Faixa exibida no final de Borépeteĩ || Foto Pimenta
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O figurino de Borépeteĩ – Uno causou espanto na pequena Maria Raiol Xavier, uma das crianças que assistiram à estreia do novo espetáculo do Teatro Popular de Ilhéus (TPI), no sábado (27), em Olivença, no litoral sul de Ilhéus. A roupa dos cinco atores lembrava uniformes de astronautas, devido a uma espécie de capacete com isolamento atmosférico, mas a pintura remetia às culturas dos povos originários. O impacto dessa indumentária lançou o público na linguagem do futurismo indígena, com a trilha sonora do musical se misturando ao canto das cigarras da mata ao fundo, de onde também podia-se ouvir o Rio Tororomba correr.

Na noite de estreia, o estacionamento do Balneário Tororomba foi transformado em auditório a céu aberto e recebeu cerca de 60 pessoas, segundo estimativa da reportagem do PIMENTA. Dispostas em círculo, as cadeiras que acomodaram o público também delimitaram o palco. Em cena, uma homenagem aos saberes dos povos indígenas e atuação impecável dos atores Aldenor Garcia, Tânia Barbosa, Márcia Mascarenhas, Antônio Vicente e Pablo Lisboa, que também assina a trilha sonora de Borépeteĩ – Uno.

A atriz Márcia Mascarenhas em ação no espetáculo || Foto Pimenta

Naquela atmosfera espacial, a tela retangular usada para projetar imagens parecia fazer alguma referência ao monolito do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço. Mas, ao invés do som monótono da pedra, os discursos potentes de Katu Tupinambá, Cacique Ramon, Nádia Akauã, Pytuna, Îagwara e Casé Angatu, em idioma nativo. De acordo com o autor e codiretor de Borépeteĩ – Uno, Romualdo Lisboa, os indígenas gravaram suas intervenções em tupinambá, língua que está sendo recuperada e recriada.

Foi o próprio Romualdo quem segurou, com ajuda de Katu, a última faixa exibida ao público no final do espetáculo, onde estava escrita, em vermelho e bom português, a palavra de ordem dos tupinambá de Olivença: “demarcação já”.

PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES

As próximas apresentações de Borépeteĩ – Uno serão hoje (29) e nos dias 5, 12 e 19 de junho, sempre às 18h, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), onde o Teatro Popular de Ilhéus está abrigado temporariamente. Todas as exibições serão abertas ao público.

Confira, abaixo, trecho de uma das músicas do espetáculo.

Romualdo Lisboa fala sobre o espetáculo Borépeteĩ || Fotos TPI
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O Teatro Popular de Ilhéus (TPI), que completa 28 anos de história em 2023, celebra o aniversário com a estreia de seu novo espetáculo, Borépeteĩ, uma ode aos saberes dos povos originários. Segundo o grupo, a palavra de origem tupinambá pode ser traduzida como o Uno, o que tudo contém e em tudo está contido.

Para o dramaturgo Romualdo Lisboa, a nova obra segue o legado de Équio Reis, com quem fundou o TPI, de um teatro que fala aos seus e para o mundo a partir de sua aldeia. “A montagem busca nos reconectar aos povos originários e seus ancestrais que aqui estavam quando os europeus invadiram e tomaram de assalto o território sagrado de humanos e não humanos, de encantados, suas formas e sons”, acrescenta Romualdo, que é autor da peça e divide a direção com Luís Alonso-Aude.

ESTREIA

Borépeteĩ estreia neste sábado (27), às 18h, em Olivença

A estreia de Borépeteĩ será neste sábado (27), às 18h, no estacionamento do Balneário Tororomba, em Olivença, aberta ao público. A escolha do local é uma retribuição do grupo ao Povo Tupinambá de Olivença, que luta pela demarcação de seu território nos limites dos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema e contribuiu com a pesquisa e em outras frentes do espetáculo.

As próximas exibições serão na Universidade Estadual de Santa Cruz, nos dias 29 de maio e 5, 12 e 19 de junho, sempre às 18h, também com entrada franca. Além disso, o TPI agenda apresentações para grupos, escolas ou universidades. O agendamento deve ser feito via e-mail (ascomtpi@gmail.com).

EQUIPE

O espetáculo Borépeteĩ traz no elenco Tânia Barbosa, Márcia Mascarenhas, Aldenor Garcia, Pablo Lisboa e Antônio Vicente; Ely Izidro como técnico atuador; e participações em vídeos e áudios de Katu Tupinambá, Cacique Ramon, Nádia Akauã, Pytuna, Îagwara e Casé Angatu.

A direção musical e as composições são de Pablo Lisboa; edição e montagem de vídeos de Carlos Ortlad; direção de movimento de Luis Alonso-Aude; preparação vocal do maestro Antônio Melo; e figurinos, adereços, cenário e dispositivos cênicos de Shicó do Mamulengo.

A obra é fruto de parceria do Teatro Popular de Ilhéus com o Observatório Astronômico e o Núcleo de Artes da Uesc e tem coprodução da Celeiro Cultural e Praça Produções Culturais.

Enquanto constrói sua sede no Pontal (relembre), o TPI ocupa espaço cedido pela Uesc. A instituição cultural privada é parcialmente mantida pelo programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais, da Secretaria Estadual de Cultura, com recursos do Fundo de Cultura da Bahia e do Governo do Estado.

Laura Ganem e Romualdo Lisboa ministram oficina de gestão de espaços culturais
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Estão abertas as inscrições para a Oficina Gratuita de Gestão de Espaços Culturais, do Fórum de Agentes, Empreendedores e Gestores Culturais do Território Litoral Sul (Faeg-Sul). Atividade será gratuita e online, via Zoom, às 14h desta quinta-feira (10), com direito a certificado de participação.

A tutoria da oficina caberá ao dramaturgo e diretor do Teatro Popular de Ilhéus, Romualdo Lisboa, e à especialista em Gestão Pública e cofundadora da Casa de Cultura Jonas e Pilar, Laura Ganem.

A inscrição deve ser feita neste formulário digital. Os inscritos receberão o link de acesso à oficina.

PALESTRA, MÚSICA E CAPOEIRA

Nesta quinta (10), às 9h, o Fórum terá palestra de Márcio Caires sobre cultura, território e democracia, com transmissão no Youtube. A programação também inclui apresentações culturais, com os grupos Mulheres em Domínio Público, Casa Nova, Capoeira Humaitá e o MC Snep.

A iniciativa do Faeg-Sul tem apoio institucional da Prefeitura de Ilhéus, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e da Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc). O projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria da Cultura da Bahia.

Cena da peça "O inspetor geral", inspirada na obra homônima do autor russo Nikolai Gogol
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O dramaturgo e diretor do Teatro Popular de Ilhéus (TPI), Romualdo Lisboa, teve um dia longo de trabalho, nesta sexta-feira (27), para resgatar o acervo da companhia após a queda da Tenda – lona circense que abrigava os equipamentos da trupe e desmoronou (veja aqui).

Já era noite quando ele noticiou, em publicação numa rede social, que a maior parte do acervo foi salva. “Apesar do pesadelo… o sonho não acabou!”. Parte dos equipamentos foi abrigada na Concha Acústica e outra, na Secretaria Especial de Cultura de Ilhéus.

O SONHO DA SEDE PRÓPRIA

O Teatro Popular de Ilhéus tem 26 anos de história. Segundo Romualdo, trata-se de uma longa jornada de fazer artístico que tem a classe trabalhadora como protagonista e plateia. Agora, a companhia vai dar continuidade ao sonho de construir a própria sede. “Tornar esse sonho realidade será uma vitória para toda a classe trabalhadora e para toda a cultura ilheense, baiana e brasileira”, assegura o dramaturgo.

Interessados em colaborar com o financiamento coletivo do TPI podem fazer doações neste link.

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Teodorico Majestade é uma sátira política de grande sucesso no sul da Bahia

O Teatro Popular de Ilhéus está a caminho de Irecê, onde participará do IV Festival de Teatro da Caatinga. O evento começa nesta sexta (19) e será encerrado no próximo dia 27. É a primeira vez que o grupo ilheense se apresenta na cidade.
O espetáculo do TPI que participará do festival será Teodorico Majestade – As últimas horas de um prefeito. Sucesso desde 2006, a montagem é uma sátira política em cordel.
Assinada e dirigida pelo dramaturgo Romualdo Lisboa, a obra é uma das atrações do evento que, além do grupo baiano, conta com projetos nacionais e internacionais.
A apresentação do Teatro Popular de Ilhéus será neste sábado (20), às 20 horas, no auditório do Colégio Modelo de Irecê. No elenco de Teodorico…, os atores Aldenor Garcia, Cabeça Isidoro, Ely Izidro, Tânia Barbosa e Takaro Vítor.

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Teatro Popular fará audição de elenco para montagem de espetáculo
Teatro Popular fará audição de elenco para montagem de espetáculo

O grupo Teatro Popular de Ilhéus (TPI) anunciou nesta segunda-feira (4) a realização de uma audição de elenco para o seu novo espetáculo, com estreia prevista em novembro e direção assinada por Romualdo Lisboa.

O novo espetáculo fará parte da Trilogia da Guerra, projeto que  conta exclusivamente com o financiamento do público teve como primeira montagem “Os fuzis da senhora Carrar”, de Bertolt Brecht.

Os interessados em participar da seleção têm até o próximo sábado (9) para preencher formulário online, disponível na página www.teatropopulardeilheus.com.br.

Após isso, os pré-selecionados serão contatados pelo grupo e convocados para a audição na noite de terça-feira (12), na Tenda Teatro Popular de Ilhéus, na Avenida Soares Lopes.

Apenas as pessoas que preencheram o formulário e foram contatadas poderão participar do evento, segundo a direção do TPI. A participação na pré-seleção é aberta para homens e mulheres, incluindo não atores, com idade mínima de 18 anos.

TEATRO POPULAR DE ILHÉUS 

Fundado em 1995, por Équio Reis, o TPI mantem atividades ininterruptas ao longo de seus 22 anos.  Em seu portfólio, possui mais de 40 espetáculos estreados e participações em festivais nacionais e internacionais de Teatro, com indicações aos prêmios Shell e Braskem.

Atualmente, o grupo, também administra o espaço cultural Tenda Teatro Popular de Ilhéus e é apoiado financeiramente pelo Programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA).

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Peça montada pelo TPI fez sucesso em Salvador e na estreia em Ilhéus (Fotos Karoline Vital).
Peça montada pelo TPI fez sucesso em Salvador e na estreia em Ilhéus (Foto Karoline Vital).

Karoline Vital

O tempo instável não superou a vontade do público de acompanhar a primeira apresentação de Medida por Medida em Ilhéus. A plateia de quase 500 pessoas assistiu a todos os minutos da nova montagem do Teatro Popular de Ilhéus (TPI), na última sexta-feira (09). Na noite do dia 10, o sucesso se repetiu e a frente da Tenda TPI foi tomada pelo público, que riu, vibrou e se emocionou com a comédia. Nesta semana, o espetáculo segue para a porta da Catedral. Em respeito à Novena de São Sebastião, as apresentações serão às 20h30min de hoje e quarta (dias 13 e 14).

Medida por Medida é a primeira peça de William Shakespeare a ser montada pelo grupo ilheense que completa duas décadas em agosto deste ano. As apresentações em Ilhéus fecham o projeto Shakespeare – Teatro Popular em Construção, aprovado pelo edital de ocupação do Complexo Teatro Castro Alves, TCA.NÚCLEO 2014, em seleção organizada pelo Teatro Castro Alves e Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb). Entre agosto e dezembro do ano passado, foram realizadas apresentações de espetáculos, seminários, debates, oficinas, além de intercâmbio com o grupo Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte.

A história de Medida por Medida se desenrola a partir das decisões do severo Ângelo, juiz que substitui o Duque de Viena, fazendo cumprir as leis contra a fornicação de forma implacável.  A partir disso, Cláudio é condenado à morte por ter engravidado sua amada Julieta. Para reverter a sentença, Isabella, noviça e irmã do prisioneiro, tenta negociar com Ângelo, que coloca como condição para atender o pedido a entrega da virgindade da donzela.

SUCESSO EM CASA

Para o diretor Romualdo Lisboa, a volta a Ilhéus foi muito esperada pelos artistas e pelo público. Medida por Medida estreou no dia 10 de dezembro na capital baiana, com duas semanas de apresentações no Largo do Campo Grande.

– Estávamos ansiosos para mostrar aos nossos conterrâneos o resultado dos quatro meses de trabalho em Salvador, quando trocamos conhecimentos e experiências com profissionais do Centro Técnico do TCA, do Clowns de Shakespeare, Shicó do Mamulengo e tantos outros artistas e estudiosos que colaboraram para a nossa montagem – disse Romualdo.

As apresentações em Ilhéus são gratuitas e contam com apoio da Secretaria Municipal de Cultura. O espetáculo é apresentado em um reboque, que se transforma em palco, projetado pelo arquiteto Carl Von Hauenschild.

A adaptação do texto de Shakespeare foi feita por Romualdo Lisboa e Fernando Yamamoto (Clowns). Os figurinos e adereços de Medida por Medida ficam a cargo do potiguar Shicó do Mamulengo e do ilheense Justino Vianna, que também criou a maquiagem. A direção musical foi criada por Elielton Cabeça (TPI) e Marco França (Clowns).

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Produção, texto e dinamismo de "1789" empolgam público (Foto Felipe de Paula).
Produção, texto e dinamismo de “1789” empolgam público (Foto Felipe de Paula).

A temporada de 1789 na tenda do Teatro Popular de Ilhéus (TPI), na Avenida Soares Lopes, chega ao fim nesta semana com apresentações nesta quarta e amanhã (24 e 25), às 20 horas. A montagem conta a história do levante de escravos do Engenho de Santana, em Ilhéus, ocorrido no século XVIII.

Além do pano de fundo histórico, a peça trata de questões como relação entre patrões e empregados, direitos humanos e responsabilidade social, segundo o autor e diretor, Romualdo Lisboa. O elenco é composto por 20 atores, músicos e bailarinos. 1789 mistura história e ficção, contada de forma dinâmica.

A trilha sonora e direção musical do espetátculo têm assinatura de Elielton Cabeça. Zebrinha responde pela coreografia. Guto Pacheco assina a maquiagem da peça que tem como produtor Pawlo Cidade. O espetáculo é patrocinado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia.

SERVIÇO
Peça: 1789
Quando: Dias 24 e 25
Horário: 20h
Local: Tenda do TPI (Avenida Soares Lopes)
Ingressos: R$ 20,00 / R$ 10,00 (meia)
Vendas no cartão de crédito

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Romualdo LisboaO ator, escritor e diretor teatral Romualdo Lisboa toma posse, amanhã, 24, às 19 horas, como presidente do Conselho Municipal de Cultura de Ilhéus.
A solenidade ocorrerá na tenda do Teatro Popular de Ilhéus (TPI), um dos mais importantes projetos culturais da Bahia. A tenda funciona na Avenida Soares Lopes, centro.
A cerimônia também será de diplomação dos novos conselheiros representantes das câmaras setoriais para o período 2013-2014.
Romualdo foi escolhido para a presidência do conselho por aclamação, após o governo municipal tentar – e não conseguir – articular um bate-chapa na instância de fiscalização e diretrizes da cultura local.

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Lendas da Lagoa foi uma das atrações do novo espaço do TPI (Foto Karoline Vital).
Lendas da Lagoa foi uma das atrações da estreia da Tenda do TPI (Foto Karoline Vital).

A apresentação do novo espaço e da programação de abril do Teatro Popular de Ilhéus (TPI) emocionaram o público no último final de semana. Agora, os projetos e ações do TPI têm nova casa, uma tenda na Avenida Soares Lopes, classificada como um marco histórico pelo diretor Romualdo Lisboa. “É o início da luta por nossa sede própria, que comporte nossas ações e dê a possibilidade de ampliarmos nosso trabalho”.
Pelos próximos três meses, a tenda será patrocinada pelo Sebrae. A coordenadora regional do serviço de apoio a micro e pequenas empresas, Claudiana Figueiredo, destacou o pontecial criativo e a riqueza imaterial do sul da Bahia. Segundo Claudiana, o Teatro Popular de Ilhéus é “referência regional como empreendedor cultural e o Sebrae está aberto como parceiro na busca por investidores”.
O Sebrae assumiu os custos com o aluguel da tenda pelos próximos três meses, período no qual o TPI vai trabalhar na captação de recursos para manter o espaço por meio de financiamentos via leis de incentivo à cultura.
O TPI, aliás, mostra ousadia com o lançamento do Aldeia das Artes, projeto cultural que envolverá, além de teatro e circo, ocas de estrutura metálica para atividades culturais e ações voltadas à economia criativa. O arquiteto Carl Von Hauenschild diz que a ideia de parque, na Soares Lopes, “não beneficiará apenas o grupo, mas a região sulbaiana”. Hauenschild apresentou a concepção do parque cultural.
PROGRAMAÇÃO
A programação da tenda do TPI tem nesta terça, 9, às 19 horas, a exibição do documentário Os magníficos, dentro da proposta do Cineclube Équio Reis. A entrada é franca. Amanhã, na mostra Mondrongo Filmes, haverá exibição de vídeos produzidos ou apoiados pelo núcleo de produção audiovisual do TPI.

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Gravação das primeiras cenas do documentário em Ilhéus (Foto Karoline Vital).
Gravação das primeiras cenas do documentário em Ilhéus (Foto Karoline Vital).

Teodorico Majestade, as últimas horas de um prefeito está entre as maiores peças já produzidas pelo teatro regional. Depois de ganhar os palcos regionais e encantar plateias no sudeste do País, o espetáculo vai parar na telinha em um documentário do diretor ilheense Elson Rosário,que já atuou como diretor de produção de filmes como Eu, tu eles, Tieta do Agreste e A coleção invisível.
O documentário pretende mostrar como Teodorico Majestade influenciou o processo de cassação do então prefeito de Ilhéus,Valderico Reis, em agosto de 2007. A política ilheense fervia e Teodorico Majestade, escrita pelo ator e diretor teatral Romualdo Lisboa, era luz na consciência ilheense.
Seus personagens se apresentavam em qualquer lugar. Até mesmo ali nas escadarias do Palácio Paranaguá, de onde o prefeito e sua equipe saíram enxotados pela voz das ruas e a pressão dos políticos – e sob escolta da polícia.
Teodorico em cena: sucesso de público e crítica.
Teodorico em cena: sucesso de público e crítica.

De acordo com o script do documentário, o curta-metragem de 15 minutos terá, além de entrevistas com políticos, jornalistas, sindicalistas e artistas, imagens dos protestos à época. Pronto, o documentário será exibido em vários espaços e a ideia é que atinja, também, público variado, desde movimetnos sociais e culturais a instituições de ensino e TVs, além de ficar disponível na internet.
Para o diretor do documentário, a difusão do filme irá “estimular debates e reflexões críticas sobre cidadania, mobilização social, cultura popular e exercício democrático”. O filme foi selecionado em edital do Ministério da Cultura e tem coprodução do Núcleo de Produção Audiovisual do Teatro Popular de Ilhéus.
GRAVAÇÃO NA PRAÇA DO TEATRO

A cena final do documentário será gravada nesta sexta-feira, às 10h, em frente ao Teatro Municipal de Ilhéus. Teodorico, em suas últimas horas no cargo, fará um discurso. O público terá a oportunidade de participar como figurante do documentário de um dos períodos políticos mais ricos da história ilheense.
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Ator Fábio Lago apoia convênio entre prefeitura e Teatro Popular de Ilhéus.

Enquanto a equipe do prefeito eleito de Ilhéus se posiciona contra algo transparente e que fortalece as manifestações culturais de um dos berços da cultura baiana, o ator global e ilheense Fábio Lago tornou público seu apoio ao convênio que cede a administração do prédio do Colégio General Osório ao Teatro Popular de Ilhéus. O convênio foi celebrado entre o TPI e a Prefeitura de Ilhéus.

Jabes e assessores expressam que não há convivência harmônica entre atividades teatrais e biblioteca. Até tentam jogar o Ministério Público estadual contra o negócio transparente que passa ao Teatro Popular a administração do imóvel por 20 anos, mas com regras que tornam plenamente possível a retomada do prédio do General Osório se a gestão do espaço público não seguir as cláusulas constantes de contrato.

Fábio Lago lembra que biblioteca e teatro podem viver juntos tranquilamente. E enfatiza o papel do grupo teatral ilheense: “O grupo [Teatro Popular de Ilhéus] faz um trabalho sério e importante para a cultura regional”.

Já Romualdo Lisboa, do TPI, elenca, pelo menos, dois espaços culturais onde biblioteca e teatro coexistem: a Biblioteca Central dos Barris e o Espaço Xisto Bahia, em Salvador, e o Centro Cultural de São Paulo, que reúne cinema, dança, música e literatura.

Quem se posiciona contra o projeto é porque, talvez, apresente resistência ao protagonismo do Teatro Popular de Ilhéus, uma turma que já ganhou prêmios nacionais e encanta plateias seja na Bahia, São Paulo, Paraná ou em qualquer lugar pela sua qualidade.

O prefeito eleito Jabes Ribeiro precisa vir a público – e de forma inequívoca – explicar os motivos dele e de sua tropa se posicionarem contra as intenções do TPI. Deveriam, sim, apoiar a iniciativa.

E, deixemos claro, não foi o grupo de teatro quem se dispôs a administrar aquele espaço. A proposta partiu da Prefeitura de Ilhéus e dos atuais gestores por reconhecimento às qualidades artísticas e de gestão do TPI, além de sua habilidade em atrair/captar recursos.

Aliás, aqui, outro ponto importante: o TPI tem com a Secretaria Estadual de Cultura convênio que garante recursos para administração de espaço cultural. Se a equipe do prefeito eleito “melar” o negócio transparente, o convênio com o governo baiano será desfeito. E Ilhéus e a cultura perderão mais uma fonte de receita.

Um lembrete: o protagonismo na cultura não deve ter monopólio.

Artistas no dia em que foi dada posse do espaço histórico a quem faz arte (Foto Clodoaldo Ribeiro).
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Estreia logo mais em Ilhéus a peça “O Inspetor Geral – sai prefeito e entra o vice”, uma sátira política inspirada na obra do russo Nicolai Golgol, porém com uma pitada de cultura nordestina, com uma forte incursão na literatura de cordel.
Quem for ao espetáculo vai conhecer figuras como Gilton Munheca, Jorge Paraíba e Cacau das Treitas, que aprontam mil e uma artimanhas na cidade fictícia de Ilha Bela. Todos fazem parte do grupo que sucedeu outro personagem de sucesso do Teatro Popular de Ilhéus: Teodorico Majestade, inspirado em algum prefeito de triste memória.
Dadas as inevitáveis comparações entre os personagens da ficção e algumas figuras da realidade ilheense, havia hoje um burburinho no Palácio Paranaguá, sede do governo municipal, onde Ilha Bela pode de repente se materializar, transformando o risível em lamentável. Nos corredores e salas, tinha quem apontasse o desconforto de algum secretário com uma suposta semelhança indigesta, mas não faltava gente morrendo de vontade de assistir à peça, que já fez sucesso em palcos de São Paulo, mas só agora chega a Ilhéus.
Um servidor do quadro de comissionados, demonstrando admirável coragem, afirmou que não somente  irá assistir, como dará boas gargalhadas. Só pediu para não ser identificado no PIMENTA, pois se diz corajoso, mas não doido.
Quem quiser ver e rir muito (pra não chorar) com “O Inspetor Geral” deve logo comprar seu ingresso na bilheteria do Teatro Municipal de Ilhéus, onde a peça dirigida por Romualdo Lisboa será encenada hoje e amanhã, a partir das 21 horas, e no domingo, com início às 20h.

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Em 2007, quando o governo do prefeito Valderico Reis em Ilhéus se afundava em uma sucessão de escândalos, os principais personagens daquela história política macabra se transportaram, em forma de verdadeiros mondrongos, para os palcos e ruas de Ilhéus. Surgia Teodorico Majestade, o prefeito da fictícia Ilha Bela, e todo o seu “staff” de malandros.
Criação de Romualdo Lisboa, encenada pelo Teatro Popular de Ilhéus, Teodorico é um tapa na cara da classe política, a vingança do povo ou a “desconstrução do marketing”, como diz o autor. A peça, indicada para dois prêmios Braskem, foi encenada no Rio de Janeiro e participou recentemente da 6ª Mostra Latino Americana de Teatro, em São Paulo. Sucesso de público e crítica, teve casa cheia todos os dias numa temporada de dois meses na capital paulista.
Sai o prefeito, entra o vice. Agora é a vez do Inspetor-Geral, que estreou em São Paulo e ainda terá uma temporada de dois meses por lá, antes de chegar a Ilhéus. Com sua linguagem universal, o Teatro Popular conquista outros palcos.
Leia abaixo os principais trechos do bate-papo do PIMENTA com o criador de Teodorico e do Inspetor :
PIMENTA – Como vocês chegaram à Mostra Latino-Americana?
Romualdo Lisboa – É a Cooperativa Paulista de Teatro que faz um levantamento das produções, sai para ver coisas. No nosso caso, eles sabiam que a gente já tinha feito temporada no Rio, Salvador e havíamos sido indicados para dois prêmios Braskem, o que despertou o interesse. O curioso é que durante a mostra, a crítica para a maioria dos espetáculos não foi boa. Eles contratam críticos de todos os países que participam e cada espetáculo é avaliado por dois deles. No começo, as análises estavam muito ruins, o que deixou os organizadores preocupados.
PIMENTA – Até Teodorico entrar em cena…
RL – Aconteceu que alguns espetáculos, antes do fim da semana, começaram a ganhar uma crítica bacana. Os da Colômbia e da Argentina, por exemplo, ajudaram a melhorar a crítica. O nosso espetáculo estava programado para o final e a opinião dos críticos foi muito boa. O resultado foi que Teodorico acabou fazendo a primeira temporada longa naquele teatro do Sesi e iniciou um projeto de vincular mais a comunidade da zona leste de São Paulo àquele espaço cultural.
PIMENTA – Eles já conheciam a experiência do Teatro Popular em Ilhéus?
RL – Eles conhecem a nossa identidade aqui na região, sabem como nós tornamos a Casa dos Artistas mais próxima da comunidade, como a gente vai para os bairros, os distritos. Essa política do grupo lhes interessou para aquele espaço. Estrategicamente foi bacana, porque a gente lotou sempre. Os ingressos eram reservados para três, quatro semanas. Estreamos no dia 13 de maio e ficamos até 2 de julho, realizando nesse período 32 apresentações.
 

Tinha gente que chegava e dizia: ‘vocês estão falando de Campinas? Porque tá acontecendo isso lá em Campinas’.

 
PIMENTA – Isso significa que o público paulista entendeu perfeitamente a mensagem de Teodorico
RL – Isso foi muito legal. Tinha gente que chegava e dizia: “vocês estão falando de Campinas? Porque tá acontecendo isso lá em Campinas”. Ou seja, a história não é só de Ilhéus, ela é universal.
PIMENTA – Vocês tinham ideia da dimensão que a peça tomaria quando começaram a encená-la na rua e até em frente à Prefeitura de Ilhéus (no período de crise política que levou à cassação do então prefeito Valderico Reis)?
RL – Não tínhamos a menor ideia. Teodorico eu escrevi com raiva e aquilo me deixou muito mal no começo. Houve uma cobrança das pessoas, que chegavam ali da janela (da Casa dos Artistas) e gritavam : “e aí, vocês não vão fazer nada não, é?”. Eram professores, gente da imprensa, que estavam indignados com aquela sequência de escândalos.
PIMENTA – Você conseguiu transformar essa raiva em um negócio engraçado.
RL – É, à medida que ia escrevendo, eu perdi a raiva e o negócio começou a ficar tão engraçado que a gente decidiu fazer uma pesquisa sobre literatura de cordel. O texto de Teodorico foi todo escrito em cordel, em sextilhas. Foi muito divertido. Em vez da gente fazer uma coisa com raiva, agredindo de maneira panfletária, a gente fez uma brincadeira.
PIMENTA – Que é muito mais eficaz…
RL – Com certeza, o humor é muito mais poderoso. O então prefeito de Ilhéus me encontrou algumas vezes e virou a cara, gritou, me xingou, e eu me divertia demais com aquilo. Havia uma evento grande, nós íamos mesmo sem sermos convidados. Os personagens estavam lá na porta, tocando, cantando, e de repente o prefeito chegava e via, e se via, era um inferno. Chegou num nível de estresse dele com isso que o então presidente da Fundação Cultural, Arléo Barbosa, negou uma pauta pra gente no Teatro Municipal. Ele dizia que até liberava a pauta, desde que a gente não encenasse Teodorico. Dizia assim: “ah, vocês têm tantos espetáculos legais, façam os outros, esse não”. Arléo Barbosa é uma pessoa super gente fina, mas estava numa situação em que não tinha autonomia. Como a gente não aceitava deixar de encenar a peça, ele aconselhava: “então fale com o prefeito”. Eu fui falar e o prefeito me enxotou de lá. O segurança dele é que interveio para que ele não me batesse. No dia seguinte, a gente colocou em todos os jornais que o prefeito havia censurado Teodorico Majestade no teatro.
 

Um começa a entregar o outro, até que o prefeito toma uma decisão. Eu não sei se na vida real isso é possível, mas na nossa história acontece.
 

PIMENTA – Quanto tempo durou a censura?
RL – A notícia saiu no sábado e a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Ilhéus) nos convidou para participar no mesmo dia de um almoço oferecido à imprensa. Eles pediram que levássemos algum espetáculo nosso e é claro que a gente levou Teodorico (risos). O prefeito estava lá e a gente encenou a peça diante dele. Naquele momento, meio na pressão, ele anunciou que o espetáculo poderia ser apresentado no teatro. Isso foi menos de 24 horas depois dele ter me enxotado da Prefeitura.
PIMENTA – E O Inspetor…?
RL – O Inspetor é a segunda parte de Teodorico. Sai o prefeito, entra o vice Gilton Munheca. Ele e a família estão numa situação muito bacana, vivendo dias muito felizes. A mulher vive na capital, só anda no luxo. Ele distribuindo uísque, fazendo festas. O irmão dele, Zé de Minga, é o responsável pelas festas. É uma orgia o tempo inteiro.
PIMENTA – Até que…
RL – Aí surge uma carta, avisando da chegada de um Inspetor-Geral, que viria em missão secreta para apurar todos os malfeitos. Então eles ficam alucinados: Gilton Munheca, Cacau das Treitas, Pai Didão, Jorge Paraíba e a mulher do prefeito, que na nossa história é a secretária de Educação. E um começa a entregar o outro, até que o prefeito toma uma decisão. Eu não sei se na vida real isso é possível, mas na nossa história acontece (risos). Ele toma a iniciativa de mandar arrumar a casa. Manda colocar funcionários para melhorar a limpeza das ruas, pintar meio-fio, consertar aqui e ali, trocar luz dos postes…
Nesse ínterim, surge a história de que tem uma pessoa estranha na única pensão da cidade. Aí eles entendem que só pode ser o inspetor geral e vão tentar comprar o cara. O prefeito leva o dito inspetor-geral pra casa, cada um leva um dinheirinho e o cara fica cheio de grana. No final das contas ele vai embora noivo da filha do prefeito, já perto do casamento, mas há uma série de outros fatos que complicam toda essa história.
PIMENTA – Na essência, o que tem de diferente nessa história em relação à de Teodorico?
RL – Diferentemente de Teodorico, O Inspetor-Geral… traz uma outra perspectiva desse universo. É quase um processo de expiação. A gente promove uma vingança no Teodorico, a gente se vinga dele e de todos os outros. E no Inspetor-Geral, a gente só constata esse tipo com quem a gente está lidando. Em seu discurso final, o prefeito diz assim: “Somos porcos miseráveis, grandes ratos abomináveis”. Ele e todos os demais acabam se enxergando como um mal para a sociedade.
PIMENTA – E o público acaba os enxergando como de fato são…
RL – A ideia é fazer a identificação dessa espécie de gente. É preciso que o público, quando vir na TV aquele discurso muito bem arrumado, ele enxergue as deformações daquele discurso. A gente faz a desconstrução do marketing, precisa fazer.
PIMENTA – Quando O Inspetor estreia em Ilhéus?
RL – Só depois que a gente encerrar o contrato com o Sesi de São Paulo, que inclui uma próxima temporada em outubro e novembro, no teatro da Vila das Mercês. É possível ainda uma temporada extra, de um mês, que pode ser em dezembro ou janeiro. Isso significa que provavelmente só em fevereiro a gente esteja aqui em Ilhéus com o espetáculo.

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Neste sábado, 18, haverá mais duas sessões do espetáculo “Nazareno contra o dragão da maldade”, do Teatro Popular de Ilhéus. A encenação, na Casa dos Artistas, acontece às 19h e às 20h30min, com ingressos a R$ 10,00 (e meia-entrada, como deve ser, rigorosamente pela metade do preço).
A montagem, inspirada em fatos reais, narra o drama de um líder comunitário da Vila Nazaré, uma das comunidades mais pobres de Ilhéus, e de sua esposa Maria. Ambos travam uma luta diária pela sobrevivência e apresentam visões diferentes do que seria um “futuro melhor”.
Ao público, a peça oferece uma experiência única, verdadeira imersão no universo da miséria humana. “O chão do teatro será coberto de lama, piso típico da Vila Nazaré”, explica o autor e diretor do espetáculo, Romualdo Lisboa. Nazareno e Maria são interpretados por Ely Izidro e Tânia Barbosa.
A peça volta a ser encenada na próxima semana, nos dias 22 e 23, a partir das 20 horas.