Tempo de leitura: 4 minutosFernando Caldas | marimbeta@hotmail.com
Que Davidson e Roberto dialoguem (nos moldes propostos por Habermas), cientes de que o bem maior é Itabuna, sua história, seu futuro e seu povo, cuja antropologia tem uma longa jornada de dor e miséria.
Infelizmente, a política nacional realça as diferenças em detrimento aos pontos convergentes. O que resulta em fragmentação e, por empréstimo, quem sofre os resultados é o povo. Outra vez estamos à beira das eleições municipais. Sem uma definição clara de quem são os candidatos, embora haja vários pré-candidatos. Toda movimentação já está por aí.
Já não sonho com perfeições, mas com pequenos passos capazes de resultar num avanço para Itabuna. Em 2016, há nomes interessantes se apresentando. Ao meu ver, uma parte almeja contribuir com o desenvolvimento da cidade, cada uma numa perspectiva. Ocorre que há imensos vícios culturais na orbe política. Dessa forma, guetos se formam, quase sempre raivosos e caluniosos, repletos de adeptos fanáticos, capazes de ir às vias de fato se necessário.
Acho bom que Mangabeira coloque seu nome à prova. Trata-se de um médico que possui outras graduações e que já está engajado na ação política há alguns anos. Conheci Mangabeira quando eu era presidente do Grupo Grama e ele um militante ambiental. Época em que já discutíamos sobre dengue, Sucam e rio Cachoeira. Acho que seria um ótimo prefeito para Itabuna, sobretudo porque pretende um governo fora dos vícios políticos vigentes.
Também gosto de Carlos Lee ser candidato. Conheço Carlinhos desde AFI e sempre foi uma pessoa preocupada com o próximo, além de filho de John Leahy, médico que faz parte da história de Itabuna. Um homem do bem.
Não sei se Fernando Gomes será ou não candidato, mas também gosto da possibilidade dele voltar a ser prefeito. Fernando é indiscutivelmente o maior político da história de Itabuna. Acabei de escrever sua biografia, o que resultou em arrancar de mim preconceitos estereotipados que eu tinha em relação a ele. Fernando é muito preparado para o cargo, além de uma pessoa muito inteligente e generosa.
Acho Leninha e Zé Roberto pessoas especiais e bem intencionadas. Pedro Eliodório é também um homem sério e corajoso. Pena que as regras da política brasileira atem as mãos dos candidatos sem recursos financeiros.
Em 2016, não obstante, parece-me que o mais ousado para Itabuna será uma chapa que reúna Davidson Magalhães e Roberto José, como candidatos a prefeito e vice-prefeito. Essa ideia talvez cause espanto em alguns militantes dos dois lados. Contudo, raciocinando em profusão, creio ser essa a combinação capaz de garantir a evolução política de Itabuna, rumo à consolidação de uma etapa que não foi cumprida ainda com o governo Vane.
Davidson e Roberto se complementam em vários aspectos. O Deputado do PCdoB possui uma história belíssima de luta pelo Brasil e por Itabuna, em particular. Conheço-o desde meninos, jogamos muito futebol juntos e fiz parte de uma reunião (eu tinha 14 anos) em que Luiz Nova veio à Itabuna buscar jovens para ingressar na clandestinidade da luta por liberdade. Eu não me interessei, porque desde já eu era muito mais espiritualista que outra coisa. Não cria em luta armada ou em saída através do viés revolucionário (sempre fui e sou evolucionário). Mas, admirei muito a coragem de Davidson que transferiu sua missão na Igreja Presbiteriana para a causa socialista. Sofreu ameaças, foi preso, correu risco de vida. Votei nele para vereador, para deputado e para prefeito, em 1996. Davidson, tecnicamente falando é o candidato mais preparado.
Roberto José é a grande novidade da política itabunense. Em apenas 3 anos ele conseguiu fazer parte de um universo que muitos levam décadas para atingir. Graças, sem dúvida, a sua competência administrativa. Tanto frente à FICC quanto à Settran, ele conseguiu demonstrar como é possível ações objetivas e ótimas no confronto com problemas históricos. Aprendi a gostar de Roberto e a perceber boas intenções em suas ambições. Sua junção numa chapa ao lado de Davidson será perfeita por várias razões. Primeiro porque ambos são humanistas.
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