Adriano Ceolin | Portal IG
Pela segunda vez nesta pré-campanha à Presidência da República, José Serra (PSDB) vai à Bahia, onde os tucanos somaram derrotas vergonhosas nas duas últimas eleições. Por isso, em 2010, a meta estabelecida pelo PSDB é perder por pouco no Estado: precisamente por 700 mil votos a menos que Dilma Rousseff, a candidata do PT.
Nesta terça-feira, o tucano vai aos municípios de Alagoinhas e Feira de Santana, que fica a 107 km de Salvador. No último dia 14, Serra esteve na capital baiana onde visitou o túmulo de Irmã Dulce e passeou pelo mercado modelo da cidade.
Lideranças do PSDB e do DEM na Bahia afirmam que Dilma aparece na frente em pesquisas eleitorais. Segundo o iG apurou, a vantagem da petista sobre Serra varia entre 6 e 10 pontos percentuais. Os tucanos, no entanto, comemoram o fato de ela ainda não ter conseguido absorver os índices do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Lula sempre foi forte na Bahia, mas a Dilma é a Dilma. Ela não é o Lula”, afirmou o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). “O Lula ainda não conseguiu transferir seus votos para a Dilma. Eu não acredito que isso irá acontecer. Por isso, acho que o Serra pode surpreender na Bahia”, completou o deputado João Almeida (PSDB-BA).
Como candidato, Lula sempre teve votações expressivas na Bahia. Mesmo quando foi derrotado no primeiro turno por Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, o atual presidente obteve, respectivamente, 35,20 e 35,34% dos votos válidos. Nas duas últimas vitórias, a vantagem de Lula sobre os tucanos foi primeiro ampliada e depois dobrada.
Em 2002, Serra teve muita dificuldade para ser o segundo mais votado na Bahia no primeiro turno. O tucano conquistou apenas 16,8% contra 14%, de Ciro Gomes (então no PPS), e 13,4%, de Anthony Garotinho (então no PSB). No segundo turno, Lula bateu por 65,6% a 34,3% de Serra.
Naquela oportunidade, o PSDB não tinha o apoio do DEM. Partido comandado na Bahia pelo então senador Antonio Carlos Magalhães (morto em 2007), o ex-PFL apoiou Ciro Gomes no primeiro turno. “Eu fiquei com o Serra”, contou Aleluia. No segundo turno de 2002, ACM orientou seus eleitores a votar em Lula.