O programa Difusora em Revista, da Rádio Difusora AM 640, estreou na semana passada o quadro Politicando, que analisa as principais movimentações políticas dos cenários local e regional.
Todas as sextas-feiras, a partir das 11h30min, o radialista e âncora Cacá Ferreira recebe o analista político João Matheus para um bate-bola sobre os bastidores da política, com informações quentes e apimentadas.
Movimentações no rádio regional. A Bahia FM Sul, de Itabuna, estreará em até 30 dias um programa jornalístico com duração de uma hora.
A equipe está praticamente fechada. Rafael Marques deixou a Difusora AM para atuar no programa da emissora da Rede Bahia. O jornalístico deve ir ao ar nos finais das tardes de segunda a sexta.
Uma baixa considerável no meio em Itabuna foi a saída de Antônio Lins (Tony Café) da Morena FM. Ele estava na emissora há quase 20 anos e anunciou os novos rumos por meio do Facebook.
Tony Café agradeceu a diretores da emissora e colegas de trabalho e falou da dor da partida após quase duas décadas. Figura das mais competentes e queridas do meio, Tony Café estreia na Gabriela FM (Ilhéus) nesta segunda.
O operador de áudio Iran Roberto foi demitido, sumariamente, ontem (6) da Rádio Difusora de Itabuna. As circunstâncias da demissão ainda não estão claras. Profissionais do meio atribuem a decisão à diretora de jornalismo, Cátia Gomes.
A demissão ocorreu no momento em que Iran trabalhava durante o programa O crime não compensa, apresentado por Oziel Aragão.
Quem ouvia o programa, pode ter percebido que algo ocorria nos estúdios da emissora. Oziel protestou no ar, sem citar nomes.
Em sua página pessoal no Facebook, o profissional lamentou o ocorrido e prestou homenagem a Iran, sendo seguido por dezenas de amigos e profissionais, como o vereador e radialista Nadson Monteiro.
Iran é reconhecido como um dos melhores profissionais do rádio itabunense. As circunstâncias da demissão jogam pressão sobre a emissora. Oziel disse, ainda no Facebook, que não conhecia os motivos da demissão, mas lamentava a forma como ocorreu.
A decisão da diretora causou revolta entre profissionais da emissora e onda de solidariedade de comunicadores.
O poder da comunicação torna o Brasil pequeno e quase o faz perder o sotaque. Como a tevê, principal influenciador nessa mudança, nos remete diariamente os falares do leste, estes já se fazem sentir no nordeste, de forma avassaladora. Por aqui poucos dizem, como se dizia há meio século (para ficarmos em exemplos “culinários”) badéjo e grélha, mas badêjo e grêlha. Dia desses, ouvi a moça de um telejornal de Itabuna pronunciar futêból, um falar de paulista mal informado – todos sabem que a pronúncia nacional é algo próximo a futibol. Tais escolhas poderiam, no máximo, ser consideradas regionalismos, mas nunca ser aceitas como norma geral.
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Dicionários só registram, não avalizam Para o bem ou para o mal a língua se forma nas ruas e nos becos, não nos gabinetes e salas de aula. Daí, quando essa pressão “popular” se torna forte, o termo se consolida, os dicionários o abrigam – e, consequentemente, lhe conferem identidade “legal”. Mas é importante lembrar que dicionários são repositórios de palavras existentes, sem avalizá-las ou recomendar seu uso. No caso dos verbetes badejo e grelha os dicionários se renderam à realidade das ruas: antes, os grafavam tendo o “e” com som aberto, hoje usam as duas formas. Logo, se você quer perder o DNA de nordestino, esteja à vontade para pedir badêjo na grêlha (argh!). COMENTE » |
BREVE ANEDOTA DE CANDIDATO A PREFEITO
A quem pretenda escrever sobre o folclore político de Itabuna (creio que existe mais de um projeto em gestação) adianto esta, sem custos: em 1966, José Soares Pinheiro, o Pinheirinho, disputava com José de Almeida Alcântara a eleição de prefeito do município. Líder conservador muito conceituado, rico, não era páreo para o populismo de Alcântara (que o derrotaria por pouco mais de mil votos). Sua fama “elitista” foi aumentada pelo boato de que alguém lhe falara da necessidade de ir à Califórnia e ele respondera que seu passaporte estava vencido. Queriam dizer que o candidato sequer conhecia os bairros de Itabuna. Pura maldade, já se vê.
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“O Califórnia” é bobagem das grandes
Se fosse nestes anos 2000, a anedota não prosperaria, pois o assessor, moderninho, teria proposto ao candidato visitar “o Califórnia”, como muita gente diz por aí. É bobagem da grossa. O uso consagrou a forma feminina, de sorte que dificilmente se encontrará neste abandonado burgo de Tabocas alguém do povo a dizer “eu moro no Califórnia” (e sim na Califórnia). Da mesma forma se diz “o ônibus da Califórnia está atrasado”, “o lixo se acumula na Califórnia”. Creio que foi em 2004 que se criou o Grupo Amigos Comunitários da Califórnia, dedicado a ações sociais no bairro. E começou bem, pois não tentou reinventar a linguagem.
Venho da longa noite dos tempos, quando quem escrevia em jornal era jornalista. Convivi com os grandes nomes da imprensa regional da época, dos quais destaco, com saudade e gratidão, Telmo Padilha, Milton Rosário e Myrtes Petitinga. Com eles dividi o cinzeiro da redação (então, fumar não nos fazia criminosos). Telmo teve vitoriosa carreira de escritor e Milton (poeta inédito) se dedicou também ao rádio (foi responsável, com Gonzalez Pereira, Lucílio Bastos, Alex Kfoury e outros pelo melhor período da Rádio Difusora); Myrtes Petitinga era, avant la lettre, multimídia: dominava as linguagens de jornal, rádio e publicidade, além de saber muito de música. Para má sorte dela, a tevê não existia. Se existisse ele faria – e bem. _______________
“Profissional” é quem vive da profissão
Hoje, bacharel em comunicação chama-se comunicólogo, enquanto a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se digna de reconhecer como “jornalista profissional” apenas quem tiver o diploma universitário específico. Foram-se os tempos, foram-se os termos. Jornalista profissional, conforme aprendi e professo, é quem atende a três condições: 1) escreve em veículo de comunicação (seja jornal ou outro); 2) faz isto como rotina (não vale matérias eventuais) e 3) é remunerado por essa atividade. O conceito de “profissional” nasce da noção de pagamento pelo trabalho. Quem escreve de graça (salvo a exceção de ser dono do veículo) pode até ser considerado jornalista profissional pela Fenaj, mas não pela ética.
Ouvi Nuvem negra, de Djavan, pela primeira vez, no programa de Jô Soares (com Gal Costa) e, emocionado, vi ali a minha cara. Uma espécie de hino à solidão, um canto à misantropia, o retrato dos que gostam de ficar sós. “Não vou sair,/ se ligarem não estou”, diz o poeta – acrescentando um verso fundamental, que dá a seu isolamento um quê de eternidade: “À manhã que vem, nem bom-dia eu vou dar”. Mas, como todo bom texto, Nuvem negra se abre para mais de uma leitura, revelando-se, ao final, uma canção romântica: “Esse amor que é raro/ e é preciso/ pra nos levantar/ me derrubou/ não sabe parar de crescer e doer”. Não é um grito de solidão, mas de paixão.
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Linhagem: joão, miúcha, chico e sérgio
Se fosse para definir Bebel Gilberto numa palavra, eu diria: pedigree. Nada melhor me ocorre para resumir alguém que tem João Gilberto como pai, a mãe é Miúcha e o avô é Sérgio Buarque de Holanda. E é sobrinha de Ana de Holanda, Cristina e um certo Chico Buarque. Mais pedigree, impossível. Bebel é precoce, também devido a suas origens: antes de completar nove anos já se apresentara no Carnegie Hall, com Miúcha e Stan Getz, e já participara de musicais infantis, levada pela mão do tio Chico. A estreia como profissional se deu aos 20 anos (1986), com o disco Bebel Gilberto, em que a filha de João interpreta canções dela, Cazuza e Roberto Frejat. Aqui, sua leitura de Nuvem negra.
O rádio está presente em 88,1% dos domicílios do país, segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). O Brasil tem 9,4 mil emissoras de rádio em funcionamento, incluindo aí as emissoras comunitárias.
Outro dado interessante revelado hoje, no Dia Mundial do Rádio: atualmente, 80% das emissoras do País transmitem sua programação – também – pela internet. Em Itabuna, pelo menos as rádios Difusora e Jornal (AM) e Bahia Sul e Proeves (FM) transmitem programação pela rede mundial de computadores.
Os números também revelam a existência de 200 milhões de aparelhos de rádio. A programação das emissoras – principalmente FM – também podem ser acompanhadas por 90 milhões de celulares.
Após o anúncio da venda da Rádio Difusora AM, a dúvida que persiste nos meios empresarial, político e publicitário é se o negócio agora é para valer. Isso, porque a emissora já passou por situação idêntica outras três vezes em menos de dez anos: primeiro, foi passada ao grupo de Nilo Coelho e depois retomada (dizem até que Fernando tem dívida com o ex-governador). Noutra oportunidade, quem assumiu o negócio foi o grupo empresarial ligado à FTC. O terceiro “dono temporário” da emissora foi o deputado federal e ex-prefeito Félix Mendonça.