Policiais cumprem mandados de busca e apreensão contra servidor e ex-servidor de Ciretran e donos de autoescolas
Tempo de leitura: 2 minutos

Donos de autoescolas, um servidor de Ciretran e um ex-funcionário do órgão foram presos, hoje (28), por participação em esquema criminoso de venda de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no oeste da Bahia. Ministério Público Estadual (MP-BA) e Polícia Federal (PF) deflagraram a Operação Stop Driver na manhã desta quarta-feira.

De acordo com o MP-BA, a operação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão em Bom Jesus da Lapa, Canarana, Coribe, Correntina, Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe, todos na Bahia, e em Brasília (DF) e Goiânia (GO)

A organização criminosa operar esquema de venda de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), com emissão fraudulenta do documento para clientes de dentro e fora do estado. O esquema envolvia um servidor da 17ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), em Santa Maria da Vitória, um ex-servidor do órgão e sócios de autoescolas.

MAIS DE 40 ANOS DE PRISÃO

Ainda segundo o MP-Ba, eles são investigados por operarem o esquema e cometerem os crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento público, lavagem de capitais e estelionato. As penas para estes crimes, somadas, superam os 40 anos de prisão, além de perda de todo o patrimônio adquirido com o crime.

A Vara Criminal de Santa Maria da Vitória também decretou o afastamento do servidor da 17ª Ciretran e o bloqueio dos bens dos quatro investigados. Os presos foram conduzidos à Delegacia da Polícia Federal de Barreiras.

As investigações, iniciadas pelo MP a partir de denúncias anônimas, apontam que o esquema existe desde 2016, ano em que se apurou um “alto” número de habilitações concedidas a residentes distantes de Santa Maria da Vitória, inclusive vindos de outros estados.

CARTEIRA DE MOTORISTA SEM PROVA

O esquema consistia na venda de CNH a pessoas que não passaram pela avaliação exigida pelo Departamento de Trânsito (Detran), portanto sem aprovação técnica quanto a conhecimentos práticos e teóricos para se habilitarem como condutores. As investigações continuam a partir do material apreendido (computadores, documentos, celulares), com a finalidade de identificar novos suspeitos da prática delituosa e colher novas informações.

Operação envolveu cerca de 200 policiais federais, militares e civis || Foto Alberto Maraux/SSP-BA
Tempo de leitura: 2 minutos

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) da Bahia ocupou, no início da manhã desta sexta-feira (3), o Complexo do Nordeste de Amaralina, na capital baiana. A Operação Resposta cumpre seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão contra “integrantes de facção criminosa que entrou 68 vezes em confronto com a polícia apenas em 2023”, diz em nota a Polícia Federal (PF).

Entre os ilícitos praticados pelo grupo estaria a formação dos chamados “bondes” – grupo com cerca de 20 a 30 traficantes que se reúnem para atacar rivais –, além do comércio de entorpecentes, tráfico de armas e munições, de roubos a banco e corrupção de menores,

“Equipes terrestres das polícias Militar, Civil e Federal, com o apoio de blindados e de aeronaves, estão distribuídas nas localidades da Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Chapada do Rio Vermelho e Nordeste de Amaralina”, informou a PF.

A Ficco é formada por equipes das polícias Militar, Civil e Federal. Além do cumprimento das ordens judiciais e da ampliação do patrulhamento ostensivo na região, a força está fazendo o levantamentos de algumas das denúncias recebidas.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, cerca de 200 policiais integram as equipes terrestres.

Polícia Civil cumpre mandados contra integrantes de facção criminosa || Foto Divulgação
Tempo de leitura: < 1 minuto

A Polícia Civil cumpriu, nesta sexta-feira (6), mandados de prisão, no sul e sudoeste da Bahia, contra integrantes de uma organização criminosa integrada por pessoas de uma mesma família, acusada de tráfico de drogas, associação ao tráfico e homicídios praticados em Ipiaú e cidades vizinhas. A Operação Héstia foi realizada em parceria com a polícia de São Paulo, e cumpriu 17 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão.

Dos mandados de prisão, quatro foram cumpridos nas unidades prisionais de Jequié e São Paulo. As operações foram realizadas também nos municípios de Itacaré, Valença, Maraú e Camamu. Durante as ações, os policiais elucidaram também o homicídio de Ítalo Batista, ocorrido no ano de 2021, em Ipiaú. Foram apreendidos aparelhos celulares e uma quantia de R$ 15 mil.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), as ações são fruto de investigações iniciadas há mais de um ano e que foram intensificadas durante a primeira fase da Operação Paz, quando prisões de suspeitos nas cidades da jurisdição da 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Jequié) foram solicitadas ao Poder Judiciário.

Participaram das ações policiais civis da 9ª Coorpin/Jequié, além da 10ª Coorpin/Vitória da Conquista, 21ª Coorpin/Itapetinga, 6ª Coorpin/Itabuna, 7ª Coorpin/Ilhéus, 5ª Coorpin/Valença e da Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (Cati/Depin).

Criminoso com várias passagens pela polícia é preso no sul da Bahia
Tempo de leitura: < 1 minuto

Policiais civis prenderam, na manhã desta segunda-feira (22), em Dário Meira, no sul da Bahia, um suspeito de fazer parte de uma organização criminosa em Salvador. O suspeito foi detido depois que a polícia recebeu informações de que ele estava armado ameaçando moradores e vendendo drogas de uma localidade rural.

Com o homem, foram apreendidos uma submetralhadora 9 mm, munição e uma espingarda artesanal. De acordo com a Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Jequié), o bandido é oriundo de uma organização criminosa que tem o bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador, como base.

O criminoso já cumpriu pena em regime fechado nos presídios de Feira de Santana e Serrinha. Na operação policial de hoje, ele foi preso na localidade conhecida como Água Sumida, em Dário Meira. O acusado foi encaminhado para a Delegacia Territorial do município e deve ser levado para um presídio.

Tribunal de Justiça da Bahia suspende fechamento de cartórios
Tempo de leitura: 3 minutos

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) denúncia contra a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) Ilona Reis, e os advogados Marcelo Junqueira Ayres Filho, Fabrício Bôer da Veiga e Júlio César Cavalcanti Ferreira. Eles são acusados da prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e de pertinência em organização criminosa.

Segundo o apurado pelo MPF, os quatro pertenciam a um grupo criminoso cuja dinâmica era organizada em quatro núcleos: judicial, causídico, econômico e de defesa social. Este último foi criado depois, supostamente, para blindar os demais núcleos. Ilona Reis teve prisão temporária decretada em 14 de dezembro, e está presa preventivamente desde o último dia 19. Eles são investigados na Operação Faroeste.

“Os elementos probatórios reunidos durante as investigações revelam que ao menos quatro pessoas se associaram, com estabilidade e permanência entre setembro de 2019 e dezembro de 2020, com o objetivo de obter vantagens, sobretudo econômicas, mediante a prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro”, ressalta a denúncia do MPF.

A denuncia foi enviada na quarta-feira (30) ao STJ é e assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo. De acordo com o MPF, os valores envolvidos na trama objeto da denúncia são estimados em R$ 800 mil, com pagamentos da ordem de R$ 300 mil em dinheiro com o objetivo de não deixar pistas da vinculação criminosa entre os integrantes da orcrim.

LÍDER DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA?

Conforme a denúncia, a organização criminosa montada pela desembargadora Ilona Reis, segundo relato e provas apresentadas por um colaborador, teve os advogados Marcelo Junqueira e Fabrício Bôer como principais operadores, cabendo ao colaborador pagar e confeccionar as decisões, dentro dos parâmetros ilícitos acordados entre os integrantes do grupo. Segundo o MPF, todos estavam ajustados para atuar em um organismo criminoso, e dispostos a fazer circular divisas ilícitas entre eles.

“Em linhas gerais, a desembargadora Ilona Reis teve atuação central na organização criminosa em questão, exercendo o comando do grupo. Não obstante, a subsistência do grupo criminoso dependia da articulação e operacionalização dos ilícitos, a qual se dava, majoritariamente, pelo intermediador Júlio César”, diz um dos trechos da denúncia.

Já o advogado Marcelo Junqueira tornou-se o operador da magistrada, agindo sob as ordens e atendendo os interesses dela, segundo o MPF. Foi apurado que ele negociava diretamente as decisões judiciais e atuava na operacionalização do recebimento dos valores em espécie pelo grupo criminoso, e que mantinha interlocução com Júlio César e Ilona Reis. Júlio era o responsável por redigir decisões judiciais, assinadas por Ilona, para beneficiar outro braço da organização criminosa que agia no Oeste baiano, liderado por Adailton Maturino. Veja mais detalhes em leia mais.

Leia Mais

Tempo de leitura: 2 minutos
MPF denuncia acusados de organização criminosa na Bahia

O Ministério Público Federal (MPF) na Bahia ofereceu denúncia à Justiça Federal, nesta segunda-feira (30), contra oito suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa que atuava na região de Feira de Santana cometendo fraudes contra a Caixa e o Banco do Nordeste (BNB).

De acordo com o MPF, superam os R$ 10 milhões os prejuízos causados pelo grupo, que obtinha empréstimos ilegais a empresas fantasmas, constituídas a partir de contratos sociais e outros documentos com dados falsos. A denúncia, de autoria do procurador da República Samir Cabus Nachef, é contra investigados que foram alvo dos oito mandados de prisão preventiva na Operação Assepticus, no último dia 4.

Na ocasião, cerca de 100 policiais federais ainda cumpriram outros 29 mandados de busca em  Feira de Santana, Salvador, Santa Bárbara e Catu, na Bahia, além de Fortaleza (CE), com o objetivo de desarticular a organização criminosa, que inclui servidores públicos do BNB e da Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb), dentre outros.

Leia Mais

Tempo de leitura: 4 minutos
Quatro desembargadores do TJ-BA são denunciados por organização criminosa

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta terça-feira (10), 15 pessoas – entre elas quatro desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e três juízes estaduais – pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ação é decorrente de inquérito instaurado a partir da descoberta de indícios da existência de uma organização criminosa que operou entre 2013 e 2019, e que tem como principal operador Adaílton Maturino dos Santos.

De acordo com o MPF, o esquema envolveu a venda de sentenças e outros crimes que tinham como propósito permitir a grilagem de terras no oeste do estado baiano. Dada a complexidade do caso e a apreensão de novos elementos de prova, os investigadores solicitaram ao relator, ministro Og Fernandes, a continuidade das investigações para aprofundamento das apurações em relação a fatos e pessoas não relacionados na denúncia.

A denúncia detalha a atuação criminosa do chamado núcleo judicial e a sua relação com os operadores do esquema. Conforme o MPF, a organização atuava por meio de três núcleos: o judicial, o causídico e o econômico. O núcleo econômico era formado por produtores rurais dispostos a pagar por ordens judiciais que os permitissem legitimar a posse e a propriedade de imóveis onde exerciam as suas atividades.

Segundo o MPF, o jurídico contava com desembargadores e juízes, além de servidores do TJ-BA. Os primeiros, proferiam as decisões negociadas pelos operadores do esquema enquanto os servidores auxiliavam na elaboração de minutas e petições.

NÚCLEO CAUSÍDICO

Já o núcleo causídico, conforme os procuradores, era formado por advogados que intermediavam as negociações entre membros dos núcleos jurídico e econômico, formalizavam os acordos e adotavam as providências judiciais e extrajudiciais necessárias para garantir o proveito obtido com as decisões judiciais negociadas.

Ao descrever o conjunto de provas que sustentam a acusação, a PGR menciona a análise de dados telefônicos e bancários dos envolvidos, sobretudo dos membros do núcleo judicial denunciados, e seu relacionamento com os demais operadores do esquema.

Conforme os procuradores, foram verificados, entre outras provas, troca de ligações em datas próximas a atos processuais, contatos variados com advogados ligados a outros integrantes da organização criminosa, além de movimentações financeiras de valores expressivos, em espécie e sem a indicação da origem. Conforme a denúncia, integrantes do núcleo judicial atuaram em ações envolvendo centenas de milhares de hectares de terras localizadas na região oeste do estado.

PATRIMÔNIO SUPERIOR A UM BILHÃO DE REAIS

As cifras milionárias relacionadas ao caso são apontadas como fator decisivo para que outros magistrados fossem atraídos para o esquema criminoso, além dos servidores do tribunal. As provas reunidas durante as investigações revelaram que parte dos recursos movimentados com as operações foi destinada aos agentes públicos denunciados.

Leia Mais

Tempo de leitura: 2 minutos

Geddel tem atuação comparada à de "líder de organização criminosa" || Foto Valter Campanário / ABr
Geddel tem atuação comparada à de “líder de organização criminosa” || Foto Valter Campanário / ABr
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-ministro Geddel Vieira Lima assumiu papel “líder de organização criminosa” em referência aos R$ 51 milhões apreendidos pela Polícia Federal (PF) em um apartamento em Salvador, valor atribuído ao ex-ministro.

A manifestação da procuradora foi feita antes da decisão do ministro Edson Fachin, que manteve hoje (19) a prisão de Geddel, mas concedeu prisão domiciliar a dois investigados ligados a ele. O processo estava em segredo de Justiça, mas foi divulgado nesta quinta-feira. Segundo a procuradora, o valor encontrado no apartamento pode ser apenas “uma fração de um todo, ainda maior e de paradeiro ainda desconhecido”.

“A liberdade provisória ou a prisão domiciliar, pretendidas por Geddel Vieira Lima são absolutamente incompatíveis com os critérios legais para eficiência da persecução penal, que visam garantir o interesse público, acautelando o meio social e garantindo diretamente a ordem pública. Mesmo em crimes de colarinho branco, são cabíveis medidas cautelares penais com a finalidade de acautelar o meio social, notadamente porque a posição assumida por Geddel parece ter sido a de líder da organização criminosa”, argumentou a procuradora.

Geddel foi preso no dia 8 de setembro, três dias depois que a PF encontrou o dinheiro no apartamento de um amigo do político. Os valores apreendidos foram depositados em conta judicial

Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro seria resultante de um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco. A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Geddel, mas não conseguiu retorno.