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UFG desenvolve medicamento capaz de reverter overdose de cocaína || Foto Divulgação

A Universidade Federal de Goiás (UFG) anunciou o desenvolvimento de uma nanopartícula capaz de capturar a cocaína em circulação na corrente sanguínea e, assim, evitar os efeitos da droga, até mesmo quando consumida em quantidades que causam “overdose” e podem levar à morte.

A nanopartícula é administrada por meio de medicamento intravenoso. Testes feitos com ratos nos laboratórios do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Fármacos, Medicamentos e Cosméticos da UFG, o FarmaTec, indicam a capacidade de captura de até 70% da cocaína no organismo e o retorno quase imediato da pressão arterial e dos batimentos cardíacos ao estado normal.

“A pressão arterial e os batimentos cardíacos começam a voltar ao normal cerca de dois minutos após a administração da nanopartícula que desenvolvemos”, diz a farmacêutica Sarah Rodrigues Fernandes, em material de divulgação da UFG. Ela é autora da pesquisa, que resultou em sua dissertação de mestrado defendida há três semanas no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da universidade.

“Ao capturar a cocaína, a nanopartícula mantém a droga aprisionada em seu interior. Não permite que a droga se difunda pelo cérebro ou outras regiões do organismo. Possibilita, então, que haja tempo para uma terapia de resgate”, explica à Agência Brasil a farmacêutica Eliana Martins Lima, orientadora do trabalho e professora de nanotecnologia aplicada à área farmacêutica.Leia Mais

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À direita a professora e estudante com Cristina Araripe, coordenadora nacional da Olimpíada e pesquisa da Fiocruz

O dia 28 de novembro não será esquecido pelos estudantes, professores, pais de alunos e pessoal da equipe de apoio do Centro Integrado Oscar Marinho Falcão (Ciomf), no bairro Santo Antônio, em Itabuna. Foi nesta data que a professora Gracileide Guimarães Sousa e a estudante Jhuly Borges Oliveira, do 7º ano, subiram ao palco do auditório do Museu da Vida da Fundação Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para a cerimônia de premiação da 9ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma).
Professora e aluna receberam a premiação pelo projeto “Homem x Água… Atitudes Negativas e Corretivas: CIOMF cuidando das águas”, desenvolvido pelos integrantes do Clube de Ciências do colégio. Com registro fotográfico sobre a falta de cuidado do itabunense com água potável, mostrando a precaridade na rede de esgoto nos bairros periféricos e indicando soluções para falta de infraestrutura no município, o projeto ficou em primeiro lugar na “Regional Nordeste II” e foi vencedor nacional na categoria Ciências. Essa foi a maior conquista na história de uma escola pública de Itabuna.
Jhuly e a professora Gracileide Guimarães comemoram a grande conquista|| Foto Pimenta

O trabalho “Homem x Água… Atitudes Negativas e Corretivas” venceu a batalha na categoria  Projeto de Ciências, na modalidade ensino fundamental, que teve 433 trabalhos inscritos de escolas de todo o país. “Essa conquista é o resultado de um trabalho sério que professores e estudantes vêm desenvolvendo há anos. Essa não é a primeira premiação da nossa escola, mas certamente a maior”, acredita a professora Gracileide Guimarães, que leciona no Ciomf há 20 anos. Gracileide e Jhuly relataram a experiência ao PIMENTA nesta semana.
O DEBATE VAI CONTINUAR 
A professora explica que o projeto terá continuidade no próximo ano. “O nosso plano é sentar com representantes da prefeitura, organizações não governamentais, instituições de ensino, principalmente a Universidade Estadual de Santa Cruz, Universidade Federal do Sul da Bahia e Instituto Federal de Educação, para que possamos aprofundar o debate em torno das questões envolvendo o meio ambiente no nosso município e na nossa região”.
Vencedoras passaram uma semana no Rio de Janeiro

Com relação à pesquisa de campo, a estudante Jhuly Borges, de 12 anos, conta que os problemas mais graves foram detectados principalmente nos bairros periféricos de Itabuna.  “Detectamos desperdícios de água, como canos estourados e pessoas lavando carro com mangueira, por exemplo”, conta acrescentando que é “muito bom ter um projeto da nossa escola ajudando a conscientizar muitas pessoas sobre os graves problemas ambientais que estamos vivendo”.
A estudante ressalta que o projeto não aborda somente sobre o mau uso da água, mas também sobre o lixo produzido pelo homem. “Porque o lixo deixado em locais impróprios contamina a água potável. A pessoa deve lembrar-se que o papel de caramelo jogado na rua vai parar em um bueiro, passa pelo rio, que deságua no oceano. Temos que destacar ainda que, quando a prefeitura não faz o descarte correto, o lixo contamina os lençóis freáticos e água suja pode acabar em poços artesianos”, alerta.
Alguns pais acompanharam de perto o trabalho dos filhos. Entre eles, está dona Lilian da Silva Borges, mãe de Jhuly. Ela conta que, nos momentos que antecederam o anúncio dos vencedores da 9ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz, não conseguiu se desligar da internet, especificamente da página oficial do evento no facebook. ” Foi muito emocionante e gratificante para todos nós”, recorda-se. A Fiocruz transmitiu ao vivo.
COMO SURGIU?
A ideia do trabalho vencedor surgiu durante reunião de integrantes do Clube de Ciência do Ciomf, depois do município passar por uma das piores crises hídricas da história. Os estudantes receberam a tarefa de pesquisar a interferência humana sobre o meio ambiente, com observações sobre os aspectos negativos e corretivos.
Os alunos passaram a investigar (com flagra fotográfico) como ocorre o uso da água que chega a casa dos itabunenses e a ocorrência da poluição dos lençóis freáticos, ocasionado principalmente pela falta de tratamento de esgoto nos bairros periféricos de Itabuna.
A exposição fotográfica foi uma das fases do projeto vencedor

SEMANA CULTURAL NO RIO DE JANEIRO
O projeto foi inscrito na Obsma por sugestão da coordenadora do Clube de Ciências do Ciomf, a professora Thereza Angélica Matos. Além de placas, troféus, medalhas e certificados, a Fiocruz promoveu uma semana cultural no Rio de Janeiro para os mais de 70 estudantes e professores dos 36 projetos finalistas. Antes, o projeto havia sido inscrito na Conferência Infanto Juvenil do Meio Ambiente e vencido a etapa regional, mas não foi classificado na estadual.
A Obsma recebeu 1.228 trabalhos desenvolvidos pelos alunos do ensino e fundamental de escolas públicas e particulares de todos os estados brasileiros, sendo que 36 foram aprovados nas categorias Projeto de Ciências, Produção Audiovisual, Regional Nordeste I e II. A competição nacional contou com a participação de 4.270 professores e 67.1179 estudantes de todo o país.

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Uesc, em Ilhéus, é a líder baiana entre as universidades estaduais e a 51ª no País

A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) aparece em primeiro lugar entre as instituições de ensino superior estaduais na Bahia e em décima colocação no Nordeste brasileiro no Ranking Universitário Folha (RUF) de 2018. Quando consideradas todas as universidades do País, a Uesc aparece em 51º lugar. A nota média da Uesc é 64,85.
A universidade sul-baiana aparece em 51ª posição em nível nacional quando considerado apenas o item internacionalização. O ranking universitário leva em conta os desempenhos os indicadores ensino, pesquisa, mercado, inovação e internacionalização.
O RUF é liderado, no estado, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), que aparece, no geral, em 14º lugar, com nota média 87,16. Líder na Bahia, a UFBA é superada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no Nordeste. A universidade pernambucana é 10ª no ranking nacional e apresenta média 90,34, quando consideradas todas as áreas aferidas pelo RUF.
Com quatro anos, UFSB aparece em 178º lugar || Foto Gabriel Oliveira

Ainda novata no ranking e com apenas quatro anos de idade e conceito diferenciado de licenciatura e bacharelado, a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), com campi em Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas, obtém nota média 17,92, sendo avaliada apenas nas áreas de Ensino e Internacionalização. Aparece em 178º lugar.
O DESEMPENHO DAS ESTADUAIS BAIANAS
Depois da Uesc, a melhor posicionada entre as universidades estaduais baianas é a UEFS, em Feira de Santana, que aparece em 60º lugar, com nota média 62,50. Já em 89º lugar, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), que tem campi em Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, obtém nota 50,27. Em 99º lugar, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) apresenta nota 45,55.
O RUF avaliou 196 universidades brasileiras, públicas e privadas. A Universidade de São Paulo (USP) lidera o ranking, com nota 97,52, nota um pouco superior à obtida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 97,29, que ficou em segundo lugar. A universidade fluminense liderou o ranking nos anos de 2016 e 2017. (Do Pimenta.blog.br)

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Grupo de estudo das instituições desenvolve pesquisas sobre o envelhecimento

A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Faculdade Madre Thaís (FMT), de Ilhéus, criaram um grupo de estudos e pesquisas sobre o envelhecimento. O Grepe envolve os cursos de Fisioterapia e Enfermagem das duas instituições e se propõe a discutir, quinzenalmente, temas relacionados ao envelhecimento para subsidiar novas pesquisas na área.
De acordo com as duas instituições de ensino superior, o Grepe ofereceu aos voluntários um curso de metodologia científica, especialmente na elaboração de problema de pesquisa e busca em fontes de dados. O curso, ministrado pela professora e mestre Carla Daiane (UESC), promoveu três encontros, com carga horária total de 12 horas, que será certificado pelo Núcleo de Educação em Enfermagem (Neenf), da Uesc.
Grupo desenvolve estudos sobre envelhecimento || Divulgação

Segundo a coordenadora do curso de Fisioterapia da FMT, Karla Gresik, essa parceria fortalece a Iniciação Científica da FMT. “Principalmente pelos resultados alcançados até o momento”, ressaltou. Segundo ela, cinco projetos de pesquisa foram desenvolvidos nesse semestre e serão submetidos ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP), “para posterior execução”.

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Polícia Militar obtém 84% de aprovação em pesquisa da Ouvidoria

A Ouvidoria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou resultado da pesquisa realizada na festa, de 9 a 13 de fevereiro, nos três circuitos da folia em Salvador. O levantamento mostra a aprovação do trabalho dos policiais militares e civis, bombeiros e do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Mais de 1,6 mil pessoas foram entrevistadas, conforme a Ouvidoria.
Segundo a pesquisa, 84% consideraram a atuação da Polícia Militar como ótima e boa. Já o Corpo de Bombeiros somou 97% de aprovação dos foliões. “Os bombeiros sempre são muito bem elogiados”, diz o ouvidor-geral, Edmundo Assemany. Ainda segundo ele, as pesquisas das polícias Civil e Técnica foram realizadas via telefone. “A Civil teve aprovação de 94%, e a atuação do Departamento de Polícia Técnica foi 79% avaliada como boa e ótima”.
 

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Fornari anuncia possibilidade de fabricação de pneu verde || Foto Jonildo Glória
Fornari anuncia possibilidade de fabricação de pneu verde || Foto Jonildo Glória

Jonildo Glória

Tecnologia desenvolvida na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), no Laboratório de Polímeros e Sistemas (LAPOS), revelou uma excelente utilização da casca do coco-da-bahia. A pesquisa direciona para o uso de fibras vegetais de coco na formação de materiais compósitos, o que equivale dizer que é possível fazer pneu rodoviário composto com material natural e biodegradável, com propriedades maiores que 500% comparando-se com os materiais atuais.

Esse caminho inovador está sendo percorrido pelo professor Celso Carlino Maria Fornari Junior, do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET), da Universidade. Iniciadas em 2010, as pesquisas vinham sendo desenvolvidas em sigilo e demonstram que a cadeia polimérica da celulose da fibra do coco pode formar, quimicamente, ligação estável com as macromoléculas de borracha. Desta forma, a fibra de coco, tratada e acondicionada, pode substituir produtos de altíssimo valor agregado na construção de materiais tecnológicos.

“A fibra da casca do coco pode substituir o negro de fumo (carbono em dispersão muito fina, obtido por combustão incompleta de gás natural “do petróleo”, e muito empregado na indústria, principalmente da borracha, como carga reforçadora e como pigmento preto), o qual é amplamente aplicado nos mais diferentes produtos entre eles pneus de automóvel, caminhão e aviões”, disse o professor.

Celso Carlino diz que o negro de fumo na engenharia de materiais tem importância tão significativa que o seu valor é cotado em dólar, atingindo entre US$ 1,05 a US$ 1,50 por quilo do produto. “Isso significa dizer, em outras palavras, que a fibra de coco pode atingir valores em reais em torno de aproximadamente R$ 4 mil a tonelada,” assinala o professor Fornari.

Campus da Uesc, na Rodovia Ilhéus-Itabuna || Foto José Nazal
Campus da Uesc, na Rodovia Ilhéus-Itabuna || Foto José Nazal

A utilização dessa tecnologia permite a confecção de inúmeros artefatos, incluindo pneumáticos, produzindo um material ecologicamente correto e com melhores propriedades mecânicas. Esse caminho inovador, que está sendo percorrido pelo professor Fornari e seus alunos, mostra que a fibra de coco supera o negro de fumo com vantagens significativas.

“A fibra vegetal é biodegradável, tem produção ecologicamente correta, contribui para o sequestro de gás carbônico, gera aumento de renda para o setor agrícola e aumenta a resistência mecânica do pneu em mais de 500%.”

Para o pesquisador, o projeto vai ao encontro das normas brasileiras de proteção e cuidados ambientais. “O projeto oferece uma nova alternativa tecnológica para o uso sustentável das fibras vegetais. Isso possibilita alguns benefícios da qual a lei brasileira proclama, e que são: pneu verde, ecologicamente sustentável; eliminação de substâncias cancerígenas; oportunidade de emprego e renda regional; valorização e agregação de valor às fibras vegetais”.

PROJETO

Fases de transformação da casca do coco em pneu verde.
Fases de transformação da casca do coco em pneu verde.

“A utilização da fibra de coco demonstrada no projeto, dando ao fato de poder substituir com larga margem de vantagem os materiais como negro de fumo, vai trazer uma substancial valorização para esse material fibroso. Isso repercutirá diretamente na produção agrícola o que irá fomentar os trabalhos no campo. Além disso, a população circunvizinha se beneficiará dos altos valores que a fibra vegetal passa a ter e se abrirão muitas oportunidades na manufatura destas fibras”, assinala Fornari.

Ele acrescenta que “a utilização do petróleo para a movimentação e conforto é uma fórmula irreal e errada. Basta calcular os passos que o petróleo percorre até alcançar o consumidor. Primeiramente, ele é extraído do subsolo, trazido a superfície e por último descartado na atmosfera. O ciclo é imperfeito e falho, pois não há nenhum retorno a fonte de origem. Isso caracteriza um projeto que possui tempo para terminar e não pode se autossustentar”.Leia Mais

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Temer tem piora na avaliação pessoal e de governo.
Temer tem piora na avaliação pessoal e de governo (Reprodução SBT).

Encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a nova pesquisa Ibope revela crescimento de 9 pontos percentuais no universo de eleitores brasileiros que reprovam a gestão do peemedebista Michel Temer. A reprovação saltou de 46% (dezembro.16) para 55% (agora). Este percentual corresponde a quem considera o governo ruim ou péssimo.

Outros 10% consideram o governo ótimo ou bom, percentual abaixo do percentual de dezembro (13%). Os que consideram o governo regular caiu de 35% para 31% em março. 4% não souberam opinar.

79% NÃO CONFIAM EM TEMER

79% disseram não confiar no presidente Temer. Em dezembro, o percentual era 72%. Na outra ponta, apenas 17% confiam. A maior reprovação a Dilma Rousseff (PT) foi 70%.

Para 41% dos eleitores consultados, o Governo Temer é pior do que o de sua antecessora. A pesquisa foi feita de 16 a 19 de março. Ouviu 2.000 pessoas em 126 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.

 

 

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Eduardo AthaydeEduardo Athayde | eduathayde@gmail.com

 

A Fazenda Futuro, localizada em Buerarema, base das pesquisas do WWI no final do século passado – e agora cliente do CIC -, está sendo usada por pesquisadores parceiros do WWI, da floresta urbana de Nova Iorque e do Smithsonian Institute como referência para um projeto piloto de fazenda do futuro, conectado com universidades e centros de pesquisas do mundo.

Quando o WWI-Worldwatch Institute, na virada do milênio, publicou internacionalmente estudo sobre a mata atlântica da região cacaueira da Bahia, batizando-a de “Floresta de Chocolate”, única no mundo, onde a matéria prima do chocolate é produzida com recordes de biodiversidade no planeta, registrado pelo Jardim Botânico de Nova Iorque, a prefeitura nova-iorquina iniciava o levantamento de cada uma das suas 683.113 árvores.

Hoje, os cidadãos de Nova Iorque conhecem o valor econômico individual das suas árvores, sabem que cada uma reduz a temperatura sob sua copa em cinco graus centígrados, joga no ar 150 mil litros de água por ano e produzem serviços anuais avaliados em US$111 bilhões [tree-map.nycgovparks.org]; um padrão que está sendo seguido por várias cidades do mundo que plantam florestas urbanas visando a melhoria do ar, do clima local e da qualidade de vida dos seus cidadãos.

Com a força das redes sociais, o mundo parece ter ficado pequeno e a biodiversa Mata Atlântica, antes pouco percebida (ainda não valorada), vem recebendo influência direta dessas inovações. O Centro de Inovação do Cacau (CIC), por exemplo, que será inaugurado [hoje] na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, é a parte concreta do projeto do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, idealizado conjuntamente pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Ceplac, Uesc, Secti, Instituto Arapiaú e outras instituições.

Focando a cadeia produtiva do cacau e a economia florestal, o CIC, formado por acadêmicos e empresários, analisará propriedades físico-químicas do cacau e do chocolate, a qualidade de sementes e mudas das biofábricas de essências da mata atlântica, fomentando a indústria do reflorestamento que, cobiçada por investidores, floresce impulsionada pelo robusto mercado financeiro internacional interessado em ativos florestais.

Na era da “eco-nomia”, oficializada pelo Acordo de Paris e já legalmente adotada pelo Brasil, a preservação, além de uma imperiosa necessidade, passou a ser analisada também por parâmetros econométricos da precificação e monetização (restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 – bit.ly/2cHvxT8). Observando o senso de oportunidade, o CIC nasce como elo local desta inovadora rede global, posicionando-se, com linguagem nova, como uma espécie de “porta USB” de alta velocidade aberta a conexões de pesquisa, geração de conhecimento e econegócios.

Integrado a iniciativas como a Plataforma Brasileira sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (bpbes.net.br), que tem a missão de produzir conhecimento científico e saberes tradicionais sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos – onde o cacau se inclui -, o CIC nasce como parceiro natural do Programa Fapesp de Pesquisa em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP), apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e alinhado com a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que lançou a Campanha da Fraternidade 2017 com o tema “Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida”.

A imaginação é mais importante que o conhecimento, afirmava Albert Einstein. Nesta linha, a Fazenda Futuro, localizada em Buerarema, base das pesquisas do WWI no final do século passado – e agora cliente do CIC -, está sendo usada por pesquisadores parceiros do WWI, da floresta urbana de Nova Iorque e do Smithsonian Institute como referência para um projeto piloto de fazenda do futuro, conectado com universidades e centros de pesquisas do mundo.

Com a quebra de fronteiras e os espaços abertos pelas redes sociais, a região cacaueira, imaginada como Floresta de Chocolate, vive um momento de mudanças intensas observadas na metáfora da crisálida, quando a lagarta não mais existe, e a borboleta ainda não nasceu.

Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute.

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Deborah e José Carlos desenvolveram estudo sobre mata atlântica (Fotomontagem Pimenta).
Deborah e José Carlos desenvolveram estudo sobre mata atlântica (Fotomontagem Pimenta).
Um estudo desenvolvido pelos professores José Carlos Morante Filho e Deborah Faria, ambos doutores e membros do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), foi capa da Ecology, edição de dezembro. A publicação é das revistas mais prestigiadas na área de ecologia em todo o mundo. José Carlos e Deborah são pesquisadores do Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação (LEAC) da universidade pública sul-baiana.

O trabalho dos pesquisadores mostra, através da construção e teste de um complexo modelo de interações ecológicas, que o desmatamento da Mata Atlântica leva a um aumento no dano foliar causado por insetos”, opina a professora Fernanda Gaiotto. De acordo com os autores do estudo, esse efeito ocorre porque, quando uma determinada região é desmatada, a floresta que resta sofre profundas modificações em consequência da perda de árvores grandes e altas.

Os professores José Carlos Morante Filho e Deborah Faria assinalam que “em particular, a floresta se torna mais fina, mais baixa e mais rala, e este novo ambiente favorece a proliferação de populações de insetos herbívoros que consequentemente aumentam o consumo de plantas”. O trabalho mostra, com clareza, a maneira pela qual o desmatamento modifica determinados processos ecológicos que são importantes para o funcionamento das florestas tropicais.

Neste estudo, o aumento do dano foliar causado pelos insetos herbívoros pode ainda influenciar a regeneração das populações de plantas e de toda a floresta, uma vez que, para crescerem e reporem os adultos, estas plantas terão que vencer a pressão de consumo imposta pelos insetos.

Esta pesquisa foi desenvolvida dentro da Sisbiota, uma rede de pesquisa financiada pelo CNPq e coordenada pela doutora Deborah Faria, e contou com a colaboração de pesquisadores de universidades do México, Holanda e Alemanha.

São coautores do trabalho, publicado no volume 97 da revista Ecology , de 12 de Dezembro de 2016, nas páginas 3315 a 3325, os doutores Víctor Arroyo-Rodríguez, do Instituto de Investigaciones en Ecosistemas y Sustentabilidad, Universidad Nacional Autónoma de México, Morelia, Michoacán, México; Madelon Lohbeck, do Floresta Ecologia e Grupo de Gestão Florestal, Universidade de Wageningen, Países Baixos e Teja Tscharntke, do Agroecologia, Georg-August-Universidade de Göttingen, Alemanha.

André Franco, ex-aluno da UESC, realizou pesquisa publicada em periódico
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Peter Moon | Agência Fapesp

Pesquisa realizada no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, acaba de mensurar o impacto sobre a biodiversidade do solo da transformação de áreas de floresta em pastagens e de pastagens em canaviais.

A conclusão é que esse impacto é devastador sobre a macrofauna original do solo: 90% dela – formada por cupins, formigas, minhocas, besouros, aranhas e escorpiões – desapareceu por completo.

A pesquisa foi realizada por André Luiz Custodio Franco, durante o seu doutorado e estágio de pesquisa no exterior realizados com bolsas da Fapesp, com orientação do professor Carlos Clemente Cerri.

Os resultados do trabalho foram publicados no periódico Science of the Total Environment.

“Nossa intenção foi verificar como a mudança no uso da terra interfere na emissão de gases e no armazenamento de carbono no solo e, em consequência, na composição da matéria orgânica, ” diz Franco.

Invertebrados, microrganismos e fungos desenvolvem um grande papel na reciclagem do solo, graças à sua ação na decomposição da matéria orgânica. Eles compõem a microfauna do solo. Formigas e cupins – que integram a macrofauna do solo – são os principais agentes estabilizadores, evitando a erosão graças à construção de seus ninhos.

Para verificar o que acontece com a biodiversidade com a mudança no uso da terra, os pesquisadores retiraram blocos de solo na forma de cubos com 30 centímetros de profundidade.

Essas amostras foram coletadas em três canaviais localizados em Jataí, Goiás, Ipaussu e Valparaíso, São Paulo. Nessas áreas uma parte do pasto foi convertida em cana. A equipe também coletou blocos de áreas nativa, de mata, para demonstrar a biodiversidade do solo em um sistema estável, antes do desmatamento para pastagem.

“Quando a mata nativa é convertida em pasto, todos os predadores de topo do solo, como as aranhas e os escorpiões, desaparecem”, diz Franco. “Na ausência de predadores, as populações de cupins e minhocas explodem. A quantidade de cupins no solo aumenta nove vezes. Já a de minhocas cresce 14 vezes.”

Por outro lado, quando o pasto é convertido em canavial, as populações de cupim e minhocas também são eliminadas, em decorrência da correção química do solo.

O solo nativo é ligeiramente ácido e os invertebrados e microrganismos estão adaptados para viver num ambiente de leve acidez. Como a cana precisa de um solo mais alcalino, a agroindústria introduz quantidades maciças de calcário – além de fertilizantes, herbicidas e pesticidas. “Isto torna o solo tóxico, especialmente para as minhocas”, diz Franco.

O resultado da correção química do solo e, posteriormente, da adubação química é a eliminação quase completa de toda a sua biodiversidade. Os poucos animais e microrganismos que poderiam se adaptar a um solo levemente alcalino são eliminados pelos agrotóxicos.

“Cerca de 90% da macrofauna do solo desapareceu. Em termos de grupos animais, perdeu-se 40%”, diz Franco. Ou seja, o solo dos canaviais é um solo extirpado de biodiversidade – e, em consequência, instável.

ENGENHEIROS DO SOLO

Cupins e formigas são os “engenheiros do solo”, observa Franco. Eles são importantes para manter sua estabilidade. Onde há mais animais a estabilidade do solo é maior. Decorre daí que menos animais significa menor estabilidade e, por conseguinte, maior risco de erosão.

Outra questão a ser contabilizada é a perda de carbono do solo. A ação de cupins e formigas faz com que partículas de carbono sejam encapsuladas em microagregados de argila ou areia e permaneçam protegidas da decomposição por microrganismos.

Já as minhocas estabilizam as partículas de carbono que passam pelo seu trato digestivo e que ficam igualmente encapsuladas, fora do alcance dos microrganismos.

A perda da macrofauna coloca em risco a estabilidade do solo e a sua capacidade de armazenar carbono, além de contribuir para a liberação de carbono na atmosfera.

O artigo de André L.C. Franco, Marie L.C. Bartz, Maurício R. Cherubin, Dilmar Baretta, Carlos E.P. Cerri, Brigitte J. Feigl, Diana H. Wall, Christian A. Davies Carlos C. Cerri, Loss of soil (macro)fauna due to the expansion of Brazilian sugarcane acreage, foi publicado em Science of the Total Environment.

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A professora Ana Paula Uetanabro é uma das coordenadoras da pesquisa (foto Jonildo Glória)
A professora Ana Paula Uetanabro é uma das coordenadoras da pesquisa (foto Jonildo Glória)

Pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, desenvolvem projeto voltado à produção daquela que é uma das paixões nacionais: a famosa loira gelada. Nesta sexta-feira (15), às 15 horas, no Laboratório de Microbiologia Aplicada, a instituição inaugura sua própria microcervejaria. A fábrica de cerva teve planta piloto estruturada a partir de dois projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

Os projetos são coordenados pelos professores Mauro de Paula Moreira e Ana Paula Trovatti Uetanabro. Segundo eles, no Brasil existem poucos grupos acadêmicos dedicados à pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico da cerveja. A ideia deles é aproveitar a diversidade de ambientes encontrados na Bahia, o que proporciona boa variedade de frutas e micro-organismos utilizados na fermentação.

Os projetos da Uesc foram aprovados em 2011, no edital de apoio a Projetos em Temas Estratégicos de Inovação Tecnológica. Segundo a professora Ana Paula Uetanabro, existem hoje cerca de 300 microcervejarias no Brasil, ocupando um espaço ainda pequeno, mas em franco crescimento.

“Estas plantas cervejeiras de pequeno porte aportaram para o mercado um rol de cervejas exclusivas e diferenciadas, com vários tipos, texturas, aromas e sabores, se diferenciando, portanto, do padrão inculcado pelas grandes corporações”, comenta Ana Paula..

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Leitura ajuda a melhorar vocabulário dos filhos (Foto Andrezza Mariot)
Leitura ajuda a melhorar vocabulário dos filhos (Foto Andrezza Mariot)

Mariana Tokarnia

O hábito dos pais de ler para as crianças em casa pode trazer mais benefícios do que se imagina. Um estudo da Universidade de Nova York, em colaboração com o IDados e o Instituto Alfa e Beto, divulgado hoje (6), mostra um aumento de 14% no vocabulário e de 27% na memória de trabalho de crianças cujos pais leem para elas pelo menos dois livros por semana.

O estudo concluiu ainda que a leitura frequente dos pais para as crianças leva a uma maior estimulação fonológica, o que é importante para a alfabetização, à maior estimulação cognitiva em casa e a um aumento de 25% de crianças sem problemas de comportamento.

“Esses dados são bastante impressionantes. Estamos comparando dois grupos que estão dentro do sistema de creches, dentro de um sistema com professores treinados para ler para as crianças. Acrescentamos a leitura dos pais e, quando isso é feito, da forma como foi feito, tem grande impacto”, diz o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira.

Ele explica que o momento de leitura é também um momento importante de interação entre pais e filhos. “Esse é o ponto central, levar os pais a conversar com os filhos. Eles podem também levar as histórias para o real, quando estiverem na rua, podem mostrar para os filhos algo que apareceu na história. Essa forte interação tem impacto em outras dimensões cognitivas”.

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Otavio-augustoPesquisar a legislação municipal ilheense fica mais fácil a partir de agora, com a publicação na internet de todo o acervo de leis editadas desde 1997 . O material está disponível no site oficial da Prefeitura.

Foram compiladas 1.106 leis municipais sobre os mais diversos assuntos e a pesquisa no site pode ser feita tanto pelo tema, como pelo número, período, gestor à época da sanção ou secretaria responsável.

Além das leis editadas a partir de 1997, estão disponíveis para consulta eletrônica todos os decretos e portarias assinados pelos gestores municipais desde 1960. Esses documentos incluem atos de nomeação e exoneração de servidores.

“Facilita em todos os aspectos, é um serviço inovador na região e que inclui a indexação das leis, indicando aquilo que está em vigência e o que já foi sobreposto por uma nova norma, poupando o tempo na consulta”, explica o advogado Otávio Augustus Carmo, procurador geral do município.

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Presidente enfrenta grave crise política - Foto Roberto Stuckert Filho/PR.
Presidente enfrenta grave crise política – Foto Roberto Stuckert Filho/PR.

Pesquisa realizada esta semana, nos dias 17 e 18, pelo instituto Datafolha, indica que aumentou o número de apoiadores do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o levantamento, 68% dos entrevistados são a favor do afastamento da governante.

O índice aumentou oito pontos em relação à última pesquisa, feita em fevereiro. Houve elevação também do percentual dos que são a favor da renúncia da presidente: de 58% para 65%.

A pesquisa apurou ainda que apenas 16% dos eleitores acreditam que um eventual governo de Michel Temer seria ótimo ou bom. Temer assumiria o país em caso de renúncia ou afastamento de Dilma pela via do impeachment.

O Datafolha diz ter ouvido 2.794 eleitores em 171 municípios de todo o país.

 

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Pesquisa liga consumo de chocolate a melhor desempenho do cérebro.
Pesquisa liga consumo de chocolate a melhor desempenho do cérebro.

Da BBC Brasil

Análises de uma pesquisa americana realizada na Austrália sugerem que há uma ligação entre o consumo de qualquer tipo de chocolate e melhorias no funcionamento do cérebro.

A pesquisadora especializada em nutrição Georgina Crichton, da Universidade do Sul da Austrália, analisou uma pesquisa que teve início na década de 1970 nos Estados Unidos e observou mais de mil pessoas durante 30 anos.

O objetivo da pesquisa, chamada Maine-Syracuse Longitudinal Study (MSLS) – pois envolvia a Universidade do Maine e o Instituto Luxemburgo de Saúde -, era observar a relação entre a pressão sanguínea das pessoas e o desempenho do cérebro.

Isto foi feito durante décadas até que os pesquisadores resolveram ampliar o estudo e observar outros fatores de risco cardiovascular, incluindo diabetes, obesidade e fumo. A pesquisa teve ao todo sete coletas de dados entre os participantes, feitas com cinco anos de intervalo.

O pesquisador que liderou o estudo, Merrill Elias, decidiu perguntar aos participantes o que eles comiam e incorporou um novo questionário já na sexta onda de coleta de dados, entre os anos de 2001 e 2006.

As respostas a esse questionário deram pistas sobre a dieta dos participantes que interessaram os pesquisadores.

A pesquisadora australiana entrou em contato com Merrill Elias, que liderou o MSLS, para fazer uma nova análise da pesquisa.

“Examinamos se o consumo habitual de chocolate estava associado à função cognitiva (funcionamento do cérebro – memória, concentração, raciocínio, processamento da informação) em cerca de mil indivíduos no MSLS. Descobrimos que aqueles que comeram o chocolate pelo menos uma vez por semana tiveram um melhor desempenho em múltiplas tarefas cognitivas, se comparados àqueles que comiam chocolate menos de uma vez por semana”, disse Georgina Crichton.

O QUE FOI ANALISADO

Entre os aspectos analisados estavam memória verbal, memória visual e espacial, organização e raciocínio abstrato, além da habilidade de recordar uma lista de palavras ou onde um objeto foi colocado.

“Com exceção da memória funcional, essas relações não foram atenuadas com o controle estatístico para fatores cardiovasculares, de dieta e estilo de vida. Isto significa que independentemente de fatores como idade, sexo, nível de educação, colesterol, glicose, pressão sanguínea, energia total e consumo de álcool, a relação entre consumo de chocolate e cognição continuava sendo importante”, afirmou Crichton.

A pesquisadora afirma que existe uma crença histórica nos benefícios do chocolate, mas baseada apenas na experiência e observação. Agora a ciência está começando a identificar bases para estas crenças.