Bahia se consolida na produção de cacau
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Em 2021, a Bahia bateu um recorde histórico na produção de cacau, com a entrega de 140.928 toneladas de amêndoas. O aumento foi de 39,72% em relação ao ano anterior, quando foram produzidas 100.864 toneladas, quantidade que já colocava o estado como o maior produtor de cacau do Brasil. As informações são da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).

Para o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado, João Carlos Oliveira, o aumento na produção de cacau é motivo ser comemorado. “Ainda mais nesse momento, em que estamos reorganizando toda a cadeia produtiva do fruto na Bahia, agregando valor ao produto e incentivando a criação de fábricas de chocolate no estado. Na região do sul da Bahia já existem mais de 100 marcas de chocolate de origem e o que estamos vivendo é um novo e poderoso ciclo do cacau em nosso estado”, comentou.

Os números da AIPC mostram que a Bahia entregou, em 2021, 71,30% do total de amêndoas recebidas pelas indústrias produtoras.  O Pará, segundo colocado, entregou, no ano passado, 25,21% do total da amêndoa processada, apresentando uma produção total de 49.821 toneladas. Enquanto de 2020 para 2021, a produção baiana de cacau cresceu 39,72%, a do Pará decresceu 24,67% (foram 66.133 toneladas em 2020).

A cadeia produtiva do cacau vive um momento de incremento na Bahia. Além da ótima performance de produção e do agigantamento do número de marcas de chocolate no estado, existe também um reconhecimento internacional à qualidade dessa amêndoa.

MEDALHA DE OURO EM EVENTO INTERNACIONAL

No último mês de dezembro, as amêndoas de cacau da Bahia foram destaque no Cocoa Of Excellence – COEX2021. O produtor João Tavares, do município de Uruçuca, recebeu a Medalha de Ouro no concurso realizado em Paris, na França. E a produtora Angélica Maria Tavares, também de Uruçuca, ganhou a Medalha de Prata no evento internacional, considerado o mais importante no mundo para o setor.

Um mês antes, em novembro, durante a III Edição do Concurso Nacional do Cacau, a produtora Cláudia Calmon de Sá, de Itabuna, havia levado o primeiro lugar na categoria Varietal; o segundo lugar também ficou na Bahia, premiando a produção da Fazenda Vale do Juliana Fruticultura, localizada no município de Igrapiúna.

“Nosso crescimento é bem alicerçado, pois não se dá apenas nos números de produção, mas, também, na excelência de nossas amêndoas. Somam-se a isso os avanços no manejo técnico da produção no sistema Cabruca, a expansão do plantio do cacau em áreas não tradicionais, como a região Oeste da Bahia, e ainda a agregação de valor ao produto, a partir da produção de chocolate de origem. Tudo isso contribuiu para que a Bahia, no tangente ao setor do cacau, atingisse um outro patamar, um patamar mais elevado”, explicou o secretário João Carlos.

EMPREGOS

O setor do cacau responde por mais de 4 mil empregos diretos e indiretos, sendo um dos elos de uma cadeia de mais de 250 mil pessoas, na qual estão incluídos desde produtores rurais até trabalhadores das indústrias de chocolate. Estima-se que esse setor represente cerca de R$ 23 bilhões anuais de valor gerado ao país.

A produção de cacau no Brasil está concentrada nos estados da Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia. Dados da AIPC mostram que cerca de 93 mil produtores rurais se dedicam ao cacau em terras brasileiras, sendo a maior parte pequenos proprietários que praticam a agricultura familiar em áreas entre 5 e 10 hectares.

Bahia registra saldo de empregos formais em outubro
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A Bahia gerou, em agosto, 9.420 postos de trabalho com carteira assinada, resultado que decorre da diferença entre 43.764 admissões e 34.344 demissões. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, divulgados nesta quarta-feira (30).

O secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro, destacou este foi o melhor resultado do ano para a Bahia. “Ainda que num contexto sanitário mundial atípico, da pandemia do coronavírus, o resultado é alentador diante dos desafios do mercado de trabalho”.

O resultado ficou acima do verificado no mesmo mês do ano anterior, quando 3.392 postos de trabalho foram criados, sem as declarações fora do prazo. O resultado é, também, superior ao registrado no mês imediatamente anterior, quando 3.182 postos celetistas foram gerados. Veja em leia mais os setores com saldo de emprego.

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Mercado animado com melhores preços para o boi gordo || Foto Divulgação
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A alta no preço do boi gordo no país animou pecuaristas do sul da Bahia. Nesta semana, o preço médio da arroba do boi gordo em Itabuna atingiu R$ 225,00, com tendência de alta, segundo análise da Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (Adasb).

Especialistas em análise do mercado do boi, atribuem essa tendência à alta no dólar, aumento significativo nas exportações para a China, por influência da peste suína que dizimou o plantel e a consequente aceitação do consumidor chinês para a carne vermelha, e a dificuldade na reposição de bezerros por causa do preço.

Um site especializado na área, o Scoot Consultoria, informa que somente em junho o volume exportado de carne bovina in natura para a China foi recorde para o mês, totalizando 152,5 mil toneladas. “A quantidade exportada cresceu 33,2% na comparação com o mesmo período do ano passado”, diz o site.

Para o presidente da Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (Adasb), Beto Dantas, a oferta reduzida de animais para abate e a crescente demanda para exportação têm influenciado positivamente nos preços da arroba. “Além disso, a injeção de dinheiro na economia brasileira, por conta do auxílio emergencial do governo federal, tem aumentado o consumo do brasileiro”, afirma Beto Dantas.

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Reajuste da GTA é suspenso após pressão de deputados e produtores.
Reajuste da GTA é suspenso após pressão de deputados e produtores.

A pressão de pecuaristas em todo o Estado levou o governo baiano a suspender, por 90 dias, o aumento da taxa de Guia de Transporte Animal (GTA). A taxa saltaria de R$ 2,20 para R$ 2,60. O prazo começa a contar a partir do dia 28 de fevereiro. A decisão foi tomada após solicitação de entidades patronais e da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

A GTA é cobrada pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) para o transporte animal. Antes, os produtores conseguiram derrubar o reajuste de R$ 2,20 para R$ 4,00. A partir de 28 de maio, passará a R$ 2,60. O produtor, no entanto, terá que depositar R$ 0,70 por animal, a título de repasse do Fundo de Apoio à Agropecuária (Fundap), também após este prazo.

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eduardo salles2Eduardo Salles | eduardosalles.seagri@gmail.com

A Bahia e o Brasil são grandes celeiros de produção de alimentos e precisam de um pacto pela agropecuária, para que tanto o campo como as cidades vivam em paz.

O que tem acontecido nos últimos dias representa a maturidade democrática do País. Importante, autêntica e apartidária, a mobilização nacional que tem levado centenas de milhares de jovens às ruas das principais cidades brasileiras clamando contra a corrupção, exigindo saúde, educação de qualidade, melhoria nas questões de mobilidade urbana, segurança pública e, enfim, condições dignas e qualidade de vida, demonstra que a população está atenta e quer os impostos pagos retornando ao povo na forma de serviços públicos de qualidade.

Nos últimos anos, em função das facilidades para viajar para o exterior, a classe média brasileira, formadora de opinião e uma das bases dessa mobilização, tem podido observar que em diversos países os impostos pagos retornam eficientemente à sociedade. E questionam: por que no Brasil é diferente?

Somado a isto, através das redes sociais, meus filhos, assim como milhares de jovens, falam com “amigos” de toda parte do mundo, e se sintonizam com o que está acontecendo, emitem opiniões, recebem respostas e se mobilizam para questionar as ações dos legisladores e governantes. Em minha opinião, tudo isso foi o estopim do movimento.

As questões levantadas pelo movimento são relevantes, mas quero chamar a atenção para o fato de que elas são os sintomas de uma grave doença que assola o País há muitas décadas.

Este movimento tem uma característica clara e marcante: é urbano, com base nas grandes cidades. Daí, como tenho uma vida inteira dedicada ao setor agropecuário, neste momento tento colocar na mesa o que considero uma das origens desta doença.

As famílias que migram do interior para as cidades grandes, por não ter condições de permanecer no campo, por falta de oportunidades ou devido a intempéries climáticas como a seca que assola o Nordeste brasileiro nestes últimos anos, ou ainda pela ilusão de que encontrará melhores condições de vida para seus filhos, quando chegam aos centros urbanos geralmente vão morar na periferia, e passam por um período inicial de desemprego e adaptação à nova vida.

Essas famílias sofrem então fortes impactos sociais. Seus filhos, que tinham liberdade na zona rural, acabam entrando em contato com pessoas envolvidas com a marginalidade, o que pode levá-los a caminhos tortuosos como o das drogas, da prostituição infantil e da delinquência.

Este processo migratório incha as grandes cidades, aumenta a demanda por serviços públicos e gera a favelização. Por isso considero que esta é uma das origens desta doença. A questão não é nova. Não é culpa dos atuais governos municipais, estaduais e federal. São problemas crônicos, que tem atravessado décadas.

Se as pessoas que migram fossem atendidas no interior por serviços básicos eficientes; se déssemos o apoio devido ao homem do campo, valorizando-o como responsável pela produção do alimento que chega às nossas mesas, e se as questões de convivência com a seca fossem efetivas e definitivas, será que o inchaço urbano aconteceria?

As pautas colocadas pelo movimento são importantes, mas um pacto pela agropecuária também é, porque iria trabalhar a origem do que está ocorrendo hoje, fruto de algo que há décadas acontece no campo: o êxodo rural.

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