Foi necessária a intervenção do governo do estado para desempacar o PAC do Cacau. Essa foi a mensagem que ficou após o desembarque de boa parte do primeiro escalão do governo do estado no Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), para anunciar a liberação de R$ 200 milhões do governo federal para a lavoura.
O PAC foi lançado em maio de 2008 pelo presidente Lula, em Ilhéus. Qual deveria ser o papel da Ceplac a partir daí? “Deveríamos ter adotado o projeto, chamado os produtores, orientado, estimulado. Não fizemos nada disso. Nossa extensão pecou muito, e foi responsável pelo que a região estava chamando de ‘empacamento do PAC’”, revela um servidor da Ceplac.
O ceplaqueano observa que o governo do estado está tomando o lugar do órgão federal na extensão, com a modernização da Adab e da EBDA. “Engraçado é que estamos fazendo o treinamento dos técnicos do governo, quando poderíamos fazer primeiro a nossa parte e, paralelamente, instruir o pessoal do governo do estado. A Ceplac tem que estar próximo ao produtor. Essa é a sua função”.
VERBAS ILIMITADAS PARA O CACAU
Indiferentes a este problema institucional, os cacauicultores que vão fazer a adesão ao PAC do Cacau ouviram dos bancos do Nordeste e do Brasil que quem vai determinar o limite para a liberação do dinheiro é a demanda. Foram anunciados inicialmente R$ 200 milhões para a retomada da produção e a renegociação de cerca de 5 mil contratos de financiamento nos próximos dois meses.
Mas, depois disso, quem quiser dinheiro, dizem os bancos, não terá problemas. O superintendente do BNB na Bahia, Nilo Meira, disse que quem determinará o limite das verbas será a vontade de produzir. Como o cultivo do cacau foi considerado sistema agroflorestal e inserido no FNE Verde, o prazo de pagamento dos débitos foi estendido para 20 anos, com oito de carência e doze para a quitação.