Rosivaldo diz que município poderá solicitar conferência, caso seja confirmada a redução populacional
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Aos líderes do estado e dos municípios de Itabuna e Ilhéus estarão os extratos dos resultados e também as respostas que terão que apresentar, cada um, conforme o peso e os objetivos que o presente apresentou e também o que esperarão para o futuro.

 

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

O segundo turno das eleições se findou, mas os ciclos não se encerram com ele. Vamos precisar de um pouco mais de tempo para seguirmos com menos tensões em nível Brasil. Na disputa nacional, o comportamento do presidente Bolsonaro deixa mais um ar de negacionismo e caos, que, aliás, foi uma das marcas indeléveis do seu minúsculo governo.

Na disputa eleitoral baiana, a postura de ACM Neto no discurso de reconhecimento da vitória de Jerônimo Rodrigues demonstrou maturidade política e espírito democrático, e sinalizou a linha que ele adotará para se manter vivo até a próxima disputa. Fará uma permanente vigília ao novo governo.

Nesse aspecto, faz-se necessário ao PT e aos partidos aliados no estado se debruçarem nas análises dos resultados, especialmente nas maiores cidades e também nos pontos onde o ciclo de 16 anos de gestão permitiu mais ataques do adversário. Avaliar, inclusive, o porquê da queda de desempenho nas cidades mais populosas.

Será que a melhor condição de renda nessas localidades refletiu um alinhamento da disputa com o plano nacional? E Neto se beneficiou? Ou, qual o verdadeiro fator que provocou esse comportamento do eleitorado dessas cidades? Os menores municípios se sentiram em grande maioria incluídos no ciclo da atual gestão estadual e demonstraram alinhamento e conexão com Lula e Jerônimo. Parece ter havido uma nacionalização do pleito. Consequentemente, um reflexo direto nos números da disputa avaliando de forma direta: cidades maiores e menores.

Em relação aos números, precisamos fazer uma análise mais apurada nos resultados de Itabuna e Ilhéus, cidades que estão no prisma do estado com vultosos investimentos. Ilhéus já em plena fase de colheita, e Itabuna ainda na fase de plantio. Os gestores desses municípios também vivem diferentes tempos de gestão: um faltando dois anos para encerrar o ciclo do segundo mandato, enquanto o outro está completando os dois anos do início da sua primeira gestão à frente do município. Por essas particularidades, a análise que Augusto Castro precisará fazer é de maior profundidade.

A grosso modo, diria que para Marão resta tocar a máquina mantendo o trivial e arregimentando forças para projeção de alguém seu, politicamente falando, e o fortalecendo para ser apresentado como mantenedor do grupo à frente de Ilhéus. Augusto precisará de resiliência, sabedoria emocional, visão estratégica, fortalecimento do tecido político e outros ajustes, conforme a sua análise e visão direcionarem: fazer uma leitura externa e outra interna dos resultados das urnas.

O pós-eleição é sempre um momento especial para autoanálise e para simular cenários, além, claro, de analisar as áreas e estratégias que, por incompreensões ou não incorporação das diretrizes política e de gestão, apresentaram respostas abaixo das esperadas, e tomar as devidas e necessárias providências. Aos líderes do estado e dos municípios de Itabuna e Ilhéus estarão os extratos dos resultados e também as respostas que terão que apresentar, cada um, conforme o peso e os objetivos que o presente apresentou e também o que esperarão para o futuro.

O que esses líderes não podem é deixar que a oposição e os opositores ditem os seus passos e sedimentem no imaginário popular das duas cidades que saíram enfraquecidos da eleição. Do contrário, a corrida para “apagar incêndios” fará parte do dia a dia e o planejamento se perde, dando lugar ao improviso e permitindo o crescimento dos oponentes. É importante realizar ajustes, mas não perder de vista que houve vitória do campo político ao qual eles estão alinhados, tanto no estado quanto em nível federal.

Esse diferencial só Augusto e Marão podem lançar mão, fortalecendo e sendo fortalecidos para mudar as preferências dos eleitores locais em relação ao governo do estado e, consequentemente, para as suas próprias gestões. O mapa eleitoral está posto e exposto. Agora, restam as leituras dos resultados e as interpretações. A democracia se fortalece por esse caminho e por encaminhamentos a cada ciclo de disputa.

Rosivaldo Pinheiro é comunicador, economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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A nossa bandeira permanecerá sob o vento democrático e estará nas mãos dos que lutam por um país plural, por uma nação.

 

Rosivaldo Pinheiro

As eleições são sempre momentos para testar e melhorar o sistema eleitoral e validar o processo democrático. O Brasil se destaca no mundo pela segurança e rapidez no processamento dos resultados eleitorais, mesmo com a nossa extensão territorial e os diferentes contextos regionais. Desde o início do uso das urnas eletrônicas, o país experimenta contínuo destaque. A cada eleição, aprimora a rotina de apuração e consegue declarar o vitorioso na corrida presidencial poucas horas após o encerramento da votação. Essa realidade não é diferente para os resultados dos estados e também nas eleições municipais.

O sistema das urnas eletrônicas veio para ficar e, a partir do seu uso, algumas intervenções que afetavam os resultados deixaram de existir, uma vez que as manobras na hora da contagem das cédulas, no sistema antigo, aconteciam sob o beneplácito de uma estrutura viciada e à disposição dos poderosos no conhecido voto de cabresto. Hoje, diferentemente daquela época, essas vulnerabilidades foram superadas, ao que pese o poder econômico manifestado através do poder político ainda exigir ajustes por parte da justiça eleitoral.

No tocante ao processo eleitoral das contagens de cédulas, podemos lembrar sem muito esforço de pelo menos um episódio de grande repercussão: a virada de resultado de Valdeck Ornelas sobre Waldir Pires na Bahia, para o Senado em 1994. À época, três candidatos concorriam a duas vagas: Antônio Carlos Magalhães, Valdeck Ornelas e Waldir Pires. A primeira vaga já se sabia que seria de ACM. Já a segunda, de acordo com as pesquisas, seria de Waldir Pires. Iniciada a contagem eleitoral, Waldir abriu 50 mil votos de frente sobre Valdeck.

No fim da contagem das 8.389 urnas, em 1.400 delas Valdeck Ornelas obteve mais votos que ACM, sendo eleito como segundo senador com 3.014 votos a mais que Waldir. Esse fato ficou conhecido como “O Milagre Baiano”, representando uma clara certeza de que houve manipulação do resultado e, face à força de ACM, foi validada, mesmo com os recursos interpostos por Waldir. Chamou a atenção, mas valeu o resultado porque quem comandava as regras do jogo era o velho ACM, conhecido pela imposição da força e o controle sobre os poderes baianos.

Por essas e outras, é descabido o desejo do atual presidente da República de pedir a volta do voto impresso, sendo ele e os seus filhos eleitos várias vezes sob o sistema das urnas eletrônicas. Por força da condução da Justiça Eleitoral e por defesa do Supremo Tribunal Federal (STF), a urna eletrônica será mantida, e o nosso avançado sistema tecnológico seguirá o seu curso. O povo brasileiro, na sua ampla maioria, disse em alto, claro e bom som confiar na Justiça Eleitoral e nas urnas eletrônicas, conforme a última pesquisa, na qual 79% dos brasileiros disseram acreditar nas urnas, e 75% afirmaram apoiar o sistema democrático, indo na mesma direção da classe empresarial e dos trabalhadores, que, juntos, assinaram a carta em defesa da democracia.

Com essas manifestações, o presidente da República, que pregava fazer um ato no próximo dia 7 de Setembro (Dia da Independência) para impor a sua vontade sobre as instituições e exigir mudanças no processo de apuração dos votos, percebeu que não haverá espaço para golpismo, e que o Brasil atual não aceitará emudecido o atropelo da ordem democrática e nem permanecerá sob o domínio do obscurantismo. A nossa bandeira permanecerá sob o vento democrático e estará nas mãos dos que lutam por um país plural, por uma nação.

Rosivaldo Pinheiro é economista, especialista em Planejamento e Gestão de Cidades (Uesc) e comunicador.

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O empresário Ronaldo Abude se juntou ao coro dos descontentes com a presença longeva de pessoas ou grupos no comando de entidades de classe em Itabuna. Num grupo do WhatsApp, ele parabenizou a Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (Adasb), que rompeu com o Sindicato Rural de Itabuna e anunciou que não vai apoiar a edição de 2022 da Exposição Agropecuária e Feira de Negócios de Itabuna (Expofenita).

A Adasb acusou o Sindicato Rural de barrar o ingresso de novos membros nos seus quadros, valendo-se de “meios pouco democráticos”, segundo nota divulgada à imprensa. Para Ronaldo Abude, a iniciativa da Associação levantou debate que também vale para outras instituições. “Esse tem sido um hábito ruim de várias entidades”, afirmou o empresário à coluna Arriba Saia, do PIMENTA, nesta terça-feira (9).

“ANTIDEMOCRÁTICA”

Ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Itabuna (ACI), Abude sustenta que o domínio prolongado marca ao menos três entidades itabunenses: o Sindicato Rural, a Câmara do Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato dos Comerciários. Acrescentou à mesma lista a Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) e a Federação das Associações Comerciais da Bahia (Faceb).

– Vejo muitos empresários criticando, às vezes, um sindicato dos trabalhadores, de forma geral, mas eles não observam que usam desse expediente também nas suas associações, nos seus sindicatos – disse, acrescentando que considera a falta de revezamento na direção das entidades civis uma característica “antidemocrática”.

“CONFLITO DE INTERESSES”

A coluna pediu que o empresário explicasse que tipo de prejuízo ele atribui à falta de alternância na direção dessas entidades. “O prejuízo está exatamente na questão do conflito de interesses. O interesse maior de qualquer associação é coletivo. O interesse coletivo sempre tem que estar à frente de qualquer interesse individual”, respondeu.

A ACI, sustenta Abude, é exceção. “Observe que há sempre uma troca de pessoas à frente da Associação Comercial. Eu mesmo fui presidente e sempre fui contra a reeleição. Não me reelegi presidente”.

“ESPÍRITO DE LIDERANÇA”

Confrontamos Ronaldo com a possibilidade de sua crítica ser respondida com a alegação de que a pouca rotatividade nas instituições civis se deve à falta de interesse de outras pessoas em ocupar esses espaços.

Ele retrucou. “Aí é que vem o espírito de liderança daquele à frente da associação, para motivar pessoas que venham para essa renovação. Esse é o papel de um grande líder. E não ficar com desculpa de que ninguém quer”.

PERSUASÃO 

Sérgio Velanes substituiu Ronaldo Abude na ACI, em 2017

Na sequência, Ronaldo Abude voltou ao exemplo da ACI, lembrando do período em que a presidiu, de 2015 a 2017.

– No final do meu mandato, tive muitas respostas negativas pra assumir a Associação. Chamei o Sérgio [Velanes], fui almoçar com ele e consegui convencê-lo de que ele deveria assumir. Consegui convencer todo um grupo que teria que ter rotatividade. Esse é o papel do líder, esse é o papel daquelas pessoas que estão interessadas em assumir as associações para defender interesses da coletividade, não por interesse pessoal.

OPINIÃO

Abude afirmou que o revezamento de diretores tende a enriquecer as instituições com experiências diversas, além de aumentar o número de pessoas engajadas na defesa delas. As entidades civis que não se abrem a esse processo, segundo o empresário, não cumprem suas funções sociais e produzem mais problemas do que benefícios para a sociedade. “Essa a minha opinião”.

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Advogada Renata Mendonça fala sobre federações partidárias

FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS

A pedido da coluna, a advogada eleitoral Renata Mendonça esclareceu o funcionamento das federações partidárias, que substituíram as antigas coligações. “Uma das grandes diferenças é que a federação é verticalizada. Ou seja, vale para a eleição nacional, para a eleição estadual e as que foram criadas agora também valerão para as eleições municipais de 2024, porque elas devem ficar vigentes por 4 anos, no mínimo”, explicou.

CLÁUSULA…

Renata Mendonça lembrou que o fim das coligações, aprovado em 2017, aumentou o risco de partidos menores perderam recursos públicos em função da cláusula de barreira. Segundo a especialista, a federação foi criada como espécie de albergue partidário.

– [A federação] aumenta a chance de ter mais vagas. Ao mesmo tempo, partidos menores são albergados e protegidos. Quando a cláusula de barreira for calculada, vai considerar quantas vagas aquela federação teve. O partido corre um risco menor de perder o fundo partidário.

…DE BARREIRA

Para escapar da cláusula de barreira, o partido ou federação deve ter no mínimo 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles; ou eleger pelo menos 11 deputados federais oriundos de nove estados.

EFEITO ESPERADO

A advogada vê com bons olhos as mudanças nas regras eleitorais. “A verticalização e a obrigatoriedade da aliança por quatro anos fazem com que os partidos busquem aliados com os quais se identificam. Isso evita grandes distorções [ideológicas] e protege o eleitor”, concluiu.

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MAIORIA

ACM Neto apostou em pulverização de candidaturas

Chama atenção a quantidade de candidaturas ligadas ao candidato a governador pelo União Brasil, ACM Neto, em Ilhéus e Itabuna, especialmente na disputa pelas vagas à Câmara dos Deputados. Nas duas maiores cidades do sul do estado, são quase 20 os candidatos a federal da oposição.

MINORIA 1

Augustão vê acerto em candidatura à Câmara Federal

Em Ilhéus, o único candidato a deputado federal pela Federação PT, PCdoB e PV é o vereador Augusto Cardoso, Augustão. Para ele, essa conjuntura local significa que a decisão de se candidatar ao Congresso foi acertada. “Se a gente fizer parcerias e boas articulações políticas, a possibilidade de eleição é total. Onde eu tenho andado a turma tem vestido a camisa”, declarou o parlamentar à coluna.

MINORIA 2

Tauã e Lula: dupla dá nome a comitê em Itabuna

Já em Itabuna, a mesma federação escalou o jovem Tauã Fernandes como candidato a deputado federal. Ele disse à coluna que tem sido bem recebido nas andanças. “A nossa campanha, coladinha com o presidente Lula, coladinha com o governador Rui Costa e Jerônimo [Rodrigues, candidato a governador da Bahia], está tendo muita adesão e facilidade para entrar em toda comunidade”.

Na próxima terça-feira (16), o candidato vai inaugurar o Comitê Tauã e Lula, na Avenida Amélia Amado, atrás da FTC, no Centro de Itabuna.
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Sandra Neilma pode voltar a tocar a pasta social, agora no governo de Augusto

SANDRA NEILMA NO GOVERNO

Esposa do ex-prefeito Fernando Gomes, Sandra Neilma passou a ter o nome em alta para compor o governo de Augusto Castro. Sandra ocuparia a pasta de Combate a Pobreza e Promoção Social (Semps) nos próximos meses.

Hoje, a pasta é comandada pela primeira-dama, Andrea Castro, que já teria manifestado desejo de deixar o cargo ainda neste ano.

E ALMIR, FICA?

Sônia Fontes é o nome mais forte para a Siurb, se Almir deixar governo

Houve reação às articulações para tirar Almir Melo Júnior da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo. Emedebistas fizeram chegar aos ouvidos de Augusto Castro a insatisfação com a tentativa de puxada de tapete. Almir é muito amigo dos Vieira Lima e nutre boas relações com o candidato a vice-governador Geraldo Júnior.

SE ROLAR…

Se Almir deixar o governo, Sônia Fontes, do Planejamento, deve assumir a Siurb. Para o lugar da secretária um nome cotado é o do assessor direto, Rosivaldo Pinheiro, que coordena projetos estruturantes e o Recicla Itabuna.

APOIO POLÍTICO

Rosivaldo é nome cogitado para a Pasta do Planejamento em dança das cadeiras

A ida de Rosivaldo para o comando do Planejamento seria costura que envolveria apoio político ao deputado federal Paulo Magalhães, candidato à reeleição. Quadro técnico, o assessor é nome do deputado estadual Rosemberg Pinto, de quem goza de grande prestígio.

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QUEM GANHOU?

Sem ACM Neto, Band Bahia promoveu debate com Jerônimo, Roma e Kleber Rosa

Com baixa audiência, o debate da Band com os candidatos ao governo da Bahia foi ótima oportunidade para os candidatos analisarem pontos em que podem melhorar. Kléber Rosa (PSOL) teve desempenho destacado até mesmo por adversários. João Roma (PL) seguiu o script. Jerônimo Rodrigues (PT) desafinou. Líder nas pesquisas, ACM Neto (UB) havia se comprometido a participar do confronto. Na hora “H”, fugiu do debate.

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Zé Ronaldo e ACM Neto se abraçam em reconciliação diante das câmeras

DEPOIS DO CALUNDU…

Após o chororô da última semana, quando preterido na disputa pelo posto de vice na chapa de ACM Neto, o ex-prefeito de Feira de Santana Zé Ronaldo (UB) participou de coletiva, nesta quarta (10), para anunciar que fica no grupo. Neto confirmou que o ex-prefeito será coordenador da campanha.

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MANDATO EM RISCO

Doutor Almeida é acusado de compra de votos e foi condenado pela Justiça Eleitoral

O prefeito de Canavieiras, Doutor Almeida (PROS), foi condenado à perda do mandato e à inelegibilidade por 8 anos, nesta terça-feira (9), pelo juiz eleitoral Eduardo Gil Guerreiro. Médico, o mandatário é acusado de suposto esquema de compra de votos na eleição de 2020, segundo denúncia do Ministério Público. A Prefeitura de Canavieiras informou que Almeida recorrerá da decisão.

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Lixão de Itariri, em Ilhéus

O ÚLTIMO LIXÃO

Acabará ao final deste mês o prazo para que cidades com mais de 100 mil habitantes fechem seus lixões. Ao que tudo indica, Ilhéus, que tem um aterro sanitário privado em seu território, não fechará o lixão de Itariri a tempo. O problema ambiental está prestes a se tornar obstáculo para que o município receba transferências voluntárias de recursos federais. Enquanto isso, o contrato emergencial da coleta de lixo segue a todo vapor. Prioridades.

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Gerenciar esse grande condomínio exige um ritmo de trabalho e arranjos de gestão cada vez maiores, mas é o único caminho para dotarmos a cidade de melhores condições e podermos atrair novos investimentos.

 

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

Nossa Itabuna comemora, hoje, 112 anos e já pode, ainda que não haja unanimidade nessa afirmação, comemorar esse aniversário com os olhos na direção da esperança, diante das realizações que começam a ser vistas em diversas áreas.

Pensar as cidades exige compreensão sobre os múltiplos interesses que perpassam pelo tecido social que as compõe. As cidades são por característica genuína um “espaço de conflito” e o prefeito ou a prefeita é uma espécie de síndico (a) desse grande condomínio. Cada vez mais essa pessoa precisa exercer o seu poder com sabedoria, bom senso, equipe com visão técnica e compreensão política e pautada na legislação.

Esses espaços urbanos precisam ser pensados para atender a sua função social. O desenvolvimento das cidades passa por compreender as suas vocações e inserir de forma planejada as demais atividades que possam ser instaladas e que permitam ganhos para a coletividade local. No marco histórico atual, também é importante o entendimento do papel de cada cidade no território onde está inserida.

A discussão sobre as cidades precisa focar em três dimensões: a legal, a real e a ideal. A cidade legal é a contida no conjunto burocrático e nas diretrizes incluídas nos princípios da administração pública que os gestores precisam cumprir.

Os instrumentos de gestão e todo o arcabouço jurídico, contábil e as demais interfaces visam separar os entes público e privado, compatibilizando as expectativas e permitindo que todos possam usufruir dos recursos disponíveis e dentro das normas. Essa condição é essencial para garantir o bom funcionamento das cidades. Itabuna, em particular, precisa fazer o Plano de Mobilidade, além de avaliar e realizar ajustes no Plano de Saneamento e de Resíduos, além do Plano de Desenvolvimento Urbano.

A cidade real exige um hercúleo esforço cotidiano para gerenciá-la, e a superação dos passivos desafia a gestão pública a encurtar tempo de ação e multiplicar recursos, possibilitando mudanças na malha urbana e alteração da realidade socioeconômica.

A cidade ideal é o sonho de todos os munícipes, e exige participação da sociedade. Para atender à expectativa da cidade ideal, o poder público precisa envidar esforços para fazer entregas (obras) e contemplar a maioria dos cidadãos, vez que não se obterá unanimidade, por mais significativa que seja a realização inaugurada.

Embora seja difícil alcançar esse patamar, a gente vem experienciando investimentos na saúde, educação, requalificação de praças, infraestrutura urbana, água, saneamento e maior cobertura de políticas públicas aos mais vulneráveis. Para garantirmos melhor qualidade de vida para a nossa Itabuna, precisamos avançar no transporte público de passageiros, geração de emprego e renda, e esse alcance é possível a partir dos investimentos estruturantes em curso.

Como vemos, gerenciar esse grande condomínio exige um ritmo de trabalho e arranjos de gestão cada vez maiores, mas é o único caminho para dotarmos a cidade de melhores condições e podermos atrair novos investimentos.

Parabéns, Itabuna! Que cada um de nós possa fazer parte da mudança que exigimos no outro e que esperamos ser realizada pelos poderes públicos.

Rosivaldo Pinheiro é economista, especialista em Planejamento de Cidades (Uesc) e comunicador.

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A sociedade moderna passou, na maioria das vezes, a olhar o livro pela capa e a alimentar uma espécie de corrida, a de quem mais rápido opina.

 

Rosivaldo Pinheiro

Sempre que posso, pinta uma inspiração ou por pura inquietação, venho aqui dividir (com aqueles que gostam), um pouco do meus olhares, vivências e curiosidades. No último texto, falei sobre amenidades, trouxe à discussão o fato de não mais fazermos escolhas nos ambientes virtuais, especialmente nas redes sociais, dado o direcionamento que recebemos através do algoritmo.

Hoje, quero falar sobre outro comportamento, que vem sendo apresentado e facilmente observamos se massificar a cada novo dia: pessoas que só leem o enunciado das notícias, o cabeçalho, e, imediatamente, já passam adiante ou, instantaneamente, pautam uma discussão no Whatsapp ou travam um diálogo presencialmente sobre determinado assunto.

Essa celeridade aponta uma espécie de ansiedade e motiva exaustivos diálogos, com uma caraterística marcante: “muita informação e pouco conhecimento”. A sociedade moderna passou, na maioria das vezes, a olhar o livro pela capa e a alimentar uma espécie de corrida, a de quem mais rápido opina.

A marca desse tipo de comportamento é uma discussão desconexa e sem fundamentação ou conexão com o texto que serviu de base ao título. Por essa razão, percebemos que a maioria das conversas se perde da linha de diálogo e segue na direção de uma disputa de egos, não ajudando na formação e evolução do conhecimento. Torna-se um debate improdutivo.

Aqui não é uma crítica direcionada, mas um chamamento, a cada um de nós, para um agir permanente e não sermos tragados por esse comportamento, nos transformando em mais um nessa multidão. Vamos precisar de todo mundo nessa direção, a de refletir sobre o texto, seu contexto e fazer uma corrente oposta ao imediatismo. Esse é um tema que vem sendo estudado em todo o mundo. A gente precisa superar, em plena era moderna, os novos “Mitos da Caverna”. Não sermos rasos, nem chatos, nem permanentemente profundos, apenas fazermos uma troca: imediatismo por algo mais fecundo.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

Secretária de Planejamento, Sônia Fontes, e o diretor de Projetos da Pasta, Rosivaldo Pinheiro
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A secretária de Planejamento de Itabuna, Sônia Fontes, acredita que o município cumprirá a meta da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Até 2040, todos os municípios do Brasil deverão coletar e reciclar, pelo menos, 48% do lixo que produzem, conforme a legislação recém-publicada.

“Nossa meta é alcançar 120 toneladas mensais de coleta e reciclagem de resíduos sólidos o que, certamente, ficará além do percentual de 48% definido pelo Governo Federal”, estima a gestora, ao comentar a sanção do novo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), ocorrida na semana passada.

Ao PIMENTA, em entrevista recente, a secretária falou sobre a primeira fase do serviço no município, iniciada em janeiro passado. Por enquanto, segundo ela, Itabuna coleta e recicla 3% dos resíduos que produz (relembre).

Para o secretário de Infraestrutura e Urbanismo de Itabuna, Almir Melo Jr., o governo Augusto Castro fez com que o município se antecipasse aos prazos da política nacional do setor, especialmente quando extinguiu o lixão.

“Desde maio do ano passado, o município contratou o aterro sanitário certificado da CVR Costa do Cacau, para onde passou a destinar os resíduos sólidos. Em paralelo, retirou do antigo lixão as pessoas que lá atuavam em situação degradante, promoveu sua subsistência com a distribuição de cestas básicas e pagamentos do auxílio aluguel para 56 e o bolsa renda a 160 pessoas”, acrescenta o secretário.

No início de 2022, o prefeito Augusto Castro (PSD) entregou o Centro de Triagem de Coleta Seletiva à associação formada pelos catadores que deixaram o lixão (veja aqui).

COLETA

O coordenador de Projetos da Secretaria de Planejamento e do Programa Recicla Itabuna, Rosivaldo Pinheiro, explica que o projeto piloto de coleta domiciliar é executado nos bairros Jardim Vitória, Góes Calmon, Conceição, Califórnia, Fátima e São Caetano, além da Avenida Cinquentenário, mas será ampliado de forma gradual. Clique aqui para ver os dias e horários do serviço.

Para a coleta seletiva, devem ser separados os resíduos secos, a exemplo de garrafas pet, latas, papelão, etc. Itabuna tem ecopontos de coleta nas praças Adami e Camacan, no Pontalzinho, na Avenida Manoel Chaves e nos bairros São Caetano, Mangabinha, Conceição, Califórnia e Santo Antônio.

Além das secretarias municipais de Planejamento e de Infraestrutura e Urbanismo, o Recicla Itabuna envolve as pastas de Combate à Pobreza e Promoção Social; Indústria e Comércio; Educação; e Saúde. O Governo da Bahia apoia a iniciativa por meio da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

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Felizes homens e mulheres novos. Não podemos atribuir ao calendário o poder de gerar novos ciclos, mas a nós, autores das ações e construções até mesmo do calendário, para aliviar o peso dos anos, fazendo zerá-lo a cada 365 dias.

 

Rosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

Está chegando ao seu final o 2021, mais um ano que parece ter seguido na direção contrária ao que pedimos e sonhamos na virada de 2020. Esse foi o segundo ano em que aprendemos a dar mais valor ao hoje, e a entender que o amanhã pode ser uma miragem, algo inatingível. Aprendemos que os abraços e afagos precisam acontecer sempre, e no presente, porque o futuro pode ser improvável.

Se voltarmos um pouco a fita do tempo, veremos que na virada de 2019 para o ano seguinte já tínhamos notícias da existência de um vírus na China, mas, como estávamos distantes e “somos brasileiros, abençoados por Deus e um país bonito por natureza”, achávamo-nos intocáveis e ignoramos o fato de que vivemos numa aldeia global, embora nem todos estejam conectados aos fluxos das riquezas geradas no planeta.

Sabemos, também, que independentemente das condições socioeconômicas, as consequências do modelo de vida moderno impõem a todos um custo de sobrevivência, e, portanto, os impactos de uma pandemia, desconsiderada até ali, com virulência para atingir os quatro cantos do mundo e, de forma mais direta, as populações mais vulneráveis.

O ano novo chegou e permanecemos em berço esplêndido, afinal, o ano era par e diz a sabedoria popular que esse fato é um diferencial para que o ano seja bom, próspero, especial. Os dias foram passando e as notícias que chegavam do exterior eram assustadoras – o vírus já provava o seu poder de propagação e mortandade, mostrava ao mundo que todos éramos suscetíveis e estávamos diante de uma crise que se ramificaria mundo afora.

O corre-corre foi geral para identificar saídas e superar as restrições trazidas nos protocolos para o enfrentamento da covid-19. Enfim, tínhamos encerrado um ano par totalmente adverso ao que indicavam os nossos prognósticos, mas teríamos uma nova oportunidade, agora, o próximo ano, 2021. Esse não teria como ser pior do que o ano que se encerrava. Estávamos mais resilientes e menos acelerados, antecipamos modus de vida desejado, o home office estava posto, os cursos à distância, o e-commerce, as lives, os lares ganharam, na sua grande maioria, cara de residências, afinal, quem já não o fazia, foi forçado a compartilhar os quatro cantos da casa e a conviver mais próximo aos seus.

Mas, o filme de terror gerado pelas mortes que assistíamos distante de nós agora era na casa ao lado, dentro da nossa casa ou da casa de alguém que amávamos. As dores desses acontecimentos estavam por todos os cantos, marcavam a nossa alma. Por dia contabilizamos a queda de vários boeings. Por um tempo, tínhamos, todos os dias, o nosso próprio 11 de setembro.

Mergulhamos num ciclo de horrores e dores, um cenário de incertezas apareceu sobre a mesa: a cada espirro, um choque; a cada gripe, um desespero; a cada tosse, um baque; a cada diagnóstico de positivação, a incerteza da evolução da doença; a cada internamento, a separação abrupta; a cada intubação, a segregação, o sentimento de falência emocional. A cada morte, uma dor sem precedente, um registro insolente, uma partida ainda mais sofrida, sem direito à despedida.

Agora, 2022 bate na porta, trazendo consigo novos sonhos. Mas já estamos menos empolgados. Os dois últimos anos se passaram e a gente quase não se deu conta. Para complicar um pouco mais a nossa vida, aqui na Bahia, em várias regiões, inclusive na nossa região Sul, fomos afetados por uma grande cheia. Muitos de nós perderam tudo materialmente falando e terão que se refazer. A solidariedade vem sendo exercida com muita intensidade, a vacinação caminha, mesmo a passos lentos, e a influenza também está entre nós. Todos esses acontecimentos estão ligados ao modo de vida moderna, exigirá de nós renascimentos.

Felizes homens e mulheres novos. Não podemos atribuir ao calendário o poder de gerar novos ciclos, mas a nós, autores das ações e construções até mesmo do calendário, para aliviar o peso dos anos, fazendo zerá-lo a cada 365 dias. Que sejamos seres renascidos nesse novo ano que se inicia, que valorizemos a vida e todas as suas nuances e possibilidades, que não deixemos para amanhã o bem que podemos fazer hoje. Um feliz ciclo novo, com 2022 motivos positivos para comemorarmos!

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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Pensar fora da caixa do tradicionalismo e do poder imediato, firmar parcerias, apresentar projetos para captação de recursos serão exercícios permanentes, ter sensibilidade para corrigir rotas e melhor permitir o alcance dos resultados buscados pela gestão e pela comunidade.

Rosivaldo Pinheiro

A gestão pública vem passando por um processo de contínua transformação e se faz cada vez mais necessária a estruturação de arranjos que permitam maior transparência na tomada de decisões, cumprimento do ordenamento legal e atenção para as sinalizações fornecidas pela comunidade. Diante desse cenário, cabe aos gestores formar equipes com pessoas de capacidade técnica, liderança e visão política, possibilitando definir estratégias para atacar as prioridades apontadas pela sociedade.

Os gestores que compreenderem a montagem dessa equação acabarão por colher resultados melhores no desempenho das ações e, consequentemente, no apoio popular. Os gestores atuais precisam ter plena clareza das necessidades mais imediatas dos seus munícipes e também da velocidade necessária para fazer a máquina pública girar, estruturar parcerias estratégicas com instituições de apoio, evitando a centralização administrativa, ineficiência de ação e as prováveis insatisfações oriundas desse engessamento.

Pensar a administração como célula plural, dinâmica e participativa é de suma importância para o pleno êxito das políticas públicas. Portanto, cercar-se de um conselho político ou célula equivalente para avaliação e socialização das decisões se faz algo de extrema importância no processo de organização, eficiência e fortalecimento das administrações.

A cidade de Itabuna completa 111 anos de emancipação política. Suas carências são perceptíveis e estão permanentemente expostas aos olhos de todos. Ajustar as variáveis disposição de recursos financeiros e as demandas da população exigirá a adoção de novas soluções e conceitos, criação permanente de ferramentas de inovação e gestão, diminuindo o tempo-resposta para as necessidades represadas e melhor uso do dinheiro público, buscando maior eficiência do gasto. Ter essas diretrizes e permanente monitoramento do planejamento nas diversas áreas possibilitará mudanças significativas no nível de organização e avanço da cidade.

Para o alcance desses resultados, é necessário que todos os componentes da equipe de gestão entendam o desafio e se mostrem abertos para os reclames da comunidade, nas rede sociais, veículos de comunicação, associações, ONGs, entidades do setor produtivo, sindicatos e todo e qualquer contribuição sugerida pelos moradores. Uma permanente vigília.

Pensar fora da caixa do tradicionalismo e do poder imediato, firmar parcerias, apresentar projetos para captação de recursos serão exercícios permanentes, ter sensibilidade para corrigir rotas e melhor permitir o alcance dos resultados buscados pela gestão e pela comunidade. Esse é o exercício permanente a ser feito pelos gestores e que, em Itabuna, em particular, estamos observando na postura e liderança do prefeito Augusto Castro.

Rosivaldo Pinheiro é economista, especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

Adson Franco, Rosivaldo, Ângelo e Sônia discutem projeto de parceria
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A despoluição e a recuperação do Rio Cachoeira foram discutidas em uma reunião nesta quarta (19), do gerente de Planejamento e Expansão da Emasa, Ângelo Lucena, com a secretária municipal de Planejamento, Sônia Fontes, e o diretor de Projetos da Secretaria, Rosivaldo Pinheiro, e o empresário Adson Franco, representante da Santo Agostinho e BR Infra, empresas que contam com a parceria da dinamarquesa Ramboll.

As empresas representadas por Adson Franco elaboram projetos necessários para a captação de recursos em diversas áreas, com ênfase nas áreas ambiental e saneamento. No encontro, foi debatida a possibilidade de elaboração de projetos para captação de recursos a serem aplicados em projetos de recuperação da Bacia do Rio Cachoeira, que engloba Itabuna, Itororó, Firmino Alves, Itaju do Colônia, Floresta Azul, Ibicaraí, Santa Cruz da Vitória, Jussari, Buerarema e Itapetinga.

Segundo Franco, a dinamarquesa Ramboll é uma empresa global de consultoria em serviços ambientais, que supervisiona e executa programas nessa área em países como Cingapura, na Ásia. No Brasil, desenvolve o Programa de Reparação Integral da Bacia do Rio Doce.

“A Remboll atua também no projeto-piloto de despoluição do Rio Pinheiros, em São Paulo. Temos acesso a tecnologias que estão sendo aplicadas no país asiático, que também podem ser usadas na Bacia do Rio Cachoeira”, atesta Franco.

PARCERIAS PARA RECUPERAR O CACHOEIRA

Segundo o gerente de Planejamento e Expansão da Emasa, Ângelo Lucena, a empresa tem interesse em firmar parcerias com a iniciativa privada para recuperar o Rio Cachoeira. “Essa é nossa tratativa inicial, que tende a evoluir. Considero esse o maior desafio da atual gestão, ‘devolver a vida’ ao Cachoeira”, avalia Ângelo Lucena.

Já a secretária municipal de Planejamento, Sônia Fontes, lembra que o Rio Cachoeira é uma preocupação não só do município de Itabuna, mas de toda a população regional que com ele se identifica. “O Cachoeira é a identidade de Itabuna e tem que ter a sua recuperação priorizada não só no trecho que corta a cidade, mas em toda a sua bacia hidrográfica”, defende.

O diretor de Projetos da Secretaria de Planejamento, Rosivaldo Pinheiro, cita que “Itabuna é a maior cidade dentre aquelas que fazem parte da Bacia do Rio Cachoeira”. “É preciso atrair os demais municípios para integrar esse projeto, pelas ideias inovadoras de que se reveste, inclusive com expertise internacional”.

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Esperamos que o estado de direito seja o norteador do ordenamento jurídico e político e que a democracia siga o seu curso, superando a falta da noção tão necessária para que sejamos de fato uma nação.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

O Brasil vive mais um momento efervescente não apenas pelas dificuldades impostas pela Covid-19, mas, também, pelas interferências provocadas pelo poder judiciário, que, aliás, passou a ser quem dita o ambiente desde a judicialização da política. O movimento foi iniciado em 2005, quando o presidente Lula buscava a sua reeleição.

A escalada do judiciário aconteceu sob um ambiente de letargia e, de certa forma, parceria do Congresso Nacional. Só que se agigantou e acabou criando um ambiente propício para chegar nos agentes políticos listados por setores do judiciário como adversários do sistema, à luz do combate à corrupção. O modus operandi culminou com a estruturação da Operação Lava Jato, comandada pelo ex-juiz Sérgio Moro, iniciada em 2014.

A estruturação da operação seguia uma pauta midiática: fases, performances, escutas ilegais, prisões e muito marketing, tudo em fina parceria com setores da grande mídia, além dos vazamentos seletivos anunciados sob grandes holofotes e plantões, retroalimentados em diversas emissoras. Uma massificação com um enredo hollywoodiano.

A operação parecia ser liderada por um herói, com prisões de figurões dos poderes político e econômico com claras participações em ilicitudes, e também de outros atores sem a necessária apresentação da materialidade do crime cometido. Entre idas, vindas, versões e notas de esclarecimento, aconteceu o fato de maior repercussão: a prisão do ex-presidente Lula.

O Brasil assistiu às oitivas em que o ex-presidente comparecia para ser interrogado pelo então juiz Moro e sempre se dizia inocente. A divisão do país só se acirrou e as urnas elevaram Bolsonaro ao posto de presidente. Já Moro, largou a magistratura para ser membro do novo governo como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Mas surgiu algo inesperado: vazamentos de conversas privadas ocorridas entre Moro, integrantes da Lava Jato e membros do Ministério Público Federal foram divulgados pelo The Intercept Brasil. As conversas foram negadas pelos envolvidos e logo o ministro Moro ordenou a prisão dos responsáveis pelos vazamentos.

Foi montada a Operação Spoofing, que culminou com o encarceramento dos hackers responsáveis pela façanha. De lá para cá, muita coisa mudou e o ex-presidente Lula responde em liberdade, após cumprir pena de um ano e sete meses em regime fechado.

Diante dos fatos da Operação Spoofing, a defesa de Lula requereu ao Supremo Tribunal Federal acesso às mensagens e, após autorização, pediu a suspeição do ex-juiz Moro por parcialidade e motivação política. Com o avanço em favor do ex-presidente, o ministro do STF Edson Fachin adotou um remédio jurídico, fazendo valer a máxima popular “dá-se os anéis para não perder os dedos”.

Para livrar Moro e salvaguardar o que sobrou da operação Lava Jato, Fachin considerou a justiça de Curitiba incompetente para proceder o julgamento e, por consequência, devolveu os direitos políticos ao ex-presidente Lula. A ação de Fachin, embora pareça em favor de Lula, pode ter objetivado evitar a suspeição de Moro, provocando a anulação dos recursos da defesa do ex-presidente, na tentativa de forçar os seus arquivamentos por perda dos objetos.

A batalha jurídica e política parecem não ser encerradas de imediato, ao contrário, novos capítulos serão produzidos. Um deles foi iniciado nesta terça-feira (9) com a retomada do julgamento da suspeição do ex-juiz Moro, colocada em pauta pelo ministro do STF Gilmar Mendes. Aos brasileiros, restará ficar a postos, de olho no noticiário, principalmente porque o próximo ano é eleitoral e os desfechos dessas questões jurídicas influenciarão diretamente na composição das forças políticas que concorrerão no pleito. Esperamos que o estado de direito seja o norteador do ordenamento jurídico e político e que a democracia siga o seu curso, superando a falta da noção tão necessária para que sejamos de fato uma nação.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

Sônia Fontes e Rosivaldo Pinheiro dialogam com Raymundo Filho sobre projetos
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A secretária de Planejamento de Itabuna, Sônia Fontes, e o subsecretário da Pasta, Rosivaldo Pinheiro, conheceram, nesta quarta (24), projetos prioritários da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), apresentados pelo presidente Raymundo Mendes Filho. Foram apresentados projetos já concluídos e os que se encontram em fase de conclusão.

Segundo a Emasa, os projetos que foram apresentados à secretária Sônia Fontes vão pautar o Planejamento Estratégico do Governo e definir o que pode ser viabilizado por meio de recursos do orçamento municipal e por captação de recursos externos. “A orientação do prefeito Augusto Castro é fazer uma peregrinação nos órgãos da Administração. Essa é uma conversa preliminar que objetiva ver o que cabe no Orçamento e o que pode ser captado através de emendas parlamentares e de outras fontes externas”, disse a secretária.

Para Raymundo Mendes, o encontro com a secretária e o subsecretário de Planejamento foi muito importante e proveitoso. “Esse contato serviu para apresentarmos as prioridades. Teremos um novo encontro no próximo dia 10, quando vamos apresentar as prioridades de forma detalhada para serem encaminhadas para a captação de recursos”, salienta Mendes.

PRIORIDADES

Segundo o presidente, nesse primeiro ano, a direção da Emasa está priorizando projetos relacionados à expansão do abastecimento de água, equação de débitos e combate ao desperdício e a ampliação da captação e tratamento do esgoto. “Já temos projetos finalizados e outros em fase final. Agora, estamos alinhando as prioridades com a secretária Sônia Fontes para viabilizar essas execuções”, destaca Mendes Filho.

Ao final do encontro Raymundo Mendes se comprometeu em buscar junto ao diretor-técnico, Bruno Mendonça, e ao diretor de Planejamento e Extensão, José Silva, a finalização e detalhamento de todos os projetos para serem repassados à Secretaria de Planejamento no próximo encontro.

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A candidatura do prefeito de Itajuípe, Marcone Amaral, em chapa única, aponta uma melhoria no nível de compreensão do valor regional por parte dos prefeitos e prefeitas e traz esperança de superarmos as ilhas de poder que constituíram o nosso modelo de atuação política ao longo dos anos.

Rosivaldo Pinheiro

O Litoral Sul da Bahia vem, sistematicamente, sofrendo as consequências da falta de uma ação política coletiva. Essa tática de ação conjunta possibilitaria melhor dinâmica socioeconômica das cidades e regiões, sendo, portanto instrumento decisivo para o processo da construção de saídas aos problemas apresentados.

A região detém grande importância para a economia baiana. Historicamente, temos no cacau a nossa principal identidade. O produto já ditou o nosso modelo econômico e ainda é uma marca forte, geradora de riqueza. Mas, hoje, esse modelo não é mais essencialmente tocado por ele. Nosso perfil econômico encontrou outros nichos: turismo, comércio e serviços se integraram ao nosso portfólio, melhorando o nosso desempenho.

Se ao longo do tempo tivéssemos voz uníssona para cobrar do governo federal, a nossa região seria melhor escutada e as nossas múltiplas pautas ganhariam força, ajudando a destravar importantes ações, como os macro vetores de desenvolvimento, que já estariam em outras fases de implantação. O Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste, a duplicação da BR-415 e o novo aeroporto possivelmente já seriam realidades.

Destaque-se que, nos últimos anos, a região ganhou uma maior atenção do governo do estado. Prova disso é que importantes obras foram realizadas e entregues nesse período. Essa atenção é oriunda do arco de alianças que chegou ao poder na Bahia a partir do governo de coalisão, tendo em Rui Costa, Jaques Wagner, Otto Alencar e João Leão seus principais expoentes, privilegiando, inclusive, a nossa região com a liderança do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, representada pelo deputado Rosemberg Pinto, natural do Médio Sudoeste e que se transformou no principal interlocutor político da região cacaueira.

Nesta sexta-feira teremos a eleição da Amurc (Associação dos Municípios da Região Cacaueira da Bahia), que integra três territórios: Litoral Sul, Extremo Sul e Médio Sudoeste. A candidatura do prefeito de Itajuípe, Marcone Amaral, em chapa única, aponta uma melhoria no nível de compreensão do valor regional por parte dos prefeitos e prefeitas e traz a esperança de superarmos as ilhas de poder que constituíram o nosso modelo de atuação política ao longo dos anos. É preciso compreender que a luta municipalista e a configuração do valor dos territórios são componentes de grande impacto que impõem respeito aos governos centrais.

A frente ampla, pluripartidária, demonstra ser o caminho mais seguro para garantir uma luta política mais coesa e, por consequência, vitoriosa, em favor das providências necessárias para a superação dos nossos principais problemas. Estar alicerçada por uma instituição como a Amurc é também sinal de um novo momento da política regional, que é reflexo da chegada ao poder de novos nomes, e esse é um combustível que alimenta a nossa esperança.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc)

Secretária de Planejamento, Sônia Fontes, e o diretor de Projetos da Pasta, Rosivaldo Pinheiro
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O início de cada governo é sempre motivo de muita preocupação para os servidores efetivos, principalmente em relação ao perfil dos quadros políticos que comandarão as secretarias. No primeiro escalão do Governo Augusto Castro, um exemplo positivo é a desenvoltura da nova secretária de Planejamento, Sônia Fontes.

Além da vasta experiência no setor público – foi secretária em Alagoinhas e em Santo Antônio de Jesus e deputada estadual por dois mandatos -, ela é arquiteta por formação, servidora efetiva da Prefeitura de Salvador e já presidiu a Conder.

Em Itabuna, soma-se à sua desenvoltura a reconhecida competência técnica e política do economista Rosivaldo Pinheiro, que é especialista em Planejamento e Gestão de cidades. Rosivaldo está na equipe como supervisor de Projetos e, avaliam servidores, já deu uma nova dinâmica ao setor nesses primeiros dias de governo.

Rosivaldo também já atuou como secretário municipal, na Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo de Itabuna e de Administração e Finanças de Gandu, e já esteve vereador em Itabuna, além de ter comandado setores estratégicos de importantes empresas privadas e públicas.

Com o vasto conhecimento de Sônia no estado e o livre trânsito de Rosivaldo nos setores do município e da sociedade itabunense, quem trabalha na pasta vê a dupla bem sincronizada, em permanente circulação dentro e fora da Prefeitura, levantando ações para realizar pela cidade e justamente numa das secretarias estratégicas para o presente e o futuro do município.

A dupla já é considerada dos grandes acertos do prefeito Augusto Castro.

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Sabemos que os estudantes que forem aprovados nesse certame não estarão iniciando as aulas presenciais e até mesmo remotas nesse primeiro quadrimestre, logo, deveria o Ministério da Educação tê-lo adiado, deixando-o para ser realizado logo após a aplicação da vacina e a diminuição da curva pandêmica.

Rosivaldo Pinheiro

Estamos num país dividido. Todos os temas acabam sendo politizados sob o manto ideológico que logo despenca à intolerância. Nenhum tema, por mais ou menos relevante ou obviedade que tenha, escapa a essa contaminação, dificultando que a própria sociedade encontre uma saída para os nossos graves problemas. Questões ligadas à pandemia jamais deveriam fazer parte dessa conjuntura, mas acabaram sendo o terreno mais fértil para esse comportamento e manifestação dos grupos antagônicos.

Primeiro, foi incorporado como tábua de salvação para o enfrentamento da covid o uso da cloroquina, atualmente rejeitada e retirada dos debates dos grupos pró-governo federal. Mas o Brasil possui estoque para abastecer as cidades brasileiras por 100 anos, segundo levantamento do portal Metrópoles. Atualmente, ganharam notoriedade as discussões em torno da necessidade da vacinação em massa, tendo clara resistência por parte de alguns segmentos que se deixam pautar pela corrente negacionista, tendo no presidente da República seu principal difusor.

A vacina CoronaVac passou a ser descredenciada e uma rede de informações contrárias sistematicamente socializada, tudo em função da sua origem chinesa e por ser ela divulgada e defendida pelo governador de São Paulo, João Dória, hoje claro desafeto do presidente Bolsonaro, já que eram parceiros políticos unidos pelo ódio ao PT até o segundo turno das eleições o presidenciais em 2018.

Brasileiros e brasileiras que nunca buscaram saber as origens das nossas vacinas (BCG, Poliomielite, Varíola, Sarampo, Gripe etc) passaram a se apropriar do discurso contrário ao seu uso como se fossem verdadeiros infectologistas, estudiosos da sua eficácia e das relações internacionais que cercam a geopolítica.

Os resultados dos testes feitos pelos cientistas do Instituto Butantã foram desmerecidos, e a margem de segurança e eficácia, desconsiderada, por entenderem, os seus detratores, que se trata de um subproduto, colocando a vacina quase como um placebo. Vejam que esses mesmos negacionistas não se opunham ao uso da cloroquina, mesmo após os cientistas comprovarem a sua ineficácia para covid, ficando claro que a manifestação desses grupos visa apenas dar voz à tese patrocinada pelo presidente da República.

Diante de todo esse desencontro de informações, o país já registra mais de 204 mil mortes e uma calamidade humanitária em Manaus, mas nada disso parece ganhar um olhar de maior análise por parte dos seguidores do negacionismo. Neste domingo teremos o Enem, que só será realizado pela falta de sensibilidade do MEC diante desse momento de extrema vulnerabilidade por que passamos no aspecto epidemiológico e, por consequência, os desdobramentos psicológicos por que passam as famílias e parte dos estudantes que farão a prova nessa primeira etapa.

Sabemos que os estudantes que forem aprovados nesse certame não estarão iniciando as aulas presenciais e até mesmo remotas nesse primeiro quadrimestre, logo, deveria o Ministério da Educação tê-lo adiado, deixando-o para ser realizado logo após a aplicação da vacina e a diminuição da curva pandêmica. Resta agora às famílias e aos participantes buscarem cumprir os protocolos necessários e mitigar os riscos das exposições e aglomerações nos locais de prova.

Que a nossa sociedade saia desse divisionismo nocivo à vida e que possamos respirar – literalmente. Para isso, que cheguem as doses das vacinas e a civilidade.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades.

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O programa Ponto de Vista volta ao ar neste sábado, às 10h, com Rosivaldo Pinheiro, pela Rádio Nacional 870 AM. O programa, que é conhecido por pautar a opinião pública em Itabuna e cidades vizinhas, estava fora do ar devido à legislação eleitoral.

Neste programa de retorno, Rosivaldo abordará as polêmicas que estão cercando as movimentações políticas em Itabuna com entrevistas exclusivas. “Os entrevistados serão conhecidos no sábado”, brincou o apresentador.