Ícaro Mota desmistifica letrinhas e números que vêm em pneus; saiba porque é importante decifrá-los
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Sem dúvida, os pneus representam um dos itens mais importantes quando falamos de sistema de segurança de um veículo a respeito de dirigibilidade. São exigidos a todo o momento, seja na arrancada, conversões, curvas e, principalmente, na frenagem. A eles estão atribuídos manter a estabilidade e têm influência direta no consumo de combustível.

Por esses motivos, é importante mantê-los com a correta calibragem e, também, ter certo conhecimento para saber a hora de trocá-los.

Você já percebeu que existe uma diversidade de marcas de pneus e possuem alguns números gravados e mais algumas informações ocultas? Mas essas informações serão desmistificadas no decorrer do nosso texto.

Etiqueta revela resistência ao rolamento e performance de pneu

A etiqueta acima mostra uma graduação de resistência ao rolamento de carroceria, que vai de “A” até “G”. O “A” é o mais eficiente e o “G” é o menos eficiente. Na classe de consumo de combustível, a seta mais escura indica o nível de performance do pneu. Na parte inferior da figura, o nível de ruídos em decibéis.

Logo abaixo, podemos ver o que representa cada número e letra grafada nos pneus.

Como fazer a leitura de letras e números na lateral do pneu

Importante, também, observar o Índice de Carga (IC) e o Índice de Velocidade (IV) do pneu para evitar dor de cabeça ou, até, algo mais grave.

O DOT é uma série de letras e números que fica na lateral do pneu, como na imagem abaixo. Para saber a data de fabricação do produto, fique atento aos números. Os dois primeiros indicam a semana de fabricação. Os dois últimos, o ano. O pneu em questão foi fabricado na 7ª semana de 2020. Ou seja, caso não acabe por desgaste natural, ele deverá ser trocado na 7ª semana de 2025.

Observe a sequência: 0720. Traduzindo, significa dizer que foi fabricado na 7ª semana de 2020

Um indicador de desgaste da banda de rodagem é uma elevação estreita ao longo das ranhaduras longitudinais do padrão de banda de rodagem do pneu. Na lateral do pneu estão as letras TWI (Tread Wear Indicator).

TWI indica quando é hora de trocar o pneu do carango

Você perceberá que nos sulcos dos pneus há uma espécie de “quebra-molas”. Quando esses se igualam à altura da banda de rodagem, é o momento exato de efetuar a troca do pneu.

Ícaro Mota é consultor automotivo e diretor da I´CAR. A coluna é publicada às sextas-feiras.

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AFIRMAÇÃO QUE PRECISA SER CONTESTADA

coloquioOusarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

Não usemos termos como estarrecedor, consternador ou algo desse nível dramático. Talvez surpreendente. É isto: surpreendente e injusto é um comentário do professor Arnaldo Niskier, a respeito de Marcos Santarrita, no livro 100 anos de Jorge Amado – história, literatura e cultura (Editus-UESC/2013): “Apesar de ter rejeitado a obra de Jorge Amado na adolescência, devido a seu passado comunista, o escritor Marcos Santarrita o considera o maior autor brasileiro…”, diz o ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, à pág. 24. Preocupa-me que, devido ao peso intelectual de quem assina esta afirmação, ela passe por verdadeira.

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Frase que não foi dita, e nunca seria

Não é. É ofensa à memória do escritor de Itajuípe. Quem conhece um pouco do romancista e sua obra sabe que isto nunca foi dito, e nunca seria. A frase, que condena o passado comunista de Jorge Amado, prega no autor de A solidão dos homens uma injusta pecha de reacionário, além de uma apreciação negativa da escrita amadiana igualmente infundada. Ao contrário: MS afirmou que se descobriu escritor ao ler Jorge Amado e perceber que com pessoas “comuns” era possível fazer literatura. Antes de Jorge, o romance era de capa e espada, nos salões burgueses, algo muito “francês” para o gosto do adolescente rebelde, leitor de gibis.

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3 MarcosLamarca inspirou Danação dos justos

O educador Arnaldo Niskier (que não será molestado, pois não é leitor desta coluna) ouviu mal. Na adolescência, Marcos Santarrita (foto) cooperava com o jornal O Paladino, do único comunista de Itajuípe, Clodoaldo (o jornalzinho que queria mudar o mundo foi chamado de O Paradigma, no romance Danação dos justos/1977). Sem militância ostensiva, o escritor simpatizava com a esquerda, era entusiasta de Fidel Castro, da Revolução Cubana e da União Soviética – apesar de amigos que consideravam “romântica” sua posição. Sem valer-se do panfleto (ou do “romance proletário”), sua literatura é engajada: condena as injustiças sociais e a ditadura de 1964 – e se alguém duvida, saiba que Danação… foi inspirado em Carlos Lamarca.

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O PNEU VELHO E O RETORNO DA INFLAÇÃO

No largo espectro da minha ignorância situa-se a ciência econômica (Darcy Ribeiro dizia que economia não é ciência, pois não possui base concreta para o raciocínio, valendo-se do método de tentativa e erro, em geral começando com um “suponhamos que…”). Mas, como a Constituição me garante o direito de opinar, digo que a principal ameaça da volta da inflação é o pneu velho. Esse artigo, que até meados do ano era de serventia apenas como berçário do mosquito da dengue, ganhou status de matéria indispensável aos protestos que se repetem no País. Sem pneu velho, não há salvação para este Brasil brasileiro e protestante.
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pneusPneu novo só banqueiros podem queimar

Com tanto pneu queimado, o estoque se reduz, as borracharias esgotam as reservas, o pneu velho ficará pela hora da morte. Seremos todos vítimas da inflação de demanda (mais consumo, maior preço), sacrificados à lei da oferta e da procura. “Supondo que” (como dizem os economistas) isto aconteça, que plano B têm os manifestantes? Queimaremos pneus novos? Certamente não, pois o preço é proibitivo (a não ser para protesto de banqueiros pelo aumento das taxas do cartão de crédito). Faremos protestos a frio? Não tem graça, pois manifestação que não exala fumaça e labareda ninguém leva a sério. Urge encontrar opções.

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Protestos espantam mosquito da dengue

E assim, o pneu velho, pelo qual não se dava um real furado, deixa o anonimato do lixo e das borracharias (de que era canhestro símbolo) para se transformar em artigo de primeira necessidade. Suponho (ops!) que já exista por aí, à espera de ser regulamentada pelo Ministério do Trabalho, a profissão de “Caçador de Pneu Velho” (ou CPV, nestes tempos de amor às siglas, acrônimos e abreviaturas), uma prova da mudança que tanto se reivindica. Mas já temos um ganho, ainda não devidamente avaliado pelas autoridades: as manifestações de rua, com a queima de pneus, fizeram muito Aedes aegypti ir zumbir em outra freguesia.

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O PRIMEIRO A GRAVAR ROCK EM PORTUGUÊS

7 Minha sogra é da PMO grupo Time-Life chamou certa vez Cauby Peixoto de “o Elvis Presley brasileiro”. Exagerou, é claro: Cauby canta em nada menos do que nove línguas, canta tudo, até samba, mas o rock nunca foi sua praia. Ainda assim, foi o primeiro cantor brasileiro a gravar rock em português, Rock´n roll em Copacabana (de Miguel Gustavo), tendo entre os acompanhantes um jovem chamado Erasmo Carlos. Cantaria outro rock na chanchada Minha sogra é da polícia, de 1958 (foto), mas, mesmo assim, não é do ramo. Sua voz grave, dita “aveludada”, cai às mil maravilhas em baladas românticas, em português, francês, inglês, italiano, espanhol – e outros quatro idiomas.
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Cauby! Cauby! Cauby!… e o MPB-4

Quando se junta um cantor extraordinário e um grupo vocal igualmente invulgar cria-se, com desculpas pelo lugar-comum, o chamado “momento único”. Deve ser o que ocorreu no dia em que se encontraram o cantor Cauby Peixoto e os quatro rapazes do MPB-4. Conceição (Dunga-Jair Amorim), já interpretada por Cauby não se sabe quantas vezes, foi rearmonizada e ficou como se tivesse sido composta ontem, num exercício vocal impossível a amadores. Estes, mesmo ensaiando por muito tempo, dificilmente não chegariam a um resultado desastroso. Cauby, diante da “invenção” do MPB-4, parece sentir-se como se houvesse cantado com eles a vida inteira. Quem sabe, sabe.

                                                                                                                                                                                                                                                     O.C.

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Potencial foco de dengue e fonte de poluição, pneus velhos se tornaram alvo de uma campanha de “erradicação” em Itabuna. Nos primeiros 35 dias de 2012, o Departamento Municipal de Vigilância à Saúde contabiliza 6 mil deles retirados de circulação.

Os pneus são coletados em borracharias, oficinas e transportadoras, e depois levados para depósitos na antiga sede da Administração dos Estádios de Itabuna (Adei) e na Secretaria de Transportes e Trânsito, no bairro Lomanto. Desses locais, seguem para usinas de reciclagem.
Como a cidade tem hoje índices alarmantes de infestação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, a ação é considerada pela Vigilância como uma das estratégias para reduzir a presença do vetor. O trabalho inclui também mutirões promovidos nos bairros, com prioridade para os que apresentam maior incidência de focos.
 

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Irresponsabilidade e mau-exemplo: esse depósito de pneus, a céu aberto, um enorme foco de dengue, ficava em plena sede da coordenação de combate a endemias em Itabuna. Os pneus foram removidos esta semana, após denúncia do Pimenta

O índice de infestação por focos do mosquito Aedes aegypti em Itabuna é hoje quase 15 vezes superior ao que o Ministério da Saúde considera seguro. De acordo com os dados apurados no primeiro ciclo epidemiológico (meses de janeiro e fevereiro), 14,72% dos imóveis da cidade contêm criadouros do inseto que transmite a dengue.

Uma fonte da Vigilância Epidemiológica explica que somente por um motivo os itabunenses não enfrentam hoje uma epidemia nos mesmos moldes da que devastou a cidade em 2009: é que o vírus em circulação (tipo 2) é o mesmo daquele ano e grande parte da população está imune a ele.

Ou seja, só o acaso da sorte para salvar o itabunense porque a prevenção contra a dengue continua um fiasco.