Polícia monitora rodovia federal na Bahia || Foto PRF/Divulgação
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Ao menos 1.048 protestos que bloqueavam rodovias federais foram encerrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que divulgou balanço sobre as manifestações nas estradas do país. Até o início da tarde desta segunda-feira (7), as vias do Brasil registraram a persistência de duas manifestações, uma na cidade mato-grossense de Campos de Júlio e outra em Rio do Sul, Santa Catarina.

Desde a noite de 30 de outubro, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para o terceiro mandato de presidente da República, manifestantes de extrema-direita pedem a ruptura da ordem democrática para impedir que o petista assuma o cargo.

As manifestações perderam fôlego ao longo da última semana, depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a PRF desbloqueei rodovias interditadas pelos radicais. Ele também autorizou que as Polícias Militares atuem na desobstrução de vias federais, além das estaduais. Na Bahia, a PM desmobilizou mais de 40 protestos golpistas.

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Policiais civis protestaram durante visita de Rui a Itabuna || Foto Pimenta
Policiais civis protestaram durante visita de Rui a Itabuna || Foto Pimenta

Após protesto de policiais civis em Itabuna, na última segunda-feira (10), o governador Rui Costa atendeu reivindicação e autorizou o delegado-geral da Polícia Civil da Bahia, Bernardino Brito Filho, a tomar as providências necessárias, com a Secretaria da Administração (Saeb), para a regulamentação da concessão de gratificações para policiais civis. São elas a Gratificação de Atividade Jurídica (GAJ), destinada aos delegados, e a Gratificação de Atividade Policial Judiciária (GAPJ), para as demais carreiras da Polícia Civil.

A autorização, ontem (10), beneficia os novos servidores policiais, entre delegados, investigadores e escrivães, que se encontram na referência III para avançarem para a referência IV. O delegado-geral ressaltou que a regulamentação foi necessária porque a Lei 12.601, de 28 de novembro de 2012, no seu artigo 1º, estabeleceu, excepcionalmente, um processo revisional.

Bernardino Brito explicou que este processo especificou revisões apenas para os anos de 2012, 2013, 2014 e 2015. A Polícia Civil, porém, juntamente com a Saeb e a Procuradoria Geral do Estado (PGE), já iniciou uma série de reuniões técnicas para definir, no menor espaço de tempo, uma regulamentação, visando a concessão das gratificações àqueles servidores que estão na referência III e atendem os requisitos para alteração à referência IV.

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Cinquentenário será o local das manifestações em Itabuna (foto Marcos Souza)
Cinquentenário será o local das manifestações em Itabuna (foto Marcos Souza)

Militantes do PT e de outros partidos que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff farão manifestações hoje (18) em todo o país. Em Itabuna, o ato acontece na Avenida Cinquentenário, mesmo local onde no domingo se reuniram manifestantes do lado contrário, ou seja, os que defendem o afastamento da presidente e a condenação nos envolvidos em crimes apurados pela operação Lava Jato.

A mobilização na cidade começa às 15 horas, estando programada a tradicional concentração no Jardim do Ó. Pelas redes sociais, os organizadores afirmam que o ato é reação a uma suposta tentativa de golpe.

Um dos que coordenam a manifestação é o sindicalista e ex-vereador Luís Sena, do PCdoB. Segundo ele, há um movimento de direita que está disseminando ódio e desesperança. “Precisamos e vamos reagir, sob pena de tudo o que foi reconstruído após 64 e os avanços da era Lula/Dilma serem jogados na lama”, argumenta Sena.

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BR-101 foi bloqueada no trecho itabunense, mas liberada às 6h50min.
BR-101 foi bloqueada no trecho itabunense, mas liberada às 6h50min.

Pelo menos dois trechos de rodovias no sul da Bahia foram interditados, nesta segunda (28) pela manhã, em protestos. Em Itabuna, moradores do Bairro Santa Clara bloquearam o trecho da BR-101 próximo ao antigo Carinhoso.

A rodovia foi liberada por volta das 6h50min. Os moradores cobram a execução de serviços públicos no bairro, situado à margem da BR-101. Eles prometiam a liberação da via somente após a presença do prefeito Vane do Renascer ou do secretário de Desenvolvimento Urbano, Marcos Monteiro.

O outro protesto ainda ocorre na rodovia estadual que liga os municípios de Itajuípe e Coaraci. As primeiras informações são de que o bloqueio foi feito por trabalhadores rurais sem-terra ligados ao MST.

Há queixa de motoristas contra o estado de conservação da pista da BA-263. No sábado à noite, um casal de evangélicos morreu em colisão com um carro de passeio. As condições da pista podem ter contribuído para o acidente.

Protesto na Itajuípe-Coaraci formou grande engarrafamento (Foto Marcos Alpoim).
Protesto na Itajuípe-Coaraci formou grande engarrafamento.
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Protesto de moradores do Alto do Coqueiro no Malhado (Foto Aline Cruz).
Protesto de moradores do Alto do Coqueiro no Malhado (Foto Aline Cruz).

Ilhéus voltou a registrar protestos na manhã desta terça-feira, 28. Moradores do Alto do Coqueiro e da Rua da Horta, na zona norte da cidade, fecham alguns acessos à zona norte, assim como a saída para cidades como Itacaré e Uruçuca.

Segundo informações, os protestos ocorrem contra a Embasa, que teria realizado obras no Alto do Coqueiro, mas não fez a recuperação do asfalto.

Nesse momento, o único acesso àquela região se dá através da Avenida Esperança, que já começa a apresentar lentidão.

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Centrais sindicais, como a CTB, CUT e Força, o Movimento de Luta pela Terra (MLT), associações de moradores e outros grupos agendaram para essa sexta, 29, ato em defesa dos trabalhadores. A manifestação está marcada para logo cedo, às 9h, na Praça Cairu, região central.

O movimento deve levar complicações ao centro da cidade. O Sindicato dos Rodoviários já informou que não fará paralisação, porque está proibido pela justiça. A entidade, no entanto, não garante ônibus na rua nessa sexta, já que qualquer anormalidade na Cairu trava todo o trânsito.

Os organizadores não estipularam um horário para o fim do ato.

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juca kfouriJuca Kfouri | Blog do Juca

Sejamos francos: tão legítimo como protestar contra o governo é a falta de senso do ridículo de quem bate panelas de barriga cheia, mesmo sob o risco de riscar as de teflon, como bem observou o jornalista Leonardo Sakamoto.

Nós, brasileiros, somos capazes de sonegar meio trilhão de reais de Imposto de Renda só no ano passado.

Como somos capazes de vender e comprar DVDs piratas, cuspir no chão, desrespeitar o sinal vermelho, andar pelo acostamento e, ainda por cima, votar no Collor, no Maluf, no Newtão Cardoso, na Roseana, no Marconi Perillo ou no Palocci.

O panelaço nas varandas gourmet de ontem não foi contra a corrupção.

Foi contra o incômodo que a elite branca sente ao disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando  aeroportos, congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade.

Elite branca que não se assume como tal, embora seja elite e branca.

Como eu sou.

Elite branca, termo criado pelo conservador Cláudio Lembo, que dela faz parte, não nega, mas enxerga.

Como Luís Carlos Bresser Pereira, fundador do PSDB e ex-ministro de FHC, que disse:

“Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres.

O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar.

Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente.

Não é preocupação ou medo. É ódio.

Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou.

Continuou defendendo os pobres contra os ricos.

O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres.

Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força.

Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita.

Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho.

E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.”

Nada diferente do que pensa o empresário também tucano Ricardo Semler, que ri quando lhe dizem que os escândalos do mensalão e da Petrobras demonstram que jamais se roubou tanto no país.

“Santa hipocrisia”, disse ele. “Já se roubou muito mais, apenas não era publicado, não ia parar nas redes sociais”.

Sejamos francos: tão legítimo como protestar contra o governo é a falta de senso do ridículo de quem bate panelas de barriga cheia, mesmo sob o risco de riscar as de teflon, como bem observou o jornalista Leonardo Sakamoto.

Ou a falta de educação, ao chamar uma mulher de “vaca” em quaisquer dias do ano ou no Dia Internacional da Mulher, repetindo a cafajestagem do jogo de abertura da Copa do Mundo.

Aliás, como bem lembrou o artista plástico Fábio Tremonte: “Nem todo mundo que mora em bairro rico participou do panelaço. Muitos não sabiam onde ficava a cozinha”.

Já na zona leste, em São Paulo, não houve panelaço, nem se ouviu o pronunciamento da presidenta, porque faltava luz na região, como tem faltado água, graças aos bom serviços da Eletropaulo e da Sabesp.

Dilma Rousseff, gostemos ou não, foi democraticamente eleita em outubro passado.

Que as vozes de Bresser Pereira e Semler prevaleçam sobre as dos Bolsonaros é o mínimo que se pode esperar de quem queira, verdadeiramente, um país mais justo e fraterno.

E sem corrupção, é claro!

Juca Kfouri é jornalista e mantém o Blog do Juca.

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Lorena Guimarães artigoLorena Guimarães |lolik25@hotmail.com

Para muitos, é a primeira Copa que irão assistir naquela casa que eles podem chamar de “minha”. Vou te contar que com isso tudo me senti agora na primeira parte do jogo, sabe, naquela hora que o juiz joga a moedinha para cima

Hoje, conversando com um amigo, que é daqueles politicamente “Direita ao Extremo”, sobre a Copa do Mundo, eu,  na maior empolgação, já querendo saber a tabela dos jogos para ver os dias em que o “amarelinho canário” irá jogar, ele com um tom de revolta, me solta essa:  “Quero mais que o Brasil perca a Copa, que durante o mundial se instale por aqui o caos nunca visto, porque aí o povo se revolta contra o Governo, e tira Dilma e o PT fácil, fácil…”
Nunca fui da turma do politicamente correto. Na escola fazia parte da turma do fundão, sempre tive medo das pessoas que se dizem donos da verdade, pois na prática são as que mais nos decepcionam nas ações. Então não disse nada, pois com pessoas radicais demais não tem saliva que chegue. Não concordo com a opinião dele, mas respeito. Acho que não é por aí, e não é desse jeito que se resolve as coisas. Mas, no meu pensamento, um filmezinho passou em mente e que foi me deixando muito intrigada com o final dessa história.
Ah, se tudo fosse fácil assim… E se os problemas da nação pudessem ser resolvidos no período da Copa, só porque os olhos do mundo estarão voltados para cá. Aí querem resolver tudo aos 45 minutos do segundo tempo. Acho que é esse o mal de nós, brasileiros. Se no período da preparação que era para acontecer as grandes mudanças na infraestrutura, na educação, na saúde não ocorreram, e em nenhum momento vi ninguém se manifestar, não é agora que tudo se resolverá. Já saímos perdendo nisso tudo. Aí, sair do Mundial sem a taça do Hexa, não dá, né?
Os times levam para o campo toda a raça, até o último segundo da partida. No futebol até o time mais desacreditado, aquele que vem só pra cumprir tabela, chega com bagagem repleta de raça.  Na partida a torcida aflita espera roendo as unhas por cada drible, cada jogada, falta, escanteio, cobrança de pênalti… Até já deu para ouvir o Galvão Bueno gritando: “Aguenta Coração…”. E quando chegamos aos acréscimos e o bendito juiz enrola para soprar aquele bendito apito…  Eita jogo sofrido, meu Deus!
Tá bem que muitos de vocês não curtem a narração do Galvão Bueno, mas vamos respeitar.
Mas deixa eu prosseguir, eu aqui contagiada com a magia da Copa e doida para dizer ao revoltado a minha opinião e que o resultado do jogo não irá mudar os resultados nas urnas. O Governo está blindado, boa parte da população vai assistir à Copa 2014 com sua boa SmarthTV de 42 polegadas…
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Nadson morreu após perseguição no Bairro Lomanto (Foto Álbum Familiar).
Nadson morreu após perseguição policial (Foto Álbum Familiar).

Familiares e amigos de Nadson Pereira de Almeida promovem ato na próxima sexta-feira (14) para lembrar os 30 dias da morte do adolescente. Uma missa será celebrada às 8h30min na Igreja Menino Jesus, no Lomanto, onde aconteceu a tragédia.
Nadson morreu no dia 16 de fevereiro, após perseguição policial no Bairro Lomanto, em Itabuna. Menor, ele pilotava uma moto Honda Titan e fugiu da abordagem ao, supostamente, receber ordem para parar.
Testemunhas afirmam que, durante a perseguição, uma viatura da Polícia Militar tocou no fundo da moto em que Nadson estava. O corpo do menor foi lançado ao chão e, na sequência, a viatura atropelou o garoto de 14 anos. Abaixo, vídeo mostra momento da perseguição.

Policiais que estavam na viatura negaram que tenha havido atropelamento. A versão dos militares é de que Nadson perdeu o controle da moto que pilotava, batendo no fundo de um carro que estava estacionado na Rua Jorge Amado, onde morreu. Ainda segundo os militares, Nadson perdeu o controle ao passar por um quebra-molas.
Há duas semanas, a subseção itabunense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reuniu-se com os comandos das polícias militar e civil em Itabuna. Durante as audiências, os dirigentes da OAB local pediram isenção e celeridade nas investigações.
PROTESTOS E DESTRUIÇÃO
Ônibus foi destruído em manifestação (Foto Pimenta).
Ônibus foi destruído em manifestação (Foto Pimenta).

O acidente ocorreu por volta das 10h de 16 de fevereiro e deu início a uma série de protestos na região do Lomanto. A comunidade interditou a Avenida J.S. Pinheiro. Um ônibus foi incendiado na BR-101 e vários veículos foram destruídos pelo fogo no pátio da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settran), no Aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho, no Lomanto.
Um veículo que estava na Avenida J.S. Pinheiro também foi incendiado por manifestantes. Houve confronto e 16 pessoas foram detidas pela Polícia Militar. Já no outro dia, logo após o enterro do menor, menores atearam fogo em um ônibus escolar, que ficou parcialmente destruído.
A previsão é de que o inquérito na Polícia Civil sofra atraso por causa do período de carnaval. Os cinco policiais que estavam na viatura da PM que atropelou o garoto foram afastados do serviço, segundo o comando regional da PM. Todos respondem a inquérito policial militar.

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Jovem morreu após perseguição policial no Lomanto, em Itabuna (Foto Álbum Familiar).
Jovem morreu após perseguição policial (Foto Álbum Familiar).

O corpo do jovem Nadson Almeida será enterrado no Cemitério Campo Santo, em Itabuna, às 16h desta segunda (17). Familiares e amigos prestam homenagens ao menor em velório que ocorre na Igreja Menino Jesus, no Bairro Lomanto, de onde sairá às 15h.
Nadson morreu ontem pela manhã, na Rua Jorge Amado, no Lomanto, após perseguição policial. O menor fez 14 anos neste mês e estava pilotando uma moto Honda Fan 125 quando policiais militares deram ordem para ele parar. Assustado e sem capacete, o menor fugiu e acabou perdendo a direção da moto, caindo em seguida.
O PIMENTA conversou há pouco com dois dos tios de Nadson. Núbia Lemos, ainda abalada, confirmou que havia marcas no corpo do jovem que sugerem queda, seguida de atropelamento. A família já recorreu à Defensoria Pública para acionar o Estado.
Risomar Lima, tio do garoto, disse ao blog que Nadson havia saído de casa em uma moto sem autorização dos pais. “O pai dele [Nailton Lima de Almeida] não estava em casa. Saiu para socorrer um veículo e soube do que aconteceu quando retornou”, disse Risomar.
A família também havia pedido uma nova perícia, após constatar que a morte foi provocada por traumatismo craniano e fratura de costela, braço e tórax.

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Raul Seixas entoava em um de seus maiores sucessos: “já que agora pra fazer sucesso, todo mundo tem que reclamar”… E nunca antes na história deste país a letra de Eu também foi reclamar caiu tão bem. Dos 20 centavos a mais do buzu aos gastos exorbitantes com a Copa Fifa, o que não falta é motivo para gritaria…
Seguindo nessa “vibe”, cariocas lançaram uma nova onda de protestos neste verão em que a Cidade Maravilhosa mais parece uma fornalha. O alvo da bronca são os botecos e os altos preços que cobram na loira gelada, alguns chegando a vender cada garrafa de 600 ml por 10 reais.
Retados com o arrocho, grupos de bebedores inveterados idealizaram um movimento chamado “isoporzaço”, no qual abastecem caixas térmicas e vão lavar a alma em praças da cidade.
O movimento boêmio, que os cabeças definem como etílico-político, é uma ação pacífica . Por enquanto, não apareceu nenhum “beer block” na área.

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manifestação 001

Os índios tupinambás que protestam na manhã desta terça-feira (7), em Olivença, montaram um acampamento na pista da BA-001. Agentes da Polícia Federal estão no local, mas apenas acompanham a manifestação.
O protesto é pela demarcação de terras, cassação de liminares e agendamento de audiências com representantes do Ministério Público e da Funai. Os índios também cobram a nomeação do coordenador técnico local da fundação.

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Marcos BispoMarcos Bispo Santos | educadorpolitico@hotmail.com

 

O QUE CONSTATEI (ninguém me contou, estive lá!!!) FOI A MATERIALIZAÇÃO DO VERDADEIRO “INFERNO DE DANTE”.

 

Um dia pavoroso, uma tarde revoltante, uma noite de ceticismo. Síntese do que vi e vivi durante a última paralisação nas imediações de Buerarema, trecho da BR-101 que corta Itabuna, a mais importante cidade do sul da Bahia (a despeito de seus últimos prefeitos, tão desimportantes e medíocres). Força Nacional “virtual”, Comando Especial da PM Regional Cacaueira INERTE. Governos lerdos, lenientes e coniventes.

Sobre a PM, preciso destacar alguns/algumas policiais de ontem e de hoje, de muito valor: Tenentes Vivaldo e Derivaldo, Sub-tenentes Fábio e Reubis, Sargentos Eduardo e Gerson, Soldados Mendonça, Márcia, Cláudia, Cíntia, Arlex, Vinícius e Vieira. São símbolos de uma Polícia que se respeita. Mas o que tenho visto em cidades pequenas e o que vi ontem durante o dia e até a hora em que fui dormir (3h da madrugada, sem o fim do conflito!!!) em Buerarema, na BR e dentro da cidade, são policiais (de três corporações diferentes: PM, Força Nacional e PRF) muito despreparados para ações de impacto e de uma “pose” e omissão, RE-VOL-TAN-TES!!!

Moro em Itabuna e trabalho em outra cidade, acima de onde se deu o conflito. Passei em viagem de trabalho, às 7h30 da manhã e no mesmo local onde o “inferno” se daria. Nada havia neste horário, além de duas viaturas da Polícia Federal e duas da Força Nacional em “desfile”, de Buerarema a Itabuna. Ora, cidadãos brasileiros, se assim o era, porque não se juntaram tais efetivos e dissiparam qualquer início de motim logo cedo, num lugar inapropriado e de muitas consequências para trabalhadores de verdade e famílias das mais diversas, que passariam por ali horas depois???

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De arma em punho, soldado tenta evitar novas agressões (foto Lacio Teixeira - Coperphoto/Estadão Conteúdo)
De arma em punho, soldado tenta evitar novas agressões (foto Lacio Teixeira – Coperphoto/Estadão Conteúdo)

Do G1

A Polícia Militar (PM) afirma que o coronel Reynaldo Simões Rossi, comandante do policiamento da área Centro, teve a clavícula quebrada em agressão cometida por um grupo de black blocs na noite de sexta-feira (25). Além disso, o oficial teve a sua pistola .40 e um rádio comunicador roubados, segundo nota da PM (veja íntegra abaixo).

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Maurício Souza Blazeck, disse ao G1 que aos menos duas pessoas foram presas suspeitas da agresão ao oficial. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o homem de arma em punho e sem máscara que aparece em fotografias do tumulto (como a publicada acima) é um soldado que o auxiliava e dirigia o carro do coronel no momento da confusão.

A agressão ocorreu durante protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) que terminou com invasão do Terminal Parque Dom Pedro II e vandalismo contra ônibus. Agências bancárias de ruas do Centro também foram depredadas.

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DULCINEIA NA CANÇÃO, PILATOS NO CREDO

1Dom QuixoteOusarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

Em Escultura, composição gravada por Nelson Gonçalves, Adelino Moreira (1918-2009), que não se notabilizava pelos bons versos (apesar da aprovação popular) fala da mulher idealizada, “esculturada”, assim: “Dei-lhe a voz de Dulcineia/ a malícia de Frineia/ e a pureza de Maria”. Tiremos Maria desse rolo, para não pormos a mão em casa de maribondo, e fiquemos com Dulcineia e Frineia, especulando a respeito de quem sejam essas personagens. Dulcineia, com origem no D. Quixote de la Mancha (Miguel de Cervantes), está deslocada, tendo entrado na canção como Pilatos no credo, pois sua voz não era grande coisa.

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Voz que “se assemelha ao som um sino”

A única referência de que conheço sobre a voz de Dulcineia del Toboso (este é seu nome no livro) vem da pesquisadora Célia Navarro Flores, da Universidade Federal de Sergipe, colhida numa “fala” de Sancho Pança, o escudeiro de D. Quixote. Ele diz que a voz da moça “se assemelha ao som de um sino”. Talvez voz boa pra protestos de rua, em moda, mas nada muito acariciante para intimidade de lençóis e travesseiros. Parece apelação, o que, aliás, é frequente em Adelino Moreira, mau poeta, mas grande vendedor de discos. Porém, no que tange a Frineia e sua “malícia”, aí sim, ele acertou a mão.

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3FrineiaAdvogado pede “piedade para a beleza”

Frineia é descrita como prostituta de enorme beleza, a mais deslumbrante que a Grécia já vira. Diz Mariano Tudela (Biografia da prostituição) que, em Atenas, ela levava vida discreta “quase como uma mulher honesta”. Mas nas festividades de Netuno mandava ver: tirava as roupas, para delírio do público, até a última peça. É a primeira stripper da história, creio. Condenada, teve a defendê-la “o mago da oratória”, Hiperides. Este, ao sentir a causa perdida, rasgou o manto de Frineia, deixando-a como veio ao mundo, e pediu aos julgadores que esquecessem seus argumentos e tivessem “piedade para com a beleza”. De queixo caído, eles a absolveram (na foto, Frineia no Areópago, quadro de Jean-Léon Gérôme, de1861).

UMA ENTREVISTA? MAS POR QUE LOGO EU?

Estudantes me procuram, pelo telefone, com a proposta de que eu lhes dê uma entrevista. “Por que logo eu?” – me ocorre perguntar. “O senhor não é o escritor?” – ouço como resposta, e a construção da frase me deixa ainda mais encabulado. Se não me julgo “escritor”, o que dizer se me chamam “o escritor”? Senti eu algum ventinho de sarcasmo a embalar a pergunta? Não sou escritor, sou, no máximo, mediano fazedor de crônicas, a anos-luz de distância dos mestres desse gênero essencialmente brasileiro (Rubem Braga, Fernando Sabino, Drummond, para não falar em precursores, como Machado de Assis e João do Rio). Voltemos aos alunos.
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5EscritorPessoas ocupadas com o próprio umbigo

A escola, em sua confusa maneira de agir, encaminha alunos a essa fauna de cronistas, ensaístas, poetas e romancistas (vagamente chamados de escritores), suspeitando que isto facilite o aprendizado. Não sabem que estranhos animais são esses, na maioria incapacitados para tratar com jovens, cheios de má vontade com tudo que não alimente sua vaidade. Mandar estudantes à cata de escritores é imaginar que estes se interessam por aqueles, o que é ilusório. Sem compromisso social, a maioria da fauna é incapaz de ceder seu precioso tempo de “criação” para responder a perguntas. Muito ocupados com o próprio ego, deveriam pregar à porta um cartaz: “Silêncio! Gênio trabalhando!”

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Machado de Assis admitiu amar elogios

Fernando Sabino popularizou a história do escritor que vivia à cata de “um elogiozinho, pelo amor de Deus…”. Na matriz dessa maldade (?) está Nelson Rodrigues, que assistira a um encontro de Clarice Lispector com Jorge de Lima, quando este se identificou como poeta, esperou o elogio… e o elogio não veio! Teria o vate alagoano ficado muito magoado com a autora de A hora da estrela. Se isto é verdade (Nelson Rodrigues era grande criador de situações), não tenho como provar. Mas tende a ser, pois é assim grande parte da fauna. Escritores quase nunca têm a franqueza de Machado de Assis, mestre, que reconheceu: “Amo elogios. Eles fazem bem à alma e ao corpo”.

PROTESTEMOS, MAS EM LÍNGUA PORTUGUESA

7ReclameNossa mídia continua a fazer uma inquietante confusão entre reclame e reclamo, os substantivos, não os tempos verbais. A expressão campeã é “reclames da população”, mas é possível encontrar nos arquivos da internet abusos como “reclames dos trabalhadores”, “reclames do povo”, “reclames dos moradores” – e por aí vai o andor, pois o que mais se faz neste momento do Brasil brasileiro é protestar. Protestar? Pois é aí que a porca torce o rabo, como diz o outro, pois quem protesta em língua portuguesa (seja contra o tribunal lento, o vizinho chato, os maus políticos ou o alto preço do feijão) não usa reclame, mas reclamo.
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Bela interpretação, apesar dos erros

Em Três apitos (supõe-se que dedicada a Josefina, uma de suas namoradas), Noel Rosa usa bem o termo: “Quando o apito/ da fábrica de tecidos/ vem ferir os meus ouvidos/ eu me lembro de você…” – é o apito que chama os operários ao trabalho. Mais adiante, ele reitera: “Mas você é mesmo/ artigo que não se imita/ quando a fábrica apita/ faz reclame de você”. Orestes Barbosa usou tal palavra em Arranha-Céu: “Cansei de olhar os reclames e disse ao peito: ´não ames/ que teu amor não te quer´”. No vídeo, Três apitos, em bela leitura de Elizeth Cardoso e Jacob, apesar dos erros (a que, por descuido, acrescentei mais um, que cabe ao leitor descobrir). A canção está com 100 anos.

O.C.