologicamente contaminada, tomada pelo presidente recém empossado, Jair Bolsonaro, que colocou 3.083.255 brasileiros que vivem no exterior a mercê de um benefício internacional, não sendo o país mais “signatário do pacto global para migração segura, ordenada e regular”.

O fato é que o Brasil não tem um problema sério de migração. Ou seja: estrangeiros que moram no Brasil são poucos proporcionalmente aos brasileiros que vivem no exterior. Temos uma parcela muito pequena da nossa população composta por migrantes, são cerca de 0,4% de migrantes chegando no Brasil, e temos muito mais brasileiros vivendo no exterior do que estrangeiros vivendo no nosso país. Então, a saída do pacto prejudica mais os brasileiros do que a permanência no pacto.

Obviamente, a decisão não é uma atrapalhada do presidente Jair Bolsonaro. É um risco mal calculado por quem não governa para todos, mas apenas para os 57.796.986 de brasileiros que votaram nele. Eu vou explicar o meu argumento e mostrar como o cálculo do Palácio do Planalto é baseado no resultado das urnas. O presidente Jair Bolsonaro sabe que o número de brasileiros no exterior não representa necessariamente a totalidade dos brasileiros residentes nos 120 países dos 193 membros da ONU que assinaram o Pacto Global para Migração, mas, simplesmente, menos da metade.

Coincidência ou não, o maior número de brasileiros no exterior reside nos EUA. Um total de 48%. Os brasileiros de Miami garantiram uma vitória esmagadora de Bolsonaro no exterior. Esses dados mostram como as decisões do presidente Jair Bolsonaro são tendenciosas e ideologicamente contaminadas pelo mapa eleitoral. A decisão, portanto, não é fruto de uma atrapalhada e uma decisão sem fundamento. É uma decisão de quem resolveu apostar todas as fichas no segundo maior importador do Brasil. Este, talvez, seja outro risco mal calculado pelo presidente Jari Bolsonaro.

Hoje, os EUA correspondem a apenas 16% das exportações brasileiras, enquanto os chineses, por exemplo, correspondem a mais de 30%. Todos os indícios da política internacional do governo empossado apontam para uma busca desenfreada e de alinhamento com o Tio Sam. Mas, todos os números da economia brasileira mostram como o governo americano busca ocupar espaços e concorrer com os produtos de exportação do Brasil, que sofrem ainda mais com a redução do dólar.

Enquanto isso, o presidente norte-americano, Donald Trump, celebra o crescimento das exportações de carne dos EUA para o Brasil que, desde 2003, não vendia para o país sulamericano. Aliás, o Brasil pode se preparar para uma concorrência maior dos Estados Unidos no setor de carnes em 2019. A produção e exportação deverão ser recordes em alguns dos setores de proteína deste país, concorrente direto do Brasil. Uma das apostas dos americanos é exatamente a China, com quem selou recentemente uma trégua na guerra comercial. Mas, só que não…

A falta de cordialidade do presidente empossado Jair Bolsonaro e o seu empenho de realizar uma cruzada ideológica contra os vermelhos incluiu no seu alvo o maior destino da exportação brasileira, a China. O resultado: o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang, confirmou que seu país colocou o Brasil em stand by. Tradução: bye, bye US$ 19 bilhões em soja vendidas para a China. Ou pior: zài jiàn 80% de toda a soja produzida por fazendeiros brasileiros comprada pelos chineses.

“A verdadeira força moral da Casa de Rio Branco” está em pânico com tamanhos disparates e mostrou em manifestação pública a sua preocupação sobre o futuro sem cordialidade do Itamaraty brasileiro. O presidente Jair Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo precisam da razão esclarecedora do homem cordial, segundo Sérgio Buarque, inspirado em caminhos sem muros, mas, cheios de fronteiras para aproximar quem precisa “viver nos outros” e não suporta o peso da individualidade.

Para alguns, estabelecer fronteiras significa apenas divisão e construção de muros para separar pais e filhos, a exemplo de Donald Trump em relação aos imigrantes mexicanos. Para outros, erguer fronteiras significa garantir a unidade de pontos diversos, a exemplo da Grande Muralha da China, que gerou emprego e, principalmente, uniu sete reinos em um país. Para os brasileiros, as fronteiras são possibilidades de amarrarmos a nossa soberania com os laços do coração, aproximando a civilidade do diálogo permanente com o outro, dando uma chance para todos recomeçarem, imigrantes ou não, brasileiros ou não, eleitores de Bolsonaro ou não.

Sócrates Santana é jornalista e brasileiro. Atualmente, atua como mentor de startups e gestor de inovação para o Governo da Bahia.

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Manu BerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

O Governo Vane não disse a que veio. Vai embora sem fazer a menor diferença ou falta. Sinto muito que, em tempos de criatividade aflorada, a população tenha esquecido de cantarolar a saudosa Arruma a mala aê.

 

Há quatro anos trabalhei como jornalista contratada na campanha de reeleição do então prefeito, Capitão Azevedo. É visível, em todos os finais de governo, a correria para maquiar as falhas e/ou concluir o que se tem condições, embora a gente precise, principalmente como cidadãos, respirar fundo para compreender toda essa prática falida que se instalou na política.

Há poucos dias da eleição, lembro que comentei com um dos colegas de jornada que tinha a sensação, nos bairros da periferia, que a população via em Azevedo uma espécie de Sassá Mutema, alguém que teria ganhado popularidade, transformando-se em O Salvador da Pátria (nome de uma obra global fictícia), mas que teria se perdido um pouco. O povo gostava dele, se identificava com ele, mas clamava pelo que poderia ter sido feito e não foi. Confesso que passei algumas noites pensando naquilo tudo e esse foi um dos motivos pelo quais optei por não trabalhar nas eleições desse ano.

Vane foi eleito, inclusive com o apoio de muita gente que trabalhava na gestão de Azevedo, tanto na prefeitura quanto nas demais instituições envolvidas. A expectativa, criada pelo marketing da campanha, prometia mudança. Só isso, e foi o bastante. Não me recordo de projetos citados naquele momento ou, pelo menos, algum que tenha chamado a atenção da população. Itabuna queria somente mudar, por compreender que há oito anos nada consistente teria sido feito pelo poder público.

Se a sensação lá atrás foi essa, a de agora é simplesmente muito mais dolorosa. Separando completamente o homem Claudevane Leite do Governo Vane, considero este último o mais medíocre já vivenciado nos últimos trinta anos. E a sua apatia para a reeleição deixou claro a sua consciência da própria inabilidade.

O cenário atual é vergonhoso. Salvo algumas melhorias no trânsito (embora a população não concorde com todas) e a gestão do último secretário de Saúde (especialmente no Hospital de Base), o Governo Vane não disse a que veio. Vai embora sem fazer a menor diferença ou falta. Sinto muito que, em tempos de criatividade aflorada, a população tenha esquecido de cantarolar a saudosa Arruma a mala aê.

Cabe certinho!

Manuela Berbert é publicitária e colunista do Diário Bahia.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Temos respirado o ar da esperança na última década, fase posterior à queda da nossa principal cultura econômica, duramente atingida pela crise imposta pela vassoura-de-bruxa.

 

O sul da Bahia há muito alega que ao longo das últimas décadas não recebeu a atenção devida do Estado. A região cacaueira apresenta argumentos consistentes: custeou por extenso período a folha de pagamento estadual e ajudou a financiar a estruturação do Centro Industrial de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari, mas não recebeu em contrapartida tratamento à altura dessa contribuição. O modelo econômico adotado pelo governo estadual sempre privilegiou Salvador e seu entorno.

Para uma corrente que reclama da desatenção dos governos estadual e federal, a raiz do problema está na falta de representatividade política.  O fato de elegermos baixo número de candidatos locais fragiliza a representação e dificulta as nossas reivindicações junto aos governos; perdemos na correlação de forças e, consequentemente, somos superados por regiões com maior representatividade política.

Outra corrente fundamenta que a não organização da cadeia produtiva acaba colaborando para a não implantação de mudanças estruturais necessárias diante dos poderes centrais, estado e União. A verdade é que as argumentações se fundem e, de fato, constatamos que a nossa região não recebeu, ao longo da sua existência, investimento proporcional ao grau de colaboração disponibilizado para o estado e para o país. A Ceplac é a clara materialização desse processo: nasceu a partir da articulação do capital produtivo lastreado na cacaicultura e sofre gradativo sucateamento em função da falta de força política necessária para o embate.

Temos respirado o ar da esperança na última década, fase posterior à queda da nossa principal cultura econômica, duramente atingida pela crise imposta pela vassoura-de-bruxa. O cacau, que já foi o principal gerador de renda do estado, responsável por quase 60% de toda a sua arrecadação, hoje dá sinais de recuperação, face à obstinação da classe produtora e ao implemento de ciência e tecnologia baseadas na pesquisa do cacau e na política de fabricação de clones com alto padrão genético pelo Instituto Biofábrica.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Como tudo na vida, precisamos fazer uma seleção do que circula, participando ou reproduzindo conteúdos de acordo com os nossos valores pessoais e as repercussões e impactos sociais causados.

 

As cidades são espaços de conflitos em função do sem-número de desejos, necessidades e expectativas dos munícipes e das frustrações advindas do ordenamento legal imposto pelas administrações, bem como da não realização de intervenções justificada pela limitação dos recursos financeiros ou, até mesmo, por entraves burocráticos pertinentes ao processo da gestão pública.

A diversidade de pensamento em relação à organização do espaço das cidades é também uma das correntes que norteiam a vida dos partidos políticos, que acabam por atrair para os seus quadros os ativistas que buscam materializar para o dia-a-dia dos municípios as formulações que defendem. A razão de ser desse debate pode ser percebida nos diversos diálogos presenciais, ou através das mídias sociais; aliás, diante dos perigos impostos pela violência e da própria correria cotidiana, os encontros presenciais sofrem limitações e são cada vez mais substituídos pelas interações virtuais, embora na visão de muitos essa ferramenta imponha barreiras e bloqueie o calor humano necessário para criar laços.

As redes sociais têm sido cada vez mais o espaço convergente para os inúmeros debates a respeito das expectativas humanas em todas as áreas e direções; figuram também como uma espécie de mecanismo de auxílio para diversas outras necessidades do nosso cotidiano. São inúmeros os benefícios que poderíamos citar, embora coexistindo com as impurezas de conteúdo que encontramos também na grande rede. Como tudo na vida, precisamos fazer uma seleção do que circula, participando ou reproduzindo conteúdos de acordo com os nossos valores pessoais e as repercussões e impactos sociais causados.

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ricardo artigosRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

A chuva começa a cair, atenuando os efeitos da seca, e a justiça toma providências há tempos aguardadas para estancar os saques.

 

Ainda criança eu ouvia a história de um tio emprestado que ficou embaixo de um barranco na BR 101. Ele viajava de ônibus, quando houve um deslizamento e o veículo foi soterrado. Entre mortos e feridos, meu tio permaneceu horas sob a lama, apenas com o braço esquerdo descoberto. Alguém se aproximou e, em vez de tentar salvar aquele passageiro, tirou-lhe sorrateiramente o relógio e deixou a vítima ali, à própria sorte. Felizmente, outros vieram depois e o salvaram.

Esse caso de família me vem à mente ao ler as notícias sobre a roubalheira que se cometia na Emasa. Não apenas a empresa, como também a cidade se assemelha hoje a alguém que agoniza, o que é trágico. Mas não há definição que traduza o asco que a gente sente do cara que leva o relógio. E o caso presente é ainda mais grave, porque “os caras” são os próprios responsáveis pela vida do passageiro.

Itabuna municipalizou seu serviço de abastecimento de água e saneamento há 27 anos. Desde então, houve poucos investimentos e grande parte da cidade jamais teve água com regularidade, mesmo em tempos de fartura hídrica. Agora, na escassez, o que já era ruim se converteu em tragédia. Com a empresa sob o barranco, tudo indica que alguns agiram como autênticos saqueadores de beira de estrada.

Fica provado que não havia injustiça quando se apontava a ineficiência da Emasa como um plus à estiagem. Só faltava esclarecer o que contribuía para tornar a empresa um trambolho ineficiente. Alguns municípios enfrentam apenas a seca; outros sofrem com a seca e os “saques”. Para a população, que tem passado o vexame diário da lata d’água na cabeça, é um verdadeiro tapa na cara.

Tenho visto muitos itabunenses abatidos e desesperançosos com a situação à qual a cidade chegou. Já vi gente jogar a toalha e dizer que não dá mais pra viver em Itabuna, mas agora é possível melhorar as expectativas. A chuva começa a cair, atenuando os efeitos da seca, e a justiça toma providências há tempos aguardadas para estancar os saques. Ainda vai demorar muito para o abastecimento de água se regularizar nesta cidade sofrida, mas até o seu ar já começa a ficar mais respirável.

Ricardo Ribeiro é advogado.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

A Conferência das Cidades deste ano, inclusive, propõe o imenso desafio de melhorar a qualidade de vida atual e possibilitar avanços consistentes para não se comprometer a sustentabilidade futura.

 

As cidades também são conhecidas como “espaços de conflitos”, tamanhas são as necessidades de atendimento a diversas expectativas dos seus residentes. Dentro desse cenário existem agravantes, um deles é que a instalação dos equipamentos físicos (fixos) atende aos interesses dos investidores públicos e privados e não à necessidade primária dos que buscam o atendimento das suas pautas reivindicatórias, gerando uma série de impactos à vida dos munícipes. A mutação da realidade após a instalação das novas construções impacta no direcionamento do fluxo – indivíduos, produtos, ideias e tudo que se move.

A alteração do espaço urbano visa atenuar os conflitos oriundos dos movimentos organizados em prol de influenciar na organização da cidade, tendo em vista a contemplação dos seus anseios, e isso exige do poder público uma série de investimentos. À medida que há uma evolução da sociedade no aspecto do conhecimento dos seus direitos, há uma intensificação dos debates, influenciando diretamente na forma de organização da cidade.

A Conferência das Cidades deste ano, inclusive, propõe o imenso desafio de melhorar a qualidade de vida atual e possibilitar avanços consistentes para não se comprometer a sustentabilidade futura. O tema da conferência das cidades esse ano atende ao objetivo de compreensão das funções das cidades: Função Social da Cidade e da Propriedade; Cidades Inclusivas, Participativas e Socialmente Justas.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Oito meses dedicados a manobrar artimanhas de interesses individuais que se sobrepõem aos interesses nacionais. Tempo que custa caro.

 

O Brasil tem assistido impotente, nesses oito meses, discussões que não deveriam contaminar a ordem pública, uma vez que a república conta com leis,  instituições e poderes constituídos cujas atribuições serviriam  à prevenção e à resolução de demandas ora em evidência, sem prejuízo à democracia. Assim pensam os leigos.

Entre o silêncio dos que se imaginam ao largo dos fatos oriundos da política e o protesto legítimo pelas causas de todos, toma corpo o ódio e a desarmonia social. Há quem ignore a longevidade da corrupção, ignorando também, a presença dela no seu meio representada por questões inimagináveis.

Nesse contexto, os valores éticos se perdem conspurcados por podres poderes, como diz o poeta. Curiosamente, o desvio de caráter de muitos que governam os destinos da nação está por certos indivíduos normatizado, o que acaba contaminando o cerne do inconsciente coletivo. A deprimente situação cai no antigo dilema do que vem primeiro, se o ovo ou a galinha, uma vez que os protagonistas da corrupção são membros da sociedade, logo, toda ela há que refletir sobre atitudes e ações individuais.

Diuturnamente, a palavra que mais se ouve na mídia é Manobra, que nos últimos oito meses tem sido multiplicada por membros de poderes da República. Uns arquitetam as Manobras, outros as materializam, outros na retaguarda aprovam-nas, tudo na frente do Brasil e do mundo, tornando isso uma bola de neve, difícil de aceitar. Após esse vergonhoso episódio, a palavra Manobra ficará no imaginário brasileiro como sinônimo de corrupção sufocante e assassina de ideais e de pessoas.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Por certo, esse debate será um dos temas que pautarão a permanente luta das mulheres na atualidade. À medida que ocupam novos papeis, precisam ser asseguradas com mais mecanismos que garantam seus direitos.

 

Vimos nas últimas semanas um levante das mulheres brasileiras cobrando medidas protetivas relativas à violência de gênero. A intensidade dos debates foi aflorada a partir do estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro no último mês. Se analisarmos os fatos, perceberemos que, no cotidiano, parcela significativa dos homens, por descuido, gracejo, excesso de simpatia ou pelo despertar de um suposto “lado animal”, acaba cometendo deslizes que podem ser interpretados ou tipificados como assédio.

Os novos tempos da interação humana, em função da facilidade dos mecanismos das mídias sociais, aceleram a ampla divulgação e elucidação de crimes, especialmente aqueles de maior repercussão. Ao passo em que essa exposição nas mídias sociais prejudica a imagem de quem estiver sendo pautado, cria também um ambiente para mudança de comportamento da sociedade, e é justamente aí que temos que nos debruçar para a produção de leis que busquem o combate efetivo desses males, assim como investimento em educação e cultura para possibilitar um novo olhar acerca dessa temática.

No tocante à violência que sofrem as mulheres, uma das conquistas mais comemoradas foi a criação das delegacias especializadas. Só que no funcionamento delas cabem reparações e atualizações, tanto do ponto de vista das suas estruturas físicas, na criação de um ambiente mais acolhedor, como da preparação das equipes dessas estruturas. Penso que os postos de chefe de delegacia e investigação deveriam ser ocupados na grande maioria por mulheres, pois elas melhor compreendem a posição de potencial vítima nesse universo, estando, portanto, mais dispostas a um acolhimento diferenciando. Um fato que comprova isso foi a mudança da linha de investigação na condução do inquérito após a substituição do delegado por uma delegada no caso do Rio de Janeiro.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

A mensagem da Carta escrita no ano 2070 registra a precariedade da vida na Terra, pela escassez não somente de água, mas de oxigênio, elementos essenciais, em falta no ambiente, pela escassez, também, de árvores na paisagem terrestre.

 

A Carta escrita no ano 2070, publicada no ano 2002, na revista Crónicas de Los Tiempos, apresenta fortes características proféticas, realidade no Sudeste brasileiro, no Sul e Extremo sul da Bahia, regiões sem antecedentes de seca.

Sentindo a iminência da tragédia, o cronista externa sua aflição que aos desatentos parece besteira. Limitam-se, eles, a rotularem de ecochatos os que recomendam parcimônia no uso da água potável, ou de qualquer outro bem natural. Aqui, trechos da referida Carta antecipam as consequências da irresponsabilidade com o único líquido que cria e robustece todos os seres vivos do planeta:

“[…] Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém ligava; pensávamos que a água jamais acabaria. […] Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. […] Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações. […] Alterou-se a morfologia dos espermatozoides de muitos indivíduos, e como consequência, crianças nascem com insuficiências, mutações e deformações […]”. A Carta faz, pois, referências às consequências ora constatadas.

Fontes idôneas dão conta de que as regiões brasileiras perdem, todos os anos, milhões de toneladas de água, e que as chuvas escassas, provocam acentuados prejuízos no cenário socioeconômicoambiental nacional.  Aliás, os eventos climáticos têm ganhado contornos severos. Em alguns lugares, chuvas torrenciais interferem abruptamente na vida em suas dimensões; em outros, a seca aniquila impiedosamente todos os cantos.

O serviço de meteorologia promete chuva para o sul da Bahia, em imagem que anima a todos os afetados pela ausência dela. Tem sido assim. Logo começa forte ventania que desvia as nuvens carregadas, e no outro dia, céu de brigadeiro, sem chance de água para as tarefas domésticas e para umedecer a lavoura que adorna as feiras livres com alimentos diretos da agricultura familiar.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Itabuna precisa que seu futuro prefeito reúna experiência comprovada, poder de articulação e relacionamento político nas esferas federal e estadual, além de dinâmica e criatividade capazes de estabelecer parcerias.

 

Vivemos numa cidade com diversos problemas acumulados, frutos da forma personalista de gestar o município por parte da maioria dos que passaram pelo comando do Executivo municipal. A falta de interlocução com a sociedade local e a liderança centrada na chefia – como se a cidade fosse uma espécie de departamento, tutelada pelo chefe que transitoriamente ocupa o poder – tornaram-se um traço negativo ao longo de décadas em Itabuna.

Esse ideário equivocado de pensar o poder em Itabuna acabou gerando uma cidade onde os valores de cidadania não fazem parte da visão de parcela significativa da sociedade local, a qual também tende a não reconhecer como liderança quem exerce o poder se impondo através do diálogo. Investimentos em cultura, educação, esporte e lazer, por exemplo, são historicamente vistos como supérfluos e, por consequência dessa visão, modificamos pouco as atrofias no tecido social local.

Contrapontos a essa dinâmica aconteceram nos governos Ubaldo Dantas, Geraldo Simões e agora, com Claudevane Leite. Esse último registra o maior investimento nessas ações, elevando-o de 8% para 16% das receitas próprias em programas de cidadania e cultura. Os espaços públicos como praças, jardins, praças esportivas, áreas de convivência, importantes para a vida social das comunidades, na sua grande maioria precisam de qualificação.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Algumas curiosidades marcam os Jogos Olímpicos da antiguidade clássica. Mulheres não participavam, nem assistiam às competições, pois os homens atuavam nus com os corpos untados com óleo.

 

No dia 05 de agosto acontece na cidade do Rio de Janeiro, a abertura das Olímpiadas 2016, uma festa que merece ser apreciada por pessoas de todas as idades, se possível, em família. Preliminarmente, à festa, a passagem da Pira por diversas cidades do Brasil encanta a todos, nas mãos de pessoas que representam suas comunidades com entusiasmo e esperança do êxito na realização do evento.

Os Jogos olímpicos são uma produção dos gregos antigos, cujo objetivo era homenagear os deuses na cidade de Olímpia. Participava das competições, a cidade-estado comprometida em cessar a guerra, ou seja, ela deveria, em respeito ao estatuto regente, estar em paz com os vizinhos, sem qualquer possibilidade de modificar o que estava posto. Nada de jeitinho para contemplar a quem quer que fosse. A pira, ou tocha olímpica, tal como hoje, era acesa em cerimônia bastante concorrida.

Algumas curiosidades marcam os Jogos Olímpicos da antiguidade clássica. Mulheres não participavam, nem assistiam às competições, pois os homens atuavam nus com os corpos untados com óleo. Dizem que as mulheres tinham seu momento olímpico à parte. Os atletas se empenhavam com afinco, e os vencedores recebiam como louro, uma coroa feita com ramos de oliveira, sem compensação monetária. Vem daí a expressão louros da vitória.

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ricardo ribeiroRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Tivesse havido prevenção e investimento em um modelo de uso racional da água, a situação seria outra. Mas se optou pela facilidade e a ilusão da fartura infinita.

 

A natureza dá sinais muito evidentes de que está chegando ao seu limite, mas a humanidade segue adiante com suas mesmas prioridades, modos de agir e uma imutável inconsequência. A elevação das temperaturas quebra recordes sucessivamente, não apenas por fatores naturais, principalmente o El Niño, mas também pela emissão de poluentes na atmosfera. Ademais, seguimos despejando esgotos nos rios, enquanto falta-nos água potável nas torneiras, o que é esdrúxulo.

Não é difícil imaginar aonde isso vai parar? No sul da Bahia, antes uma região com fartura de água, nem dá mais para fazer tal pergunta, pois o colapso antevisto já se materializa no presente. Noticia-se que, depois de mais de nove meses de estiagem, a região perdeu mais de 80% do volume de água que possuía. É terrível, mas era previsível que isso um dia poderia acontecer. Falta chuva, é certo, mas a ausência de bom senso, responsabilidade e compromisso com as futuras gerações contribuíram para tingir o cenário com cores mais dramáticas.

Há quantos anos se sabe que Itabuna, maior cidade da região, desperdiça mais de 50% da água tratada, antes que ela chegue aos domicílios? E esta não é uma insanidade exclusiva deste município, pois em todo o país, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, o uso inconsequente da água é a regra. Apesar dos avisos inequívocos, em muitos lugares utiliza-se o recurso como se inesgotável fosse. Ledo engano, cujos resultados serão catastróficos, como já são por aqui.

As consequências da miopia são sentidas e, como de praxe, é só neste momento crítico e desesperador que se pensa em buscar “soluções”. Tivesse havido prevenção e investimento em um modelo de uso racional da água, a situação seria outra. Mas se optou pela facilidade e a ilusão da fartura infinita.

Por falar nas tais “soluções”, no que toca ao poder público, nota-se que infelizmente elas seguem uma rota obscura, permeada por rumores preocupantes e em um delicado momento de transição política, quando coisas estranhas costumam acontecer.

É momento de a sociedade civil estar vigilante e participante dessa busca de alternativas. Não se trata apenas de tirar o sal da água, mas de remover toda e qualquer impureza das negociações que possam eventualmente se valer da crise para concretizar velhos e conhecidos intentos, não exatamente vinculados ao interesse público.

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Rosivaldo PinheiroRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

O entendimento hoje é de que manicômios não ressocializam; eles alienam e excluem, por isso precisam ser substituídos pelos CAPS.

 

Nossa vida é cheia de surpresas, e nossa mente aprende obrigatoriamente a se adaptar à adversidade, mas nem sempre conseguimos manter intacta nossa estrutura psicológica e nem todos reagem bem a um mesmo estímulo estressante. Em um debate com amigos no Dia do Assistente Social e da Família, lembramos como é fundamental ao ser humano o auxílio profissional adequado e o apoio familiar para superar os males da mente.

Olhamos a vida passar e as pessoas que passam por nós ou convivem conosco podem estar com sérios problemas psicológicos. Advogados, médicos, operários, comerciantes… Ninguém está imune às fragilidades presentes na estrutura mental humana. Quando pensamos que a reação desproporcional de uma pessoa é um capricho, pecamos, estamos sendo rasos e nosso olhar não atende à profundidade necessária da questão.

Quando o problema vai além e se torna um caso psiquiátrico, o primeiro olhar e sentimento nos levam na direção do pré-julgamento; passando a entender melhor o assunto, percebemos a necessidade da mudança no paradigma de enfrentamento e tratamento dos males da psique. Os seres humanos, com toda sua força e capacidade racional, são frágeis; nosso calcanhar de aquiles é a mente.

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