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O casal Mayana e Lorena e o pequeno Marcelo (Foto Aline Bezerra).
O casal Mayana e Lorena e o pequeno Marcelo (Foto Aline Bezerra).
Advogada Jurema Cintra.
Advogada Jurema Cintra.

A juíza Marina Kummer, da 1ª Vara de Família da Comarca de Itabuna, reconheceu a dupla maternidade de um casal de mulheres após fertilização in vitro. Mayana e Lorena namoravam e decidiram viver juntas. Com o avanço da legislação, registraram sua união estável no cartório. Decidiram pela fertilização e, com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a união estável de casais homoafetivos, buscaram registrar Marcelinho.

Mayana e Lorena, segundo a advogada Jurema Cintra, pensavam que não teriam dificuldade para registrá-lo. Imaginavam, pois, que tinham cumprido as exigências (declaração de nascido vivo, registro da união estável e declaração do diretor médico da clínica de reprodução assistida).

Porém, observa Jurema, o oficial de Registro Civil solicitou documentações complementares e a identificação do doador do sêmen, exigência que, diz a advogada, contrariava todas as normas existentes no Conselho Federal de Medicina e da Bioética Internacional. “Tal exigência não é solicitada para nenhum casal heterossexual que utiliza a reprodução assistida para ter filhos, constituindo um ato discriminatório”, escreveu Jurema em seu site.

Apesar da exigência, segundo a advogada, o juiz da Vara de Registros Públicos concordou com a negativa, porém anulando a decisão por que não havia intimado o Ministério Público. O casal ingressou com ação na 1ª Vara da Família. A magistrada, Marina Kummer, determinou o Registro Civil para que constasse na certidão de nascimento o nome das duas mães e das quatro avós. O Ministério Público deu parecer favorável neste sentido.

A juíza deixou claro que a família existente entre Mayana, Lorena e Marcelo precisava ser protegida pelo Estado e pelo Direito. Nos casos de inseminação artificial, observou a magistrada, o que menos conta são as questões biológicas, mas o direito ao planejamento familiar e a filiação socioafetiva. A ação foi acompanhada pelo Escritório José Carlos Silva Advogados Associados e contou com a experiência em direito e diversidade da advogada Jurema Cintra Barreto.

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professor júlio c gomesJulio Cezar de Oliveira Gomes | advjuliogomes@ig.com.br

Pressionada, entre outros, pelo poderoso pastor Silas Malafaia, Marina recuou na proposta de reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, restringindo-se a apoiar o que, simplesmente, já existe: a legalidade da união civil homoafetiva com base em decisões do STF.

Definitivamente, a agenda e as propostas conservadoras tomaram conta das eleições de 2014, sobretudo no que toca à disputa pela Presidência da República.
Após a morte de Eduardo Campos e a ascensão de Marina Silva à cabeça da chapa de sua coligação e ao topo da disputa, o que se passou a ver, de forma cada vez mais explícita, foi a disputa pelo voto mais conservador, por meio das negociações com os líderes desses setores, traduzindo-se em compromissos políticos e programáticos cada vez mais próximos daquilo que desejam os chamados setores da direita.
Foi assim que, pressionada, entre outros, pelo poderoso pastor Silas Malafaia, Marina recuou na proposta de reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, restringindo-se a apoiar o que, simplesmente, já existe: a legalidade da união civil homoafetiva com base em decisões do STF.
Estes mesmos setores exigem de Marina uma posição formal quanto à não legalização do aborto e das drogas, solidamente calcados nos milhões de votos que possuem.
Para não ficar para trás, e tentando recolocar-se no centro da disputa presidencial Aécio Neves incluiu formalmente em suas propostas a revisão da legislação que trata de pessoas com 16 e 17 anos que cometem crimes graves, tais como homicídio.
Esta corrida ao conservadorismo deixa a presidente e candidata Dilma em uma situação muito difícil. Ceder a este tipo de programa político seria, em princípio, romper com as expectativas daqueles que historicamente votam nela; e não fazê-lo significa deixar a bola da vez e as demandas sociais nas mãos de seus adversários, sobretudo de Marina Silva, que muda suas propostas de governo com rapidez e facilidade de causar inveja até às mais velhas e ferinas raposas da política brasileira.
Em parte, é preciso dizer, os brasileiros se sentem contemplados por esta agenda conservadora, sobretudo no que toca à segurança pública. Não podemos mais dar tanta atenção aos direitos das chamadas minorias sociais em um país onde ocorreram, em 2012, 56 mil homicídios, segundo números do próprio Governo Federal; onde não se tem mais tranquilidade para trabalhar ou sair às ruas, e onde o Estado parece curvar-se cada vez mais diante do crime.
Quanto à sexualidade, me coloco entre aqueles que entendem que a vida privada e afetiva é problema de cada um, desde que guardem o devido respeito às demais pessoas. Mas não sei se a maior parte da população brasileira pensa deste mesmo jeito, ou se só diz isto para parecer “moderninho”, uma atitude muito ao gosto do brasileiro.
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Daniela assume romance com jornalista da TV Bahia (Foto Reprodução Instagram).
Daniela assume romance com jornalista da TV Bahia (Foto Reprodução Instagram).

A cantora Daniela Mercury concedeu entrevista ao portal G1 para falar da decisão de revelar seu casamento com a jornalista Malu Verçosa, da Rede Bahia, e da reação da sociedade às fotos compartilhadas no Instagram.
– A repercussão foi muito positiva, de muito apoio, de integridade das pessoas.
Acompanhe o vídeo em que ela fala da escolha, repercussão e como está se sentindo com a sua relação homoafetiva. Ela diz compreender que deva se tornar ícone das ações contra a homofobia.