Centro de Estudos da Santa Casa de Itabuna participa de pesquisa para tratamento do câncer de bexiga || Foto Divulgação
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Ajudar na descoberta de um novo tratamento para o câncer de bexiga. Esse é um dos desafios do Centro de Pesquisas Clínicas da Santa Casa de Itabuna, que participa de um estudo internacional desenvolvido visando oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes com a doença. O estudo foi iniciado em 2019 e aprovado em abril deste ano.

Realizada em 199 centros investigativos de 14 países, a pesquisa está testando fármacos como alternativos ao tratamento tradicional, que é a aplicação de injeções ou cirurgias. Segundo os profissionais dos centros de pesquisas, o estudo tem apresentado resultados muito positivo para os pacientes em tratamento nas unidades oncológicas.

No sul da Bahia, a pesquisa é conduzida pelo médico oncologista Eduardo Kowalski Neto, com colaboração do farmacêutico Bruno Setenta. O “Estudo de Biomarcadores para Identificar Participantes com Câncer Urotelial e Aberrações no Gene do Receptor do Fator de Crescimento de Fibroblastos” conta com a participação de 11 pacientes em tratamento na Unidade de Quimioterapia da Santa Casa de Itabuna.

O médico Eduardo Kowalski coordena estudo internacional em Itabuna || Divulgação

TRATAMENTO MENOS DOLOROSO

Realizada no período de 1º de agosto de 2019 a 19 de setembro de 2022, a primeira etapa do estudo clínico internacional foi aprovada no 13 de abril deste ano. A segunda etapa da pesquisa consiste no acompanhamento do estado clínico do paciente e manutenção do tratamento ofertado no período.

O oncologista destaca que atualmente o tratamento de paciente com câncer na bexiga é feito com aplicação de injeção ou procedimento cirúrgico, a depender de cada situação. “O nosso estudo trouxe mais uma opção de tratamento, que é o uso de comprimidos. Isso facilita muito a vida do paciente que passa a contar com a possibilidade ingerir o medicamento de onde estiver”, observa.

Para Eduardo Kowalski, a utilização do medicamento via oral significa praticidade e é menos dolorido para a pessoa em tratamento do câncer de bexiga. O médico acrescenta que a tendência da medicina é a substituição de procedimento invasivo pelo tratamento via oral. “Os envolvidos nos estudos estão participando da vanguarda do tratamento”, assegura o médico.

RESULTADOS ANIMADORES

De acordo com o médico, o estudo tem resultados positivos, com pacientes apresentando boa evolução. Agora, a expectativa é para a análise da medicação pela vigilância sanitária dos Estados Unidos. Sendo liberado para produção e comercialização, passará, no Brasil, pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Além de Brasil, o estudo inclui participantes da Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Japão, Reino Unido, Rússia, Turquia e Ucrânia.

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As despesas relativas à saúde no Brasil em 2019 totalizaram R$ 711,4 bilhões, o equivalente a 9,6% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país no ano. Essa proporção foi a maior da série histórica da Conta-Satélite da Saúde, iniciada em 2010. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

Assim como nos anos anteriores, a maior parcela desses gastos partiu das famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias. Elas responderam por R$ 427,8 bilhões do total, o que corresponde a 5,8% do PIB, enquanto R$283,6 bilhões (3,8% do PIB) foram despesas de consumo do governo.

A participação das famílias e dessas instituições nos gastos com a saúde vem crescendo desde 2011, enquanto a do governo, que havia crescido entre 2013 e 2016, permaneceu estável após uma queda em 2017.

COMPARAÇÃO DO BRASIL COM OUTROS PAÍSES

A pesquisa também mostra que os gastos com saúde no Brasil, como proporção do PIB, são semelhantes à média (8,8%) de países selecionados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), embora estejam abaixo da participação de alguns como Alemanha (11,7%), França (11,1%) e Reino Unido (10,2%).

Já o gasto público brasileiro com saúde em relação ao percentual do PIB (3,8%) é inferior à participação da maioria desses países selecionados, superando apenas a do México (2,7%).

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Presidente da Fundação Oswaldo Cruz comemora aprovação de vacina no Reino Unido.
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A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, comemorou a aprovação, no Reino Unido, da vacina desenvolvida pela farmacêutica Astrazeneca e Universidade de Oxford. Devido a um acordo de transferência de tecnologia, a Fiocruz vai produzir o imunizante no Brasil e prevê concluir o envio de documentos sobre a vacina para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até 15 de janeiro.

“Estamos todos com a esperança reanimada, digamos assim, com a notícia do registro da vacina da Astrazeneca, que será, no Brasil, uma vacina Astrazeneca/Oxford/Fiocruz”, disse Nísia Trindade.

“É um dia histórico, porque é mais um elemento de esperança diante de uma situação de tanto sofrimento. Uma esperança que vem da ciência e de uma visão de saúde pública, porque essa vacina é não só eficaz, não é só de alta qualidade, mas também é uma vacina adequada para países de população do tamanho do nosso país, com as suas diferenças regionais e sociais. É uma vacina adequada para o nosso Sistema Único de Saúde”, acrescentou.

A Fiocruz prevê produzir 100 milhões de doses da vacina a partir de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado no primeiro semestre do ano que vem. No segundo semestre, mais 110 milhões de doses devem ser produzidas inteiramente no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), vinculado à fundação.

A produção deve começar antes mesmo da concessão do registro da vacina no Brasil, para que já haja doses disponíveis quando a aplicação for liberada. Documentos referentes ao desenvolvimento da vacina já vem sendo analisados em bloco pela Anvisa desde outubro, e o último bloco de informações deve ser enviado à agência no mês que vem. Em seguida, a Fiocruz espera entregar o primeiro 1 milhão de doses ao Ministério da Saúde antes de 8 de fevereiro.

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Governadores do Nordeste querem a suspensão de voos da Europa|| Foto Fábio Rodrigues Pozzebom
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O Consórcio do Nordeste, grupo dos governadores de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, pediu ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que suspenda imediatamente todos os voos com origem ou destino no Reino Unido, Dinamarca, Holanda e Austrália.

No ofício, divulgado nesta quarta-feira (23), mas enviado ontem (22) no fim do dia ao Ministério da Saúde, o grupo sugere ainda que o governo federal solicite quarentena “para todos os passageiros que vierem dos demais países europeus e que, durante o período de isolamento, façam exames RT-PCR”.

O pedido vem após uma nova mutação do novo coronavírus (covid-19) ser identificado no Reino Unido. “É com profunda preocupação que os governadores do Nordeste do Brasil recebemos a notícia de mutação do vírus causador da covid-19 e da possibilidade que suas variantes sejam mais contagiosas e mais letais“, diz o consórcio, em carta assinada pelo governador Wellington Dias (PT-PI), presidente do grupo.

RESTRIÇÃO

Embora não tenha, até o momento, decidido pela suspensão de voos como querem os governadores, o Ministério da Saúde informou que a partir da próxima quarta-feira (30) entrará em vigor a restrição de entrada, por rodovias, portos e aeroportos, no Brasil para estrangeiros de qualquer nacionalidade, de acordo com a Portaria 630/2020. Antes do embarque, os viajantes precisarão apresentar à companhia aérea um documento que comprove o resultado não detectável de teste laboratorial (RT-PCR) para a covid-19.

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Inglaterra retoma Lockdown depois de um milhão de casos de Covid-19
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, determinou neste sábado (31) que a Inglaterra retome o lockdown nacional depois de o Reino Unido ter ultrapassado a marca de 1 milhão de casos de covid-19 e no momento em que uma segunda onda de infecções ameaça sobrecarregar o serviço de saúde.

O Reino Unido, que tem o maior número oficial de mortes causadas pela covid-19 na Europa, está enfrentando mais de 20 mil novos casos de coronavírus por dia, e cientistas alertaram que o “pior cenário” de 80 mil mortos pode ser excedido.

Johnson, em entrevista coletiva convocada às pressas em Downing Street depois que a notícia de um lockdown vazou à imprensa, disse que a medida, com duração prevista de um mês em toda a Inglaterra, começará no primeiro minuto após a meia-noite de quinta-feira (5) e durará até 2 de dezembro.

MOTIVOS ESPECÍFICOS

Segundo as medidas, as pessoas só poderão deixar sua casa por motivos específicos como educação, trabalho, exercícios, compras essenciais e de remédios ou para cuidar de vulneráveis.

“Agora é o momento de adotar ações porque não há alternativa”, disse Johnson, ao lado de seu chefe médico, Chris Whitty, e de seu assessor científico, Patrick Vallance.

O governo vai retomar seu esquema emergencial de subsídio salarial pelo novo coronavírus para garantir que os trabalhadores que foram temporariamente dispensados durante o lockdown recebam 80% de seu pagamento.
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Anvisa autoriza teste para vacina chinesa contra a covid-19 || Foto Divulgação
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O Brasil fechou acordo para disponibilização no futuro de doses de uma vacina que está sendo testada para o tratamento da covid-19. O medicamento está sendo desenvolvido em uma iniciativa conjunta da Universidade de Oxford e de um laboratório no Reino Unido e já está sendo testado no país.

O acordo prevê a produção de 100 milhões de doses de vacina por meio da aquisição de insumos e transferência de tecnologia para produção no país.

Caso seja comprovada a eficácia deste tratamento, dois lotes, de 15,2 milhões de unidades cada, serão disponibilizados em dezembro de 2020 e janeiro de 2021, totalizando cerca de 30 milhões de doses, ao custo de US$ 127 milhões. Os primeiros lotes serão destinados aos grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades, além de profissionais de saúde e trabalhadores da segurança pública. O Brasil poderá ainda contar com mais 70 milhões de doses, por cerca de US$ 160 milhões.

Em entrevista coletiva em Brasília, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, justificou a opção por assumir o risco da pesquisa, mesmo sem a comprovação da eficácia do medicamento. “O risco é necessário devido à urgência de busca de solução efetiva para as demandas de saúde pública. Consideramos um avanço para a tecnologia nacional e uma amostra do esforço do governo de encontrar soluções para a população brasileira.”

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, destacou a situação promissora deste tratamento. “A vacina já está na fase 3, em fase clínica. O Brasil é representante do conjunto de nações que estão testando a vacina. A gente tem uma oportunidade de produzirmos e avançarmos com a oferta desta parceria e encomenda tecnológica. É óbvio que toda e qualquer entrega à população será feita com respeito aos critérios farmacológicos e clínicos e da segurança à população”, declarou.

Caso não seja comprovada a eficácia, o secretário de Vigilância em Saúde informou que não haverá aplicação da vacina, mas que permanece a transferência de tecnologia prevista no acordo para continuar avaliando soluções de tratamento.

De acordo com o Ministério da Saúde, há 460 projetos de pesquisa aprovados sobre diferentes aspectos relacionados à covid-19, de tratamentos ao entendimento da doença. Há também 114 ensaios clínicos e 44.262 participantes dessas iniciativas.

TESTE

Os testes da vacina ChAdOx1 nCoV-19 no Brasil foram anunciados no início do mês e deverão contar, de acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 2 mil voluntários em São Paulo e com 1 mil no Rio de Janeiro, onde serão realizados pela Rede D’Or. Com informações da Agência Brasil.

Vacina contra a covid-19 da AstraZeneca será produzida na Argentina e México || Reprodução Veja
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A vacina para Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, será testada em brasileiros. A análise terá apoio do Ministério da Saúde e começa ainda neste mês. Serão 2.000 voluntários ao todo, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Brasil fará parte do plano global de desenvolvimento da vacina e é o primeiro país, fora o Reino Unido, a ter acesso ao antídoto.

O procedimento foi aprovado pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na noite da última terça-feira, 2. Em São Paulo, os estudos serão comandados pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A infraestrutura médica e de equipamentos será financiada pela Fundação Lemann. Confira mais na Veja.

Rosivaldo Pinheiro diz que conjunto da Câmara de Vereadores se perdeu no processo
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Nas outras partes do mundo, os líderes se renderam à realidade imposta pelo vírus e assumiram os seus papéis e responsabilidades, ajudando na redução da curva da covid-19, enquanto aqui o presidente brasileiro passou a ser o principal obstáculo para a recuperação do nosso país ante a pandemia.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

O Brasil vive uma tragédia humanitária. O número de mortos pela covid-19 aumenta exponencialmente no país. O isolamento social tem sido o caminho apontado pelos especialistas da saúde e pesquisadores como o único capaz de ajudar no enfrentamento à doença até que seja encontrada a vacina. Não nos torna imunes, mas causa uma desaceleração da contaminação e, consequentemente, possibilita um ordenamento dos serviços de saúde para que, à medida que adoecermos, exista disponibilidade de vagas nas unidades hospitalares.

O vírus acaba provocando a desaceleração da economia e criando uma falsa ideia de que o isolamento seja o responsável pela crise. A confusão acontece no Brasil e em outros países. É preciso compreender que esse problema aconteceria tanto aplicando ou não o isolamento. Retornar à normalidade na fase atual traria um descontrole no número de casos, caos na saúde e ainda mais mortes – e, consequentemente, mais prejuízo econômico.

No mundo ainda percebemos grupos de negacionistas. Eles desprezam a ciência e argumentam que é “necessário tirar a economia do coma”. Por essa analogia, é preciso compreender que a fase atual exige colocar o paciente (economia) em “coma induzido” e ligar os aparelhos (ações dos governos) como parte do tratamento para recuperá-lo. O governo federal, alinhado com estados e municípios, precisa formular políticas públicas para o enfrentamento da pandemia, cuidando das pessoas, para poder, somente assim, salvar a economia.

Sabemos que até o início de março o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, faziam parte dessa corrente negacionista. Mas, após verem o efeito destruidor do novo coronavírus na Itália e na Espanha, mudaram de posição, principalmente após o primeiro-ministro inglês ser atingido pelo vírus.

Por essa demora na aceitação científica, os líderes computam hoje milhares de mortos em seus países – EUA com mais de 83 mil óbitos e Reino Unido com mais de 33 mil. Após a catástrofe chegar às suas nações, ambos os governos foram obrigados a se juntarem ao bloco de países que foram buscar na teoria keynesiana o centro principal da adoção de medidas. O estado voltou a ser o responsável pela indução da economia e, portanto por manter o nível mínimo da atividade econômica, renda para os seus cidadãos e as demais providências socioeconômicas.

Infelizmente, aqui no Brasil o presidente Jair Bolsonaro participava do mesmo movimento negacionista e, mesmo sabendo dos números da doença nos países liderados pelos seus ex-aliados da corrente, permanece até hoje se opondo à ciência e ajudando a impor dificuldade na adoção das medidas necessárias para enfrentarmos esse trágico momento na vida da sociedade brasileira.

Nas outras partes do mundo, os líderes se renderam à realidade imposta pelo vírus e assumiram os seus papéis e responsabilidades, ajudando na redução da curva da covid-19, enquanto aqui o presidente brasileiro passou a ser o principal obstáculo para a recuperação do nosso país ante a pandemia. Temos hoje, sozinhos, mais casos do que os outros 11 países da América do Sul e o território da Guiana Francesa juntos.

O presidente parece viver num mundo próprio, onde não enxerga muita coisa à sua frente, nem o desespero das 12.484 famílias (até o fechamento desse artigo, nesta quarta, 13) que perderam seus familiares no seu próprio país, nem a obviedade da necessidade de segurar as rédeas agora para, o mais breve possível, voltarmos a movimentar a economia sem a preocupação de morrermos por essa doença.

Rosivaldo Pinheiro é especialista em Planejamento de Cidades (Uesc) e economista.