Empresas de ônibus fazem acordo para pagar dívida com trabalhadores em Itabuna
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Os rodoviários da Viação São Miguel, a única que estava operando em Itabuna, cruzaram os braços nesta quinta-feira (26) para cobrar o pagamento do tíquete-alimentação. Os funcionários estão, neste momento, na garagem da São Miguel, no Loteamento Nossa Senhora das Graças, e só devem retornar ao trabalho após recebimento do tíquete.

A empresa deveria pagar o benefício até o último dia 20. Os rodoviários concederam mais prazo à empresa, vencido ontem (25), mas o valor não foi depositado. “Demos mais prazo para não dizer que somos inflexíveis, mas o acordo para o tíquete não foi cumprido”, disse ao PIMENTA o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Itabuna, Arlensen Nascimento.

O sindicalista lembra que, pelo acordo com os rodoviários, a São Miguel pagaria o tíquete no dia 20 passado e o salário do período emergencial até o 5º dia útil de dezembro. “Estamos rodando a 18 dias sem o tíquete, sem nenhum recebimento”, observou Arlensen.

Aos rodoviários, a direção da São Miguel informou que iria até a Secretaria Municipal da Fazenda para tentar receber o pagamento de parte do valor do contrato emergencial do transporte coletivo e quitar o tíquete dos trabalhadores. Os trabalhadores só retornam após o pagamento.

CIDADE SEM ÔNIBUS 

A São Miguel voltou a circular há quase 20 dias após acordo com a Prefeitura para operar o transporte emergencial. Itabuna ficou mais de oito meses sem ônibus. Com o sistema emergencial, a São Miguel voltou a operar com 10 e depois 30 ônibus. A Sorriso da Bahia alegou falta de condições operacionais e permanece sem circular.

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Greve de ônibus em Itabuna começa nesta segunda || Foto Pimenta/Arquivo
Arlensen preside o Sindicato dos Rodoviários || Foto Reprodução

Os rodoviários de Itabuna entrarão em greve nas primeiras horas desta segunda-feira (3). As empresas, que cobram aumento do valor da passagem, hoje em R$ 3,00, se recusaram a conceder reajustes de salário e do tíquete refeição. A greve foi decidida na última quinta (30) e não houve avanço até a noite deste domingo (2).

Os rodoviários querem reajuste salarial de 5% e aumento de 9% no tíquete alimentação. “Não tivemos proposta alguma das empresas em cinco rodadas de negociação. Não saímos do zero”, afirmou Arlensen Nascimento ao PIMENTA.

Segundo o dirigente, as empresas apontam alto índice de gratuidade e a tarifa como fatores que impediriam o reajuste salarial. A tarifa de ônibus em Itabuna, proporcionalmente, seria a mais baixa do Estado, na versão das empresas.

A greve afeta todas as linhas urbanas e rurais de Itabuna. A negociação avançou apenas com as empresas de transporte rodoviário semiurbano e intermunicipal (Rota e Águia Branca), que concederam 5% de reajuste salarial e 10% de reajuste no valor do tíquete alimentação. “Conseguimos fechar [com a Águia Branca e a Rota] na sexta-feira”, afirmou Arlensen ao site.

Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários, esta tem sido a mais difícil das negociações dos últimos anos. Ele está à frente da entidade há sete anos. “Nunca encontrei um ano que não se falasse, pelo menos, em reposição da inflação”, disse, enfatizando que até aqui as empresas do transporte urbano não têm sinalizado para concessão de nenhum percentual de reajuste. “Nem reposição da inflação os patrões quiseram conversar”, completou ele em entrevista ao PIMENTA.

Com a decisão de greve, os rodoviários devem decidir, até as 8h desta segunda, se a categoria colocará em circulação ao menos 30% da frota enquanto perdurar a paralisação. “Vamos colocar isso para a categoria [decidir]”, afirmou Arlensen.

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A disputa eleitoral no Sindicato dos Rodoviários e o protesto contra a ampliação ilegal da jornada de trabalho levaram a nova paralisação dos ônibus em Itabuna.

O protesto entra no segundo dia. O presidente do Sindicato, Joselito Paulo, o Pé de Rato, diz que as duas empresas que operam o serviço em Itabuna (São Miguel e Expresso Cachoeira) ignoram a legislação, enquanto as empresas acusam suposta jogada político-eleitoral.

Nos últimos anos, o sistema municipal reduziu a frota circulante de 100 para apenas 88 ônibus, além de ter implantado o sistema motocobra em que o motorista executa também a função de cobrador. Usuários se queixam de atrasos generalizados há muito tempo – e que isso piorou desde o ano passado com as mudanças implementadas pelo município.

Fiscais municipais anotam queda na qualidade do serviço. Reguladora do serviço, a Prefeitura de Itabuna não definiu representantes para tentar intermediar a disputa entre o sindicato e as empresas. O sistema transporta, aproximadamente, 40 mil passageiros por dia, que hoje estão recorrendo a serviços de táxi e mototáxi.