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Que Itabuna é uma cidade de contrastes e de contrários, vá lá. Mas aqui inaugura-se uma nova era, a era em que não é o malandro, mas a arte que vai parar atrás das grades. Pelo menos, é o que acontece com o painel de azulejos Saga do Cacau, de Genaro de Carvalho, no edifício Comendador Firmino Alves, na esquina da avenida do Cinquentenário com a praça Adami.

Depois de recuperar o painel cinqüentenário, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) e a Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) não tiveram outra saída a não ser colocar uma grande em redor do painel, para evitar que a obra seja novamente atingida pelas mãos nefastas do homem.

E aí uma explicação de um dos operários que concluíam a colocação da grade, em torno do painel: “Aqui tinha de tudo. Ou arrancavam os azulejos ou apregavam faixas sobre a obra, estragando a arte, senhor”. As faixas, que ironia!, eram autorizadas pela prefeitura, esta uma responsável pela preservação dos nossos monumentos e acervo histórico.

O painel foi montado em 1953 e retrata a civilização cacaueira baiana. Quase 60 anos depois, está “preso”, atrás das grades, após restaurado pelo artista plástico itabunense Richard Wagner.

 

Obra de Genaro de Carvalho vai parar atrás das grades (Foto Pimenta).